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por Marino » Dom Abr 29, 2007 10:01 am
Indústria Aeronáutica
Compra de caças volta a ser prioridade da Aeronáutica e faz CTA iniciar novos estudos
Após cancelamento do Projeto FX, militares agora são favoráveis à compra direta dos aviões
São José dos Campos
O CTA (Comando-Geral de Tecnologia Aeroespacial), em São José dos Campos, iniciou novos estudos para a compra de caças de superioridade aérea, conhecido como projeto FX. O anterior foi definitivamente cancelado.
Na Aeronáutica, a compra dos aviões ganhou status de assunto prioritário para 2007. Internamente, a maioria dos oficiais envolvidos é a favor da compra direta, que está prevista na Constituição por se tratar de equipamento de segurança nacional.
Os estudos, divididos em três fases, deverão avaliar também os benefícios para a indústria nacional, segundo a Aeronáutica. Ainda segundo a instituição, a fase atual é conceitual --na qual os estudos avaliam as necessidades e as características (da aeronave) para atendê-las.
Na fase dois, são feitos estudos de viabilidade tecnológica, operacional e econômica. Somente na terceira fase o estudo é transformado em projeto. "Nessa etapa, é que se define, por exemplo, se haverá desenvolvimento de um produto, se as necessidades serão atendidas por um avião pronto, qual será o envolvimento da indústria nacional e qual será a forma de aquisição, por meio de licitação ou compra direta (com a seleção de propostas no âmbito do Comando da Aeronáutica), entre outras particularidades", informou a Aeronáutica.
SUBSTITUIÇÃO - O projeto FX começou a ser articulado em 1995 visando a substituição dos caças Mirage 3, já fora de operação por obsolescência.
Depois de cancelar o programa, o Ministério da Defesa optou por comprar 12 jatos Mirage 2000-C usados, fabricados na década de 80, por 80 milhões de euros.
A medida foi considerada paleativa tendo em vista a necessidade do real reaparelhamento da FAB (Força Aérea Brasileira).
Para o especialista em assuntos militares da UFJF-MG (Universidade Federal de Juiz de Fora), Expedito Bastos, o momento favorece a retomada do processo. "Depois da crise aérea o governo federal está tentando acalmar os ânimos nas Forças Armadas", disse o pesquisador.
CANDIDATOS - Entre os jatos de quinta-geração considerados potenciais candidatos estão os caças Rafale, da francesa Dassault Aviation; SU-35, fabricado pela russa Sukhoi, o FA-18 E/F da norte-americana Boeing e o F-35, da também norte-americana Lockheed-Martin.
O fato de a indústria aeronáutica russa estar desenvolvendo um jato comercial na faixa dos 100 lugares, um futuro concorrente direto do jato Embraer 190, fabricado pela Embraer, deverá pesar contra o jato da Sukhoi, na avaliação de Bastos. Todos os jatos estão na mesma categoria de avanço tecnológico e pertencem à chamada quinta-geração.
O pesquisador defende a compra direta. "O Exército e a Marinha estão se reaparelhando dessa forma. A compra direta irá acelerar o processo ao evitar problemas típicos das concorrências, como os eventuais recursos judiciais dos perdedores", disse.
BRASILEIRAS - As brasileiras Embraer e Avibras participaram da extinta concorrência do FX, avaliada em US$ 700 milhões, para o fornecimento de 12 a 24 caças de superioridade aérea. A Embraer se associou a um grupo de empresas francesas, incluindo a Dassault Aviation, e a Avibras, ao consórcio russo Rosoboronexport.
O consórcio franco-brasileiro oferecia o avião Mirage 2000BR, uma versão semelhante a que foi comprada do governo da França. O consórcio integrado pela Avibras participou da disputa com o caça Sukhoi-35. Nos bastidores, circulava a informação de que o Mirage e o Sukhoi eram os preferidos na opinião dos militares da Aeronáutica.
A concorrência do F-X, avaliada em US$ 700 milhões, previa a aquisição de 12 a 24 caças supersônicos para a FAB.