orestespf escreveu:Jacobs escreveu:Olha, é meio "compricado" achar que o Su-35BM ja nascerá com armamentos integrados, só porque é uma versão do Su-30/35.
O radar é novo, o barramento de dados é diferente, a interface homem máquina é atualizada, então, não tem como crer em tudo isso que o Orestes falou.
Alias, ele usou o argumento de que o Su-35 vem carregando o legado dos projetos anterios. Mas eu te pergunto, Orestes: Os Rafale também não tem nas costas o legado da familia Mirage 2000, F-1 e SEM?
Você acha que o RBE-2 foi construido do zero, sem nada em comum com os RDY (um otimo radar, por sinal)? Eu acho meio dificil. O RBE-2 ja nasceu com o MICA integrado...
Bom, essa é minha opinião, espero estar contribuindo para este debate muito interessante.
Olá Jacobs,
acreditar ou não é como fé, cada um tem a sua. Então não se discute isso.
Respondendo suas perguntas: o Rafale não tem legado algum com os Mirages, F-1 e SEM, é um novo projeto, totalmente diferente. Temos vários amigos e colegas aqui no fórum que podem esclarecer melhor estes detalhes do "hardware".
O ponto mais delicado do Rafale, na parte eletrônica, é o novo barramento de dados, isso muda tudo no software. Quando se muda o software, muda-se tudo na integração (equipamentos, armamentos, etc.). Homologação é outra coisa.
Você cita os radares e as várias evoluções até chegar no RBE-2. Ok, está correto, mesmo que sejam completamente diferentes (não estou afirmando isso). Não se perde conhecimentos adquiridos. Assim, toda a técnica de construção, todo conhecimento sobre o comportamento de componentes, materiais, formas de emissões, etc. continua existindo e é a partir destas informações previamente conhecidas é que se aventura em projetos mais "ousados".
Mas veja o que está acontecendo com os americanos e seu F-35: eles conhecem a tecnologia stealth, conhecem o FBW, possuem as mais novas tecnologias militares em radares, aviônicos, motores, etc. Mas o caça está enfretando sérios problemas. A cada dia se torna mais caro, e não existe intenção alguma que isso ocorra, não é intencional. O F-35 seriam uma evolução de várias experiências que os americanos possuem, mas o mesmo enfrenta sérios problemas. Ah, mais é um caça muito complexo, se fosse mais simples não seria assim. Claro, se fosse mais simples não seria também um F-35, seria outro caça. Problemas existem mesmo quando se fala em evolução de equipamentos.
Posso lhe mais um ponto para observar: o RBE-2 e o RDY. Por que o alcance do primeiro é menor do que o do segundo? Não é estranho? Por que os armamentos que foram integrados ao RDY ainda não estão totalmente integrados ao RBE-2?
A resposta é muito simples: os dois radares são muito diferentes, usam materiais e tecnologias diferentes. Então é natural que problemas existam. Claro que os estudos e conhecimentos adquiridos para se construir radares até o RDY foram absorvidos e usados para se estudar, elaborar e construir um novo radar, o RBE-2. Mas como tudo mudou, os problemas da mesma forma mudaram, radicalmente. O RBE-2 foi construído para não ter os mesmos problemas detectados até o RDY, mas novos e diferentes problemas surgiram e este é a grande questão.
O RBE-2 nasceu com o MICA integrado. Ok, concordo. Mas este armamento assegura a classificação do Rafale como um caça multi-função? Este é o ponto da discussão. Por quê? Porque a FAB a mais de 10 anos fala que seu novo caça será multi-função.
Se ela não deseja mais um caça multi-função, se ela aceita comprar um caça não multi-função, mas com potencial de atualização para não sei quando, se, se e se, bem, aí as coisas mudam. O certo é que o Rafale hoje não é multi-missão. Se a FAB o comprar, saberá em que chão está pisando e eu não questionarei. O que eu não aceito é tampar o sol com a peneira, dizendo que faz coisas que sabemos claramente que não faz.
A questão do SU-35-1 (ex-BM) eu já comentei a exaustão. Problemas existem sim, mas não difere do tal Rafale F3. O que existe hoje para ser comercializado é Rafale F2 e SU-35 (antigo). Se a FAB quer mais do que isso, terá que se contentar em esperar que fiquem prontos. O mesmo se aplica ao Gripen N e até mesmo o F-35.
Só existem duas formas de se discutir estas coisas:
1) Aceitar que só existem Rafale F2, SU-30/35 (antigo), Gripen C, EF-2000 (não me lembro a última versão operacional), F-18 E, F-16 Blc 52 (e mais vários plus), F-15 K, para venda imediata. E a partir destes, se discute o que é ou não melhor para a FAB.
2) Especular sobre o Rafale F3, SU-35-1, Gripen N, F-35 e Typhoon "não sei o que". Se é para se discutir sobre o que não existe, baseados em promessas de fabricantes com datas que não sabemos realmente quais serão, melhor aceitar todos os argumentos contrários dos colegas, pois todos estariam certos e errados simultaneamente.
É o que eu acho.
Abraços,
Orestes
Bascamente concordo com tudo que você falou sobre Rafale, Su-35, mas o ponto é o seguinte:
Você foi muito generalista quando isso que o Su-35BM nasceria com tudo integrado, "tudo as mil maravilhas", só por se tratar de uma atualização do projeto do Flanker original.
A galera da defesa do Flanker ta caindo muito em contradição. Quando a gente fala que o RCS do Su-35 é mostro, o pessoal ja rebate: "Não, a coisa é toda nova, o projeto foi revisto, ele não tem nada a ver com o antigo Su-35.... ". Ai quando se fala em armamento, ai a coisa é ja é bem diferente: "Não, ele ja tem tudo integrado, ja nasceu pronto pra entrar em combate... ".
A questão é que fábrica nenhuma faz milagre. Até agora, a Dassault e a Lockheed não fizeram. Tudo leva a crer que a KNAAPO também não vai fazer, aida mais levando em contat que ninguem está bancando o projeto e a Russia ainda não comprou nada...