Só possoPatton escreveu:soultrain escreveu:War In Iraq Cannot Be Won: Former British Army Chief
By AGENCE FRANCE-PRESS, LONDON
There is “no way” the war in Iraq can be won by the U.S. and its allies, a former British Army commander said June 1 as he called for the troops to be withdrawn.
General Sir Michael Rose, who commanded the United Nations Protection Force in Bosnia-Herzegovina from 1994 to 1995, said coalition forces in Iraq were facing an impossible situation.
“There is no way we are going to win the war and [we should] withdraw and accept defeat because we are going to lose on a more important level if we don’t,” he said.
Though the coalition could not simply “cut and run,” Rose said announcing a withdrawal date would help to dampen down the violence between Sunni, Shia and Kurdish factions.
“Give them a date and it is amazing how people and political parties will stop fighting each other and start working towards a peaceful transfer of power,” he said.
Rose was speaking at the annual Hay Festival of Literature and the Arts in Hay-on-Wye, on the Welsh border with England.
The retired general, who has written a book on the American War of Independence, made comparisons with the 1775-1783 conflict between Britain and the thirteen colonies.
He said: “How was it a small and extremely determined body of insurgents, thieves and deserters could inflict such a strategic and potentially disastrous defeat on the most powerful nation in the world? The answer will be familiar to anybody who is looking at what is happening in Iraq today.
“Those who don’t read history are condemned to repeat the mistakes of the past.”
He said the allies in Iraq should have deployed more troops and not used a conventional war strategy.
“You don’t win wars by regime change but by changing attitudes,” he said.
He said that Iraq should have been low on the priority list compared to Afghanistan, conflicts in Africa and the battle against international terrorists.
Esse homen e' bobo de mais. Agora entendo porque ele e' um "Former British Army Cheif."
Os Britanicos lutam bem. Pena que nao tem nehuma caraterisica de lideranca e precisam Americanos para mandar neles o que tem que fazer.
Iraque - Noticias de Guerra
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- soultrain
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No tempo da Margaret isso não aconteceria.Paisano escreveu:Patton escreveu:Os Britanicos lutam bem. Pena que nao tem nehuma caraterisica de lideranca e precisam Americanos para mandar neles o que tem que fazer.
Suprema ironia.
Brotei no Ventre da Pampa,que é Pátria na minha Terra/Sou resumo de uma Guerra,que ainda tem importância/Sou Raiz,sou Sangue,sou Verso/Sou maior que a História Grega/Eu sou Gaúcho e me chega,p'ra ser Feliz no Universo.
- soultrain
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Mas o que é que aconteceu, que não percebi? Um General Inglês dizer o que muitos Generais Americanos já disseram? Que é do conhecimento até dos mais ignorantes? Que o Bush e seus falcões fizeram uma borrada militar enorme, sem falar da borrada politica? Claro que eles são completos ignorantes sobre estratégia militar e deviam ter aceitado as sugestões de quem sabe.
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- Clermont
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Patton escreveu:Os Britanicos lutam bem. Pena que nao tem nehuma caraterisica de lideranca e precisam Americanos para mandar neles o que tem que fazer.
Se existissem súditos da Rainha por aqui, imagino como se sentiriam, diante de um insulto desses vindo de um cidadão de uma nação aliada, em tempo de guerra.
Mas, talvez, esses súditos pensassem que é isso mesmo que a Grã-Bretanha merece, por ter sacrificado as vidas de mais de 100 de seus militares, por uma guerra insensata, sem perspectiva, sob a liderança de um país tomado pelo fundamentalismo, pela arrogância e pela sede de poder. Tudo disfarçado por asneiras como "vamos dar uma chance aos iraquianos"; "vamos difundir os valores universais da democracia"; "ou vamos travar a Global War On Terrorism".
Do governo do senhor Bush, nada se podia esperar mesmo, mas realmente, foi uma lástima o papel desempenhado por alguém que era considerado um político moderno e sofisticado, como Tony Blair.
