orestespf escreveu:
Olá Beronha,
vou ser objetivo, espero responder a sua dúvida: os russos repassam informações sobre o software, não tudo. Essencialmente a parte que permite integração de novos armamentos e "ajustes" do software do radar. O resto não será repassado, nem ao menos conhecimentos de partes da construção do vetor. Claro, já ia me esquecendo, repassam também o conhecimento necessário das peças que sofrem maior desgastes, ou seja, o que é trocado na manutenção.
Já os franceses, nada de software, só as peças de maior desgaste. Atualmente está sendo negociado a mesma coisa que os russos ofereceram. Parece que os dois "empataram" de alguma forma. O que ainda está pegando é a parte do software do radar. Não queriam nem ouvir falar disso, principalmente do novo AESA. Agora já escutam. rsrsrs
Outro ponto que a FAB exige e não abre mão: seja quem for o vencedor, o país de origem deverá treinar os pilotos brasileiros com todas as doutrinas utilizadas pelo vetor. Em geral isso não é repassado, apenas se ensina o perfil de vôo do vetor.
Antes os fabricantes alegavam que isso dependia de informações do fabricantes dos armamentos, da doutrina usada pelo país de origem, etc. Conversa fiada. Agora quem não vende no pacote tais informações, não vende.
Isto é essencial para um vetor se tornar rapidamente operacional, caso contrário o comprador terá que gastar muito para desenvolver a sua doutrina. Muitos se esquecem deste detalhe importante.
Em suma, a tal transferência de tecnologia é mínima, seja quem for o fabricante ou país.
Abraços,
Orestes
Olá Orestes,
Bem esclarecedor : "there is no free lunch" (não há almoço grátis) ! A França vai gastar ao todo EUR 34 bi no projeto, aquisição e manutenção do Rafale (30 anos de vida útil). Enquanto nós vamos comprar uns 24-72 FX-2, por aí, o que daria uns EUR 1,8-6 bi (dependendo do que tenha no "pacote"). Querer que ganhemos o mesmo de autonomia que eles é ingenuidade.
Assim a negociação é por transferência de informação (parte de softwares para armamento e modos dos sensores, doutrina operacional, etc) e manutenção (incluindo licença para produção de elementos simples de alto consumo), etc.
Montagem aqui é um mero detalhe, um monte de país montou F-16 mas não quer dizer que domine o F-16. Vide Helibrás que montou centenas de helicópteros...
[]s, Roberto