Greve Militar

Área destinada para discussão sobre os conflitos do passado, do presente, futuro e missões de paz

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Bravo Victor
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Greve Militar

#1 Mensagem por Bravo Victor » Seg Jun 25, 2007 12:59 am

Olá para todos. Este é o meu primeiro post no fórum, e agradeço ao administrador por ter aceito meu registro.

Aproveito para postar um texto recente, de autoria do Gen Div Murillo Neves Tavares da Silva. O texto expressa o que penso da conjuntura em que se encontram as briosas FFAA, em palavras melhores do que as minhas:

GREVE MILITAR

Ouvi, estarrecido, no noticiário da TV Globo, que uma medida provisória, com a concessão de uma gratificação para controladores de vôo, estaria pronta. Mas só seria enviada ao Congresso, quando fossem resolvidos os problemas com o pessoal envolvido. Cessados os atrasos, retornando os sargentos ao chão de fábrica, digo, aos consoles de controle considera-se que está tudo bem e o governo lhes concede um abono. Em suma, poder-se-á dizer que a primeira greve militar foi bem sucedida e, por isso, deve-se esperar que outras venham a eclodir. Se, na gloriosa Força Aérea Brasileira, dá-se destaque a uma de suas especialidades, como agir quando outras também resolverem parar de executar suas missões em busca do mesmo aumento salarial? Lembro-me de que, nas manifestações das esposas de militares realizadas na Esplanada dos Ministérios, com vistas a reajustes de vencimentos, havia uma faixa que dizia mais ou menos assim: “Voar é fácil, fazer voar é que é difícil.” Parecia um recado aos senhores oficiais aviadores de seus mecânicos, por meio de suas esposas de orçamentos apertados. E se a coisa se alastra para os também gloriosos Exército Brasileiro e Marinha do Brasi? Assistiremos, então, à instalação da anarquia nas Forças Armadas Brasileiras. A quem interessa essa anarquia é trabalho para os órgãos de inteligência das três forças.

Se fizermos um retrospecto de fatos já consumados, evidencia-se que, desde o governo do marxista arrependido FHC, o desgaste imposto aos militares vem num crescendo indisfarçável a começar pela criação do Ministério da Defesa. Analisem-se os ministros nomeados e chega-se à conclusão de que nenhum deles teria condições mínimas para ocupar a pasta. Passou-se a falar, então, nas nefandas indenizações para notórios criminosos e maus patriotas, que tentaram implantar o regime comunista no Brasil. E, do falar, chegaram aos juristas esquerdinhas, aos caçadores de ossadas, aos interessados em patrocínio de causas milionárias, aos muitos milhares de perseguidos e aos bilhões de reais das indenizações. Houve até um humorista que disse que a comunada não queria fazer revolução, mas investimento, isso sim... Contra elas, ao que me lembre, nenhuma reação oficial das Forças Armadas. A exoneração de um Comandante da Força Aérea por ter dito que, se havia algo contra o Ministro da Defesa, devia ser feita a investigação, foi absorvida sem traumas por sua gente, embora todos soubessem que ele estava certo no que expressara. A absorção também foi tranqüila nas forças irmãs. Sucederam-se inúmeras outras demonstrações de desapreço dos governantes e de seus próximos. Inesquecível foi o bocejo da Sra. Ruth Cardoso, em uma parada de 7 de Setembro, como a retratar seu tédio por estar ali vendo aqueles “gorilas” passarem... Condecorações distribuídas, dentro da linha de “convivência dos contrários”, eram retribuídas como o não comparecimento para recebê-las. O discurso do Presidente da República chamando oficiais-generais de “bando” não causou estranheza a nenhum deles e nem se soube de reação no âmbito das forças. O episódio das falsas fotografias do Herzog, que resultou em determinação para um pedido público de desculpas por parte do Comandante do Exército, é tão deprimente que nem merece comentário longo. Contingenciamento de dotações orçamentárias e até mesmo de recursos descontados dos militares para seus fundos de saúde, causando transtornos à administração e constrangimento ao moral dos efetivos, foram e são constantes. Alimentação, peças de reposição, fardamento, armas e munições, um sem fim de carências. Pálidos discursos para ouvidos deliberadamente moucos... Aí, então, a esquerda canalha e revanchista encastelada no poder deduziu: “Esses caras não são de nada! Vamos em frente.” O primeiro teste foi contra um coronel reformado, heróico combatente de terroristas em São Paulo. Processado para que um tribunal o declare, oficialmente, como torturador, ele apelou para seu Comandante e a resposta é que nada podia ser feito porque a coisa estava na Justiça. Outras agressões e desfeitas, até chegar à suprema desfaçatez de glorificar o desertor assassino Carlos Lamarca. Nem adianta mais comentar, tantas foram as manifestações contrárias nos meios de comunicação e até no Congresso Nacional. Só não as vimos nas Forças Armadas.

