Denel Firma Acordo de Mísseis com o Brasil - A-Darter

Assuntos em discussão: Força Aérea Brasileira, forças aéreas estrangeiras e aviação militar.

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Koslova
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Denel Firma Acordo de Mísseis com o Brasil - A-Darter

#1 Mensagem por Koslova » Qui Mai 17, 2007 9:38 pm

Força Aérea Brasileira
Defesanet 17 Maio 2007 Denel

Denel Firma Acordo de Mísseis com o Brasil - A-Darter



Denel Dynamics, uma subsidiaria da Denel (Pty) Ltd, lançou o Programa de Desenvolvimento da última geração do míssil ar-ar A-Darter que será realizado conjuntamente pela South African National Defence Force e a Força Aérea Brasileira.

Denel Dynamics é a divisão responsável pelo desenvolvimento de mísseis e veículos aéreo não tripulados da sul-africana Denel.

O acordo foi concluído durante a Latin American Aerospace and Defence (LAAD 2007), que encerrou no dia 20 Abril 2007, no Rio de Janeiro, Brasil.

O desenvolvimento conjunto do míssil entre a África do Sul e o Brasil não somente trará ao país as necessárias capacidades, muito necessárias: treinamento e transferência de tecnologia ao país, mas também reforça a cooperação Sul-Sul iniciada pelos Presidentes Mbeki e Luiz Inácio Lula da Silva.

Cerca de 10 membros da Força Aérea Brasileira estão trabalhando nas instalações da Denel Dynamics no Programa A-Darter, e serão complementados por cerca de 20 outras pessoas de empresas de defesa brasileiras.

O míssil A-Darter é de vital importância ao cluster aeronáutico sul-africano e para equipar os aviões de ambas as Forças Aéreas.

O míssil A-Darter propiciará uma capacidade de ação defensiva para a South African Air Force (SAAF), e manterá e expandirá as capacidades locais no campo de mísseis para os próximos quinze anos.

O atual contrato ultrapassa R1 bilhão de rands, cerca de U$ 150 milhões de dólares, são projetados outros R2 bilhões, cerca de 300 milhões de dólares, com exportações, ajudando assim a sustentabilidade e viabilidade da Divisão Denel Dynamics da Denel (Pty) Ltd.

Uma das macro estratégias é garantir o acesso privilegiado e garantir uma porção mínima das atividades ao complexo de industrial de defesa, assim como um investimento de aquisição na África do Sul, e para esse fim o contrato terá um efeito spin-off positivo para as empresas locais de defesa.

Cerca de 200 engenheiros serão necessários durante o período do contrato. Já há sinais de que jovens engenheiros estão sendo atraídos para a Denel, especificamente para trabalharem em projetos de tecnologia avançada como o do Míssil A-Darter.

Em nome da South African National Defence Force, um contrato foi assinado pela Armscor para o desenvolvimento do míssil.




orestespf
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#2 Mensagem por orestespf » Qui Mai 17, 2007 10:29 pm

Olá Koslova,

"cutucando a onça com vara curta": o que você acha a respeito do míssel e sobre as possibilidades de emprego pelas FFAA brasileiras? Ou seja, qual é a sua opinião sobre as relações custo-benefício de tal parceria? Se não for interessante, o que sugere?

Cordialmente,

Orestes


PS: não tenho a intenção de "apertar" a amiga, mas de saber a opinião técnica de uma especialista. Sabe que eu a admiro e respeito, sinta-se a vontade para responder ou não.




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Koslova
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#3 Mensagem por Koslova » Sex Mai 18, 2007 12:43 am

orestespf escreveu:Olá Koslova,

"cutucando a onça com vara curta": o que você acha a respeito do míssel e sobre as possibilidades de emprego pelas FFAA brasileiras? Ou seja, qual é a sua opinião sobre as relações custo-benefício de tal parceria? Se não for interessante, o que sugere?

Cordialmente,

Orestes


PS: não tenho a intenção de "apertar" a amiga, mas de saber a opinião técnica de uma especialista. Sabe que eu a admiro e respeito, sinta-se a vontade para responder ou não.





