Incoerencia Em Portugal?
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Incoerencia Em Portugal?
Nem é da PIDE nem do Estado Novo a que me refiro. São os actos selvagens do COPCON durante o PREC.
Estes actos foram os crimes dos democratas de Abril, do PC e da UDP, etc., militares e civis, e muitos deles ainda continuam nos corredores do poder..
Documento: Conclusões dos Relatórios de Sevícias
I – Conclusão do Relatório das Sevícias Acerca do 28 de Setembro de 1974.
Todo o processo do 28 de Setembro foi uma violência colectiva e continuada, assente num procedimento ilegal e arbitrário e no desprezo pelo direito das gentes.
Neste contexto, a correspondente responsabilidade á compartilhada desde os mais altos escalões do Poder até àqueles que ordenaram ou executaram os procedimentos directos sobre as vítimas
A Comissão é do parecer que essa responsabilidade seja apurada no processo e foros próprios. (Relatório da Comissão de Averiguação de Violências Sobre Presos Suspeitos às Autoridades Militares, pp. 19 a 31. O Parecer da Comissão não foi respeitado, pelo que os crimes cometidos ficaram impunes).
II - Conclusões extraídas do Relatório das Sevícias Acerca do 11 de Março de 1975
4 - Conclusões
Face ao que ficou averiguado, pode concluir-se que houve:
4.1 - Captura ilegal de duas pessoas por indivíduos armados, militares do RALIS, fardados, e um civil por instigação de militantes do MRPP;
4.2 - Retenção em cárcere privado daquelas duas pessoas, por cerca de 48 horas, por militares do RALIS e civis, militantes do MRPP;
4.3 - Prisões praticadas arbitrária e irregularmente, com utilização de ordens de captura deficientemente preenchidas, quer por falta de indicação do crime imputado quer por deficiente identificação da pessoa a deter, sendo algumas das prisões efectuadas de noite;
4.4 - Desrespeito pelas imunidades legais devidas aos magistrados judiciais, na prisão de um Juiz Conselheiro do Supremo Tribunal Administrativo e protelamento, por 4 dias, da sua libertação, ordenada em processo de habeas corpus pelo Presidente do Supremo Tribunal de Justiça;
4.5 - Tortura sistemática sobre quatro detidos, no RALIS, com agressão física violenta que provocou traumatismos vários, como o indicado em 3.3;
4.6 - Manutenção de isolamento completo, no Forte Militar de Caxias, a vários detidos, por períodos superiores a 1 mês:
4.7 - Prisões de militares por militares de graduação inferior.
5 - Em 17 OUT 75, a Polícia Judiciária Militar participou ao Comandante da Região Militar de Lisboa os indícios que colhera sobre a prática de crimes de que foram vítimas os detidos, atribuíveis a pessoal incerto do RALIS e outros (civis).
O Comandante da Região Militar de Lisboa, que era simultaneamente o Comandante do COPCON, ordenou, em 4 NOV 75, a instauração de auto de corpo de delito, correndo o processo instaurado seus termos.
Afigurando-se a esta Comissão que o ilícito penal e/ou disciplinar, sumariamente averiguado por ela, será mais extenso do que aquele que é objecto do referido processo, propõe que a investigação seja extensiva às ocorrências detectadas que não tenham ainda sido consideradas (Relatório da Comissão de Averiguação de Violências Sobre Presos Suspeitos às Autoridades Militares).
III - Conclusões do Relatório das Sevícias
Em face da matéria apurada, a Comissão entende poder formular com segurança as seguintes conclusões:
1 - Foram praticados dois crimes de cárcere privado, acompanhados de tortura e violenta agressão física, imputáveis a militares e civis;
2 - Houve centenas de prisões arbitrárias, sendo de destacar as efectuadas na sequência do 28 de Setembro e do 11 de Março, em 28 MAI 75 (contra elementos do MRPP), e as desencadeadas, com cariz diferente, a partir do Regimento de Polícia Militar;
3 - Algumas dessas prisões resultaram de denúncias anónimas, outras de informação ou indicação de organizações partidárias ou sindicais, e muitas de solicitações verbais, até telefónicas, designadamente do Gabinete do Primeiro Ministro, do Ministério do Trabalho, do SDCI, do Serviço de Coordenação e Extinção da PIDE/DGS e LP, da Comissão ad hoc para o 28 de Setembro, da Comissão de Inquérito ao 11 de Março, do Gabinete do Almirante Rosa Coutinho;
4 - A maioria das prisões foi efectuada pelo COPCON, quer como mero órgão executor quer por iniciativa própria;
5 - Houve transferência arbitrária, de Cabo Verde para Lisboa, de 31 pessoas, por motivos ideológicos;
…
7 - Os mandatos de captura e de busca emitidos pelo COPCON eram, na generalidade, assinados em branco e muitas vezes assim saíram para a posse das entidades, que os haviam solicitado, ou das equipas que iam executar as capturas;
…
20 - Houve tortura sistemática, exercida sobre 4 presos, no RALIS, com agressão física violenta, que lhes provocou traumatismos diversos;
21 - Houve outros casos de tortura física esporádica, designadamente no Regimento de Polícia Militar;
…
23 - Houve muitos casos de maus tratos físicos exercidos sobre presos, que se traduziram em espancamentos, por vezes praticados por vários agressores actuando simultaneamente;
24 - Foram exercidas sevícias sistemáticas sobre presos, com o fim de os humilhar e lhes infligir castigos corporais, traduzidos em agressões, rastejamento no solo, corridas forçadas, banhos frios com mangueira e imposição de beijarem as insígnias duma unidade militar, incrustadas no pavimento;
25 - Houve casos de tortura moral, traduzidos em insultos, manobras de intimidação e ameaças, inclusive com armas de fogo;
26 - Tomou-se conhecimento de casos de coacção psicológica, como ameaça de prisão de familiares, e de publicação de arranjos fotográficos inculcando a prática de pretensos actos delituosos pelos detidos;
27 - Elementos civis, por vezes armados e pertencentes a organizações partidárias (PCP e UDP), prenderam ou colaboraram na prisão de numerosas pessoas;
28 - Muitas prisões foram anunciadas, em termos vexatórios: pela rádio, televisão, imprensa e, até, jornais de parede elaborados por organizações partidárias;
…
32 - Diversas prisões foram efectuadas com despropositado aparato bélico, com intencional publicidade e consentindo insultos, ameaças e enxovalhos aos presos;
33 - Casos houve, em que militares e civis invadiram casas, efectuaram buscas e prenderam pessoas que nelas residiam, com subtracção de valores ou objectos, algumas vezes de noite;
…
42 - A admissão de detidos, especialmente no Forte Militar de Caxias, e a revista a que foram submetidos a pretexto do regulamento prisional, foram feitas em termos vexatórios e humilhantes, sem o mínimo de recato e com total desrespeito pelo natural pudor das pessoas;
…
44 - Houve casos de graves deficiências de assistência médica, registando-se em dois deles, a morte de detidos e noutros o agravamento das doenças:
45 - Houve deficiente assistência religiosa e, em alguns casos, os detidos foram impedindo de assistir a actos de culto da sua confissão;
…
54 - Muitos detidos sofreram para além das consequências morais e de saúde, graves prejuízos materiais e profissionais apesar de, na sua maioria, terem sido libertados sem qualquer incriminação;
55 - O Regimento de Artilharia de Leiria interveio na pretensa resolução de um conflito laboral, tendo pressionado a assinatura de um documento no qual a entidade patronal se obrigava ao pagamento de alguns milhares de contos, a título de indemnização revolucionária ((Relatório da Comissão de Averiguação de Violências Sobre Presos Suspeitos às Autoridades Militares, pp. 138 a 142).
