Caro Prick
Eu não gosto de discutir salário ou previdência, que os militares não tem, possuem pensão, por sempre gerar emoções e desentendimentos.
Veja se acredita no que eu vou escrever:
1) Em nenhum ministério a folha de pessoal cai no orçamento do mesmo. Alguem aqui sabe quanto custam os funcionários da saúde, ou da educação? Simplesmente pq a responsabilidade de pagar os funcionários do Estado cabe ao Estado, e desta forma o pagamento de todos os ministérios sai do MPOG.
No governo FHC, em sua tentativa de destruir as FFAA, ele retirou do MPOG o pagamento dos militares e colocou para ser pago do orçamento das Forças. Manobra criminosa para, como já escrevi, destruir as FFAA.
O que está sendo escrito aqui era exatamente o objetivo deste senhor que quebrou o Brasil 2 vezes: fazer com que a sociedade se voltasse contra as FFAA e questionasse: como pode não sobrar nada para o reaparelhamento?
Imagina se soubessem quanto custa a saúde, a educação, a segurança pública.
2) vou colocar aqui uma reportagem da Folha de São Paulo, reconhecidamente um jornal que possui posições independentes:
Folha de São Paulo
Governo comprimiu gasto com militares e expandiu o de civis
No primeiro mandato, houve queda acentuada do gasto per capita com salários das Forças, o que gerou a insatisfação dos servidores
Durante quatro anos, Lula ampliou a máquina militar em 51,94%, muito mais do que a estrutura de servidores civis, que cresceu 7,65%.
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo Luiz Inácio Lula da Silva, que enfrentou recentemente o descontentamento dos controles militares de tráfego aéreo, que reclamavam entre outras coisas do baixo salário, comprimiu o gasto per capita com servidores militares, enquanto expandia o dos civis.
Segundo a nota técnica 01/ 2007 do Ministério do Planejamento, enviada à Câmara em 23 de março, o custo unitário médio do servidor militar, que engloba gasto com salários, encargos e benefícios, caiu 19,2% entre 2002 e 2006, em termos reais. No mesmo período, o custo médio com civis subiu 5,29% acima da inflação medida pelo IBGE. Os dados se referem a servidores da ativa.
Em quatro anos, Lula aumentou a máquina militar em 51,94%, muito mais do que a estrutura de servidores civis, que cresceu 7,65%. Mas a incorporação de 145.085 militares não foi acompanhada por injeção de recursos correspondente.
Os dados revelam que o aumento do volume de recursos para os salários de militares no primeiro mandato de Lula foi 11,24% menor do que a inflação acumulada no período.
O resultado foi a queda acentuada do gasto per capita com salários e a cada vez mais visível inquietação em quartéis, hangares, navios e torres de controle de aeroportos.
Segundo um levantamento do deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ), porta-voz dos militares no Congresso, 25 oficiais das Forças Armadas pediram baixa só nos primeiros três meses deste ano, em busca de carreiras mais promissoras.
Submetido à pressão, o governo atendeu a algumas das demandas, concedendo reajustes escalonados. "As reduções nas médias per capita são explicadas pelo aumento do número do efetivo variável de recrutas, que constituem a base da pirâmide salarial dos militares federais", diz nota do Ministério da Defesa enviada à Folha.
Segundo o ministério, não ocorreu achatamento salarial.
Para Geraldo Cavagnari, membro do Núcleo de Estudos Estratégicos da Unicamp, o reajuste dado por Lula não cobre a defasagem dos últimos dez anos. "O processo de achatamento dos salários dos militares vem desde o governo FHC."
(FÁBIO ZANINI)
Também outra reportagem, de 15/ABR, do ESP:
Estado de São Paulo
As ocas promessas do governo
O governo federal, na gestão Lula, é um patrão de quem o líder metalúrgico de tempos idos em nenhuma hipótese compraria um carro usado, tantas as provas de sua prontidão para lograr os interlocutores ou parceiros em potencial. Em mais de uma circunstância, de caso pensado, o presidente faz ou autoriza que se façam promessas de aumentos salariais a setores do serviço público que não podem ser cumpridas. A promessa, ou melhor, a embromação, é uma jogada afinal pueril para exorcizar momentaneamente insatisfações funcionais a caminho do ponto de ebulição. Pressupõe que, abrandado o fogo da hora, a mobilização pelas demandas tenderá a arrefecer com o tempo - e, se ressurgir, sempre será possível fabricar novos artifícios para neutralizá-la.
Exemplo disso foi o teatro montado pelo Planalto para se desvencilhar de um compromisso assumido com todas as letras - e números - pelo então ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos. Em fevereiro do ano passado, ele prometeu por escrito ao Grupo de Entidades Representativas de Classe (Gerc), da Polícia Federal, que a corporação teria 60% de aumento, em duas parcelas iguais. Os primeiros 30% foram, de fato, autorizados em julho - como parte do polêmico pacote de bondades de R$ 7,7 bilhões, dirigidas a diferentes categorias do funcionalismo. A segunda parcela ficou para ser quitada em dezembro. Mas, àquela altura, já reeleito, Lula preferiu olhar para o outro lado, como se nada tivesse com a palavra empenhada daquele seu ministro que sabe perfeitamente o que significa a expressão latina pacta sunt servanda.