Ola Orestes

Não é absurdo algum a FAB querer um míssil de quinta geração, no continente sul americano temos o R-73 na FAV e FAP o Python-IV na FAV e possivelmente na FAE. Entrar em combate visual contra um míssil deste com um MAA-1, AIM-9L/M ou Python III é um suicidio, a menos que a diferença de habilidade dos pilotos seja abismal.

Ter um míssil de quinta geração que apresente um desempenho melhor que seus pares de quarta geração no continente sul americano, não é um capricho, é uma necessidade.

Desenvolver um míssil, também é muito melhor do que apenas comprar, isto é obviu como 2+2=4.

Gastar US$ 54.000,00 para desenvolver um AAM também não é algo proibitivo.

Quais os cuidados e possiveis fragilidades do programa A-Darter então?

Quando desenvolvemos um programa temos que contempla-lo dentro de uma janela de aquisição, isto é, temos que ter o programa finalizado dentro de um interva-lo onde ele se faz necessário.

O homem teria ido á Lua em 1969, se os trajes necessarios ao passeio lunar tivessem atrasados 3 anos?

É um conceito importante, mas necessario de se assimilado.

Quando projetamos um AAM temos uma coecidencia de janelas de aquisção. A janela do míssil se sobrepõe a janela do vetor que ira emprega-lo.

Esta coecidencia de janelas é fundamental para o míssil cumprir o seu papel operacional.

Quer ver isto como funciona na pratica?

O MAA-1 ficou pronto para uso pelos esquadrões 30 anos depois dos estudos iniciais: 1976 - 2006

Como o MAA-1 ficou pronto muito tarde a FAB precisou comprar o Python-III a 10 anos atrás.
Como o MAA-1 mudou muito durante o programa, o A-1 não pode ser homologado para carrega-lo, então empregou o AIM-9B durante quase toda sua vida operacional até agora.
Também o FX atrasou, ai vieram os M-2000C que carregam os Magic-II.

A FAB acertadamente comprou o Derby, mas estes só podem ser carregados pelos F-5M, os M-2000C por sua vez só podem carregar o Super 550.

Resumo:

A-1, F-5 e M-2000C
Magic II, Python III, Derby, S-550, AIM-9B

Estas plataformas e estes misseis foram uma matriz completamente inflexivel e irracional.

Qual o motivo?

Que as janelas de aquisição dos mísseis e dos caças não eram controladas, elas aconteceram quase que ao sabor do acaso.

Embora o MAA-1 tenha trazido ganhos tecnologicos a Mectron, operacionalmente ele não acrescentou nada até agora.

Isto quer dizer que não deveriamos ter desenvolvido o MAA-1?

Não, ele é um programa barato demais para não ter sido feito.

Mas deveriamos desenvolve-lo dentro de uma janela de aquisição coerente.

Se o MAA-1 em 1985, fosse um míssil de baixa performance tão ruim quanto os AIM-9B, mas que pude-se ser integrado aos F-5 e AMX já a 20 anos atrás, hoje teriamos um impacto operacional verdadeiro na FAB, porque o seu fabricante estaria em um nivel de amadurecimento maior, bem como o seu operador (a FAB) estaria evoluindo na sua relação operacional com aquela classe de armamento.

Qual o risco do A-DARTER?

O risco é que um míssil que deveria estar pronto em 2015 fique pronto em 2020, 2022.

Que lá por 2020, não tenhamos a menor idéia do que sera o caça que ira substituir os F-5 e A-1 com mais de 40 anos de idade, possa ser um Gripen, M-2000-5, F-16C/D já desativado de sua força area de origem, e que este caça tal qual o M-2000C hoje, apresente uma vida residual que não permita a integração de um AAM, e o problema perpétuamente se realimente.

Os Suecos desenvolveram algum AAM quando pensaram no Gripen?

Não, porque sabiam que seria dificil com o orçamento disponivel poderia gerar este tipo de problema.

O que fizeram os suecos?

Desenvolveram misseis que lhes resolviam problemas muito peculiares, como o RBS-15 (cenários litoraneos) ou RBS-23 (celulas de proteção integradas).

Eu particularmente não tenho nada contra o programa A-DARTER, mas fosse minha a decisão, eu trabalharia com a aceleração do MAR-1 e com um SAM, que pude-se congluir esforços com programas como o Saber-600 do EB e as necessidades da MB.