fonte:
http://www.alamedadigital.com.pt/n3/doc ... vicias.php
Quando ouço gritar: — Viva a Liberdade — volto-me logo a contar os presos...
Em Portugal, nestes últimos vinte meses tem sido rigorosamente assim: — temos passado a vida a contar os prisioneiros, por entre o estrondear dos vivas à liberdade...
No dia 26 de Abril de 1974, para reacender a luz da liberdade e da democracia escurecida pela longa noite do fascismo saíram da cadeia 150 pessoas — e entraram 2.000. Seis meses tornados, no 28 de Setembro, para assegurar melhor a liberdade e a democracia prenderam-se mais duas ou três centenas. Por volta do 11 de Março, o glorioso M.F.A., sempre no saudável intento de defender a liberdade e a democracia endemicamente periclitantes encarcerou outras tantas centenas de homens, até aí libérrimos. Um semestre passado, no 25 de Novembro, de novo para garantir a liberdade e a democracia agredidas violentamente pelas quadrilhas contra-revolucionárias, democraticidas e liberticidas que, até aí, as tinham defendido, detiveram-se cuidadosamente novos rores de gente. Fundadora das grandes penitenciárias e dos campos de concentração (os primeiros instituiram-nos os ingleses na guerra dos boers) a democracia clássica alimenta e vivifica com carinhos extremos uma já velha tradição carcereira...
Em Portugal, por junto e contado, o horroroso fascismo, em quase meio século de existência, nunca foi tão longe. O Marquês de Pombal revelou-se-nos muito mais modesto; miguelistas e liberais, em relação aos nossos dias, portaram-se com parcimónia; os velhos republicanos românticos, embora democratíssimos, não se podem comparar. A história de Portugal não regista em tempo algum tão grande fervor prisional; batemos agora todos os nossos antigos níveis de repressão policial. Nunca fomos tão livres — com tantos presos. O Pina Manique ao pé do ex-general Otelo é um anjinho com asas de tarlatana; o Teles Jordão(*) ao lado do comandente Xavier é um néné de nanar.
Eu dormia a bom levar quando, pelas 5,30 horas da manhã de 28 de Setembro de 1974, os intelectuais do COPCON me foram buscar a minha casa em S. João do Estoril. Naquela triste e leda madrugada, empunhando uma lindíssimo mandado de captura e as respectivas espingardas-metralhadoras, um grupinho de militares comboiado pelo polícia de giro, fez-me levantar da cama e, de sopetão, meteu-me num carro paisano e conduziu-me para o então RAL 1. Os meus captores simpaticíssimos (um deles está agora em Custóias...) anunciaram a minha estarrecida mulher que a operação da qual participavam se desenvolvia à escala nacional e que naquela noite, por todo o país, iriam malhar com os ossos na cadeia muitos bispos e padres, muitos militares e civis, suspeitos, como eu, de pertencerem a uma associação de malfeitores.
Metido no carro particular, sabendo que vários civis (militantes do P.C. mascarados de militares) tinham andado pelas redondezas a prender presumíveis adversários políticos, passou-me pela cabeça que me iam dar um tiro. Rezei o Acto de Contrição, e aconcheguei-me tranquilo a passar o terço pelos dedos. O automóvel seguiu Marginal fora, caminho de Lisboa; foi várias vezes interceptado por eficientes barreirinhas populares e rapidamente chegou a Sacavém. O dia despontava divertidíssimo. No ex-RAL 1 enfiaram-me numa enfermaria superlotada; antes, porém, alguém bem avisado foi dizendo, ao meu passar, de forma acintosamente audível, que eu era para limpar... Percebi na altura que não morreria nem de medo — nem de parto. O limpador em potência (soube-o depois pelas fotos dos jornais) era o Major eleito Diniz de Almeida...
Do RAL 1, onde permaneci umas horas a dormitar, embalaram-me numa ramona para o Reduto Norte do Forte de Caxias onde, logo no átrio, fui soezmente insultado por um anãozinho disfarçado de oficial de marinha. Durante sete longos meses habitei a prisão sinistra. Pelo 11 de Março, para acomodar novos hóspedes, passaram-me para Peniche, a ver o mar. De Peniche, após poucas semanas enlouquecedoras, devolveram-me a Caxias, para um isolamento terapêutico. De Caxias, para atender à explosão demográfica da população prisional portuguesa, pespegaram comigo na Penitenciária onde vegetei porcamente de 25 de Maio a 3 de Dezembro de 1975. Neste dia, passado ao foro civil pelo qual ansiava, fui ouvido na Polícia Judiciária por um juiz formalíssimo, legalíssimo e educadíssimo e posto em liberdade pelas onze e meia da noite. Tinham passado 14 meses e cinco dias. Louvado seja Deus!
