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Mensagem
por César » Seg Set 10, 2007 10:57 pm
10/09/2007 - 10h24
Para 70% dos iraquianos, segurança no país piorou
da BBC Brasil
A maioria das pessoas no Iraque --70%-- diz acreditar que a segurança no país piorou em Bagdá e nos arredores -- regiões para onde foram enviados cerca de 30 mil soldados americanos extras desde março--, de acordo com uma pesquisa encomendada pela BBC, pela rede americana ABC News e a japonesa NHK.
O levantamento foi divulgado no mesmo dia em que o comandante do Exército dos Estados Unidos no Iraque, David Petraeus, e o embaixador americano no país, Ryan Crocker, apresentam ao Congresso americano uma avaliação da estratégia do governo Bush de aumentar o número de tropas no Iraque.
Mais de 2 mil iraquianos de cerca de 450 bairros nas 18 Províncias do país participaram da pesquisa entre os dias 17 e 24 de agosto, que foi conduzida pelas empresas japonesas D3 Systems e KA Research Ltd e tem uma margem de erro de 2,5%.
O número de iraquianos que querem uma retirada imediata das tropas da coalizão liderada pelos EUA também aumentou desde outra pesquisa feita em fevereiro. Mas mais da metade dos entrevistados disseram que as tropas estrangeiras deveriam permanecer no país até que a segurança melhorasse.
Os entrevistados foram perguntados se o aumento do número de tropas americanas em Bagdá e nas imediações melhoraram ou pioraram a segurança, sobre o ritmo da reconstrução, as condições para diálogo político e as possibilidades de desenvolvimento econômico.
Em todas as respostas uma grande maioria diz que a situação piorou.
A estratégia dos Estados Unidos foi adotada para permitir que os políticos iraquianos negociem uma reconciliação nacional, mas apenas uma pequena minoria dos entrevistados disseram acreditar que mais soldados criaram as condições para diálogo político.
Além disso, quase 60% dos iraquianos consideram ataques contra forças de coalizão justificados.
A pesquisa mostra que os iraquianos estão mais pessimistas do que estavam há seis meses em relação à sua vida no Iraque e às expectativas de melhoria em um médio ou longo prazo.
A população se mostra insatisfeita com a falta de emprego e com a precariedade de serviços básicos, como o fornecimento de eletricidade, água e combustível.
Existe insatisfação também em relação ao governo iraquiano: 65% desaprovam a atuação da administração do primeiro-ministro Nouri al Maliki.
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10/09/2007 - 10h19
Número de mortos no Iraque diminuiu nos últimos meses
da BBC Brasil
Levantamentos de diversas organizações que monitoram a violência no Iraque mostram que o número de mortos em ataques diminuiu nos últimos meses, após a chegada de cerca de 30 mil soldados americanos ao país, porém os indicadores da violência do primeiro semestre de 2007 continuam sendo altos em comparação com o mesmo período em anos anteriores.
De acordo com o centro de pesquisas Brookings Institution, que analisa a política externa dos Estados Unidos no Oriente Médio, em janeiro e fevereiro, quando a violência sectária no Iraque estava em um de seus piores momentos, foram contabilizados 4.000 e 3.600 civis iraquianos mortos, respectivamente.
A partir de março, após o início da chegada de cerca de 30 mil soldados americanos extras ao Iraque, o número de mortos começou a cair, chegando a 2.800 em junho.
O relatório concluiu que o número de civis mortos em episódios de violência sectária atualmente é um terço menor do que nos meses anteriores à chegada das tropas adicionais.
"As fatalidades civis no Iraque parecem ter diminuído substancialmente mais do que relatórios anteriores do Pentágono têm indicado", mas, a conclusão do estudo é que os números ainda são muito altos se comparados aos níveis de violência do período entre 2004 e 2005.
A organização Iraq Body Count, que realiza uma contagem do número de civis mortos no Iraque desde o início do conflito, ressalta que a queda dos números tem de ser contextualizada.
"Os níveis de violência atingiram o ponto máximo nos últimos seis meses de 2006. Apenas se compararmos com este período, a primeira metade de 2007 pode ser considerada uma melhoria", afirma o órgão.
"Apesar de todos os esforços empregados no aumento do número de tropas, o primeiro semestre de 2007 ainda foi o primeiro semestre mais mortal de qualquer ano desde a invasão."
Os números citados por cada organização nesta matéria diferem uns dos outros devido às fontes de cada uma, mas todas registram queda.
De acordo com o Iraq Body Count, em janeiro 1519 civis foram mortos e em fevereiro, 1876. A partir de março, o número de vítimas fatais começou a diminuir, chegando a 930 em junho.
Um estudo do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais, de autoria de Anthoy Cordesman, também registra uma queda no número de mortes de civis e soldados, com uma ressalva: "A contagem é tão errática que tem valor limitado e o nível atual ainda é alto".
Segundo o relatório, 3.190 foram mortas em janeiro e 2.128 em fevereiro, enquanto que em junho o número foi de 1.539.
Cordesman cita alguns resultados positivos gerados em parte pelo aumento da quantidade de tropas, como a queda da média do número de incidentes semanais na província de Anbar de 400, entre julho de 2006 e abril de 2007, para 157, em junho.
Os ataques por mês em Fallujah também diminuíram: passavam de 100 entre março e agosto de 2006, aumentaram para 200 entre setembro de 2006 e janeiro de 2007, caíram para menos de 90 de fevereiro a março e chegaram a menos de 30 em junho.
Situações parecidas foram verificadas também em Ramadi, Rutbah, Hit e Haditha.
No entanto, segundo Cordsman, apesar de a estratégia americana de aumentar o número de tropas ter se mostrado eficaz em algumas áreas, grande parte deste progresso não fazia parte do projeto inicial da administração Bush.
"Na verdade, a 'nova' estratégia que o presidente Bush anunciou em janeiro de 2007 fracassou em vários aspectos de seu plano original", afirma Cordsman. Ele diz que apenas o aumento do número de soldados não teria sido capaz de conter as atividades da Al Qaeda fora de Bagdá e nas redondezas da capital iraquiana.
"Sem a inesperada mudança de posição das tribos sunitas --que deixaram de lutar ao lado da Al Qaeda e passaram a colaborar com as tropas americanas e forças iraquianas no combate ao grupo--, os Estados Unidos simplesmente não teriam forças suficientes para realizar o atual nível de operações, mesmo contando com a ajuda das forças de segurança oficiais iraquianas."
Na opinião de Cordsman, "os Estados Unidos não têm boas opções no Iraque e não podem ditar seu futuro, apenas influenciá-lo".
"- Tú julgarás a ti mesmo- respondeu-lhe o rei - É o mais difícil. É bem mais difícil julgar a si mesmo que julgar os outros. Se consegues fazer um bom julgamento de ti, és um verdadeiro sábio."
Antoine de Saint-Exupéry