Estes programas operacionalmente tem mais chances de serem haromonicos quanto as suas janelas de aquisição.




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#4 Mensagem por papagaio » Sex Mai 18, 2007 11:10 am

Prezada Koslova
Seus tópicos são sempre extremamente coerentes.
Parabéns.




PRick

#5 Mensagem por PRick » Sex Mai 18, 2007 12:06 pm

Koslova escreveu:
orestespf escreveu:Olá Koslova,

"cutucando a onça com vara curta": o que você acha a respeito do míssel e sobre as possibilidades de emprego pelas FFAA brasileiras? Ou seja, qual é a sua opinião sobre as relações custo-benefício de tal parceria? Se não for interessante, o que sugere?

Cordialmente,

Orestes


PS: não tenho a intenção de "apertar" a amiga, mas de saber a opinião técnica de uma especialista. Sabe que eu a admiro e respeito, sinta-se a vontade para responder ou não.





Ola Orestes

Não é absurdo algum a FAB querer um míssil de quinta geração, no continente sul americano temos o R-73 na FAV e FAP o Python-IV na FAV e possivelmente na FAE. Entrar em combate visual contra um míssil deste com um MAA-1, AIM-9L/M ou Python III é um suicidio, a menos que a diferença de habilidade dos pilotos seja abismal.

Ter um míssil de quinta geração que apresente um desempenho melhor que seus pares de quarta geração no continente sul americano, não é um capricho, é uma necessidade.

Desenvolver um míssil, também é muito melhor do que apenas comprar, isto é obviu como 2+2=4.

Gastar US$ 54.000,00 para desenvolver um AAM também não é algo proibitivo.

Quais os cuidados e possiveis fragilidades do programa A-Darter então?

Quando desenvolvemos um programa temos que contempla-lo dentro de uma janela de aquisição, isto é, temos que ter o programa finalizado dentro de um interva-lo onde ele se faz necessário.

O homem teria ido á Lua em 1969, se os trajes necessarios ao passeio lunar tivessem atrasados 3 anos?

É um conceito importante, mas necessario de se assimilado.

Quando projetamos um AAM temos uma coecidencia de janelas de aquisção. A janela do míssil se sobrepõe a janela do vetor que ira emprega-lo.

Esta coecidencia de janelas é fundamental para o míssil cumprir o seu papel operacional.

Quer ver isto como funciona na pratica?

O MAA-1 ficou pronto para uso pelos esquadrões 30 anos depois dos estudos iniciais: 1976 - 2006

Como o MAA-1 ficou pronto muito tarde a FAB precisou comprar o Python-III a 10 anos atrás.
Como o MAA-1 mudou muito durante o programa, o A-1 não pode ser homologado para carrega-lo, então empregou o AIM-9B durante quase toda sua vida operacional até agora.
Também o FX atrasou, ai vieram os M-2000C que carregam os Magic-II.

A FAB acertadamente comprou o Derby, mas estes só podem ser carregados pelos F-5M, os M-2000C por sua vez só podem carregar o Super 550.

Resumo:

A-1, F-5 e M-2000C
Magic II, Python III, Derby, S-550, AIM-9B

Estas plataformas e estes misseis foram uma matriz completamente inflexivel e irracional.

Qual o motivo?

Que as janelas de aquisição dos mísseis e dos caças não eram controladas, elas aconteceram quase que ao sabor do acaso.

Embora o MAA-1 tenha trazido ganhos tecnologicos a Mectron, operacionalmente ele não acrescentou nada até agora.

Isto quer dizer que não deveriamos ter desenvolvido o MAA-1?

Não, ele é um programa barato demais para não ter sido feito.

Mas deveriamos desenvolve-lo dentro de uma janela de aquisição coerente.

Se o MAA-1 em 1985, fosse um míssil de baixa performance tão ruim quanto os AIM-9B, mas que pude-se ser integrado aos F-5 e AMX já a 20 anos atrás, hoje teriamos um impacto operacional verdadeiro na FAB, porque o seu fabricante estaria em um nivel de amadurecimento maior, bem como o seu operador (a FAB) estaria evoluindo na sua relação operacional com aquela classe de armamento.