Assim, de recuo em recuo, de baixar a cabeça, de aceitar o que vier, em nome de uma disciplina e de uma lealdade incompreendida por desleais, chegamos à indisciplina do motim. Ou alguém acha que os de menor patente não sentem que lhes falta comando. Ou alguém acha que um aspirante-a-oficial do Exército está contente, sabendo, pelas tabelas divulgadas pela Internet, que ganha menos do que um soldado (isso mesmo, um soldado) da Polícia Militar de Brasília. Diga-se de passagem, uma boa polícia e paga pelo Governo Federal, o mesmo que remunera o aspirante. Quando o Presidente da República mandou o Ministro do Planejamento e uma funcionária da Casa Civil negociar com controladores amotinados, o Comandante da FAB devia ter saído. Não o fez. Agora, agüente as conseqüências. Quando o Presidente da República exigiu, em curtíssimo prazo, que lhe apresentassem soluções para que não se repetissem os apagões e ninguém lhe deu bola, ele devia ter saído ou exonerado todos os que não obedeceram. Não o fez. Agora, agüente as conseqüências. E o povo? Como a maioria optou pelo desgoverno e pelos escândalos dos primeiros quatro anos petista, agora agüente as conseqüências.

Gen Div Murillo Neves Tavares da Silva

Brasília, DF, 23 de junho de 2007.

Autorizada a reprodução e divulgação, desde que conservado nome do autor.




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#2 Mensagem por Dieneces » Seg Jun 25, 2007 1:16 am

Bem-vindo Bravo Victor , que esse seu primeiro post seja o prenúncio de muitos. Esperemos que com assuntos mais agradáveis , porém igualmente verdadeiros ao conteúdo deste.




Brotei no Ventre da Pampa,que é Pátria na minha Terra/Sou resumo de uma Guerra,que ainda tem importância/Sou Raiz,sou Sangue,sou Verso/Sou maior que a História Grega/Eu sou Gaúcho e me chega,p'ra ser Feliz no Universo.
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#3 Mensagem por Clermont » Seg Jun 25, 2007 7:05 pm

Não existe "greve militar". Existe motim. Aliás, do meu ponto de vista, isso também devia se aplicar às polícias civis estaduais e à Polícia Federal. Eu não aceito a greve dos policiais. Nesse ponto, concordo com o autor. Porém, no geral, o texto assume o tom típico das chamadas "viúvas da ditadura", e com isso, eu não concordo.

Eu posso até concordar na crítica à cretinice, à irresponsabilidade, à toda a conversa fiada de juristas e advogados e assemelhados em defender aquilo que é indefensável, no caso, a ridícula "promoção à general" de Bandido Lamarca.

Mas, não é com insinuações de anseios golpistas primitivos que se resolverá isso. No caso de Bandido Lamarca, alguém - ou alguma entidade - devia ter entrado com algum tipo de processo na justiça para impedir aquilo. E ponto. Caso tivesse sucesso, ótimo, caso contrário, que lástima. Mas não é por causa de um bandido vulgar como Lamarca, ou por causa dos parasitas que estão se locupletando com os resultados de 1964 - como o tal do "feto-vítima da repressão" -, que se vai jogar no lixo, trinta anos de história do Brasil, desde o início da Abertura com o general Geisel.

