POLÍTICA À PORTUGUESA
Moderador: Conselho de Moderação
- P44
- Sênior
- Mensagens: 55257
- Registrado em: Ter Dez 07, 2004 6:34 am
- Localização: O raio que vos parta
- Agradeceu: 2752 vezes
- Agradeceram: 2433 vezes
- P44
- Sênior
- Mensagens: 55257
- Registrado em: Ter Dez 07, 2004 6:34 am
- Localização: O raio que vos parta
- Agradeceu: 2752 vezes
- Agradeceram: 2433 vezes
http://dn.sapo.pt/2005/10/31/suplemento ... xo_do.html
Confiança atinge nível mais baixo em dois anos
nhugo bordeira
Os portugueses não acreditam na retoma a curto prazo e estão profundamente descrentes sobre a evolução da suas próprias finanças. Mais este pessimismo já não tem sequer paralelo nos últimos dois anos, uma vez que todos os recordes negativos deste período foram ultrapassados este mês. Esta é a leitura que se pode fazer do Barómetro de Outubro da Marktest para o DN e a TSF, que revela que a confiança dos portugueses continua ao nível mais baixo dos derradeiros dois anos, acentuando-se a tendência negativa iniciada após a euforia pós-eleitoral.
Olhando para as respostas apuradas pela sondagem, constatam--se dois fenómenos convergentes o primeiro, já referido, é que entre Outubro de 2003 e Outubro de 2005 nunca se tinham registado índices de expectativa tão baixos; o segundo, mais preocupante, é que a ligeira subida da confiança registada no mês de Setembro não se confirmou em Outubro, mergulhando de novo o índice de expectativas em tendências negativas.
Na verdade, a comparação com o mês anterior revela uma deterioração dos estados de alma. A Marktest inquiriu os cidadãos sobre a evolução da situação económica pessoal e do seu agregado familiar durante o próximo ano. As respostas são elucidativas 58,2% acham que vai piorar e 27% consideram que vai ficar na mesma. Só uma minoria de 10,3% acredita que a situação vai melhorar.
Relembrando os acontecimentos que marcaram o último mês, saltam à vista dois factos marcantes as eleições autárquicas e a apresentação do Orçamento do Estado para 2006, onde se prevêem cortes na despesa pública, revisões salariais abaixo da inflação e aumentos de receitas por via da subida de alguns impostos. No entanto, nem o acto eleitoral nem a divulgação das linhas gerais do documento injectaram optimismo nos portugueses. Pelo menos, a julgar pelo índice de expectativa sobre a evolução da economia do País, onde também se regista uma quebra. Na verdade, 56,8% dos inquiridos prevêem que a situação económica vai piorar e 23,7% antevêem que tudo fique na mesma. Sobra novamente uma minoria de 14,6% de optimistas.
A tendência geral verifica-se tanto nos indivíduos do sexo masculino como feminino, ainda que as mulheres sejam mais pessimistas que os homens. Outros dados da sondagem mostram que os eleitores do PSD são os mais descontentes de todos (os do PS são os mais optimistas), e que os habitantes do Sul do País são os que menos acreditam numa reviravolta da situação no próximo ano - em contraste com os cidadãos da Grande Lisboa.
Confiança atinge nível mais baixo em dois anos
nhugo bordeira
Os portugueses não acreditam na retoma a curto prazo e estão profundamente descrentes sobre a evolução da suas próprias finanças. Mais este pessimismo já não tem sequer paralelo nos últimos dois anos, uma vez que todos os recordes negativos deste período foram ultrapassados este mês. Esta é a leitura que se pode fazer do Barómetro de Outubro da Marktest para o DN e a TSF, que revela que a confiança dos portugueses continua ao nível mais baixo dos derradeiros dois anos, acentuando-se a tendência negativa iniciada após a euforia pós-eleitoral.
Olhando para as respostas apuradas pela sondagem, constatam--se dois fenómenos convergentes o primeiro, já referido, é que entre Outubro de 2003 e Outubro de 2005 nunca se tinham registado índices de expectativa tão baixos; o segundo, mais preocupante, é que a ligeira subida da confiança registada no mês de Setembro não se confirmou em Outubro, mergulhando de novo o índice de expectativas em tendências negativas.
Na verdade, a comparação com o mês anterior revela uma deterioração dos estados de alma. A Marktest inquiriu os cidadãos sobre a evolução da situação económica pessoal e do seu agregado familiar durante o próximo ano. As respostas são elucidativas 58,2% acham que vai piorar e 27% consideram que vai ficar na mesma. Só uma minoria de 10,3% acredita que a situação vai melhorar.