Qual o risco do A-DARTER?

O risco é que um míssil que deveria estar pronto em 2015 fique pronto em 2020, 2022.

Que lá por 2020, não tenhamos a menor idéia do que sera o caça que ira substituir os F-5 e A-1 com mais de 40 anos de idade, possa ser um Gripen, M-2000-5, F-16C/D já desativado de sua força area de origem, e que este caça tal qual o M-2000C hoje, apresente uma vida residual que não permita a integração de um AAM, e o problema perpétuamente se realimente.

Os Suecos desenvolveram algum AAM quando pensaram no Gripen?

Não, porque sabiam que seria dificil com o orçamento disponivel poderia gerar este tipo de problema.

O que fizeram os suecos?

Desenvolveram misseis que lhes resolviam problemas muito peculiares, como o RBS-15 (cenários litoraneos) ou RBS-23 (celulas de proteção integradas).

Eu particularmente não tenho nada contra o programa A-DARTER, mas fosse minha a decisão, eu trabalharia com a aceleração do MAR-1 e com um SAM, que pude-se congluir esforços com programas como o Saber-600 do EB e as necessidades da MB.

Estes programas operacionalmente tem mais chances de serem haromonicos quanto as suas janelas de aquisição.


Mas me parece que o MAA-1B está sendo desenvolvido, exatamente, para cobrir este hiato de tempo, caso o A-Darte fique muito atrasado.

Por sinal, era isto que queria saber de você, pelo que foi divulgado, o que você está achando do MAA-1B? Me parece um passo muito maior que o MAA-1, com possibilidade de usos AAé terrestre, sendo um míssil plenamente válido nos tempos atuais, resta saber o preço de cada unidade.

Outro ponto positivo, é o envio de gente para estudar/trabalhar na África do Sul. E este programa parece ter verbas separadas dos outros mísseis.

[ ]´s




WalterGaudério
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#6 Mensagem por WalterGaudério » Sex Mai 18, 2007 12:09 pm

Koslova escreveu:
orestespf escreveu:Olá Koslova,

"cutucando a onça com vara curta": o que você acha a respeito do míssel Quando desenvolvemos um programa temos que contempla-lo dentro de uma janela de aquisição, isto é, temos que ter o programa finalizado dentro de um interva-lo onde ele se faz necessário.

O homem teria ido á Lua em 1969, se os trajes necessarios ao passeio lunar tivessem atrasados 3 anos?

É um conceito importante, mas necessario de se assimilado.

.


Pois é, agora que o míssil está equacionado , "só" precisamos do avião.

sds

Walter




Só há 2 tipos de navios: os submarinos e os alvos...

Armam-se homens com as melhores armas.
Armam-se Submarinos com os melhores homens.


Os sábios PENSAM
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Bolovo
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#7 Mensagem por Bolovo » Sex Mai 18, 2007 12:59 pm

PRick escreveu:Mas me parece que o MAA-1B está sendo desenvolvido, exatamente, para cobrir este hiato de tempo, caso o A-Darte fique muito atrasado.

Por sinal, era isto que queria saber de você, pelo que foi divulgado, o que você está achando do MAA-1B? Me parece um passo muito maior que o MAA-1, com possibilidade de usos AAé terrestre, sendo um míssil plenamente válido nos tempos atuais, resta saber o preço de cada unidade.

Outro ponto positivo, é o envio de gente para estudar/trabalhar na África do Sul. E este programa parece ter verbas separadas dos outros mísseis.

[ ]´s

A Koslova já deu uma opinião sobre o MAA-1B...
Koslova escreveu:
Brasileiro escreveu:
A Mectron estaria trabalhando de 4 a 8 vezes mais rápido no seu MAA-1B do que os fabricantes americanos e europeus nos seus AAM de nova geração. IMPRESSIONANTE! !