Enquanto estive preso perdi (concerteza por descuido meu...) amigos de trinta anos; achei muitos outros das melhores pessoas possíveis de encontrar: — pides, legionários, comunistas, marxistas-leninistas, socialistas, anarquistas, luaristas, monárquicos, republicanos, pobretanas, oficiais do exército e da armada — criminosos de delito comum. Diverti-me e sofri horrores. Joguei desabaladamente o bridge — a vingança dos estúpidos. Aprendi a cozinhar. Fui interrogado cerca de dez vezes. Deram-me encontrões. Apontaram-me pistolas. Uns garotelhos quaisquer ameaçaram-me com horrendas sevícias. Ri-me por dentro e por fora com tudo o que se passava: — se a liberdade e a democracia eram aquilo, eram exactamente o que eu imaginara em muitos anos de compassada meditação política.
Admirei gulosamente durante meses alguns raros espécimes de antropóides. Vi morrer homens por incúria, indiferença e covardia. Observei como, pouco a pouco, uma pessoa se degrada psiquicamente até parecer um bicho. Eu próprio, a certa altura, possesso de neurose prisional, me rebolei pelo chão a gritar enraivecido, tomado de desespero. Tive inefáveis momentos de paz e tranquilidade. Em escuras noites de insónia e terror, voltei-me todo para mim e encontrei-me com Deus, vislumbrando ao longe reservas imensas de Fé, Esperança e Caridade.
Fiz greves de fome. Encarei a morte nos olhos espavoridos de quem me julgou a morrer. Amei apaixonadamente a vida, a minha mulher e os meus filhos. Li pachorrentamente Marcel Proust, incomensurável teia de intrigas, merdices e gulodices que a pederastia institucionalizada consagrou universalmente. Readmirei Proudhon, Bakunine, Kropotkine e Max Stirner. Repassei o olho por cima de Marx. Chorei impotente a destruição da Pátria. Desprezei. Revoltei-me. Envergonhei-me desta minha biológica condição de português rectangularizado. Em pesadelos torvos o cortejo dos mortos deixados assassinar em África e na Oceânia, angolanos e moçambicanos, presos comigo pelo único crime de quererem ser portugueses. Orgulhei-me deles. Os meus carcereiros deram-me tempo para reformular com pausa muitas ideias políticas.
Não perdi um dia. Mais — ganhei todos os que vivi. Não me acho derrotado: — vou continuar.
http://abrilprisoesmil.googlepages.com/
Estes actos foram os crimes dos democratas de Abril, do PC e da UDP, etc., militares e civis, e muitos deles ainda continuam nos corredores do poder..
Documento: Conclusões dos Relatórios de Sevícias
I – Conclusão do Relatório das Sevícias Acerca do 28 de Setembro de 1974.
Todo o processo do 28 de Setembro foi uma violência colectiva e continuada, assente num procedimento ilegal e arbitrário e no desprezo pelo direito das gentes.
Neste contexto, a correspondente responsabilidade á compartilhada desde os mais altos escalões do Poder até àqueles que ordenaram ou executaram os procedimentos directos sobre as vítimas
A Comissão é do parecer que essa responsabilidade seja apurada no processo e foros próprios. (Relatório da Comissão de Averiguação de Violências Sobre Presos Suspeitos às Autoridades Militares, pp. 19 a 31. O Parecer da Comissão não foi respeitado, pelo que os crimes cometidos ficaram impunes).
II - Conclusões extraídas do Relatório das Sevícias Acerca do 11 de Março de 1975
4 - Conclusões
Face ao que ficou averiguado, pode concluir-se que houve:
4.1 - Captura ilegal de duas pessoas por indivíduos armados, militares do RALIS, fardados, e um civil por instigação de militantes do MRPP;
4.2 - Retenção em cárcere privado daquelas duas pessoas, por cerca de 48 horas, por militares do RALIS e civis, militantes do MRPP;
4.3 - Prisões praticadas arbitrária e irregularmente, com utilização de ordens de captura deficientemente preenchidas, quer por falta de indicação do crime imputado quer por deficiente identificação da pessoa a deter, sendo algumas das prisões efectuadas de noite;
4.4 - Desrespeito pelas imunidades legais devidas aos magistrados judiciais, na prisão de um Juiz Conselheiro do Supremo Tribunal Administrativo e protelamento, por 4 dias, da sua libertação, ordenada em processo de habeas corpus pelo Presidente do Supremo Tribunal de Justiça;
4.5 - Tortura sistemática sobre quatro detidos, no RALIS, com agressão física violenta que provocou traumatismos vários, como o indicado em 3.3;
4.6 - Manutenção de isolamento completo, no Forte Militar de Caxias, a vários detidos, por períodos superiores a 1 mês:
4.7 - Prisões de militares por militares de graduação inferior.
5 - Em 17 OUT 75, a Polícia Judiciária Militar participou ao Comandante da Região Militar de Lisboa os indícios que colhera sobre a prática de crimes de que foram vítimas os detidos, atribuíveis a pessoal incerto do RALIS e outros (civis).
O Comandante da Região Militar de Lisboa, que era simultaneamente o Comandante do COPCON, ordenou, em 4 NOV 75, a instauração de auto de corpo de delito, correndo o processo instaurado seus termos.
Afigurando-se a esta Comissão que o ilícito penal e/ou disciplinar, sumariamente averiguado por ela, será mais extenso do que aquele que é objecto do referido processo, propõe que a investigação seja extensiva às ocorrências detectadas que não tenham ainda sido consideradas (Relatório da Comissão de Averiguação de Violências Sobre Presos Suspeitos às Autoridades Militares).