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Patton escreveu:soultrain escreveu:War In Iraq Cannot Be Won: Former British Army Chief
By AGENCE FRANCE-PRESS, LONDON
There is “no way” the war in Iraq can be won by the U.S. and its allies, a former British Army commander said June 1 as he called for the troops to be withdrawn.
General Sir Michael Rose, who commanded the United Nations Protection Force in Bosnia-Herzegovina from 1994 to 1995, said coalition forces in Iraq were facing an impossible situation.
“There is no way we are going to win the war and [we should] withdraw and accept defeat because we are going to lose on a more important level if we don’t,” he said.
Though the coalition could not simply “cut and run,” Rose said announcing a withdrawal date would help to dampen down the violence between Sunni, Shia and Kurdish factions.
“Give them a date and it is amazing how people and political parties will stop fighting each other and start working towards a peaceful transfer of power,” he said.
Rose was speaking at the annual Hay Festival of Literature and the Arts in Hay-on-Wye, on the Welsh border with England.
The retired general, who has written a book on the American War of Independence, made comparisons with the 1775-1783 conflict between Britain and the thirteen colonies.
He said: “How was it a small and extremely determined body of insurgents, thieves and deserters could inflict such a strategic and potentially disastrous defeat on the most powerful nation in the world? The answer will be familiar to anybody who is looking at what is happening in Iraq today.
“Those who don’t read history are condemned to repeat the mistakes of the past.”
He said the allies in Iraq should have deployed more troops and not used a conventional war strategy.
“You don’t win wars by regime change but by changing attitudes,” he said.
He said that Iraq should have been low on the priority list compared to Afghanistan, conflicts in Africa and the battle against international terrorists.
Esse homen e' bobo de mais. Agora entendo porque ele e' um "Former British Army Cheif."
Os Britanicos lutam bem. Pena que nao tem nehuma caraterisica de lideranca e precisam Americanos para mandar neles o que tem que fazer.
Bem, pelo menos concordo com o final dos comentarios que ele fez mas o inicio e' um absurdo.
Patton, você tem alguma ideia de quantos dos vossos generais na reforma já disseram a mesmissima coisa?
Entretanto a maior parte das forças do US Army já tem data de volta a casa, final de 2008...
- Sintra
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Dieneces escreveu:No tempo da Margaret isso não aconteceria.Paisano escreveu:Patton escreveu:Os Britanicos lutam bem. Pena que nao tem nehuma caraterisica de lideranca e precisam Americanos para mandar neles o que tem que fazer.
Suprema ironia.
Tens toda a razão, no tempo da Margaret, em condições idênticas, os Britânicos tinham dito "ficamos de fora".
E de qualquer forma comparar um Primeiro Ministro com o calibre de um Tony Blair ou de uma Margaret Thatcher com uma nulidade como "W", só mesmo por piada.
- Rui Elias Maltez
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Os Britanicos lutam bem. Pena que nao tem nehuma caraterisica de lideranca e precisam Americanos para mandar neles o que tem que fazer.
Patton:
Já todo o mundo sabe que a Inglaterra é o caniche dos EUA em termos de politica externa, e que é a embaixada americana na União Europeia, ou seja, a Inglaterra não tem política externa.
Mas não precisava de humilhar os súbditos de Sua Magestade desse modo
- soultrain
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Clermont escreveu:Patton escreveu:Os Britanicos lutam bem. Pena que nao tem nehuma caraterisica de lideranca e precisam Americanos para mandar neles o que tem que fazer.
Se existissem súditos da Rainha por aqui, imagino como se sentiriam, diante de um insulto desses vindo de um cidadão de uma nação aliada, em tempo de guerra.
Mas, talvez, esses súditos pensassem que é isso mesmo que a Grã-Bretanha merece, por ter sacrificado as vidas de mais de 100 de seus militares, por uma guerra insensata, sem perspectiva, sob a liderança de um país tomado pelo fundamentalismo, pela arrogância e pela sede de poder. Tudo disfarçado por asneiras como "vamos dar uma chance aos iraquianos"; "vamos difundir os valores universais da democracia"; "ou vamos travar a Global War On Terrorism".
Do governo do senhor Bush, nada se podia esperar mesmo, mas realmente, foi uma lástima o papel desempenhado por alguém que era considerado um político moderno e sofisticado, como Tony Blair.
