O Brasil e a guerra em Angola

Área destinada para discussão sobre os conflitos do passado, do presente, futuro e missões de paz

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#31 Mensagem por P44 » Ter Jun 12, 2007 11:29 am

pt escreveu:
Por favor, PT não seja panfletário.

Uma guerra ganha-se ou perde-se politicamente antes de o se miliatarmente.

Os EUA perderam o Vietname, porque o perderam politicamente, ou acredita que o perderam só militarmente?


Rui Elias ->
a guerra está perdida quado o inimigo demonstra que tem mais capacidade e determinação para matar os seus que você tem capacidade e determinação para matar os dele.



portanto a presente Guerra no Iraque está perdida para os EUA, Ipso Facto


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#32 Mensagem por pt » Ter Jun 12, 2007 11:32 am

Também não estamos a discutir a guerra no Iraque, onde parece que têm morrido muito mais iraquianos que americanos... :roll:

Mas O Iraque não creio que tenha tido influência para as relações Portugal-Brasil durante o governo Castello Branco...




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#33 Mensagem por rodrigo » Ter Jun 12, 2007 11:33 am

Pronto, parece que muitas coisas se esclarecem.




"O correr da vida embrulha tudo,
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."

João Guimarães Rosa
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#34 Mensagem por Dieneces » Ter Jun 12, 2007 12:42 pm

alcmartin escreveu:
Dieneces escreveu:Clermont , pelo sucesso e progresso atingido por Angola , desde 1975 , vemos que a dupla Geisel-Golbery , se estava bem informada e tenho minhas dúvidas , parodiou Pilatus...Quanto aos revezes portugueses em África , não procedem , no caso de Guiné Bissau , sim , mas como já disse o PT , era um território de pouco valor estratégico e pobre e não justificava manter um exército e uma guerra dispendiosa por lá. Em Angola a situação militar estava sob controle , se era a custosa a manutenção militar e governamental por lá , por favor , o petróleo que começava a ser explorado pagaria isso e sobraria. Faltou sintonia com os EUA , a ditadura portuguesa não soube fazer a transição para uma independência que mantivesse o status quo econômico e social mais próximo do que já existia . Os EUA também erraram ao confiar demais na CIA e na África do Sul e desdenhar o interesse da URSS e a capacidade militar dos soldados cubanos.


Só um adendo, Diócenes, até um pouco off topic, c/o perdão dos debatedores, mas que gostaria de salientar:

A mesma história: 'É um país comunista, os Estados Unidos estão subsidiando a revolução contra o governo de Angola, e nós somos solidários com os Estados Unidos!' "Respondi: 'Não, nesse ponto eu não sou solidário. Acho que os Estados Unidos não têm o direito de fomentar a revolução em outro país. Não concordo com esse posicionamento.


O texto citado pelo Clermont ilustra bem o pensamento militar brasileiro, que é de cunho nacionalista, naturalmente. Somos aliados dos americanos sim, mas não de forma incondicional (vide Iraque,etc). E é isso que o pessoal as vezes confunde aqui...

Abs!
Não vejo essa confusão de aliança do Brasil com os EUA a qual te referes . Se sabe da reticência brasileira em alinhar-se com eles que já virou até distanciamento . Quem tem buscado aproximar-se , ultimamente , é o Departamento de Estado dos EUA . A sintonia a que me refiro , basta ler com atenção o texto , na frase que salientas , Alcmartin , foi de Portugal com os EUA , não com o Brasil , em vez de brigar deveriam ter feito uma composição com os americanos , promovendo uma independência pacífica que mantivesse a gente e a economia local em Angola ...algo como fez a África do Sul pós-apartheid. P.s. Se me permite a correção , meu apelido é Dieneces , não Diócenes , não que eu me importe muito por isso , mas não sei quem foi Diócenes e Dieneces tem um significado.




Brotei no Ventre da Pampa,que é Pátria na minha Terra/Sou resumo de uma Guerra,que ainda tem importância/Sou Raiz,sou Sangue,sou Verso/Sou maior que a História Grega/Eu sou Gaúcho e me chega,p'ra ser Feliz no Universo.
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#35 Mensagem por Dieneces » Ter Jun 12, 2007 12:47 pm

Sintra escreveu:
Dieneces escreveu:Clermont , pelo sucesso e progresso atingido por Angola , desde 1975 , vemos que a dupla Geisel-Golbery , se estava bem informada e tenho minhas dúvidas , parodiou Pilatus...Quanto aos revezes portugueses em África , não procedem , no caso de Guiné Bissau , sim , mas como já disse o PT , era um território de pouco valor estratégico e pobre e não justificava manter um exército e uma guerra dispendiosa por lá. Em Angola a situação militar estava sob controle , se era a custosa a manutenção militar e governamental por lá , por favor , o petróleo que começava a ser explorado pagaria isso e sobraria. Faltou sintonia com os EUA , a ditadura portuguesa não soube fazer a transição para uma independência que mantivesse o status quo econômico e social mais próximo do que já existia . Os EUA também erraram ao confiar demais na CIA e na África do Sul e desdenhar o interesse da URSS e a capacidade militar dos soldados cubanos.