O jeito é ir viivendo. A gente aperta o nariz, quando aparecer algum advogado com "justificativas democráticas e amplamente apoiadas na lei" para a concessão do posto de general a um bandido assassino e desertor; vamos vivendo com a burrice e a incompreensão de lideranças políticas civis, das peculiaridades da disciplina militar, como foi o caso da inicial recusa do presidente Inácio da Silva em impor a repressão aos amotinados do controle aéreo (embora, pelo que tenho visto, ele já tenha se arrependido. Não é comum, ouvir da boca de petistas, as palavras "obediência à disciplina", como tem pronunciado Inácio da Silva, nos últimos dias).

De resto, ao invés de se gastar o teclado com excesso de choro sobre o tal de "Bolsa-Terrorista", o mais sensato é compreender que, daqui há mais uns, digamos, 30 anos, toda aquela geração que participou - seja de que lado for - dos episódios de 1964-1975, vai estar totalmente extinta. Aí, não vai haver mais gastos do tesouro com pensões e coisas do gênero. Portanto, que isso sirva de lição, para muita gente que ainda fica ruminando fantasias descabidas de um novo "1964": nenhuma ditadura perdura, eternamente. Um dia ela acaba. E, depois, no dia seguinte, vão ser os nossos filhos e netos, que vão ter de pagar imposto de renda para dar pensão às futuras vítimas da repressão do novo "1964".

Vamos segurando a nossa atual democracia até daqui há uns 30 anos, e, com o fim daquela geração dos anos 60, esperemos, também, que desapareça essa cisão dentro da nossa sociedade. Eu sou otimista. Ainda acredito que o Brasil vai se ver livre do pensamento socialista marxista-leninista por meios naturais, sem violência. Como tem acontecido em sociedades mais avançadas pelo mundo afora.

Eu acredito, até, que vai chegar o dia em que "as tradições jurídicas brasileiras" ainda vão parar numa lixeirinha fedorenta do banheiro mais sujo e vagabundo, do botequim mais pobre e decadente da Vila Mimosa...

Ou alguém acha que um aspirante-a-oficial do Exército está contente, sabendo, pelas tabelas divulgadas pela Internet, que ganha menos do que um soldado (isso mesmo, um soldado) da Polícia Militar de Brasília.


Ué, e alguém se importa se aspirantes estão contentes ou não? Mas se nem oficiais ele ainda são! E, quanto a querer ganhar mais que um soldado da PM, antes, eles deviam experimentar ir trocar tiro com bandidos, de madrugada.

Ainda espero estar vivo para ver o dia em que algum governo vai retirar, totalmente, ao Exército qualquer influência nas polícias ostensivas estaduais. Principalmente, as correspondências hierárquicas. Nesse dia, nunca mais vamos ter de ler essas odiosas comparações das funções de duas corporações com missões diametralmente opostas.




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#4 Mensagem por Marino » Seg Jun 25, 2007 9:15 pm

Ouvi que um deputado, de nome Waldomiro Costa, alguma coisa assim, creio que do PMDB, está com o projeto de lei para autorizar a sindicalização e direito a greve dos militares.
Seu raciocínio é simples: ganham pouco pq não são sindicalizados e não podem fazer greve.
Lindo não?




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#5 Mensagem por Wolfgang » Seg Jun 25, 2007 9:34 pm

Marino escreveu:Ouvi que um deputado, de nome Waldomiro Costa, alguma coisa assim, creio que do PMDB, está com o projeto de lei para autorizar a sindicalização e direito a greve dos militares.
Seu raciocínio é simples: ganham pouco pq não são sindicalizados e não podem fazer greve.
Lindo não?


Simples. Quando o bicho pegar, manda ele e a família para o front.