Muito bom comentário, mas se virmos a realidade é o US Army que tem que aprender com os Ingleses e não o contrário.
Desde que a ofensiva principal acabou, o US Army só tem feito erros atrás de erros. Muito por culpa dos politicos Americanos, mas tambem diga-se de passagem que aceitar ir para esse TO, que toda a gente sabia que era complicado, em Humvees's com M4 e sem haver uma politica de apróximação aos civis já se sabia o que ia dar, não era necessário ser bruxo.
O problema foi logo ter entrado em uma guerra sem haver uma justificação forte para os soldados, depois foi um avolumar de "pequenos pormenores".
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- Clermont
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O INIMIGO DO MEU INIMIGO – Como os insurgentes sunitas podem nos ajudar.
Por Fred Kaplan – 14 de junho de 2007.
Já é tempo de começar a pensar a sangue-frio sobre o que ainda podemos arrancar do Iraque.
Uma intrigante possibilidade está em amostra na província de Anbar, onde tropas americanas formaram uma aliança com insurgentes sunitas para o propósito comum de matar jihadistas da al-Qaida.
Esses insurgentes estavam matando soldados americans apenas uns poucos meses atrás. Eles podem voltar a fazer isso, uma vez que a operação esteja completa. Tal é a natureza da guerra de coalizão, especialmente quando nossos parceiros originais da coalizão, em sua maioria já pularam fora da guerra.
O ponto, admitidamente enervante, é que devemos formar tais tipos de joint ventures, com tanta freqüência, e em tantos lugares, quanto pudermos.
Os militares americanos tem várias missões no Iraque, todas as quais envolvem lidar com as conseqüências de ter ido à guerra por lá – e estragar com ela, tão egregiamente – em primeiro lugar. Tais missões incluem reforçar o novo governo de Bagdá, criar a ordem civil, debelar a violência sectária e derrotar os terroristas da al-Qaida.
O “reforço”, que o presidente Bush ordenou ano passado, e que está, agora, sendo completado, não se destinava a obter uma vitória militar (quase ninguém acredita que isso seja ainda possível) mas, antes, criar uma zona de segurança em Bagdá – um tanto de espaço para respirar – para permitir às facções em luta do governo de Bagdá alcançarem um entendimento.
Por todos os relatos, a perspectiva de entendimento parecem remotas. Nem o reforço teve sucesso em criar uma zona de segurança. Foi esperado que o reforço iria detonar um aumento nas baixas americanas. A campanha, afinal de contas, mobilizou milhares de soldados americanos para fora de suas grandes, bem-protegidas bases para dentro das localidades em ebulição que eles foram, agora, ordenados a defender. Eles foram para engajar o inimigo em combate cerrado, e, naturalmente, mais deles – americanos e o inimigo – iriam morrer no processo. Bush deixou essa equação clara desde o começo.
Mas não se esperava – e isso pode, apenas, ser interpretado como um sinal do fracasso do reforço – que as baixas civis iraquianas fossem, também, aumentar. O ponto do reforço era tornar a população civil mais segura. Mesmo assim, um relatório do Pentágono liberado quarta-feira, revela que as baixas civis agora excedem 100 por dia, a maior elevação até agora.
Os insurgentes, por sua vez, montaram seu próprio reforço, e esse parece estar batendo o nosso. Em um pungente artigo, na revista Time, o chefe do escritório de Bagdá, Bobby Ghosh cita o brigadeiro-general Joe Ramirez Jr, subcomandante do Centro de Treinamento de Armas Combinadas dos Estados Unidos, dizendo, “Para cada movimento que fazemos, o inimigo faz três... O inimigo muda técnicas, táticas e procedimentos há cada duas ou três semanas.”
É bem possível que muitas das missões dos militares americanos, simplesmente, não possam ser completadas. O general David Petraeus, comandante das forças americanas no Iraque, é um oficial criativo e altamente habilidoso. Alguns dos mais imaginativos especialistas em contra-insurgência estão servindo como seus assistentes. Mas, algumas vezes, pessoas espertas e boa estratégia podem ir, somente, até certo ponto. Uma operação, também, requer recursos suficientes e um cenário promissor – esses estão faltando no Iraque.