III - Conclusões do Relatório das Sevícias
Em face da matéria apurada, a Comissão entende poder formular com segurança as seguintes conclusões:
1 - Foram praticados dois crimes de cárcere privado, acompanhados de tortura e violenta agressão física, imputáveis a militares e civis;
2 - Houve centenas de prisões arbitrárias, sendo de destacar as efectuadas na sequência do 28 de Setembro e do 11 de Março, em 28 MAI 75 (contra elementos do MRPP), e as desencadeadas, com cariz diferente, a partir do Regimento de Polícia Militar;
3 - Algumas dessas prisões resultaram de denúncias anónimas, outras de informação ou indicação de organizações partidárias ou sindicais, e muitas de solicitações verbais, até telefónicas, designadamente do Gabinete do Primeiro Ministro, do Ministério do Trabalho, do SDCI, do Serviço de Coordenação e Extinção da PIDE/DGS e LP, da Comissão ad hoc para o 28 de Setembro, da Comissão de Inquérito ao 11 de Março, do Gabinete do Almirante Rosa Coutinho;
4 - A maioria das prisões foi efectuada pelo COPCON, quer como mero órgão executor quer por iniciativa própria;
5 - Houve transferência arbitrária, de Cabo Verde para Lisboa, de 31 pessoas, por motivos ideológicos;
…
7 - Os mandatos de captura e de busca emitidos pelo COPCON eram, na generalidade, assinados em branco e muitas vezes assim saíram para a posse das entidades, que os haviam solicitado, ou das equipas que iam executar as capturas;
…
20 - Houve tortura sistemática, exercida sobre 4 presos, no RALIS, com agressão física violenta, que lhes provocou traumatismos diversos;
21 - Houve outros casos de tortura física esporádica, designadamente no Regimento de Polícia Militar;
…
23 - Houve muitos casos de maus tratos físicos exercidos sobre presos, que se traduziram em espancamentos, por vezes praticados por vários agressores actuando simultaneamente;
24 - Foram exercidas sevícias sistemáticas sobre presos, com o fim de os humilhar e lhes infligir castigos corporais, traduzidos em agressões, rastejamento no solo, corridas forçadas, banhos frios com mangueira e imposição de beijarem as insígnias duma unidade militar, incrustadas no pavimento;
25 - Houve casos de tortura moral, traduzidos em insultos, manobras de intimidação e ameaças, inclusive com armas de fogo;
26 - Tomou-se conhecimento de casos de coacção psicológica, como ameaça de prisão de familiares, e de publicação de arranjos fotográficos inculcando a prática de pretensos actos delituosos pelos detidos;
27 - Elementos civis, por vezes armados e pertencentes a organizações partidárias (PCP e UDP), prenderam ou colaboraram na prisão de numerosas pessoas;
28 - Muitas prisões foram anunciadas, em termos vexatórios: pela rádio, televisão, imprensa e, até, jornais de parede elaborados por organizações partidárias;
…
32 - Diversas prisões foram efectuadas com despropositado aparato bélico, com intencional publicidade e consentindo insultos, ameaças e enxovalhos aos presos;
33 - Casos houve, em que militares e civis invadiram casas, efectuaram buscas e prenderam pessoas que nelas residiam, com subtracção de valores ou objectos, algumas vezes de noite;
…
42 - A admissão de detidos, especialmente no Forte Militar de Caxias, e a revista a que foram submetidos a pretexto do regulamento prisional, foram feitas em termos vexatórios e humilhantes, sem o mínimo de recato e com total desrespeito pelo natural pudor das pessoas;
…
44 - Houve casos de graves deficiências de assistência médica, registando-se em dois deles, a morte de detidos e noutros o agravamento das doenças:
45 - Houve deficiente assistência religiosa e, em alguns casos, os detidos foram impedindo de assistir a actos de culto da sua confissão;
…
54 - Muitos detidos sofreram para além das consequências morais e de saúde, graves prejuízos materiais e profissionais apesar de, na sua maioria, terem sido libertados sem qualquer incriminação;
55 - O Regimento de Artilharia de Leiria interveio na pretensa resolução de um conflito laboral, tendo pressionado a assinatura de um documento no qual a entidade patronal se obrigava ao pagamento de alguns milhares de contos, a título de indemnização revolucionária ((Relatório da Comissão de Averiguação de Violências Sobre Presos Suspeitos às Autoridades Militares, pp. 138 a 142).
fonte:
http://www.alamedadigital.com.pt/n3/doc ... vicias.php
Quando ouço gritar: — Viva a Liberdade — volto-me logo a contar os presos...
Em Portugal, nestes últimos vinte meses tem sido rigorosamente assim: — temos passado a vida a contar os prisioneiros, por entre o estrondear dos vivas à liberdade...
No dia 26 de Abril de 1974, para reacender a luz da liberdade e da democracia escurecida pela longa noite do fascismo saíram da cadeia 150 pessoas — e entraram 2.000. Seis meses tornados, no 28 de Setembro, para assegurar melhor a liberdade e a democracia prenderam-se mais duas ou três centenas. Por volta do 11 de Março, o glorioso M.F.A., sempre no saudável intento de defender a liberdade e a democracia endemicamente periclitantes encarcerou outras tantas centenas de homens, até aí libérrimos. Um semestre passado, no 25 de Novembro, de novo para garantir a liberdade e a democracia agredidas violentamente pelas quadrilhas contra-revolucionárias, democraticidas e liberticidas que, até aí, as tinham defendido, detiveram-se cuidadosamente novos rores de gente. Fundadora das grandes penitenciárias e dos campos de concentração (os primeiros instituiram-nos os ingleses na guerra dos boers) a democracia clássica alimenta e vivifica com carinhos extremos uma já velha tradição carcereira...
