Edu Lopes escreveu:Marino escreveu:Do Poder Naval:
Expedito Stephani Bastos opina: compra de submarinos por Chávez ameaça supremacia naval do Brasil
28 de Julho de 2007 @ 13:58 - Rutênio
Arquivado sob Noticiário internacional, Política | 1 Comentário | Link desta publicação | Enviar por e-mail
A compra de submarinos russos pela Venezuela, se for realmente confirmada, pode ameaçar a supremacia militar brasileira na América do Sul, na opinião do pesquisador de assuntos militares Expedito Carlos Stephani Bastos, da Universidade Federal de Juiz de Fora.
“Por enquanto, ainda detemos uma certa liderança no continente, mas ao longo do tempo poderemos perder esta liderança”, disse o pesquisador em entrevista à BBC Brasil.
“Não só esta compra de submarinos, como a compra de aviões (os caças Sukoy, comprados no ano passado), de certa forma ameaçam nossa hegemonia na região”, afirmou Bastos.
O presidente venezuelano Hugo Chávez disse que a aquisição dos submarinos vai depender de condições favoráveis. A expectativa é de que ele compre cinco unidades, em um negócio em torno de US$ 1,5 bilhão.
Se a aquisição for realmente concretizada, a Venezuela terá de longe os submarinos mais modernos e poderosos da região, na avaliação do pesquisador, bem superiores à frota atual brasileira, de seis submarinos, todos com tecnologia mais antiga do que os novos equipamentos russos.
Também estão em um nível próximo ao do Brasil a frota de submarinos do Chile e da Argentina.
“Ele vai ter uma força que pode desestabilizar a região”, afirmou Bastos. “Uma frota de submarinos é fonte de extrema preocupação. Desde a Primeira Guerra Mundial, quem domina os submarinos domina os mares.”
“Se vão saber usar ou não, é outra questão. Nós não sabemos se eles têm capacidade de empregar este equipamento moderno que estão comprando, se têm estratégia. Por enquanto, está tudo na retórica”, disse o pesquisador.
Uma frota de submarinos moderna perto do Brasil também será uma fonte de preocupação para um porta-aviões brasileiro, na opinião do pesquisador da Universidade Federal de Juiz de Fora.
“Vai ser uma preocupação a mais para o Brasil levar um porta-aviões para aquela região, porque pode ser alvo desses submarinos com facilidade”, afirmou.
Olá Marino,
Dada essa mini-corrida armentista iniciada pela Venezuela (em boa hora, diga-se de passagem) você acha que a decisão do Brasil em optar pelo U-214 sem AIP foi correta? Isso pode ter alguma influência na manutenção de nossa liderança na AS?
Grande abraço.
Tanto o 214, como o Scorpene, são submarinos de última geração. O AIP é fundamental em mares fechados, cobertos por sistemas de detecção instalados até em terra, como o Báltico e o Mediterrâneo. Nestes mares, se o sub iça o mastro para esnorquear tem grande possibilidade de ser detectado. Então o AIP extende o período sem necessidade de se expor,
quando em sua zona de patrulha, navegando a baixíssima velocidade. Para nós, que temos o Atlântico aqui na frente, e para o Chile, com o Pacífico, o AIP é introduzir um novo sistema logístico, caro, considerado pelo Almirantado como dispensável, pelo menos na atual fase de desenvolvimento.
No futuro, quando as células de combustível (sistema alemão) conseguirem suportar altas velocidades sem descarregar, acho que valerá a pena. Hoje não. Mas pode ser que tenhamos que comprar com o AIP, vamos aguardar as decisões que vem por aí.
Forte abraço