Olá Koslova, concordo com tudo o que você disse. Mas nesta parte eu preferi "teimar" um pouco.
Como se sabe, mísseis AIM-9X e IRIS-T são projetos totalmente novos e inovadores.
Já o MAA-1B não é um novo míssil, tampouco inovador. Quase todas as tecnologias que serão nele empregadas já foram testadas mundo a fora, inclusive no Brasil, com o MAA-1. É apenas uma nova versão, uma adaptação do MAA-1, no fundo, utilizará a mesma base do anterior. Boa parte do que será utilizado no -B já foi homologado no -A. Isso já seria o suficiente para diminuir bastante o tempo de homologação do míssil.
Agora se falarmos de AIM-9X e outros da mesma categoria, cada novo material empregado deve ser rigorosamente testado, bem como cada novo conceito criado, cada novo componente deve ser exaustivamente testado.
O que tinha que ser testado no MAA-1B já foi quase tudo testado no MAA-1A e não é nenhuma novidade em termos de conceito, totalmente experimentado e comprovado. Enfim: O MAA-1B não é uma novidade.


abraços]




Existe sim propriedade no que você falou.

Para que tudo isto que você falou seja verdade, e eu acredito que o caminho que você disse é verdadeiro, o MAA-1B não seria um míssil de quarta geração e sim apenas uma atualização de um projeto de terceira geração com algumas deficiências como é o MAA-1 A.

Agora veja o que a engenharia da Mectron declara sobre o míssil:

O MAA-1 B é considerado pelos engenheiros um míssil de quarta geração “intermediário”, situado num patamar entre o R-73 Archer russo e o Python 4 israelense.

Para que o MAA-1B seja considerado em um patamar entre o R-73 e o Python-4, isto implica em premissas exatamente opostas as que você adotou, isto é, sim o MAA-1B teria que ser um míssil com varias tecnologias novas para a Mectron com melhorias expressivas em relação ao projeto do MAA-1A, na pratica teria que ser um completo re-projeto.

Como curiosidade, a Rafael levou exatos 5 anos desenvolvendo o Python-4, entre a sua aprovação e a sua apresentação ao publico em 1995.

A Rafael quando partiu de um míssil de terceira geração, Python-3 para um de quarta geração Python-4, não fez pequenas adaptações de tecnologia já testada como você coloca.

E que se pese a experiência da fabricante israelense comparada a sua par brasileira ela não fez o trabalho em tão pouco tempo.

Assim, das duas uma.


a) O MAA-1B não passa de uma simples re-leitura do projeto MAA-1 A, o que credencia o programa a uma simples incorporação de novos sistemas como sensor de duas cores IR/UV e uma mudança da configuração aerodinâmica das aletas de controle.


b) O MAA-1B é um míssil de quarta geração, com níveis de energia e taxas de giro significativamente maiores que seus pares de terceira geração, bem como com ângulos de off-boresight significativamente melhores alem de capacidade Helmet Mounted Sights (HMS).

Se vocês preferem acreditar na hipótese A, esqueçam o MAA-1B NÁO É E JAMAIS SERA comparável a um míssil como o Python-4 ou R-73

Se vocês preferem a hipotese B. Sinto muito, mas os prazos de homologação de 2008 ou são mentirosos ou implicam em velocidades fantásticas de projeto, daí a minha citação no artigo sobre as velocidades européias e americanas.

Eu particularmente tenho as minhas convicções sobre as características técnicas e sobre a estrutura de programa do MAA-1B, mas me reservo ao direto de guardá-las para mim.

Sobre MAA-1B encerro por aqui o que tenho a falar dele.




"Eu detestaria estar no lugar de quem me venceu."
Darcy Ribeiro (1922 - 1997)
PRick

#8 Mensagem por PRick » Sex Mai 18, 2007 1:35 pm

Bolovo escreveu:
PRick escreveu:Mas me parece que o MAA-1B está sendo desenvolvido, exatamente, para cobrir este hiato de tempo, caso o A-Darte fique muito atrasado.

Por sinal, era isto que queria saber de você, pelo que foi divulgado, o que você está achando do MAA-1B? Me parece um passo muito maior que o MAA-1, com possibilidade de usos AAé terrestre, sendo um míssil plenamente válido nos tempos atuais, resta saber o preço de cada unidade.

Outro ponto positivo, é o envio de gente para estudar/trabalhar na África do Sul. E este programa parece ter verbas separadas dos outros mísseis.