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#6 Mensagem por alcmartin » Seg Jun 25, 2007 9:38 pm

É de um absurdo que só é possível vindo de um politico mesmo... :evil: :evil: :evil:




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#7 Mensagem por Dieneces » Ter Jun 26, 2007 1:46 am

O termo Greve Militar usado nesse artigo , para quem não entendeu , insinua uma sindicalização nas FFAA nacionais , decorrente dos fatos recentes envolvendo , notadamente , militares da FAB.




Brotei no Ventre da Pampa,que é Pátria na minha Terra/Sou resumo de uma Guerra,que ainda tem importância/Sou Raiz,sou Sangue,sou Verso/Sou maior que a História Grega/Eu sou Gaúcho e me chega,p'ra ser Feliz no Universo.
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#8 Mensagem por Guerra » Ter Jun 26, 2007 9:16 am

Dieneces escreveu:O termo Greve Militar usado nesse artigo , para quem não entendeu , insinua uma sindicalização nas FFAA nacionais , decorrente dos fatos recentes envolvendo , notadamente , militares da FAB.


A sindicaçização nas FAs começou no governo FHC, justamente na FAB. Procurem o site da APEB e vejam quando e como foi fundada.




A HONESTIDADE É UM PRESENTE MUITO CARO, NÃO ESPERE ISSO DE PESSOAS BARATAS!
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#9 Mensagem por Bravo Victor » Ter Jun 26, 2007 9:35 am

Clermont escreveu:Porém, no geral, o texto assume o tom típico das chamadas "viúvas da ditadura", e com isso, eu não concordo. [...] Mas, não é com insinuações de anseios golpistas primitivos que se resolverá isso.

Discordo respeitosamente destas afirmações. Não vejo insinuação alguma de golpe nas palavras do general. Muito pelo contrário, o texto expõe claramente que as FFAA pautam-se pelo estrito cumprimento de seu papel em um regime democrático. O general cita vários casos recentes em que ingerências e desatinos dos poderes constituídos foram impingidos às FFAA, e prontamente aceitos. Não há qualquer interferência por parte das FFAA na política, o que é o correto, em que pese a estirpe da maioria de nossos governantes. As FFAA, caladas, prestam continência a marginais.

Tudo muito natural, há que se dizer. Os governantes e legisladores foram eleitos, afinal. As forças armadas de hoje pagam caro pelos supostos pecados cometidos durante a ditadura, encerrada há mais de 20 anos. Aliás, "o desgaste imposto aos militares" citado pelo Gen Div Murillo, fruto do revanchismo histórico, atingirá as FFAA por mais algumas décadas, creio eu. Quem perde é a Nação.

O real problema abordado pelo texto surge quando, no desenrolar dos fatos, a insatisfação salarial de praças de carreira aliada à sanha sindicalista do governo leva a uma situação muito parecida com uma greve bem-sucedida. O general chega a falar do retorno dos sargentos "ao chão de fábrica". Como você mesmo coloca, isso é motim.

E o motim é inaceitável.

O texto não insinua anseio golpistas, mas sim trata do repúdio à possiblidade de que o motim seja recompensado. Daí o nome, "greve militar".

Clermont escreveu:Eu não aceito a greve dos policiais.

Concordo.

Clermont escreveu:Ué, e alguém se importa se aspirantes estão contentes ou não? Mas se nem oficiais ele ainda são! E, quanto a querer ganhar mais que um soldado da PM, antes, eles deviam experimentar ir trocar tiro com bandidos, de madrugada.[...]

Nesse dia, nunca mais vamos ter de ler essas odiosas comparações das funções de duas corporações com missões diametralmente opostas.

Extremamente infeliz essa sua colocação. Em um momento, voce compara as funções de um oficial do EB com as de um Sd PM. No parágrafo seguinte, voce critica as "odiosas comparações das funções de duas corporações com missões diametralmente opostas", justamente a comparação que voce havia acabado de fazer.

Quanto à greve de policiais e ao baixo salário dos militares, estamos de acordo. Um homem não se torna militar (ou policial) para ganhar dinheiro. Trata-se de uma vocação, um chamado. Os salários de uma carreira militar estão claramente impressos nos editais de concurso. Quem não quiser, que não se habilite.