Dieneces

Dizer que o caso da Guiné era uma questão "de um território de pouco valor estratégico e pobre e que não justificava manter um exercito e uma guerra dispendiosa por lá" é incorrecto...
Nós levámos uma "coça à boa e velha maneira" nos pântanos da Guiné. Em Maio de 1973 o exército Português estava em retirada de uma boa parte do território debaixo de ataques constantes. As batalhas de Guidaje, Guileje, Gadamael foram um inferno. Estamos a falar de batalhões cercados, debaixo de fogo de armas de 120 mm, foguetes e com a FAP a perder aviões para misseis SA-7 "Strella" de uma forma continua.
Eu tive a oportunidade de falar com vários elementos, tanto do exército como da FAP (nenhum deles é comunista, antes pelo contrário :twisted: ) que participaram em operações como a "Ametista Real" e eles corroboram o que vem nos livros de história, alguns deles pintam um quadro extremamente negro.

Abraços :wink:
Não se discute a derrota militar naquela região , me parece .Qual o valor estratégico e econômico da Guiné -Bissau , Sintra? O que existe ou existiu por lá de relevante ?




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#36 Mensagem por pt » Ter Jun 12, 2007 1:05 pm

Na realidade A Guiné não tinha qualquer interesse. Servia no passado porque na desembocadura de um rio permitia a navegação para o interior, de resto a Guiné não servia avsolutamente para nada.

O governo português estava agarrado à Guiné por causa de se acreditar que no dia em que caísse uma colonia caiam todas.

O conceito estava errado, porque a primeira colonia a cair foi Goa e antes disso muitas tinham sido perdidas e ganhas.

Ma Portugal apegou-se à ideia da necessidade de sobreviver com todos os territórios porque isso era necessário para garantir a sobreviv~encia do país. Aliás continua a ser um dilema nos dias de hoje.
O Império era para muitos a justificação de Portugal, sem ele, o país poderia perder muita da sua importância e passar a ser uma mera filial da Espanha.

Infelizmente, é o que cada vez mais notamos.

Mas obviamente Portugal não podia mudar o curso do mundo nos anos 70 do século XX. Já o havia feito no passado, mas não tinha condições para o fazer outra vez.

Quem está de fora necessáriamente vê as coisas de forma diferente. Desde que o império foi começado, que ele tem um papel fundamental.

O império foi criado para dar a Portugal a dimensão que o país não tinha na Europa, onde era mais um país minusculo e pouco importante.

Com o império Portugal afirmou-se como um país de pleno direito, mesmo fazendo fronteira com o império dos Habsburgos espanhois que na altura por casamentos e guerras estava apostado em comer tudo o que houvesse para comer.

É a decadência do império que leva Portugal a por fim ao dominio dos «Austrias» em 1640, e é a necessidade de ter uma expressão ultramarina que leva à criação no Brasil de um novo nucleo, tão vasto quanto possível, que não poderia ser separado. Quando o impeério acaba no Brasil ele foi mais uma vez reconstruido na África, mas com o fim do império africano, já não havia mais lugar para criar essa dimensão ultramarina que servisse como boia de salvação perante potências que sempre foram muito maiores que Portugal e que nunca esconderam as suas intenções hegemonicas.

Essa é a razão que leva os dirigentes portugueses a não aceitar a independência de uma parcela do território, porque isso implicava aceitar a independência de todos os outros.

= = =

Havia uma tese nos anos 60 ou inicio dos 70 que pedia que desde logo as provincias ultramarinas fossem passadas à condição de Estados Federados ou Regiões Autónomas onde não houvesse guerra (Timor, São Tomé e Cabo Verde). Angola, a Guiné e Moçambique poderiam receber esse estatuto se deixassem de ocorrer movimentações independentistas e se os terroristas entregassem as armas.

Mas houve também demasiado autismo.

Creio que esse autismo também está expresso no que foi escrito pelo antigo Min. dos Estrangeiros sobre a posição brasileira antes da morte de Salazar.




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#37 Mensagem por Dieneces » Ter Jun 12, 2007 1:12 pm

pt escreveu:Também não estamos a discutir a guerra no Iraque, onde parece que têm morrido muito mais iraquianos que americanos... :roll:

Mas O Iraque não creio que tenha tido influência para as relações Portugal-Brasil durante o governo Castello Branco...
Maioria de civis iraquianos mortos por homens-bombas recrutados pela Al-Qaeda...ou de iraquianos Sunitas contra Xiitas e vice-versa...