Relembrando os acontecimentos que marcaram o último mês, saltam à vista dois factos marcantes as eleições autárquicas e a apresentação do Orçamento do Estado para 2006, onde se prevêem cortes na despesa pública, revisões salariais abaixo da inflação e aumentos de receitas por via da subida de alguns impostos. No entanto, nem o acto eleitoral nem a divulgação das linhas gerais do documento injectaram optimismo nos portugueses. Pelo menos, a julgar pelo índice de expectativa sobre a evolução da economia do País, onde também se regista uma quebra. Na verdade, 56,8% dos inquiridos prevêem que a situação económica vai piorar e 23,7% antevêem que tudo fique na mesma. Sobra novamente uma minoria de 14,6% de optimistas.
A tendência geral verifica-se tanto nos indivíduos do sexo masculino como feminino, ainda que as mulheres sejam mais pessimistas que os homens. Outros dados da sondagem mostram que os eleitores do PSD são os mais descontentes de todos (os do PS são os mais optimistas), e que os habitantes do Sul do País são os que menos acreditam numa reviravolta da situação no próximo ano - em contraste com os cidadãos da Grande Lisboa.
Triste sina ter nascido português
Este país está muito mau,porque as pessoas gostam de se algemar ao politicamente correcto e isso trás muitas consequências para este país.O povo vota PS e PSD,portanto tem de acarretar as decisões deles.Basicamente o povo tem aquilo que merece,embora a abstenção também demonstre que nem todas as pessoas estão com eles.Tenho pena sinceramente que tenhamos muito politicos maus.
- Rui Elias Maltez
- Sênior
- Mensagens: 13951
- Registrado em: Ter Nov 16, 2004 1:38 pm
- Localização: Sintra, Portugal
- Agradeceram: 1 vez
- Contato:
A seguir à "bebedeira" vem a "ressaca".
A maioria da população portuguesa estava farta das políticas dos governos de Durão e Santana.
Daí os resultados eleitorais de 20 de Fevereiro de 2005, que para além da maioria absoluta dada ao PS, viu crescer a CDU e o BE a níveis nunca vistos, e a descida a pique do PSD e a estagnação do CDS.
Acreditava a população numa inversão das políticas, relembradas pelos discursos do PS do tempo de Guterres "primeiro as pessoas" e "as pessoas não são números".
Mas Sócrates e actual direcção enganou os portugueses mantendo, e em alguns casos agravando as condições a que a populaçõa estava a ser sujeita.
Sócrates enganou primeiro os militantes do PS nas "primárias" desse partido, para a eleição para secretário-geral, permitindo-lhe ganhar folgadamente sobre os seus dois concorrentes internos.
E a 20 de Fevereiro enganou o eleitorado português.
Depois de 3 anos a ouvir falar da crise e a sentir na pele os apertos de uma política neo-liberal, com a finalidade anunciada de que com estes sacrifícios de 3/4 anos, Portugal poderia depois ver a luz ao fundo do túnel, acreditou que com o PS no poder as coisas mudariam finalmente.
Mas ... Surpresa!!!
O PS decobriu que o buraco orçamental era maior que quando o PSD/CDS ascenderam ao poder em 2001.
O que isso levaria a população portuguesa dos que trabalham por conta de outra (sempre os mesmos, aliás) a terem que prolongar os sacrifícios por mais 4 anos, no mínimo.
Tudo em nome dos sacro-santos valores de cumprimento do sagrado Pacto de Estabilidade e Crescimento.
E agora o povo descrê, perde a fé na política, nos políticos, nos partidos, abstem-se cada vez mais da participação cívica e politica.
O povo está farto da mesma conversa da "tanga".
Porque vê que as políticas foram agravadas para quem já tem pouco para dar.
E que a diferença entre rico e pobre é maior em Portugal que no resto do espaço europeu.
E que as diferenças se acentuarão.
E de esperanças para o futuro... nada!
A maioria da população portuguesa estava farta das políticas dos governos de Durão e Santana.
Daí os resultados eleitorais de 20 de Fevereiro de 2005, que para além da maioria absoluta dada ao PS, viu crescer a CDU e o BE a níveis nunca vistos, e a descida a pique do PSD e a estagnação do CDS.
Acreditava a população numa inversão das políticas, relembradas pelos discursos do PS do tempo de Guterres "primeiro as pessoas" e "as pessoas não são números".
Mas Sócrates e actual direcção enganou os portugueses mantendo, e em alguns casos agravando as condições a que a populaçõa estava a ser sujeita.