(Ao explorar alguns tópicos aqui do fórum, vejo muitos jovens com dúvidas, próprias da idade, a respeito de se seguir uma carreira militar. Alguns querem saber se o salário "compensa", se há maneiras de ser promovido rapidamente, etc. A estes, aconselho que sigam outra carreira. Aliás, me arrisco a dizer que se há hesitação de qualquer tipo, a carreira militar provavelmente não é para voce. Já àqueles que sabem, sempre souberam, que seu caminho leva às FFAA, por favor sigam em frente. Juntem-se às nossas forças armadas, pois se não o fizerem podem se arrepender pelo resto da vida.)

O salário de um oficial não foi sempre assim, semelhante ao de um Sd PM. Creio que o general quis, ao comparar os salários, apontar o profundo processo de decadência por que passam as FFAA.

Agradeço ao Dieneces pelas boas vindas, e ao Clermont e outros pelas respostas. Espero que possamos nos encontrar novamente em muitos debates como esse.




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#10 Mensagem por alcmartin » Ter Jun 26, 2007 10:54 am

SGT GUERRA escreveu:
Dieneces escreveu:O termo Greve Militar usado nesse artigo , para quem não entendeu , insinua uma sindicalização nas FFAA nacionais , decorrente dos fatos recentes envolvendo , notadamente , militares da FAB.


A sindicaçização nas FAs começou no governo FHC, justamente na FAB. Procurem o site da APEB e vejam quando e como foi fundada.


Caramba... :shock: aonde vamos parar...
FORÇAS ARMADAS
GUERRA POR CIDADANIA I

Um número crescente de militares de baixa patente questiona
o tradicional código de disciplina do Exercito
e busca seus direitos na Justiça

MAURICI0 DIAS

No dia 20 de Agosto o General Claudimar Magalhães Nunes, comandante da Academia Militar das Agulhas Negras, em Resende, no Rio de Janeiro, determinou a abertura de Inquérito Policial Militar (IPM) contra o subtenente Edmundo Veloso de Lima, por suposto crime "contra a autoridade ou disciplina militar". A decisão, publicada em Boletim Reservado, apoiou-se no texto de um editorial do jornal da Associação de Praças do Exército (APEB), em que Veloso critica pesadamente os regulamentos disciplinares draconianos aos quais estão submetidos os militares:

"Nós, Praças do Exército Brasileiro, temos sofrido também incontáveis tipos de afrontas, descasos e ilegalidades. É chegada a hora de derrotarmos os fantasmas que nos amedrontam e intimidam há muito tempo".

E mais:

"Alerta, companheiros! Preparem-se! Ajustem vossos equipamentos intelectuais pois o embate não tarda (...) O ritmo alucinante da vida nesse planeta globalizado (...) não permite que continuemos algemados em travas de regulamentos e normas anacrônicos reacionários, brutais e subversivos à dignidade da pessoa humana e aos princípios constitucionais..."
Associação, luta por direitos, união dos militares subalternos que, vez por outra, denunciam transgressões administrativas, pequenas corrupções, sempre provocaram urticária nos escalões militares superiores. Sornam-se sempre a isso as diferenças sociais dos países latino-americanos e as desigualdades dentro da própria corporação.

Essa foi a escala de ascenção do general Hugo Chavez, na Venezuela. Nos anos 1970, praças e jovens oficiais iniciaram um movimento - hoje chamado de "chavizmo"- com as mesmas conotações do movimento que brota nos quartéis brasileiros. Embora haja, até agora, uma diferença fundamental que pode ser entrevista no texto do confuso editorial: os limites constitucionais.
...


http://www.defesanet.com.br/md/carta_270.htm




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#11 Mensagem por Marino » Ter Jun 26, 2007 11:10 am

Ué, e alguém se importa se aspirantes estão contentes ou não? Mas se nem oficiais ele ainda são! E, quanto a querer ganhar mais que um soldado da PM, antes, eles deviam experimentar ir trocar tiro com bandidos, de madrugada.[...]

