#191
Mensagem
por antoninho » Sáb Out 06, 2007 7:37 pm
Benenuoso eu... nã.....nã senhouri....
Exclusivo CM
2007-10-06 - 13:00:00
Militares
Ataque a lóbis no meio militar
Os lóbis privados que actuam no negócio das contrapartidas do reequipamento das Forças Armadas, de que são exemplos as empresas portuguesas Escom e Vilsen e a israelita Cois, vão passar a ter maiores dificuldades em operar em Portugal. Tudo porque a Empordef, holding do Ministério da Defesa para o sector da indústria militar, quer travar a crescente influência de “importantes lóbis, que têm ajudado a conduzir à desvirtuação do modelo [de desenvolvimento da economia portuguesa através das contrapartidas]” e “fazer prevalecer os nossos interesses [de Portugal]”.
O novo plano estratégico da Empordef, um documento confidencial a que o CM teve acesso, não podia ser mais categórico na análise sobre a actual situação: “O mecanismo das contrapartidas gerou já o aparecimento oportunista de negócios associados à sua obrigatoriedade, sujeitos a importantes lóbis, que têm ajudado a conduzir à desvirtuação do modelo. Haverá, portanto, que actuar em permanência junto da Comissão de Contrapartidas, tentando fazer prevalecer os nossos interesses.”
Com este plano estratégico, apresentado em meados de Setembro numa reunião com os presidentes das 13 empresas do universo Empordef, a administração da holding presidida por Sérgio Parreira de Campos deixa claro que “a Empordef deverá, portanto, ter um papel fundamental na elaboração das condições referentes às contrapartidas (que não tem podido ter) de modo a que elas cumpram com eficácia os objectivos estratégicos definidos, nomeadamente enquanto factores de transferência de know-how e tecnologia e de abertura aos agentes económicos portugueses das redes de I & D [Investigação e Desenvolvimento] e de cooperação que enformam a cadeia de valor das indústrias ligadas à defesa”.
Por isso, o documento sublinha que “o sistema de contrapartidas terá de funcionar como instrumento estratégico de sentido estruturante para a economia nacional”. Para que isso aconteça, “o processo negocial deverá basear-se não nos projectos apresentados pelos concorrentes mas numa ‘shopping list’ de projectos e programas de interesse nacional definidos pela entidade compradora, o Governo (através dos ministérios da Defesa e da Economia, com a colaboração da Empordef)”.
Ao reforçar o controlo das contrapartidas a Empordef acabará por limitar a influência dos chamados ‘brokers’, intermediários que fazem a ligação entre o país comprador e a empresa fornecedora dos equipamentos militares. Escom, Vilsen e Cois, empresas que intermediaram a aquisição de submarinos, aviões C295 e torpedos, respectivamente, são exemplos de firmas intermediárias que actuam com frequência nos negócios de equipamento militar em Portugal. Como os intermediários ganham em média entre três a sete por cento do valor da venda, segundo a prática no mercado internacional, o equipamento militar é uma área de negócio muito atractiva.
Por isso, como diz uma fonte conhecedora dos meios militares, “antes eram só as empresas da defesa que serviam de intermediários nas contrapartidas, depois desvirtuou-se o modelo”. Ou seja: “Passou-se do 80 para o oito”, remata. Assim sendo, esta área de negócio não deve funcionar “nem para um lado nem para o outro”.
A mesma fonte é ainda mais precisa: “Quem tem a responsabilidade de validar as contrapartidas é que tem de apresentar um caderno de encargos e não pode ser o ‘broker’ a impingir aquilo que eles querem.”
CRIAR UM GRUPO ECONÓMICO NA DEFESA
A nova administração da Empordef está decidida a constituir um grupo económico na área da Defesa, um objectivo que está direccionado com particular atenção para o sector tecnológico. Com um prejuízo de 2,77 milhões de euros em 2006, contra resultados negativos de 14,5 milhões de euros no ano anterior, a equipa liderada por Sérgio Parreira de Campos apresentou em Évora aos presidentes das 13 empresas da Empordef um pacote de 50 medidas para reforçar a coesão, coerência e competitividade do grupo empresarial português na área da Defesa.
Pela primeira vez desde a fundação da Empordef em 2004, os presidentes de todas empresas do universo estiveram reunidos. No essencial, o novo plano estratégico promove, para além do aumento do controlo sobre as contrapartidas, o desenvolvimento de novos produtos, em particular na área tecnológica, parcerias com universidades e empresas privadas e apostas na inovação.