Em Portugal, por junto e contado, o horroroso fascismo, em quase meio século de existência, nunca foi tão longe. O Marquês de Pombal revelou-se-nos muito mais modesto; miguelistas e liberais, em relação aos nossos dias, portaram-se com parcimónia; os velhos republicanos românticos, embora democratíssimos, não se podem comparar. A história de Portugal não regista em tempo algum tão grande fervor prisional; batemos agora todos os nossos antigos níveis de repressão policial. Nunca fomos tão livres — com tantos presos. O Pina Manique ao pé do ex-general Otelo é um anjinho com asas de tarlatana; o Teles Jordão(*) ao lado do comandente Xavier é um néné de nanar.
Eu dormia a bom levar quando, pelas 5,30 horas da manhã de 28 de Setembro de 1974, os intelectuais do COPCON me foram buscar a minha casa em S. João do Estoril. Naquela triste e leda madrugada, empunhando uma lindíssimo mandado de captura e as respectivas espingardas-metralhadoras, um grupinho de militares comboiado pelo polícia de giro, fez-me levantar da cama e, de sopetão, meteu-me num carro paisano e conduziu-me para o então RAL 1. Os meus captores simpaticíssimos (um deles está agora em Custóias...) anunciaram a minha estarrecida mulher que a operação da qual participavam se desenvolvia à escala nacional e que naquela noite, por todo o país, iriam malhar com os ossos na cadeia muitos bispos e padres, muitos militares e civis, suspeitos, como eu, de pertencerem a uma associação de malfeitores.
Metido no carro particular, sabendo que vários civis (militantes do P.C. mascarados de militares) tinham andado pelas redondezas a prender presumíveis adversários políticos, passou-me pela cabeça que me iam dar um tiro. Rezei o Acto de Contrição, e aconcheguei-me tranquilo a passar o terço pelos dedos. O automóvel seguiu Marginal fora, caminho de Lisboa; foi várias vezes interceptado por eficientes barreirinhas populares e rapidamente chegou a Sacavém. O dia despontava divertidíssimo. No ex-RAL 1 enfiaram-me numa enfermaria superlotada; antes, porém, alguém bem avisado foi dizendo, ao meu passar, de forma acintosamente audível, que eu era para limpar... Percebi na altura que não morreria nem de medo — nem de parto. O limpador em potência (soube-o depois pelas fotos dos jornais) era o Major eleito Diniz de Almeida...
Do RAL 1, onde permaneci umas horas a dormitar, embalaram-me numa ramona para o Reduto Norte do Forte de Caxias onde, logo no átrio, fui soezmente insultado por um anãozinho disfarçado de oficial de marinha. Durante sete longos meses habitei a prisão sinistra. Pelo 11 de Março, para acomodar novos hóspedes, passaram-me para Peniche, a ver o mar. De Peniche, após poucas semanas enlouquecedoras, devolveram-me a Caxias, para um isolamento terapêutico. De Caxias, para atender à explosão demográfica da população prisional portuguesa, pespegaram comigo na Penitenciária onde vegetei porcamente de 25 de Maio a 3 de Dezembro de 1975. Neste dia, passado ao foro civil pelo qual ansiava, fui ouvido na Polícia Judiciária por um juiz formalíssimo, legalíssimo e educadíssimo e posto em liberdade pelas onze e meia da noite. Tinham passado 14 meses e cinco dias. Louvado seja Deus!
Enquanto estive preso perdi (concerteza por descuido meu...) amigos de trinta anos; achei muitos outros das melhores pessoas possíveis de encontrar: — pides, legionários, comunistas, marxistas-leninistas, socialistas, anarquistas, luaristas, monárquicos, republicanos, pobretanas, oficiais do exército e da armada — criminosos de delito comum. Diverti-me e sofri horrores. Joguei desabaladamente o bridge — a vingança dos estúpidos. Aprendi a cozinhar. Fui interrogado cerca de dez vezes. Deram-me encontrões. Apontaram-me pistolas. Uns garotelhos quaisquer ameaçaram-me com horrendas sevícias. Ri-me por dentro e por fora com tudo o que se passava: — se a liberdade e a democracia eram aquilo, eram exactamente o que eu imaginara em muitos anos de compassada meditação política.
Admirei gulosamente durante meses alguns raros espécimes de antropóides. Vi morrer homens por incúria, indiferença e covardia. Observei como, pouco a pouco, uma pessoa se degrada psiquicamente até parecer um bicho. Eu próprio, a certa altura, possesso de neurose prisional, me rebolei pelo chão a gritar enraivecido, tomado de desespero. Tive inefáveis momentos de paz e tranquilidade. Em escuras noites de insónia e terror, voltei-me todo para mim e encontrei-me com Deus, vislumbrando ao longe reservas imensas de Fé, Esperança e Caridade.
Fiz greves de fome. Encarei a morte nos olhos espavoridos de quem me julgou a morrer. Amei apaixonadamente a vida, a minha mulher e os meus filhos. Li pachorrentamente Marcel Proust, incomensurável teia de intrigas, merdices e gulodices que a pederastia institucionalizada consagrou universalmente. Readmirei Proudhon, Bakunine, Kropotkine e Max Stirner. Repassei o olho por cima de Marx. Chorei impotente a destruição da Pátria. Desprezei. Revoltei-me. Envergonhei-me desta minha biológica condição de português rectangularizado. Em pesadelos torvos o cortejo dos mortos deixados assassinar em África e na Oceânia, angolanos e moçambicanos, presos comigo pelo único crime de quererem ser portugueses. Orgulhei-me deles. Os meus carcereiros deram-me tempo para reformular com pausa muitas ideias políticas.
Não perdi um dia. Mais — ganhei todos os que vivi. Não me acho derrotado: — vou continuar.
http://abrilprisoesmil.googlepages.com/
Somos memórias de lobos que rasgam a pele
Lobos que foram homens e o tornarão a ser
ou talvez memórias de homens.
que insistem em não rasgar a pele
Homens que procuram ser lobos
mas que jamais o tornarão a ser...
Moonspell - Full Moon Madness
Lobos que foram homens e o tornarão a ser
ou talvez memórias de homens.
que insistem em não rasgar a pele
Homens que procuram ser lobos
mas que jamais o tornarão a ser...