Nesse dia, nunca mais vamos ter de ler essas odiosas comparações das funções de duas corporações com missões diametralmente opostas.

Extremamente infeliz essa sua colocação. Em um momento, voce compara as funções de um oficial do EB com as de um Sd PM. No parágrafo seguinte, voce critica as "odiosas comparações das funções de duas corporações com missões diametralmente opostas", justamente a comparação que voce havia acabado de fazer.

Quanto à greve de policiais e ao baixo salário dos militares, estamos de acordo. Um homem não se torna militar (ou policial) para ganhar dinheiro. Trata-se de uma vocação, um chamado. Os salários de uma carreira militar estão claramente impressos nos editais de concurso. Quem não quiser, que não se habilite.

(Ao explorar alguns tópicos aqui do fórum, vejo muitos jovens com dúvidas, próprias da idade, a respeito de se seguir uma carreira militar. Alguns querem saber se o salário "compensa", se há maneiras de ser promovido rapidamente, etc. A estes, aconselho que sigam outra carreira. Aliás, me arrisco a dizer que se há hesitação de qualquer tipo, a carreira militar provavelmente não é para voce. Já àqueles que sabem, sempre souberam, que seu caminho leva às FFAA, por favor sigam em frente. Juntem-se às nossas forças armadas, pois se não o fizerem podem se arrepender pelo resto da vida.)

O salário de um oficial não foi sempre assim, semelhante ao de um Sd PM. Creio que o general quis, ao comparar os salários, apontar o profundo processo de decadência por que passam as FFAA.

Comparar o que cada instituição faz não leva a nada. Os oficiais estão levando tiros de madrugada no Haiti, junto com a tropa, e não fazem o mesmo no Brasil por falta de coragem moral do governo em decretar intervenção no Rio, ou do governador em reconhecer que perdeu o controle do estado.
Temos que ter em mente que a fonte pagadora de um soldado da PM de Brasília é a mesma do soldado das FFAA. Para um há um salário digno, para outro falta recurso.
Soube que um soldado da Força Nacional, esta que está no Rio, ganha R$ 5.600,00 reais por mês, mais o seu soldo do estado de origem, mais uma diária de R$130,00, chagando alguns a R$ 14.700,00 por mês.
Isto vindo do mesmo "saco" de dinheiro que paga não somente as FFAA, mas também os Funcionários Públicos.




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#12 Mensagem por Guerra » Ter Jun 26, 2007 12:44 pm

Um homem não se torna militar (ou policial) para ganhar dinheiro. Trata-se de uma vocação, um chamado. Os salários de uma carreira militar estão claramente impressos nos editais de concurso. Quem não quiser, que não se habilite.


Faz tempo que eu tenho isso em mente. Eu desisti de esperar qualquer melhoria de vida vindo da carreira militar, por isso eu procuro ganhar meu dinheiro de outras formas, ou seja, sou um transgressor do regulamento.
Eu penso que essa história de vocação militar para justificar baixos salários é ultrapassada. Nós vivemos numa sociedade onde sem dinheiro o homem não é nada. No nosso mundo a unica coisa que satisfaz nossas necessidades é o dinheiro, e esse é o unico meio eficaz de incentivar um homem a realizar bem o seu trabalho. Ou vocês acham que alguém trabalharia numa empresa e se contentaria de no final do mês ganhar uma medalha pelo seu trabalho?
Nós podemos até ter no EB um oficial ganhando igual a Sd da PM, mas o que vamos ter é um oficial com o mesmo nivel de um Sd da PM. É ilusão achar que vamos ter os melhores apelando pela paixão a profissão.

A vocação é importante, mas sustentar minha familia é muito mais, por isso eu já não aconselho a ninguém a seguir a carreira militar (mas também não digo para não seguir). Com o meu filho eu digo que eu vou fazer de tudo para ele não ser militar.
Outro dia eu estava conversando com um coronel sobre vocação e soltei essa que eu não quero que meu filho seja militar e ele disse: "mas nem na AMAN?". Eu respondi: "O senhor deixaria um filho seu ser sargento? Pois eu nem penso nessa possibilidade."