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#38 Mensagem por Dieneces » Ter Jun 12, 2007 1:28 pm

rodrigo escreveu:Pronto, parece que muitas coisas se esclarecem.
Também para mim . Parece ficar claro que o governo militar "sugeriu a Portugal" que este promovesse a independência das províncias de ultra-mar , até para evitar uma ação comunista , que já se fazia sentir como as de Che Guevara na fronteira , no Congo-Brazzaville , e mesmo no Zaire , com outras implicações políticas . Os militares brasileiros tiveram a visão estratégica de manter unificado de alguma forma o mundo de fala portuguesa , a um custo menor , mantendo a situação na órbita de influência portuguesa e brasileira , mas autônoma . O delírio da ditadura portuguesa foi achar que poderia se sustentar , sozinha , num mundo dominado pela guerra fria . Não aceitou a sugestão e , talvez , o auxílio brasileiro e provavelmente mandou às favas o norte-americano . Geisel assumiu quando se passava mais de uma década do golpe de estado de 1964 , a situação já haveria cambiado com a negativa portuguesa . O governo brasileiro errou novamente , achando que seria influente em Angola e apoiou o governo do MPLA e nessas alturas tinha URSS trazendo cubano , mercenários vindos do Zaire , colunas de blindados sul-africanos vindos do sul...se vê até hoje o resultado...




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#39 Mensagem por alcmartin » Ter Jun 12, 2007 1:40 pm

Dieneces escreveu:
alcmartin escreveu:
Dieneces escreveu:Clermont , pelo sucesso e progresso atingido por Angola , desde 1975 , vemos que a dupla Geisel-Golbery , se estava bem informada e tenho minhas dúvidas , parodiou Pilatus...Quanto aos revezes portugueses em África , não procedem , no caso de Guiné Bissau , sim , mas como já disse o PT , era um território de pouco valor estratégico e pobre e não justificava manter um exército e uma guerra dispendiosa por lá. Em Angola a situação militar estava sob controle , se era a custosa a manutenção militar e governamental por lá , por favor , o petróleo que começava a ser explorado pagaria isso e sobraria. Faltou sintonia com os EUA , a ditadura portuguesa não soube fazer a transição para uma independência que mantivesse o status quo econômico e social mais próximo do que já existia . Os EUA também erraram ao confiar demais na CIA e na África do Sul e desdenhar o interesse da URSS e a capacidade militar dos soldados cubanos.


Só um adendo, Diócenes, até um pouco off topic, c/o perdão dos debatedores, mas que gostaria de salientar:

A mesma história: 'É um país comunista, os Estados Unidos estão subsidiando a revolução contra o governo de Angola, e nós somos solidários com os Estados Unidos!' "Respondi: 'Não, nesse ponto eu não sou solidário. Acho que os Estados Unidos não têm o direito de fomentar a revolução em outro país. Não concordo com esse posicionamento.


O texto citado pelo Clermont ilustra bem o pensamento militar brasileiro, que é de cunho nacionalista, naturalmente. Somos aliados dos americanos sim, mas não de forma incondicional (vide Iraque,etc). E é isso que o pessoal as vezes confunde aqui...

Abs!
Não vejo essa confusão de aliança do Brasil com os EUA a qual te referes . Se sabe da reticência brasileira em alinhar-se com eles que já virou até distanciamento . Quem tem buscado aproximar-se , ultimamente , é o Departamento de Estado dos EUA . A sintonia a que me refiro , basta ler com atenção o texto , na frase que salientas , Alcmartin , foi de Portugal com os EUA , não com o Brasil , em vez de brigar deveriam ter feito uma composição com os americanos , promovendo uma independência pacífica que mantivesse a gente e a economia local em Angola ...algo como fez a África do Sul pós-apartheid. P.s. Se me permite a correção , meu apelido é Dieneces , não Diócenes , não que eu me importe muito por isso , mas não sei quem foi Diócenes e Dieneces tem um significado.


Vixi...perdão, amigo Dieneces!!! :oops: Foi erro de digitação, mesmo...
E quanto a questão USA, não discuti seu ponto não, que vejo coerente c/sua proposta. Tentei foi elucidar a mente, o pensamento corrente entre os militares brasileiros, entende?

abs!