Com a sua paciência se esgarçando - e o justificado receio de que o governo quer passar-lhes um calote disfarçado de contingenciamento -, os federais decidiram, na última semana de março, fazer uma greve de advertência de 24 horas, que afetou 25 das 27 superintendências regionais do órgão, com as conseqüências de praxe: travamento de 38 mil inquéritos, suspensão da emissão de 7 mil passaportes e por aí. A idéia de promover nos aeroportos uma operação-padrão só não foi adiante porque os delegados concluíram sensatamente que isso seria escarnecer dos passageiros já submetidos ao intermitente apagão aéreo. O Planalto, de seu lado, produziu uma nova promessa - a de que os dirigentes da Federação Nacional dos Policiais Federais seriam recebidos dia 10, no Ministério do Planejamento, para novos entendimentos.
Mas este é um governo que não se envergonha de sua pequenez. Sob a patética alegação de que determinado técnico da Pasta viajara a São Paulo, a reunião com o titular Paulo Bernardo foi transferida para o dia 11. “Adiaram uma vez. Outro adiamento não vão poder”, reagiu um exasperado presidente da federação, Marcos Vinício Wink. “Uma hora vão ter que definir.” Definir, porém, é um termo que o lulismo baniu de Brasília faz tempo - em relação a seja lá o que for. Também dia 11 não houve reunião com os funcionários.
Para ficar apenas na área das reivindicações do funcionalismo, o passa-moleque e a indefinição empilham um problema sobre outro. Na semana passada, foi a vez de funcionários do Banco Central fazerem uma greve de advertência. Eles querem equiparação dos salários de nível superior com os dos auditores da Receita, que recebem cerca de 40% a mais. Seu último reajuste, de 10%, data de 2005.
Também os militares estão cientes de que o governo quer embromá-los. O novo comandante da Marinha, almirante Júlio Soares de Moura Neto, se queixa abertamente do soldo dos camaradas. As Forças Armadas, diz, são “a carreira de Estado mais mal paga do Executivo”. Em recente entrevista a este jornal, ele reconheceu que houve uma melhora no primeiro mandato, mas lembrou que ainda está para ser coberto um resíduo inflacionário de 7%. Absteve-se, naturalmente, de aludir às ocas promessas presidenciais na matéria. O **mulo da desmoralização da palavra oficial, como se sabe, foi a volta atrás no caso dos controladores de vôo amotinados. Tendo-lhes prometido o céu, Lula renegou tudo para apaziguar os militares. O presidente da Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais resume bem toda a situação: “Não cumprir os compromissos acordados está se tornando um hábito do governo federal, que decepciona até os mais otimistas.”
3) Mais acima falei de pensões:
Os funcionários públicos passaram a descontar para o sistema previdenciário somente a pouco tempo. Os militares sempre descontaram durante o serviço ativo, com uma diferença: continuavam a descontar após a aposentadoria e continuavam a descontar após sua morte, com a viúva sofrendo desconto da pensão. Isto com a Constituição dizendo que após a aposentadoria não se poderia haver tal desconto.
Foram citados outros "privilégios", entre aspas sim, como as filhas.
Já escrevi em outro post que quando nascia uma filha era apresentada a possibilidade de se efetuar um desconto, como se previdência privada fosse, para que após a morte do militar a filha recebesse um pecúlio. Repito: era efetuado um desconto em folha, como se previdência privada fosse. ERA PAGO.
Se um cidadão paga por toda a vida um pecúlio, este pode ser cancelado por uma canetada? Em qual Estado de Direito isto ocorre?
Para completar, até o direito de pagar já foi cancelado para os novos militares.
Já escrevi em outro tópico que o então Ministro da Marinha, Almirante Mauro César, apresentou ao governo um estudo, feito pelo CASNAV, em que provava que se todos os recursos descontados pelos militares fossem investidos, se pagariam as aposentadorias, as pensões das viúvas, as pensões das filhas e sobraria dinheiro. Propôs que os recursos descontados da MB fossem a ela entregues e que o pagamento de pensões e aposentadorias fosse de sua responsabilidade. Mas o governo não quis abrir mão destes recursos, que vão para o "saco único" previdenciário. Não teriam como continuar a reclamar, mentir é a palavra mais correta, à população.
Vamos ver outro "privilégios" dos quais já escrevi em outros tópicos:
- promoção ao posto superior na aposentadoria - já acabou.
Não me lembro de algum mais, mas estou pronto a responder.
Existem outros privilégios dos militares, tais como:
- não se sindicalizar;
- não ganhar hora extra;
- não ter fundo de garantia;
- não poder fazer greve;
- não ganhar insalubridade;
- ser movimentado por necessidade de serviço, com filhos pequenos, para São Gabriel da Cachoeira, p. ex., ou Eirunepé.
- ser a única classe de cidadão para a qual é prevista a pena de morte.
- outros que podemos também conversar.
Quando eu leio sobre estes assuntos, me lembro da Presidente do Chile, Bachelet, cujo passado todos conhecem, respondendo a questões iguais a que são colocadas agora no Brasil: "Os militares são vitais para o Estado, nenhum Estado pode abrir mão dos mesmos, seus soldos e pensões são obrigação de um Estado que queira sobreviver e que não pode abrir mão dos mesmos". Estou citando de memória.
Paro por aqui e não pretendo voltar a escrever sobre o tema.
Tome meu post como uma simples tentativa de explicar o que ocorre.
Um forte abraço