Entretanto, como a atual campanha em Anbar sugere, ainda podemos ir em frente com uma das missões – a destruição da al-Qaida no Iraque. Isso também é, do estrito ponto de vista dos interesses dos Estados Unidos, a mais vital das missões. O mais persuasivo argumento da administração Bush no debate sobre o Iraque é que uma retirada americana iria encorajar os líderes da al-Qaida para ampliarem suas campanhas alhures.
(Poucos discordam desse argumento. As principais propostas Democratas para uma retirada de tropas, explicitamente, permite, ainda que não especifiquem, que um certo número de tropas americanas permaneçam para umas poucas missões – treinamento de forças de segurança iraquianas, fornecimento de logística e informações, proteção de pessoal americano, e, acima de tudo, o rastreamento de terroristas.)
Portanto, vamos enfocar essa missão. A maioria dos insurgentes iraquianos não tem interesse algum nos objetivos da al-Qaida – em sua maioria, eles se opõem a sua ideologia – mas alguns tem cooperado com os jihadistas de modo a levar à frente seu interesse comum em derrotar a ocupação americana. Nós deveríamos estar fazendo todo o possível para dar aos insurgentes uma razão – fazer isso no seu interesse – para cooperar conosco, de modo a levar à frente o interesse comum de, preventivamente, derrotar uma possível ocupação pela al-Qaida.
Nós já estamos fazendo isso em Anbar. Estaríamos manobrando para fazer isso em outras províncias, com outros insurgentes? Não está claro. Eu espero que sim. O Iraque não irá se tornar ocidental, democrata ou secular. Não irá se tornar um país que abrace qualquer uma dessas três palavras, pelo menos, não em um tempo breve – e não como um resultado do reforço. Vamos, pelo menos, tentar evitar aumentar o desastre ao dar a vitória a al-Qaida..
Agora, vem a parte à sangue-frio. Esses acordos com o menor dos demônios, podem exigir de nós um compromisso de sair do Iraque em certa data. No mínimo, eles irão exigir um compromisso de abandonar a campanha de contra-insurgência. E isso, por sua vez, provavelmente significa abandonar o povo iraquiano ás devastações de uma guerra civil bem mais violenta do que ela agüentou até agora – em parte porque os acordos irão reforçar os senhores da guerra sectários com os quais teremos de lidar.
Se Bush e seus funcionários seguirem tal rota, e se suas consciências doerem um pouco devido aos resultados, eles deveriam, agora, começar a pavimentar um caminho mais suave. Há uns poucos modos de fazer isso.
Primeiro, permitam que mais iraquianos fugitivos entrem nos Estados Unidos, e dêem especial atenção aqueles que tem trabalhado para os militares e a embaixada americanos – como tradutores, motoristas, informantes ou o que seja – e, como resultado, enfrentam morte certa uma vez que nos retiremos. É uma desgraça que a cidade de Sodertalije, Suécia – com 60 mil habitantes – tenha recebido o dobro de refugiados iraquianos, no último ano que o número recebido pelos Estados Unidos inteiro. (A Suécia, como um todo, recebeu 20 mil; os Estados Unidos, 7 mil.)
Segundo, dentro do Iraque, árabes sunitas vivendo em áreas xiitas e xiitas vivendo em áreas sunitas, poderiam ser encorajados a se mudarem. As tropas americanas e iraquianas, atualmente engajadas em contra-insurgência poderiam ser redirecionadas para proteger esses cidadãos enquanto se mudam e ajudá-los a se estabelecerem em novas áreas. Desse modo, se e quando uma guerra civil irromper, as oportunidades para “limpeza étnica” iriam ser, pelo menos em alguma medida, prevenidas.
Terceiro, estabeleçam uma conferência diplomática de todos os países vizinhos, imediatamente – se não para resolver o conflito político no Iraque (uma tarefa quase impossível), então, ao menos, para impedir o conflito de se espraiar e para amenizar seu custo humano.