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#40 Mensagem por pt » Ter Jun 12, 2007 2:11 pm

Bom, eu encontrei um dos trechos, que transcrevo, tentarei encontrar mais algumas das referências ao Brasil:

Diario do Ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal

Lisboa 21 de Setembro 1966
Quando no dia-a-dia nos suspendemos por um minuto para reflectir no que é Portugal, temos que sentir que são prodigiosos os esforços deste país para sobreviver.
Que permanente drama!
Nunca encontrámos, no decurso da nossa história, uma aliança em que se pudesse confiar sem reservas. Pelo auxílio britânico, efectivo como muitas vezes foi, não raro houve que pagar um preço enorme; Quanto à Espanha, temos de estar em guarda permanentemente porque nunca nos perdoou nem perdoará a nossa independência; e a cada imperialismo que surge, seja a Rússia, sejam os Estados Unidos - é um novo inimigo que surge também, que procura subordinar-nos na metrópole e conquistar-nos no Ultramar,
São amigos a França e a Alemanha e acaso mais desinteressados que outros, mas nunca chegarão a extremos para nos defender.
Resta o Brasil. Mas o Brasil cresce, cresce, e já se lhe descobre objectivos ou designios imperiais, aliás ingénuos no que respeita ao nosso ultramar. Que nos reservará o futuro?






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#41 Mensagem por Dieneces » Ter Jun 12, 2007 2:40 pm

pt escreveu:Bom, eu encontrei um dos trechos, que transcrevo, tentarei encontrar mais algumas das referências ao Brasil:

Diario do Ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal

Lisboa 21 de Setembro 1966
Quando no dia-a-dia nos suspendemos por um minuto para reflectir no que é Portugal, temos que sentir que são prodigiosos os esforços deste país para sobreviver.
Que permanente drama!
Nunca encontrámos, no decurso da nossa história, uma aliança em que se pudesse confiar sem reservas. Pelo auxílio britânico, efectivo como muitas vezes foi, não raro houve que pagar um preço enorme; Quanto à Espanha, temos de estar em guarda permanentemente porque nunca nos perdoou nem perdoará a nossa independência; e a cada imperialismo que surge, seja a Rússia, sejam os Estados Unidos - é um novo inimigo que surge também, que procura subordinar-nos na metrópole e conquistar-nos no Ultramar,
São amigos a França e a Alemanha e acaso mais desinteressados que outros, mas nunca chegarão a extremos para nos defender.
Resta o Brasil. Mas o Brasil cresce, cresce, e já se lhe descobre objectivos ou designios imperiais, aliás ingénuos no que respeita ao nosso ultramar. Que nos reservará o futuro?


Texto interessante . Me parece que ingênua foi a posição portuguesa , de adentrar ao coliseu com uma faca de descascar laranjas na mão , para enfrentar os leões famintos... :wink:




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#42 Mensagem por pt » Ter Jun 12, 2007 2:44 pm

Mas «ingénuos» é a palavra a analizar.

O que é que o Brasil fez de esforço «ingénuo» ?
Daí a minha conclusão sobre um tipo de independência «especial»
Dieneces escreveu:Texto interessante . Me parece que ingênua foi a posição portuguesa , de adentrar ao coliseu com uma faca de descascar laranjas na mão , para enfrentar os leões famintos...

Se o mandarem para o Coliseu cheio de leões armado com uma faca de descascar laranjar o que é que você faz?

Deixa-se ser comido, ou luta com o que tem?




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#43 Mensagem por Dieneces » Ter Jun 12, 2007 3:05 pm

pt escreveu:Mas «ingénuos» é a palavra a analizar.

O que é que o Brasil fez de esforço «ingénuo» ?
Daí a minha conclusão sobre um tipo de independência «especial»
Dieneces escreveu:Texto interessante . Me parece que ingênua foi a posição portuguesa , de adentrar ao coliseu com uma faca de descascar laranjas na mão , para enfrentar os leões famintos...

Se o mandarem para o Coliseu cheio de leões armado com uma faca de descascar laranjar o que é que você faz?

Deixa-se ser comido, ou luta com o que tem?
Tento hipnotizar os Leões...ou argumentar com eles sobre os malefícios de uma dieta puramente carnívora...




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#44 Mensagem por pt » Ter Jun 12, 2007 3:46 pm

hmmm...

Compreendo... :mrgreen:

Por acaso você ou algum familiar seu não conheceu o ministro português que disse que o Brasil era «ingénuo»... :mrgreen: ???




Entretanto:
Com um crescimento de 20% a economia angolana foi a que mais cresceu no mundo em 2006!

Em 2007, continuará a ser a de maior crescimento, com um crescimento de 35% :shock: :shock: :shock:




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#45 Mensagem por Dieneces » Ter Jun 12, 2007 3:56 pm

pt escreveu:hmmm...

Compreendo... :mrgreen:

Por acaso você ou algum familiar seu não conheceu o ministro português que disse que o Brasil era «ingénuo»... :mrgreen: ???




Entretanto:
Com um crescimento de 20% a economia angolana foi a que mais cresceu no mundo em 2006!

Em 2007, continuará a ser a de maior crescimento, com um crescimento de 35% :shock: :shock: :shock:
Brincadeiras à parte , fale-nos desse ministro , PT...quanto a Angola , quem chegou ao fundo do poço só pode crescer muito mais que os demais ...mutatis mutandis é o que acontece com a Argentina...




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