Moonspell - Full Moon Madness
- Rui Elias Maltez
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- Registrado em: Ter Nov 16, 2004 1:38 pm
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- Contato:
Eins:
Sem querer entrar em polémicas, onde é que você quer chegar com este texto retirado de um pretenso relatóro que na verdade nunca chegou a ser feito, nem publicado, nem referida a fonte dos investigadores?
Que após o 25 de Aril, e nomeadamente durante o PREC houve mais prisões politicas, desrespeito pelo direitos humanos ou outra coisa qualquer que nates do 25 de Abril de 1974?
Já se interrogou sobre os motios pelos quais o COPCON deteve algumas pessoas (durante 2 ou 3 dias)?
Já pensou que poderia ser por estarem ligadas a movimentos terroristas como o ELP ou o MDLP?
Faça um pesquiza sobre o que eram e cono agiam esse movimentos.
Se assim for, eu faço-lhe um convite:
Faça uma invetigação social, politica e económica do que era o Portugal de antes do 25 de Abril de 1974.
E muito sinceramente, acho desrespeituoso para Portugal para os portugueses e a para a democracia que saiu do processo revolucionário, vir agora com textos retirados de blogues de fascistas que só a democracia permite exactamente que eles exprimam as suas ideias, mesmo que ultra-minoritários na sociedade portuguesa.
Sem querer entrar em polémicas, onde é que você quer chegar com este texto retirado de um pretenso relatóro que na verdade nunca chegou a ser feito, nem publicado, nem referida a fonte dos investigadores?
Que após o 25 de Aril, e nomeadamente durante o PREC houve mais prisões politicas, desrespeito pelo direitos humanos ou outra coisa qualquer que nates do 25 de Abril de 1974?
Já se interrogou sobre os motios pelos quais o COPCON deteve algumas pessoas (durante 2 ou 3 dias)?
Já pensou que poderia ser por estarem ligadas a movimentos terroristas como o ELP ou o MDLP?
Faça um pesquiza sobre o que eram e cono agiam esse movimentos.
Se assim for, eu faço-lhe um convite:
Faça uma invetigação social, politica e económica do que era o Portugal de antes do 25 de Abril de 1974.
E muito sinceramente, acho desrespeituoso para Portugal para os portugueses e a para a democracia que saiu do processo revolucionário, vir agora com textos retirados de blogues de fascistas que só a democracia permite exactamente que eles exprimam as suas ideias, mesmo que ultra-minoritários na sociedade portuguesa.
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Rui, ignora, branqueamento do fascismo é o que agora está na moda
Eu pelo contrário acho que foram foi muito brandos no 25 de Abril, cada dia me convenço mais disso.
Eu tb considero um insulto este tópico, mais a mais vindo de quem nunca cá viveu e cá pôs os pés
são tão coitadinhos que HOJE controlam de novo os Bancos e tudo o que tinham no tempo da outra senhora, PIDES agraciados com pensões vitalicias por esse sr. Cavaco que hoje é PR, enquanto o SALGUEIRO MAIA MORREU NA MISÉRIA!!!!
pqp para essa corja toda!
Eu pelo contrário acho que foram foi muito brandos no 25 de Abril, cada dia me convenço mais disso.
Eu tb considero um insulto este tópico, mais a mais vindo de quem nunca cá viveu e cá pôs os pés
são tão coitadinhos que HOJE controlam de novo os Bancos e tudo o que tinham no tempo da outra senhora, PIDES agraciados com pensões vitalicias por esse sr. Cavaco que hoje é PR, enquanto o SALGUEIRO MAIA MORREU NA MISÉRIA!!!!
pqp para essa corja toda!
Triste sina ter nascido português
- Rui Elias Maltez
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Leiam esta citação:
Julgo que perante tal, a credibilidade de quem escreveu está abaixo da lama, e penso que o melhor é passarmos à frente e esquecer que há gente tão estúpida, que ainda acredita no que escreve.
Em Portugal, por junto e contado, o horroroso fascismo, em quase meio século de existência, nunca foi tão longe. O Marquês de Pombal revelou-se-nos muito mais modesto; miguelistas e liberais, em relação aos nossos dias, portaram-se com parcimónia; os velhos republicanos românticos, embora democratíssimos, não se podem comparar. A história de Portugal não regista em tempo algum tão grande fervor prisional; batemos agora todos os nossos antigos níveis de repressão policial. Nunca fomos tão livres — com tantos presos. O Pina Manique ao pé do ex-general Otelo é um anjinho com asas de tarlatana; o Teles Jordão(*) ao lado do comandente Xavier é um néné de nanar.
Julgo que perante tal, a credibilidade de quem escreveu está abaixo da lama, e penso que o melhor é passarmos à frente e esquecer que há gente tão estúpida, que ainda acredita no que escreve.
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Eu era pequeno, mas lembro-me de ouvir as pessoas falarem neste tipo de coisas.
Eu mesmo vi nas ruas, durante o PREC, pessoas a serem insultadas nas ruas e mesmo pontapeadas pelos camaradas do Partido Comunista, apenas porque eram de um partido de direita.
Eu vi, com os meus olhos!
Não me contaram, não me disseram, não li, não ouvi, não sonhei.
Eu vi!!!
E a verdade, é que devo reconhecer que na altura, eu achei que eles deviam realmente ser sovados. Porque se eram fascistas, eles mereciam.
Lembro-me da indignação das pessoas do Partido Comunista irritadas por um partido que eles chamavam de «Fascista» fazer um comicio eleitoral numa cidade controlada pelo PC.
Muito do que aconteceu ainda está escondido, porque as viuvas de Alvaro Cunhal e de Estaline ainda ficam indignadas quando ouvem estas verdades.
Reagem violentamente, com uma terrível violência verbal e em alguns casos violência fisica.
MAs Abril, a revolução dos cravos, também fez as suas vitimas.