Sócrates enganou primeiro os militantes do PS nas "primárias" desse partido, para a eleição para secretário-geral, permitindo-lhe ganhar folgadamente sobre os seus dois concorrentes internos.
E a 20 de Fevereiro enganou o eleitorado português.
Depois de 3 anos a ouvir falar da crise e a sentir na pele os apertos de uma política neo-liberal, com a finalidade anunciada de que com estes sacrifícios de 3/4 anos, Portugal poderia depois ver a luz ao fundo do túnel, acreditou que com o PS no poder as coisas mudariam finalmente.
Mas ... Surpresa!!!
O PS decobriu que o buraco orçamental era maior que quando o PSD/CDS ascenderam ao poder em 2001.
O que isso levaria a população portuguesa dos que trabalham por conta de outra (sempre os mesmos, aliás) a terem que prolongar os sacrifícios por mais 4 anos, no mínimo.
Tudo em nome dos sacro-santos valores de cumprimento do sagrado Pacto de Estabilidade e Crescimento.
E agora o povo descrê, perde a fé na política, nos políticos, nos partidos, abstem-se cada vez mais da participação cívica e politica.
O povo está farto da mesma conversa da "tanga".
Porque vê que as políticas foram agravadas para quem já tem pouco para dar.
E que a diferença entre rico e pobre é maior em Portugal que no resto do espaço europeu.
E que as diferenças se acentuarão.
E de esperanças para o futuro... nada!
Rui Elias Maltez escreveu:
O povo está farto da mesma conversa da "tanga".
Ó Rui,e de quem é a culpa,diz-me lá?É obvio que é dos nossos políticos,mas serão só deles?Se uma arma disparar,será que a culpa é da arma ou de quem disparou o gatilho?A responsabilidade também é do povo,porque votam constantemente no PS e PSD,e as vezes tem uma paragem cerebral e votam no PCP e no BE.Esse povo deveria-se abster-se ou votar branco ou nulo nas legislativas,só assim se mudas as coisas.A abstenção deveria chegar aos 70,80% só assim se resolveria esta fantochada de politicos.Hitler também foi eleito democraticamente, embora a democracia naquela altura era algo bem frágil,mas grande parte das pessoas que votaram em hitler,também são responsáveis por aquilo que aconteceu nos anos seguintes.Essa de culpar só os politicos a mim não serve......Lembra-te se Socrates teve a maioria absoluta é porque alguem o quis,além disso as mentiras do governo,é algo que o povo já sabe que vai acontecer portanto nada de novo.
Cmpts.
- Rui Elias Maltez
- Sênior
- Mensagens: 13951
- Registrado em: Ter Nov 16, 2004 1:38 pm
- Localização: Sintra, Portugal
- Agradeceram: 1 vez
- Contato:
Pantera:
Infelizmente a maioria da população vai votando nos partidos do "centrão", embora pelo menos à esquerda se assista a uma subida da CDU e do BE.
Mas não serão suficientes.
Acho que na verdade o regime fundado a 25 de Abril de 1974 se esgotou mercê de uma classe politica desgastada e de uma elite empresarial e financeira que é quem ralmente manda, sem no entanto ser eleita.
Hoje houvem-se nos noticiários com mais atenção um grande lider de um grupo empresarial ou um economista que um líder da oposição.
Dá-se mais tempo de antena a um empresário que ao líder do CDS ou do PCP.
Os FP's são s novos judeus da nova sociedade, rseponsabilizados, como eram os judeus no tempo do nazismo, por todos os males do país.
Até se dá a entender que os nossos FP's não são portugueses como os outros, e que não pagam impostos como os outros.
Porque na realidade são eles, as elites financeiras e os políticos que têm lugar garantido nas grandes empresas públicas e privadas, logo que saiam de um lugar politico, que têm o real poder.
O povo, como eles pensarão, "que se lixe".
Infelizmente a maioria da população vai votando nos partidos do "centrão", embora pelo menos à esquerda se assista a uma subida da CDU e do BE.
Mas não serão suficientes.
Acho que na verdade o regime fundado a 25 de Abril de 1974 se esgotou mercê de uma classe politica desgastada e de uma elite empresarial e financeira que é quem ralmente manda, sem no entanto ser eleita.
Hoje houvem-se nos noticiários com mais atenção um grande lider de um grupo empresarial ou um economista que um líder da oposição.
Dá-se mais tempo de antena a um empresário que ao líder do CDS ou do PCP.
Os FP's são s novos judeus da nova sociedade, rseponsabilizados, como eram os judeus no tempo do nazismo, por todos os males do país.
