PRick escreveu:Mas faça a mesma comparação com o Brasil em 1970, 1960 e 1950. Ao contrário do Brasil, a Argentina vem andando para trás. Algo que as análises frias de PIB per capta não deixam mostrar, é a concentração de riqueza na Argentina, um país que não tinha miseráveis, favelas e moradores de rua em 1970. E agora?
É natural que os Argentinos culpem os militares, porque foram eles é que começaram este processo caranguejo, fabricando, inclusive, uma Guerra. Deste ponto de vista, os governo militares do Brasil e da Argentina foram oposto.
Ademais, o processo de desindustrialização na Argentina foi brutal, somando-se a desnacionalização das poucas que restaram. O Estado Argentino também foi levado a falência, a ponto de não ter como pagar seus funcionário públicos. Existiu um corrida bancária, um default das dívidas. Ainda hoje, o Estado Argentino não tem como fazer investimento, as reservas são pequenas, a pauta de exportação restrita a produtos da agro-industria. Algo bem diverso de 1970.
Por sinal, se formos buscar a década de 1950, a Argentina poderia ser comparada a Suécia, em máteria de PIB per capta e nível de vida da população. Já hoje.
Bem ou mal, o Brasil sempre foi melhorando seus indicadores, deve ser muito duro para um País andar para trás, acho mesmo que não existe espaço no Brasil para tal coisa. Não podemos de nos dar este luxo, de voltarmos no tempo.
[ ]´s
Não deixo de concordar com você em vários pontos.
Meu argumento refere-se a temática desse tópico, ou seja, a quase falência vivida pelas Forças Armadas argentinas.
E sobre esse tema, minha opinião é que economicamente não há nada que me indique que a Argentina não tem condições de manter Forças Armadas tão bem treinadas e equipadas quanto a dos demais países sul-americanos (ex: Brasil, Chile, Colômbia, Peru, etc).
Assim, creio que a decisão de praticamente não ter Forças Armadas modernas é fruto de uma decisão política.
Não entro no mérito de tal decisão. Talvez não seja legítimo reequipar Forças Armadas que herdam as convicções daqueles que promoveram a catástrofe (humanística, econômica e estratégica) que foi a ditadura militar Argentina (1977-1984). Talvez seja mais certo promover (ou esperar) que a cultura militar mude, que os atuais generais (na época já oficiais) que participaram do regime saiam de cena para iniciar um processo de reequipamento. Ou mesmo, talvez a Argentina tenha simplesmente outras prioridades de investimento estatal que não incluem a revitalização de suas Forças Armadas.
O que digo apenas é que isso tudo são decisões políticas e não imposições de uma situação econômica de penúria, pois tal situação de penúria simplesmente inexiste.
A Argentina pode não ser uma maravilha mas opera com indicadores fiscais (dívida e resultado primário) razoáveis, balanço de pagamentos saudável e crescimento forte. Ademais, possui uma população com razoável poder de compra e com acesso a educação e saúde relativamente bons para padrões latino-americanos.
Daí concluo que:
i) O estado argentino não está falido, suas receitas não estão decrescendo e a base (população com renda) para ser tributada e financiar investimentos militares é razoável para padrões latino-americanos;
ii) O estado argentino não precisa fazer investimentos mais vultosos em educação e saúde do que qualquer outro estado latino-americano, logo isso não 'esvazia' o espaço para investimentos militares em comparação aos demais países da região;
iii) A Argentina tem capacidade de gerar dólares para pagar importações de equipamentos militares (apesar de isso não ser um grande problema atualmente quando se refere a equipamentos novos devido aos offsets oferecidos).
Abs
Arthur