E essas vitimas, aos milhars, continuam caladas e sufocadas por um status-quo que só acabará quando houver coragem de continuar a falar, mesmo quando os proto-soviéticos insultem e mintam.para intimidar aqueles que apenas querem que se saiba a verdade.
Eu mesmo vi nas ruas, durante o PREC, pessoas a serem insultadas nas ruas e mesmo pontapeadas pelos camaradas do Partido Comunista, apenas porque eram de um partido de direita.
Eu vi, com os meus olhos!
Não me contaram, não me disseram, não li, não ouvi, não sonhei.
Eu vi!!!
E a verdade, é que devo reconhecer que na altura, eu achei que eles deviam realmente ser sovados. Porque se eram fascistas, eles mereciam.
Lembro-me da indignação das pessoas do Partido Comunista irritadas por um partido que eles chamavam de «Fascista» fazer um comicio eleitoral numa cidade controlada pelo PC.
Muito do que aconteceu ainda está escondido, porque as viuvas de Alvaro Cunhal e de Estaline ainda ficam indignadas quando ouvem estas verdades.
Reagem violentamente, com uma terrível violência verbal e em alguns casos violência fisica.
MAs Abril, a revolução dos cravos, também fez as suas vitimas.
E essas vitimas, aos milhars, continuam caladas e sufocadas por um status-quo que só acabará quando houver coragem de continuar a falar, mesmo quando os proto-soviéticos insultem e mintam.para intimidar aqueles que apenas querem que se saiba a verdade.
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- soultrain
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Boas,
Meus amigos, lavar roupa suja aqui é que não, ainda por cima por um assunto tão "simples".
Foi uma revolução, a ideia romantica da revolução dos cravos vale o que vale, foi uma revolução.
Cometeram-se injustiças em ambos os lados e durante muitos anos, foi uma revolução.
Uma revolução que nos trouxe liberdade, com ela o bom e o mau.
Foi uma revolução.
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Meus amigos, lavar roupa suja aqui é que não, ainda por cima por um assunto tão "simples".
Foi uma revolução, a ideia romantica da revolução dos cravos vale o que vale, foi uma revolução.
Cometeram-se injustiças em ambos os lados e durante muitos anos, foi uma revolução.
Uma revolução que nos trouxe liberdade, com ela o bom e o mau.
Foi uma revolução.
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Obviamente Soultrain.
É assim que as revoluções se fazem
É normal que fosse assim.
O que não acho legítimo, é esta tentativa de "lavar" os podres da revolução de Abril.
O que não acho legitimo é a dualidade de critérios que ainda hoje vemos em alguns sectores da esquerda portuguesa que não consegue entender que na revolução «romântica» houve excessos como em todas as revoluções há.
Eu não contesto sequer a necessidade da revolução por evidente apodrecimento do regime.
Mas contesto o continuo branqueamento que se pretende fazer dos excessos que muitos camaradas cometeram.
E eles achavam que se devia fazer assim. Eles achavam bem que se matasse e chegaram a ameaçar com «matanças».
A mais célebre ameaça foi a famosa matança da Páscoa, que até hoje ainda não se sabe se foi apenas invenção.
Alegadamente o PC preparava-se para juntar alguns milhares de pessoas para efectuar assassinios em massa.
Hoje acredita-se que a Matança da Pascoa foi uma manobra do PC e que não havia intenção de matar. Pelo menos de matar milhares.
Muita gente violenta tomou o poder em 1974 e especialmente depois do 28 de Setembro de 1974.
Essas pessoas seguiam a norma soviética de tomada do poder.
E toda a gente sabe como é que no mundo os soviéticos tomaram o poder!
Foi sempre com massacres, com sangue, com morte e com destruição.
Em Portugal, até 25 de Novenbro de 1975, havia uma tendencia do PC que pretendia tomar o poder pela força e só não começou uma guerra civil, quando no verão de 1975 Brejnev conseguiu o que realmente queria: Angola e Moçambique.
Portugal precisava do Verão Quente, para deixar as mãos livres a URSS em Angola. Depois que o PCP cumpriu a sua missão histórica, foi abandonado pela URSS. E dentro do PCP, toda a gente sabia isso.
Os mais "empenhados" sentiram-se traídos.
São as revoluções...
Mas não há revoluções limpas e o 25 de Abril de 1974, como outras revoluções, também não foi uma revolução limpa.
É assim que as revoluções se fazem
É normal que fosse assim.
O que não acho legítimo, é esta tentativa de "lavar" os podres da revolução de Abril.
O que não acho legitimo é a dualidade de critérios que ainda hoje vemos em alguns sectores da esquerda portuguesa que não consegue entender que na revolução «romântica» houve excessos como em todas as revoluções há.
Eu não contesto sequer a necessidade da revolução por evidente apodrecimento do regime.
Mas contesto o continuo branqueamento que se pretende fazer dos excessos que muitos camaradas cometeram.
E eles achavam que se devia fazer assim. Eles achavam bem que se matasse e chegaram a ameaçar com «matanças».
A mais célebre ameaça foi a famosa matança da Páscoa, que até hoje ainda não se sabe se foi apenas invenção.
Alegadamente o PC preparava-se para juntar alguns milhares de pessoas para efectuar assassinios em massa.
Hoje acredita-se que a Matança da Pascoa foi uma manobra do PC e que não havia intenção de matar. Pelo menos de matar milhares.
Muita gente violenta tomou o poder em 1974 e especialmente depois do 28 de Setembro de 1974.
Essas pessoas seguiam a norma soviética de tomada do poder.
E toda a gente sabe como é que no mundo os soviéticos tomaram o poder!
Foi sempre com massacres, com sangue, com morte e com destruição.
Em Portugal, até 25 de Novenbro de 1975, havia uma tendencia do PC que pretendia tomar o poder pela força e só não começou uma guerra civil, quando no verão de 1975 Brejnev conseguiu o que realmente queria: Angola e Moçambique.
Portugal precisava do Verão Quente, para deixar as mãos livres a URSS em Angola. Depois que o PCP cumpriu a sua missão histórica, foi abandonado pela URSS. E dentro do PCP, toda a gente sabia isso.