Por exemplo, uma crise de refugiados está assolando a região. Os preços dos alimentos estão se espiralando na Síria como resultado de 1,4 milhão de iraquianos que fugiram através da fronteira, com outros 30 mil entrando, todo mês. Cerca de 750 mil refugiados estão na Jordânia, 80 mil no Egito, 200 mil nos Estados do Golfo. Se esses países não estavam desejosos de se intrometerem nos problemas do Iraque antes, podem estar incitados a fazê-lo, agora.
O fato básico, que quase todo mundo, nesse ponto, reconhece, é que estamos saindo – não exatamente agora, mas provavelmente, em algum momento antes que o Iraque se instale na liga das nações civilizadas e estáveis. O objetivo, por agora, deveria ser minimizar o desastre, para impedir nossos maiores inimigos de proclamarem a vitória, para salvar alguma coisa desta medonha guerra.
Por Fred Kaplan – 14 de junho de 2007.
Já é tempo de começar a pensar a sangue-frio sobre o que ainda podemos arrancar do Iraque.
Uma intrigante possibilidade está em amostra na província de Anbar, onde tropas americanas formaram uma aliança com insurgentes sunitas para o propósito comum de matar jihadistas da al-Qaida.
Esses insurgentes estavam matando soldados americans apenas uns poucos meses atrás. Eles podem voltar a fazer isso, uma vez que a operação esteja completa. Tal é a natureza da guerra de coalizão, especialmente quando nossos parceiros originais da coalizão, em sua maioria já pularam fora da guerra.
O ponto, admitidamente enervante, é que devemos formar tais tipos de joint ventures, com tanta freqüência, e em tantos lugares, quanto pudermos.
Os militares americanos tem várias missões no Iraque, todas as quais envolvem lidar com as conseqüências de ter ido à guerra por lá – e estragar com ela, tão egregiamente – em primeiro lugar. Tais missões incluem reforçar o novo governo de Bagdá, criar a ordem civil, debelar a violência sectária e derrotar os terroristas da al-Qaida.
O “reforço”, que o presidente Bush ordenou ano passado, e que está, agora, sendo completado, não se destinava a obter uma vitória militar (quase ninguém acredita que isso seja ainda possível) mas, antes, criar uma zona de segurança em Bagdá – um tanto de espaço para respirar – para permitir às facções em luta do governo de Bagdá alcançarem um entendimento.
Por todos os relatos, a perspectiva de entendimento parecem remotas. Nem o reforço teve sucesso em criar uma zona de segurança. Foi esperado que o reforço iria detonar um aumento nas baixas americanas. A campanha, afinal de contas, mobilizou milhares de soldados americanos para fora de suas grandes, bem-protegidas bases para dentro das localidades em ebulição que eles foram, agora, ordenados a defender. Eles foram para engajar o inimigo em combate cerrado, e, naturalmente, mais deles – americanos e o inimigo – iriam morrer no processo. Bush deixou essa equação clara desde o começo.
Mas não se esperava – e isso pode, apenas, ser interpretado como um sinal do fracasso do reforço – que as baixas civis iraquianas fossem, também, aumentar. O ponto do reforço era tornar a população civil mais segura. Mesmo assim, um relatório do Pentágono liberado quarta-feira, revela que as baixas civis agora excedem 100 por dia, a maior elevação até agora.
Os insurgentes, por sua vez, montaram seu próprio reforço, e esse parece estar batendo o nosso. Em um pungente artigo, na revista Time, o chefe do escritório de Bagdá, Bobby Ghosh cita o brigadeiro-general Joe Ramirez Jr, subcomandante do Centro de Treinamento de Armas Combinadas dos Estados Unidos, dizendo, “Para cada movimento que fazemos, o inimigo faz três... O inimigo muda técnicas, táticas e procedimentos há cada duas ou três semanas.”
É bem possível que muitas das missões dos militares americanos, simplesmente, não possam ser completadas. O general David Petraeus, comandante das forças americanas no Iraque, é um oficial criativo e altamente habilidoso. Alguns dos mais imaginativos especialistas em contra-insurgência estão servindo como seus assistentes. Mas, algumas vezes, pessoas espertas e boa estratégia podem ir, somente, até certo ponto. Uma operação, também, requer recursos suficientes e um cenário promissor – esses estão faltando no Iraque.