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A Koslova já deu uma opinião sobre o MAA-1B...
Koslova escreveu:
Brasileiro escreveu:
A Mectron estaria trabalhando de 4 a 8 vezes mais rápido no seu MAA-1B do que os fabricantes americanos e europeus nos seus AAM de nova geração. IMPRESSIONANTE! !


Olá Koslova, concordo com tudo o que você disse. Mas nesta parte eu preferi "teimar" um pouco.
Como se sabe, mísseis AIM-9X e IRIS-T são projetos totalmente novos e inovadores.
Já o MAA-1B não é um novo míssil, tampouco inovador. Quase todas as tecnologias que serão nele empregadas já foram testadas mundo a fora, inclusive no Brasil, com o MAA-1. É apenas uma nova versão, uma adaptação do MAA-1, no fundo, utilizará a mesma base do anterior. Boa parte do que será utilizado no -B já foi homologado no -A. Isso já seria o suficiente para diminuir bastante o tempo de homologação do míssil.
Agora se falarmos de AIM-9X e outros da mesma categoria, cada novo material empregado deve ser rigorosamente testado, bem como cada novo conceito criado, cada novo componente deve ser exaustivamente testado.
O que tinha que ser testado no MAA-1B já foi quase tudo testado no MAA-1A e não é nenhuma novidade em termos de conceito, totalmente experimentado e comprovado. Enfim: O MAA-1B não é uma novidade.


abraços]




Existe sim propriedade no que você falou.

Para que tudo isto que você falou seja verdade, e eu acredito que o caminho que você disse é verdadeiro, o MAA-1B não seria um míssil de quarta geração e sim apenas uma atualização de um projeto de terceira geração com algumas deficiências como é o MAA-1 A.

Agora veja o que a engenharia da Mectron declara sobre o míssil:

O MAA-1 B é considerado pelos engenheiros um míssil de quarta geração “intermediário”, situado num patamar entre o R-73 Archer russo e o Python 4 israelense.

Para que o MAA-1B seja considerado em um patamar entre o R-73 e o Python-4, isto implica em premissas exatamente opostas as que você adotou, isto é, sim o MAA-1B teria que ser um míssil com varias tecnologias novas para a Mectron com melhorias expressivas em relação ao projeto do MAA-1A, na pratica teria que ser um completo re-projeto.

Como curiosidade, a Rafael levou exatos 5 anos desenvolvendo o Python-4, entre a sua aprovação e a sua apresentação ao publico em 1995.

A Rafael quando partiu de um míssil de terceira geração, Python-3 para um de quarta geração Python-4, não fez pequenas adaptações de tecnologia já testada como você coloca.

E que se pese a experiência da fabricante israelense comparada a sua par brasileira ela não fez o trabalho em tão pouco tempo.

Assim, das duas uma.


a) O MAA-1B não passa de uma simples re-leitura do projeto MAA-1 A, o que credencia o programa a uma simples incorporação de novos sistemas como sensor de duas cores IR/UV e uma mudança da configuração aerodinâmica das aletas de controle.


b) O MAA-1B é um míssil de quarta geração, com níveis de energia e taxas de giro significativamente maiores que seus pares de terceira geração, bem como com ângulos de off-boresight significativamente melhores alem de capacidade Helmet Mounted Sights (HMS).

Se vocês preferem acreditar na hipótese A, esqueçam o MAA-1B NÁO É E JAMAIS SERA comparável a um míssil como o Python-4 ou R-73

Se vocês preferem a hipotese B. Sinto muito, mas os prazos de homologação de 2008 ou são mentirosos ou implicam em velocidades fantásticas de projeto, daí a minha citação no artigo sobre as velocidades européias e americanas.

Eu particularmente tenho as minhas convicções sobre as características técnicas e sobre a estrutura de programa do MAA-1B, mas me reservo ao direto de guardá-las para mim.

Sobre MAA-1B encerro por aqui o que tenho a falar dele.


Isto foi antes de sabermos mais sobre o míssil, ou mesmo termos um mock up, agora ele já existe, e pelo que saiu, trata-se, sim, de um míssil de 4ª geração, com novo sekeer, motor, e outras tecnologias não usadas no MAA-1A.