Os mais "empenhados" sentiram-se traídos.
São as revoluções...
Mas não há revoluções limpas e o 25 de Abril de 1974, como outras revoluções, também não foi uma revolução limpa.
Editado pela última vez por pt em Sex Jun 08, 2007 8:48 am, em um total de 1 vez.
- cabeça de martelo
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soultrain escreveu:Boas,
Meus amigos, lavar roupa suja aqui é que não, ainda por cima por um assunto tão "simples".
Foi uma revolução, a ideia romantica da revolução dos cravos vale o que vale, foi uma revolução.
Cometeram-se injustiças em ambos os lados e durante muitos anos, foi uma revolução.
Uma revolução que nos trouxe liberdade, com ela o bom e o mau.
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Digo isto apesar do meu pai ter sido preso pela Copcon só por ser da FAP...
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soultrain escreveu:Boas,
Meus amigos, lavar roupa suja aqui é que não, ainda por cima por um assunto tão "simples".
Foi uma revolução, a ideia romantica da revolução dos cravos vale o que vale, foi uma revolução.
Cometeram-se injustiças em ambos os lados e durante muitos anos, foi uma revolução.
Uma revolução que nos trouxe liberdade, com ela o bom e o mau.
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Sintra escreveu:soultrain escreveu:Boas,
Meus amigos, lavar roupa suja aqui é que não, ainda por cima por um assunto tão "simples".
Foi uma revolução, a ideia romantica da revolução dos cravos vale o que vale, foi uma revolução.
Cometeram-se injustiças em ambos os lados e durante muitos anos, foi uma revolução.
Uma revolução que nos trouxe liberdade, com ela o bom e o mau.
Foi uma revolução.
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concordo perfeitamente, o que me faz espécie é que ao mesmo tempo que mandam abaixo a revolução dão loas a um regime estúpido, ditatorial, retrógado, que só contribuiu para o atraso de Portugal, atraso pelo qual ainda hoje estamos a pagar.
Pretenderem passar uma esponja sobre uma Ditadura Retrógada que amordaçou um País durante 50 anos, ao mesmo tempo que carpem as lágrimazinhas viúvas chorosas do Salazar que servia bolinhos e cházinhos á porta de S.Bento ( ) a meu ver faziam melhor era estarem calados.
É que de isentos têm pouco ou nada.
ps- O próprio Salgueiro Maia (se calhar um dos poucos "herois puros" do 25 de Abril) se declarou "insatisfeito" com os acontecimentos posteriores.
Mas isto são opiniões da "esquerdalha" , já se sabe, que não possui a pureza nem o Amor Patriótico dos opositores do "25 do A", esses sim grandes patriotas....
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Cabeça:
O teu pai, se foi preso, não o foi por ser da FAP mas se calhar por se ter deixado envolver na tentativa golpista do 11 de Março.
E ainda bem que o foi pelo COPCON, porque se fosse por gentalha ligada aos ideais do Pinochet & Videla, grandes modelos para muita gente daqui, se calhar nem terias nascido
_______________
PT:
É verdade:
Assim de repente, lembro-me dos que forram assassinado a tiro, civis que se aproximavam da sede da PIDE, lembro-me da rede bombista de MDLP, dos 2 militantes de esquerda que foram linchados em Famalicão, do assassinato do padre Max e da namorada.
Não estou a lembrar-me de pides ou outros que o tivessem sido.
Estarei eu com algum problema de memória?
Creio que não.
É que nessa altura eu também já vivia e lembro-me bem que a confusão era muita, os ânimos estavam acirrados, mas não ouve paredóns, nem coisas do género.
Talvez os houvesse se o golpe tivesse sido feito pelo Kaulza e amigos, que achavam que o Marcelo Caetano era um frouxo.
Mas nesse caso, acho que não estariamos agora aqui a falar livremente.
O teu pai, se foi preso, não o foi por ser da FAP mas se calhar por se ter deixado envolver na tentativa golpista do 11 de Março.
E ainda bem que o foi pelo COPCON, porque se fosse por gentalha ligada aos ideais do Pinochet & Videla, grandes modelos para muita gente daqui, se calhar nem terias nascido
_______________
PT:
MAs Abril, a revolução dos cravos, também fez as suas vitimas.
É verdade:
Assim de repente, lembro-me dos que forram assassinado a tiro, civis que se aproximavam da sede da PIDE, lembro-me da rede bombista de MDLP, dos 2 militantes de esquerda que foram linchados em Famalicão, do assassinato do padre Max e da namorada.
Não estou a lembrar-me de pides ou outros que o tivessem sido.
Estarei eu com algum problema de memória?
Creio que não.
É que nessa altura eu também já vivia e lembro-me bem que a confusão era muita, os ânimos estavam acirrados, mas não ouve paredóns, nem coisas do género.
Talvez os houvesse se o golpe tivesse sido feito pelo Kaulza e amigos, que achavam que o Marcelo Caetano era um frouxo.
Mas nesse caso, acho que não estariamos agora aqui a falar livremente.
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Rui Elias Maltez escreveu:Cabeça:
O teu pai, se foi preso, não o foi por ser da FAP mas se calhar por se ter deixado envolver na tentativa golpista do 11 de Março.
E ainda bem que o foi pelo COPCON, porque se fosse por gentalha ligada aos ideais do Pinochet & Videla, grandes modelos para muita gente daqui, se calhar nem terias nascido
Não é que o meu pai fosse um santinho (ele fez um levantamento de rancho na BA1), mas ele não se meteu nisso, foi preso só porque era da FAP, mais nada!
Segundo o meu pai, o Camarada recrutou nas prisões os elementos da Copcon, ele fala tanto mal desses tipos como dos Pides...
Não sou desse tempo, por isso não posso meter as mãos no fogo, a Extrema-Esquerda quase destruiu a minha unidade, basta isso para dizer:
"Ainda bem que os Comandos do Jaime Neves tiveram sangue frio e tinham um GRANDE homem a comanda-los!"