Até se dá a entender que os nossos FP's não são portugueses como os outros, e que não pagam impostos como os outros.
Porque na realidade são eles, as elites financeiras e os políticos que têm lugar garantido nas grandes empresas públicas e privadas, logo que saiam de um lugar politico, que têm o real poder.
O povo, como eles pensarão, "que se lixe".
- Dieneces
- Sênior
- Mensagens: 6524
- Registrado em: Seg Abr 09, 2007 1:50 pm
- Localização: São Gabriel , RS
- Agradeceu: 9 vezes
- Agradeceram: 10 vezes
Nessas minhas escavações tenho descoberto cada revelação...mpina41 escreveu:Sabem que o P44 ía a Vila Real (Espanha) ver o SLBenfica e já não vai?
Porquê?
Porque não sabe onde vive o Manuel Liste...
Brotei no Ventre da Pampa,que é Pátria na minha Terra/Sou resumo de uma Guerra,que ainda tem importância/Sou Raiz,sou Sangue,sou Verso/Sou maior que a História Grega/Eu sou Gaúcho e me chega,p'ra ser Feliz no Universo.
- P44
- Sênior
- Mensagens: 55257
- Registrado em: Ter Dez 07, 2004 6:34 am
- Localização: O raio que vos parta
- Agradeceu: 2752 vezes
- Agradeceram: 2433 vezes
OPINIÃO
PORTUGAL PASSA AO LADO
Baptista-Bastos
escritor e jornalista
Espavorido, Marques Mendes fez, há dias, uma alarmada declaração ao País: "O PS está à direita do PSD!" A coisa só pode ser grave e surpreendente para o próprio Marques Mendes, político gentil e, aparentemente, alheado da recente História pátria. O PS sempre alimentou a nossa inocência, comovendo-nos com a incessante litania da esperança. Quando os seus militantes atroavam as ruas, gritando a idílica frase "Partido Socialista, partido marxista!", ignoravam, com idêntico ardor, o exacto significado do que diziam.
Nada disto tem importância. Nunca ninguém se preocupou com os ideais, as doutrinas, os projectos do PS para Portugal. Acaso o PS não tinha nenhum. E, pelos vistos, não o tem. Aquela extasiada história do "partido marxista" foi logo removida do ABC, quando Willy Brandt recomendou a sua rápida submersão. Ávidos de "modernidade", os dirigentes do PS estabeleceram o preceito de que a melhor teoria é não ter teoria alguma.
Ilustra a história um encantador episódio entre Mário Soares e Piteira Santos. Aquele teria perguntado a este: "Porque é que você não se inscreve no Partido Socialista?" E Piteira: "Porque sou socialista!" Na realidade o PS nunca praticou, nem involuntariamente, o socialismo, justificando-se com o "pragmatismo" ou apoiando-se num enigmático "contexto histórico", de que servia de escora a "guerra fria". Os factos induzem-nos a duvidar se alguma vez houve "socialismo", por módico que fosse, em qualquer parte do planeta.
Não foi Sócrates que deu cabo do PS. Foi o PS que deu cabo da ideia que, erradamente, se fazia do PS. Sócrates regressou à "pureza inicial" do partido, como foi enternecedoramente sublinhado no jantar comemorativo da fundação. Mas Sócrates deu, também, cabo do PSD de Mendes; ou, pelo menos, ensarilhou o PSD e entalou Mendes. Este, averiguadamente desconcertado, diz o que não devia dizer e toma atitudes tão ignaras quanto absurdas. O incidente Carmona é outra parcela a juntar à soma de disparates. Ante esta rude gesta, Luís Filipe Menezes, sibilino e doce, por vezes na cintilação de leve sarcasmo, vai tecendo os fios que enredam Mendes numa trama cada vez mais inextricável.
Entretanto, a designação de António Costa para Lisboa ergue a suspeita de que Sócrates quis remover um émulo poderoso. Manigância com antecedentes: lembremo-nos das ciladas a Mário Soares e a Manuel Alegre. Maquiavel advertiu que, em política, não há moral. Sócrates não leu: mas aprendeu de ouvido.
Os limites e as confusões deste aviltamento convidam-nos a concluir que, com cavalheiros de tal porte, tudo se resume a ganhar ou a perder.