Como a notícia que saiu no Sistema de Armas, e circulou durante a LAAD 2007

A Mectron/CTA/IAE apresentaram a nova configuração do míssil ar-ar MAA-1B (Bravo) durante a LAAD 2007. O míssil usa a estrutura principal da fuselagem, a ogiva e a espoleta de proximidade e impacto do MAA-1A (Alpha), sendo o restante totalmente novo. O novo sensor é de duas cores sendo 80% nacionalizado, com grande capacidade de contra contramedidas, grande capacidade off-boresight (até 90 graus), podendo ser apontada para o alvo pelo radar, pelo capacete do piloto ou ainda realizar busca autônoma. O piloto automático está programado para acompanhamento do tipo "lag pursuit" em um engajamento frontal de forma semelhante ao Python 4. A configuração é do tipo canard duplo, com quatro canards fixos seguidos de quatro grandes canards móveis. Mais duas aletas foram adicionadas para controle de giro. A retirada dos rollerons sugere que o míssil tem um sistema de piloto automático digital que é necessário para mísseis de grande agilidade. O motor terá novo propelente aumentado o alcance em até 50% com impulso de dois estágios que queimam por seis segundos ao invés de dois segundos do MAA-1A. O piloto pode escolher o tipo de modo de operação de acordo com a ameaça, otimizando o desempenho para cada alvo. O comprimento e o diâmetro foram mantidos, mas o peso aumentou um pouco.


Agora, ele deve ter tecnologia importada, já desenvolvida, repassada para termos prazos de desenvolvimento mais curto. Fruto de nossos acordos com Sul Africanos e Israel. Mas as notícias indicam um míssil novo, ainda que, tenha alguns sistemas do anterior. É sobre estas novas referências sobre o míssil que quero saber, um míssil assim descrito, pode ser comprado aos outros mísseis IR de 4 geração?

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#9 Mensagem por Brasileiro » Sáb Mai 19, 2007 4:49 pm

Acho que o Bolovo tem a mesma opinião que eu.

Talvez o MAA-1B não seja o mais indicado para cobrir esse "vão" entre os mísseis atuais e o A-Darter. Se a FAB quisesse simplesmente "preencher o buraco", bastaria comprar um lote de uns 120 Python 5, muito mais rápido e barato.
Mas o problema é outro.

Com a decisão de se aderir ao A-Darter, o CTA precisa manter a Mectron qualificada a lidar com coisas pelo menos próximas da tecnologia de ponta em mísseis WVR. A Mectron não pode ficar parada, senão pode-se perder tudo o que ela conquistou nos últimos 14 anos.
Lembrando que a Mectron é uma empresa que lucra (nos contratos com as FA's) mais com o contrato de desenvolvimento do que com as suas vendas. O produto dela é a tecnologia e os protótios, pois nem a FAB comprou tantos MAA-1 nem o EB comprou tantos MSS-1.2.
A Mectron também sabe que não pode ficar parada, pois quer muito participar do A-Darter, e para que possa "colocar as mãos" no A-Darter ela tem que estar preparada para isso se não quiser ter surpresas desagradáveis.


abraços]




PRick

#10 Mensagem por PRick » Dom Mai 20, 2007 1:02 pm

Brasileiro escreveu:Acho que o Bolovo tem a mesma opinião que eu.

Talvez o MAA-1B não seja o mais indicado para cobrir esse "vão" entre os mísseis atuais e o A-Darter. Se a FAB quisesse simplesmente "preencher o buraco", bastaria comprar um lote de uns 120 Python 5, muito mais rápido e barato.
Mas o problema é outro.

Com a decisão de se aderir ao A-Darter, o CTA precisa manter a Mectron qualificada a lidar com coisas pelo menos próximas da tecnologia de ponta em mísseis WVR. A Mectron não pode ficar parada, senão pode-se perder tudo o que ela conquistou nos últimos 14 anos.
Lembrando que a Mectron é uma empresa que lucra (nos contratos com as FA's) mais com o contrato de desenvolvimento do que com as suas vendas. O produto dela é a tecnologia e os protótios, pois nem a FAB comprou tantos MAA-1 nem o EB comprou tantos MSS-1.2.
A Mectron também sabe que não pode ficar parada, pois quer muito participar do A-Darter, e para que possa "colocar as mãos" no A-Darter ela tem que estar preparada para isso se não quiser ter surpresas desagradáveis.


abraços]


Como vc mesmo falou, são coisas distintas, é bem possível que a FAB compre os P-5, mas será um pequena quantidade, apenas para manter a atualização, acho que umas 60 unidades.