OFICIAL RECEBEU DE 320 MIL EUROS
O Ministério Público detectou, no âmbito da investigação sobre suspeitas de corrupção na Marinha, movimentos bancários a favor de Clélio Ferreira Leite, o oficial acusado de oito crimes de corrupção, no valor de 320 mil euros. Segundo a edição de ontem do ‘Sol’, “o oficial tentou esconder a origem ilícita desse dinheiro utilizando contas bancárias sediadas em paraísos financeiros e contas nacionais dos sogros, de uma prima, de um amigo e da namorada deste”.
SAIBA MAIS
5,5
Mil milhões de euros é quase o valor total do investimento do Estado na modernização das Forças Armadas até 2023.
3,1
Mil milhões de euros é o total de contrapartidas obtidas por Portugal em investimento estrangeiro ou exportações de produtos pela aquisição de equipamentos militares.
COMISSÃO
A execução dos negócios obtidos com a compra de equipamento militar é acompanhada por uma Comissão Permanente de Contrapartidas (CPC).
REVISÃO
A CPC está a rever contratos no valor de mil milhões de euros para que os fornecedores cumpram o acordado.
AQUISIÇÕES
Estão em curso programas de aquisição de dois submarinos, 12 aviões de transporte C295, 12 helicópteros EH-101, 260 viaturas blindadas, 24 torpedos e modernização dos aviões F16.
NOTAS
SUBMARINOS: 842 741 milhões/E de custo
Escom: Representou consórcio alemão vendedor. Terá ganho 25 a 59 milhões de euros
AVIÕES C295: 274 milhões/E de custo
Vilsen: Representou a espanhola EADS-Casa. Terá ganho entre oito a 19 milhões de euros
TORPEDOS: 46,2 milhões/E de custo
Cois: Representou o vendedor italiano WASS. Terá ganho entre 1,4 a 3,2 milhões de euros
CINCO MEDIDAS-CHAVE
PAPEL NAS CONTRAPARTIDAS
A Empordef terá de nomear imediatamente um representante para o conselho consultivo da Comissão Permanente de Contrapartidas
PROMOVER CÓDIGOS DE ÉTICA
Até ao final de 2007 todas as empresas do grupo apresentarão os seus códigos de ética, tanto quanto possível iguais aos daquelas que têm código
INTELIGÊNCIA ECONÓMICA
A Empordef criará um gabinete de Inteligência Económica que produzirá trabalho de interesse quer para a holding quer para as suas empresas
INCUBADORA DE EMPRESAS
A Empordef constituirá uma incubadora de empresas, disponibilizando espaço, apoio técnico, tecnológico e organizativo aos projectos.
NOVAS IDEIAS E PRODUTOS
Empresas têm de apresentar por ano pelo menos cinco ideias para novos produtos e serviços. Jogos para computador e telemóvel são prioritários
COMPARAÇÃO DOS RESULTADOS DO GRUPO (Em milhões de euros)
EMPRESA / 2005
VOLUME DE NEGÓCIOS / NÚMERO DE EMPREGADOS / RESULTADOS LÍQUIDOS
EDI - SOFT - 4315 / 80 / 212
MPORDEF - 1752 / 17 / 21
EID - 11 443 / 125 / 553
IDD - 1277 / 17 / 142
ENVC - 79 680 / 935 / -14 378
INDEP - 50 / 0 / -222
NAVALROCHA SA. - 2 994 / 30 / -1 262
OGMA - 117 951 / 1 589 / 1 286
OGMA IMOBILIÁRIA - 0 / 0 / -1 604
RIBEIRA DA ATALAIA - 0 / 0 / -283
DAFAERLOC - 0 / 0 / 0
DEFLOC - 0 / 0 / 0
PORTUGAL SPACE -0 / 0 / -1 862
EMPRESA / 2006
VOLUME DE NEGÓCIOS / NÚMERO DE EMPREGADOS / RESULTADOS LÍQUIDOS
EDI - SOFT - 5 314 / 96 / 248
MPORDEF - 1 500 / 18 / -216
EID - 9 831 / 123 / -285
IDD - 1 370 / 18 / 253
ENVC - 85 050 / 863 / -5 258
INDEP - 0,2 / 0 / -151
NAVALROCHA SA. - 5 402 / 28 / 86
OGMA - 133 318 / 1 584 / 6 239
OGMA IMOBILIÁRIA - 0 / 0 / -1 380
RIBEIRA DA ATALAIA - 0 / 0 / -646
DAFAERLOC - 0 / 0 / 0
DEFLOC - 0 / 0 / -717
PORTUGAL SPACE - 0 / 0 / -11
Ca pena.... logo agora que eu ia pedir alvará prá minha firmazeca...