GERSON VICTORIO escreveu:Gente me desculpe! mas preciso entender uma coisa, o Brasil está em vias de entrar em conflito contra quem? Quais os possíveis países beligerantes teremos que enfrentar?os EUA?(então pode esquecer qualquer discussão)VENEZUELA?(seria uma boa discussão)BOLÍVIA?(sem discussão) quem então? na minha opinião esta pergunta tem que ser respondida antes de tudo... em tendo a resposta aí sim tem que ser traçado uma estratégia realista não só para a FAB como para as outras forças também.Vou me restringir a FAB...
É lógico que eu gostaria que a FAB pudesse ter em seus pátios as melhores e mais atuais aeronaves de combate em quantidade satisfatória...isso pode até acontecer ...mas não se iludam....não serão muitas...Não vivemos a realidade de países em situação de real e potencial conflito, não quero dar a idéia aqui que ter uma Força Aérea poderosa, condizente com a importância do pais não seja importante, muito pelo contrário é essencial sim, mas não será possível mantê-la no tempo, o país tem muitas outras demandas, não se esqueçam que ainda somos um país pobre(infelizmente somos), como justificar aplicar milhões na manutenção de aeronaves caras e em alta quantidade.... sem querer ser sociólogo(longe disto). mas dada a introdução defendo a posição que a fab adota hoje, mesmo que isso possa representar para alguns daqui do forum um retrocesso, a retrofitagem é um caminho viável... modernizar o F-5, AMX, Mirage-2000,A-4(da marinha) são alternativas viáveis sim, desde acompanhada de aquisições em quantidade razoáveis de modernas aeronaves (rafale, su-35, f-16, eurofighter, fica a critério) pois seria difícil ter somente vetores modernos, é preciso lembrar oque a fab tem passado nas últimas décadas, não so por culpa de governos, mas tambem da conjuntura, o Brasil não está imune a crises, todos os paises da America Latrina passaram por crises também, então os comandantes com certeza tomam sua decisões baseados em experiências que nortearam o aspecto da prontidão, sem dinheiro...necas de voo...necas de treinamento...necas de armamento....essas coisas acontecem....então se vamos ficar com o Mirage-2000 por um tempo relativamente longo...temos que modernizar sim para ter uma independencia até certo ponto(não depender dos franceses para tudo).
Prezado Gerson.
Seu raciocínio tem uma simetria lógica irrefutável, busca mesmo o prudente equilíbrio naquilo que deve empreender uma nação, esta que um dia já foi alcunhada de "Belíndia" por suas discrepâncias sociais.
Todavia, permita-me antepor algumas objeções. Melhor dizendo, apresentar algumas observações minhas às suas conclusões.
1) Felizmente o Brasil não é um país em conflito interno, ou tem imediatos agressores ou inimigos externos. Aliás, potenciais sim, em ambas suposições, mas não imediatos.
2) Certamente armamo-nos na expectativa de um enfretamento bélico, no cenário atual, com os EUA, faz emergir a evidência da inutilidade. Porém, ficarmos de barços cruzados faz o translado dessa inutilidade seguir o rumo da insanidade. Observemos países menores cuja audácia e temeridade fizeram o leão se coçar. Não é o nosso caso, nem mesmo o dileto amigo disse isto em suas bem afinadas colocações, apenas estou traçando uma parâmetro.
3) Sim, somos uma nação pobre. Além de pobre somos uma nação corroída por uma das maiores pragas que assolam uma nação pobre, que é a corrupção. Esta "patologia", este cancro malígno, nasce e é embalada da menor camada social à mais alta e dirigente. Este, sem dúvida, é o nosso imediato e pior inimigo.
Entretanto, estamos no mesmo caso de um pai de família (de poucas posses) que enfrenta agruras para gerenciar o seu lar. Falta dinheiro para diversão, há muito pouco para o vestuário etc etc.
Porém, ele não pode simplesmente deixar de comprar roupas, pagar a energia, comprar o gás...
Minha conclusão, mais uma vez enaltecendo sua visão social, e pela qual tomo a liberdade de adiantar a presunção que a maioria dos nossos colegas foristas tem a mesma, é que não devemos, não podemos, sob pena de vermos esta nação pobre, mas potencialmente rica - e não falo dos versos; "deitado eternamente em berço esplêndido" - ser transformada em pária no seu próprio círculo perimetral e geopolítico na América Latina.
Isto pode nos custar muito, mas muito caro.
Creio que o sonho, e sonhar nada nos custa, é ver nossas FFAA equipadíssimas. Mas são apenas sonhos, e ao acordarmos abrimos os olhos à realidade, pode ter a certeza. Nossos sonhos são algo como um remaker da obra do bardo, W. Shackspeare ("sonhos de uma noite de verão"). Posso mesmo afirmar, novamente seqüestrando uma liberdade que a mim não foi delegada, que a unanimidade de nossos colegas sabe disto e apenas projeta cenários de sonhos à viabilidade. essa coisa meio telúrica em nada diminui percepção da maioria, sendo alguns verdadeiros compêndios em nossos temas afim. Coisa que podemos constatar nas mensagens sobre os vários assuntos que compõem o forum.
Dai, cientes de nossas dificuldades e do nosso potencial, sobre a discussão da viabilidade em modernizar esta ou aquela aeronave, veja que entramos campo alhures ao econômico, avançando bem além do campo social. Porque? Por que sabemos que agregar penduricalhos de tecnologia de ponta em um "14 Bis" (perdôe-me o exagero), não o fará próximo ao bom, muito menos ao "estado-da-arte". Afinal, seu tempo se foi.
Compreendo suas colocações, por sinal ponderadas com visão pouco comum neste nossos temas e meio de discussão, e por isto estão mesmas infensas a contraponto qualquer. Ao contrário, fazem-nas recipiendárias de elogios pela qualidade e discernimento como foram construídas.
Mas, peço a permissão em discordar do amigo.
Reitero, NÃO mais podemos agregar um pensamento de inferioridade, um pensamento voltado à timidez (que evita conflitos) da suposta amizade de nações. isto a história é solerte em nos lembrar.
A máxima parece velha e surrada, mas continua válida; Si vis pacem para bellum (desta vez sem trocadilhos mestre Orestes).
Sub censura plena