Portugal passa ao lado.|
http://dn.sapo.pt/2007/05/16/opiniao/po ... _lado.html
Triste sina ter nascido português
- manuel.liste
- Sênior
- Mensagens: 4056
- Registrado em: Seg Set 12, 2005 11:25 am
- Localização: Vigo - Espanha
- Agradeceu: 7 vezes
- Agradeceram: 8 vezes
- Sintra
- Sênior
- Mensagens: 3902
- Registrado em: Sex Jun 02, 2006 3:20 pm
- Localização: Emirado de Al-Guheirão que fica no Califado de AL-Sintra
P44 escreveu:OPINIÃO
PORTUGAL PASSA AO LADO
Baptista-Bastos
escritor e jornalista
Espavorido, Marques Mendes fez, há dias, uma alarmada declaração ao País: "O PS está à direita do PSD!" A coisa só pode ser grave e surpreendente para o próprio Marques Mendes, político gentil e, aparentemente, alheado da recente História pátria. O PS sempre alimentou a nossa inocência, comovendo-nos com a incessante litania da esperança. Quando os seus militantes atroavam as ruas, gritando a idílica frase "Partido Socialista, partido marxista!", ignoravam, com idêntico ardor, o exacto significado do que diziam.
Nada disto tem importância. Nunca ninguém se preocupou com os ideais, as doutrinas, os projectos do PS para Portugal. Acaso o PS não tinha nenhum. E, pelos vistos, não o tem. Aquela extasiada história do "partido marxista" foi logo removida do ABC, quando Willy Brandt recomendou a sua rápida submersão. Ávidos de "modernidade", os dirigentes do PS estabeleceram o preceito de que a melhor teoria é não ter teoria alguma.
Ilustra a história um encantador episódio entre Mário Soares e Piteira Santos. Aquele teria perguntado a este: "Porque é que você não se inscreve no Partido Socialista?" E Piteira: "Porque sou socialista!" Na realidade o PS nunca praticou, nem involuntariamente, o socialismo, justificando-se com o "pragmatismo" ou apoiando-se num enigmático "contexto histórico", de que servia de escora a "guerra fria". Os factos induzem-nos a duvidar se alguma vez houve "socialismo", por módico que fosse, em qualquer parte do planeta.
Não foi Sócrates que deu cabo do PS. Foi o PS que deu cabo da ideia que, erradamente, se fazia do PS. Sócrates regressou à "pureza inicial" do partido, como foi enternecedoramente sublinhado no jantar comemorativo da fundação. Mas Sócrates deu, também, cabo do PSD de Mendes; ou, pelo menos, ensarilhou o PSD e entalou Mendes. Este, averiguadamente desconcertado, diz o que não devia dizer e toma atitudes tão ignaras quanto absurdas. O incidente Carmona é outra parcela a juntar à soma de disparates. Ante esta rude gesta, Luís Filipe Menezes, sibilino e doce, por vezes na cintilação de leve sarcasmo, vai tecendo os fios que enredam Mendes numa trama cada vez mais inextricável.
Entretanto, a designação de António Costa para Lisboa ergue a suspeita de que Sócrates quis remover um émulo poderoso. Manigância com antecedentes: lembremo-nos das ciladas a Mário Soares e a Manuel Alegre. Maquiavel advertiu que, em política, não há moral. Sócrates não leu: mas aprendeu de ouvido.
Os limites e as confusões deste aviltamento convidam-nos a concluir que, com cavalheiros de tal porte, tudo se resume a ganhar ou a perder.
Portugal passa ao lado.|
http://dn.sapo.pt/2007/05/16/opiniao/po ... _lado.html
O Batista Bastos?!
Ó "Prepe" aonde é que tu estavas no 25 de Abril?
- P44
- Sênior
- Mensagens: 55257
- Registrado em: Ter Dez 07, 2004 6:34 am
- Localização: O raio que vos parta
- Agradeceu: 2752 vezes
- Agradeceram: 2433 vezes
- cabeça de martelo
- Sênior
- Mensagens: 39488
- Registrado em: Sex Out 21, 2005 10:45 am
- Localização: Portugal
- Agradeceu: 1137 vezes
- Agradeceram: 2847 vezes
- cabeça de martelo
- Sênior
- Mensagens: 39488
- Registrado em: Sex Out 21, 2005 10:45 am
- Localização: Portugal
- Agradeceu: 1137 vezes
- Agradeceram: 2847 vezes
- P44
- Sênior
- Mensagens: 55257
- Registrado em: Ter Dez 07, 2004 6:34 am
- Localização: O raio que vos parta
- Agradeceu: 2752 vezes
- Agradeceram: 2433 vezes
- P44
- Sênior
- Mensagens: 55257
- Registrado em: Ter Dez 07, 2004 6:34 am
- Localização: O raio que vos parta
- Agradeceu: 2752 vezes
- Agradeceram: 2433 vezes