hayes escreveu:EDITADO: O sr. Túlio achou seu post.
Bem... Meu movimento será o seguinte:
As palavras sublinhadas não dizem muito. Dizem que a Emb já concorre com Boeing e Airbus... é verdade, em alguns contratos os E190 e E195 concorrem com os modelos menores A318/319 e 737.
A Emb tem conseguido ganhar alguns páreos deles, sendo o que mais visibilidade trouxe foi a vitória contra a Airbus no contrato para a JetBlue. Justamente a que agora mais reclama do E190 (porque será né!!!).
Existe muita coisa nesse jogo que é suja...
Mas continuando com a questão dos aviões maiores... Ele disse que agora estamos jogando no primeiro time... sim, é verdade, no time das empresas "Major" e não mais nas regionais. No time da USAirways, Lufthansa, Japan Air Lines,... e não mais nas regionais somente. E na disputa destes contratos entram os Airbus e Boeing menores.
A frase dele pode ser interpretada de várias maneiras, vc deu a sua visão, eu dou a minha. Ele não disse nada explicitamente sobre construir aviões mairoes, de 200 lugares ou mais, ou coisa do gênero.
Eu interpreto que as pressões dobre a Embraer serão cada vez maiores, vindas da concorrência e de clientes cada vez mais exigentes, acostumados com o suporte de gigantes com a A e a B.
Em seu discurso de despedida, em cerimônia reservada aos funcionários, foi dito que não é objetivo da empresa concorrer abertamente com os gigantes, com um produto que diretamente afronte estes, por alguns motivos:
1- Eles já tem toda uma infraestrutura preparada... e nós precisarímaos investir para construir novas fábricas, novas cabines de pintura, tudo... e eles não.
2- Eles tem forte apoio governamental, e de governos fortíssimos... nós não.
3- Eles tem mecanismos de financiamento com infinitamente mais recursos que o nosso BNDES.
4- Eles já tem tradição neste mercado, assim como a Embraer tem no mercado regional.
5- Eles gastam bilhões de dólares por ano desenvolvendo novas tecnologias, nós não... pois não temos como gastar bilhões, muitas vezes a fundo perdido.
Bater de frente com eles é suicídio empresarial.
Botelho entretanto não descartou, numa entrevista que tenho aqui, só que no "papel", uma parceria com uma das gigantes no sentido de desenvolverem um projeto conjunto.
Veja, quem manda na Embraer são seus acionistas... eles querem lucros, querem empreendimentos com menor risco para seu dinheiro. E é isso que a Embraer vai buscar fazer, buscar nichos de mercado onde possa lançar produtos com diferencial para a concorrência. Neste sentido entraram os VLJ´s, o C-390, e outros que vêm por aí.
E o pessoal da inteligência de mercado está de olho no movimento dos concorrentes e sabe que a família de aeronaves que substituirá os 737 e os A318/9 já está nas pranchetas da B e A.
Mas se vc prefere acreditar no que um jornalista escreveu, de uma conversa cujo contexto não se sabe ao certo qual era. Então acredite, é seu direito.
Eu sinceramente espero que a Embraer se mantenha com os pés no chão. E uso as palavras do Botelho. QUando nós acharmos que somos os melhores, quando não conseguirmos mais perceber os perigos do mercado, morreremos como empresa.
Sds,
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