Entretanto, como a atual campanha em Anbar sugere, ainda podemos ir em frente com uma das missões – a destruição da al-Qaida no Iraque. Isso também é, do estrito ponto de vista dos interesses dos Estados Unidos, a mais vital das missões. O mais persuasivo argumento da administração Bush no debate sobre o Iraque é que uma retirada americana iria encorajar os líderes da al-Qaida para ampliarem suas campanhas alhures.
(Poucos discordam desse argumento. As principais propostas Democratas para uma retirada de tropas, explicitamente, permite, ainda que não especifiquem, que um certo número de tropas americanas permaneçam para umas poucas missões – treinamento de forças de segurança iraquianas, fornecimento de logística e informações, proteção de pessoal americano, e, acima de tudo, o rastreamento de terroristas.)
Portanto, vamos enfocar essa missão. A maioria dos insurgentes iraquianos não tem interesse algum nos objetivos da al-Qaida – em sua maioria, eles se opõem a sua ideologia – mas alguns tem cooperado com os jihadistas de modo a levar à frente seu interesse comum em derrotar a ocupação americana. Nós deveríamos estar fazendo todo o possível para dar aos insurgentes uma razão – fazer isso no seu interesse – para cooperar conosco, de modo a levar à frente o interesse comum de, preventivamente, derrotar uma possível ocupação pela al-Qaida.
Nós já estamos fazendo isso em Anbar. Estaríamos manobrando para fazer isso em outras províncias, com outros insurgentes? Não está claro. Eu espero que sim. O Iraque não irá se tornar ocidental, democrata ou secular. Não irá se tornar um país que abrace qualquer uma dessas três palavras, pelo menos, não em um tempo breve – e não como um resultado do reforço. Vamos, pelo menos, tentar evitar aumentar o desastre ao dar a vitória a al-Qaida..
Agora, vem a parte à sangue-frio. Esses acordos com o menor dos demônios, podem exigir de nós um compromisso de sair do Iraque em certa data. No mínimo, eles irão exigir um compromisso de abandonar a campanha de contra-insurgência. E isso, por sua vez, provavelmente significa abandonar o povo iraquiano ás devastações de uma guerra civil bem mais violenta do que ela agüentou até agora – em parte porque os acordos irão reforçar os senhores da guerra sectários com os quais teremos de lidar.
Se Bush e seus funcionários seguirem tal rota, e se suas consciências doerem um pouco devido aos resultados, eles deveriam, agora, começar a pavimentar um caminho mais suave. Há uns poucos modos de fazer isso.
Primeiro, permitam que mais iraquianos fugitivos entrem nos Estados Unidos, e dêem especial atenção aqueles que tem trabalhado para os militares e a embaixada americanos – como tradutores, motoristas, informantes ou o que seja – e, como resultado, enfrentam morte certa uma vez que nos retiremos. É uma desgraça que a cidade de Sodertalije, Suécia – com 60 mil habitantes – tenha recebido o dobro de refugiados iraquianos, no último ano que o número recebido pelos Estados Unidos inteiro. (A Suécia, como um todo, recebeu 20 mil; os Estados Unidos, 7 mil.)
Segundo, dentro do Iraque, árabes sunitas vivendo em áreas xiitas e xiitas vivendo em áreas sunitas, poderiam ser encorajados a se mudarem. As tropas americanas e iraquianas, atualmente engajadas em contra-insurgência poderiam ser redirecionadas para proteger esses cidadãos enquanto se mudam e ajudá-los a se estabelecerem em novas áreas. Desse modo, se e quando uma guerra civil irromper, as oportunidades para “limpeza étnica” iriam ser, pelo menos em alguma medida, prevenidas.
Terceiro, estabeleçam uma conferência diplomática de todos os países vizinhos, imediatamente – se não para resolver o conflito político no Iraque (uma tarefa quase impossível), então, ao menos, para impedir o conflito de se espraiar e para amenizar seu custo humano.