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#13 Mensagem por Guerra » Ter Jun 26, 2007 12:47 pm

Enquanto isso em num pais chamado tão-tão-distante...


Chávez dá aumento a militares

Presidente eleva soldos em 30% e apresenta plano para reestruturar as Forças Armadas

AFP, Efe e AP, Caracas



O presidente venezuelano, Hugo Chávez, anunciou um aumento de 30% nos salários dos militares do país. “Apesar de estar claro que quem se mete a soldado não pode aspirar a ser milionário, vocês têm direito de viver dignamente”, disse o presidente, durante um discurso para militares venezuelanos na noite de domingo.

Tenente-coronel da reserva do Exército, Chávez limpou as Forças Armadas do país de oficiais oposicionistas depois do golpe que lhe tirou do poder por 48 horas em 2002. Hoje, o presidente tem nos quadros militares uma importante base de apoio de seu governo.

Criticado por seu ambicioso projeto para reaparelhar o Exército, Chávez também anunciou um programa para completar até 2011 a profissionalização das tropas venezuelanas. O objetivo seria, segundo o presidente, prepará-las para uma “possível invasão dos EUA” e permitir que elas se especializem em ações que exijam “um sentido mais estratégico”, deixando o restante das atribuições para milícias populares.

Numa entrevista ao jornal venezuelano Últimas Notícias publicada ontem, Chávez explicou ainda que mudanças na estrutura do Exército serão incluídas no projeto de reforma constitucional que deve ser apresentado pela Assembléia Nacional em julho. A reforma deve modificar a atual Constituição Bolivariana, aprovada em 1999, e será submetida a um referendo popular.

Segundo o presidente, além das mudanças no Exército, ela incluirá o estabelecimento de reeleições indefinidas (leia ao lado) e sedimentará os princípios socialistas na Venezuela. “Só não estou de acordo que os militares atuem em um partido político. Isso não estará previsto na Constituição”, afirmou o presidente. “Como está é suficiente.”



CASO RCTV

Parlamentares da Venezuela e dos quatro países fundadores do Mercosul - Brasil, Paraguai, Uruguai e Argentina - participaram ontem de um encontro Legislativo do bloco em Montevidéu, no Uruguai. A comitiva brasileira pretendia pôr em discussão o caso da emissora Rádio Caracas Televisão (RCTV), mas desistiu na última hora.

Única emissora de alcance nacional que se mantinha na oposição a Chávez, a RCTV saiu do ar há quase um mês por uma decisão do governo venezuelano que motivou críticas de diversos países e organizações internacionais. Sua freqüência foi ocupada pela Televisão Venezuelana Social (Teves), emissora financiada pelo Estado e coordenada por profissionais indicados pelo Executivo.

O Ministro das Telecomunicações, Jesse Chacón, admitiu ontem que a nova emissora governista “não consegue alcançar os índices de audiência” das TVs comerciais ou mesmo da Venezuelana de Televisão (VTV), a outra emissora estatal. A RCTV era o canal mais popular da Venezuela, com índices de audiência de cerca de 40%.




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#14 Mensagem por Dieneces » Ter Jun 26, 2007 12:48 pm

Marino , concordo em muito com o que disseste , mas a remuneração do FNS não é tão elevada assim , acho que eles recebem um valor mais reduzido , mas vamos aguardar que alguém que esteja bem a par do assunto nos informe com precisão...




Editado pela última vez por Dieneces em Ter Jun 26, 2007 12:50 pm, em um total de 1 vez.
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#15 Mensagem por Guerra » Ter Jun 26, 2007 12:49 pm

Mais um exagero do Godoy ou do Chavez?

Venezuelano deve fechar compra de 5 submarinos

Chávez prepara-se para gastar US$ 1,5 bilhão em Moscou

Roberto Godoy



O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, chega quinta-feira a Moscou com uma agenda repleta de compromissos e uma definição importante na área de defesa - a compra de toda uma frota de cinco poderosos submarinos de ataque e, eventualmente, a expansão da encomenda de supersônicos Su-30. Dos 24 caças adquiridos em 2006, o pacote pode chegar agora a 60 aviões.