O que estamos buscando é a atuonomia nesta área de mísseis IR, e não faz mais sentido importar quantidades maiores, mas sim incentivar a industria nacional.

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#11 Mensagem por Bolovo » Dom Jul 01, 2007 5:21 pm

Saiu uma matéria sobre o A-Darter no Vale Paraibano de hoje. Tirei uma foto e hospedei aqui no Imageshack pra vocês verem! :wink:

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#12 Mensagem por amx2000 » Dom Jul 01, 2007 7:43 pm

Bolovo escreveu:Saiu uma matéria sobre o A-Darter no Vale Paraibano de hoje. Tirei uma foto e hospedei aqui no Imageshack pra vocês verem! :wink:

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Cara, otima noticia, alias so tem boas noticias neste jornal, o ministro da defesa dizendo que tem decidir o FX, (ja passou da hora),a Embraer ja entregou 20 F-5M(espero que agora andem mais rapido), missil de quinta geracao em 2012.


So uma pergunta, os Mike estao em Sao Jose ou Gaviao Peixoto?


Desde de ja obrigado.

Abracos




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#13 Mensagem por orestespf » Dom Jul 01, 2007 9:11 pm

amx2000 escreveu:
Bolovo escreveu:Saiu uma matéria sobre o A-Darter no Vale Paraibano de hoje. Tirei uma foto e hospedei aqui no Imageshack pra vocês verem! :wink:

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Cara, otima noticia, alias so tem boas noticias neste jornal, o ministro da defesa dizendo que tem decidir o FX, (ja passou da hora),a Embraer ja entregou 20 F-5M(espero que agora andem mais rapido), missil de quinta geracao em 2012.


So uma pergunta, os Mike estao em Sao Jose ou Gaviao Peixoto?


Desde de ja obrigado.

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Olá AMX,

verdades ou bravatas?? A Embraer entregou 20 F-5M, mas eu pergunto: quantos a FAB recebeu? rsrs

Abs,

Orestes




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#14 Mensagem por juarez castro » Dom Jul 01, 2007 9:12 pm

orestespf escreveu:
amx2000 escreveu:
Bolovo escreveu:Saiu uma matéria sobre o A-Darter no Vale Paraibano de hoje. Tirei uma foto e hospedei aqui no Imageshack pra vocês verem! :wink:

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Cara, otima noticia, alias so tem boas noticias neste jornal, o ministro da defesa dizendo que tem decidir o FX, (ja passou da hora),a Embraer ja entregou 20 F-5M(espero que agora andem mais rapido), missil de quinta geracao em 2012.


So uma pergunta, os Mike estao em Sao Jose ou Gaviao Peixoto?


Desde de ja obrigado.

Abracos


Olá AMX,

verdades ou bravatas?? A Embraer entregou 20 F-5M, mas eu pergunto: quantos a FAB recebeu? rsrs

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13 Orestes.

Grande abraço




orestespf
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#15 Mensagem por orestespf » Dom Jul 01, 2007 9:16 pm

juarez castro escreveu:
orestespf escreveu:
amx2000 escreveu:
Bolovo escreveu:Saiu uma matéria sobre o A-Darter no Vale Paraibano de hoje. Tirei uma foto e hospedei aqui no Imageshack pra vocês verem! :wink:

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Cara, otima noticia, alias so tem boas noticias neste jornal, o ministro da defesa dizendo que tem decidir o FX, (ja passou da hora),a Embraer ja entregou 20 F-5M(espero que agora andem mais rapido), missil de quinta geracao em 2012.


So uma pergunta, os Mike estao em Sao Jose ou Gaviao Peixoto?


Desde de ja obrigado.

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Olá AMX,

verdades ou bravatas?? A Embraer entregou 20 F-5M, mas eu pergunto: quantos a FAB recebeu? rsrs

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13 Orestes.

Grande abraço


Salve amigo Juarez!!!

Eu estava mais otimista, achei que fossem 14. hehehehe


Forte abraço,

Orestes




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