Por exemplo, uma crise de refugiados está assolando a região. Os preços dos alimentos estão se espiralando na Síria como resultado de 1,4 milhão de iraquianos que fugiram através da fronteira, com outros 30 mil entrando, todo mês. Cerca de 750 mil refugiados estão na Jordânia, 80 mil no Egito, 200 mil nos Estados do Golfo. Se esses países não estavam desejosos de se intrometerem nos problemas do Iraque antes, podem estar incitados a fazê-lo, agora.
O fato básico, que quase todo mundo, nesse ponto, reconhece, é que estamos saindo – não exatamente agora, mas provavelmente, em algum momento antes que o Iraque se instale na liga das nações civilizadas e estáveis. O objetivo, por agora, deveria ser minimizar o desastre, para impedir nossos maiores inimigos de proclamarem a vitória, para salvar alguma coisa desta medonha guerra.
- Dieneces
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Pela excelente consideração que tenho pelas tuas cultura e inteligência prefiro crer que não entendi teu comentário , Sintra.Sintra escreveu:Dieneces escreveu:No tempo da Margaret isso não aconteceria.Paisano escreveu:Patton escreveu:Os Britanicos lutam bem. Pena que nao tem nehuma caraterisica de lideranca e precisam Americanos para mandar neles o que tem que fazer.
Suprema ironia.
Tens toda a razão, no tempo da Margaret, em condições idênticas, os Britânicos tinham dito "ficamos de fora".
E de qualquer forma comparar um Primeiro Ministro com o calibre de um Tony Blair ou de uma Margaret Thatcher com uma nulidade como "W", só mesmo por piada.
Brotei no Ventre da Pampa,que é Pátria na minha Terra/Sou resumo de uma Guerra,que ainda tem importância/Sou Raiz,sou Sangue,sou Verso/Sou maior que a História Grega/Eu sou Gaúcho e me chega,p'ra ser Feliz no Universo.
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Dieneces escreveu:Pela excelente consideração que tenho pelas tuas cultura e inteligência prefiro crer que não entendi teu comentário , Sintra.Sintra escreveu:Dieneces escreveu:No tempo da Margaret isso não aconteceria.Paisano escreveu:Patton escreveu:Os Britanicos lutam bem. Pena que nao tem nehuma caraterisica de lideranca e precisam Americanos para mandar neles o que tem que fazer.
Suprema ironia.
Tens toda a razão, no tempo da Margaret, em condições idênticas, os Britânicos tinham dito "ficamos de fora".
E de qualquer forma comparar um Primeiro Ministro com o calibre de um Tony Blair ou de uma Margaret Thatcher com uma nulidade como "W", só mesmo por piada.
não falem mal do "W" , o Dieneces é uma das 2 pessoas no DB que gosta do dito
Triste sina ter nascido português
- Dieneces
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Estranhei mais a primeira frase apesar do Blair ser o mais distinto dos três , mas como eu não entendi...P44 escreveu:Dieneces escreveu:Pela excelente consideração que tenho pelas tuas cultura e inteligência prefiro crer que não entendi teu comentário , Sintra.Sintra escreveu:Dieneces escreveu:No tempo da Margaret isso não aconteceria.Paisano escreveu:Patton escreveu:Os Britanicos lutam bem. Pena que nao tem nehuma caraterisica de lideranca e precisam Americanos para mandar neles o que tem que fazer.
Suprema ironia.
Tens toda a razão, no tempo da Margaret, em condições idênticas, os Britânicos tinham dito "ficamos de fora".
E de qualquer forma comparar um Primeiro Ministro com o calibre de um Tony Blair ou de uma Margaret Thatcher com uma nulidade como "W", só mesmo por piada.
não falem mal do "W" , o Dieneces é uma das 2 pessoas no DB que gosta do dito
Brotei no Ventre da Pampa,que é Pátria na minha Terra/Sou resumo de uma Guerra,que ainda tem importância/Sou Raiz,sou Sangue,sou Verso/Sou maior que a História Grega/Eu sou Gaúcho e me chega,p'ra ser Feliz no Universo.