Chávez admitiu esta semana que pretende “acertar o contrato (dos submarinos), se as condições forem favoráveis”. O valor estimado da operação é de US$ 1,5 bilhão, sem o armamento. A agência russa para venda de equipamentos e sistemas militares, a Rosoboronexport, admite negociações sobre duas diferentes embarcações, ambas com raio de ação de 13,5 mil quilômetros. A primeira envolve o tipo Amur, um modelo leve desenvolvido pelos projetistas do bureau Rubin e construído nos Estaleiros do Almirantado. Deslocando 1.675 toneladas (ou 2.800 quando submerso), é destinado exclusivamente ao mercado externo. Muito veloz, com capacidade para fazer até 21 nós, leva 18 torpedos de 533 mm. Também pode lançar até quatro mísseis de cruzeiro da linha Alfa ou Onik, com ogivas de 250 quilos e alcance na faixa de 200 km. A configuração prevê ainda combinação com dez mísseis antiaéreos ou táticos, mar-terra, com menor raio de ação.

O casco do Amur mede 67,7 metros e é totalmente recoberto com uma manta sintética destinada a confundir os sinais dos sonares de detecção subaquática. O navio, de 67 tripulantes, é equipado com avançados recursos para redução de ruído.



CLASSE KILO

A outra possibilidade em análise pela equipe técnica da Marinha venezuelana é uma plataforma maior e mais forte, a terceira geração do submarino Kilo, uma herança da Guerra Fria.

As séries oferecidas para exportação, 877E e 877EKM, foram tão modernizadas que equivalem, na prática, a um novo navio de combate. De acordo com o engenheiro Yuri Kormilitsin, chefe do bureau Rubin, “toda a propulsão foi trocada e a eletrônica de bordo é de quinta geração - tudo isso, entretanto, sem prejuízo das qualidades originais de manobrabilidade, facilidade para operar em condições adversas e em águas de profundidades diversas”.

Há entre 17 e 20 novos submarinos Kilo em uso nas forças navais de seis países. É um navio maior que o Amur, deslocando 2.350 toneladas (4.000 submerso), e mais veloz, na faixa de 25 nós. Não há o que se compare na América Latina - nem mesmo o modelo IKL-124, de tecnologia alemã, que está sendo adquirido pelo Comando da Marinha do Brasil com transferência de conhecimento e projeto.

O armamento é composto por 20 torpedos de 533 mm, 24 minas e 18 mísseis: 16 antiaéreos leves Igla e Strela, para atingir alvos entre 4,2 km e 5,5 km; mais 2 Oniks, de cruzeiro.

O engenheiro Kormilitsin aponta como “avanços significativos” a modificação de duas das seis câmaras disparadoras dianteiras, preparadas para receber o torpedo russo de alto desempenho Shkval-E. Lançado dentro de uma espécie de bolha de ar comprimido, viaja por 13 km levando 210 quilos de explosivos a 400 km/h.

Todas as armas de bordo são controladas eletronicamente. A recarga dos tubos exige apenas 15 segundos.

A expansão da frota de supersônicos Sukhoi-30, de 24 para 60 aeronaves, é considerada “mera especulação” por um assessor de Hugo Chávez, o general Albertto Müller.

O próprio presidente venezuelano afirmou, durante uma visita ao esquadrão aéreo Simón Bolívar - que serve de base para os oito primeiros Su-30 recebidos pela aviação militar -, que esse lote pode crescer, desde que seja possível realizar a integração final, ou parte da montagem, na Venezuela. O Su-30 tem autonomia de 3 mil km. Transporta 9 toneladas de bombas inteligentes, mísseis e cargas diversas de ataque.




A HONESTIDADE É UM PRESENTE MUITO CARO, NÃO ESPERE ISSO DE PESSOAS BARATAS!
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