#19
Mensagem
por midnight » Sex Abr 13, 2007 9:39 pm
Acho que o Sarney seria um bom ministro da defesa, desde que desse liberdade à ele.
Leiam isso, achei um cara excelente para o cargo:
América Latina - Latin America
Defesanet 23 Julho 2006
Folha São Paulo 14 Julho 2006
Luz vermelha
(para texto em espanhol Link)
JOSÉ SARNEY
A América Do Sul é o mais pacífico dos continentes. Há mais de cem anos não temos uma guerra. A democracia está consolidada em toda a região. Nunca permitimos corrida armamentista. Ao menor sinal, todos reagimos. O momento mais perigoso foi a tentativa de uma corrida nuclear entre Brasil e Argentina, conjurada por mim e Alfonsín.
Há seis anos, quando Menen inventou a tal história da Argentina associada à Otan, o Brasil reagiu e eu tomei a frente desse protesto. Em 1987 -por iniciativa do meu governo-, o Atlântico Sul foi considerado, por resolução da ONU, "zona de paz", com um único voto contra, o dos Estados Unidos.
Quando o Chile quis equipar sua força aérea com caças F-16 de última geração, Carter embargou a compra para evitar o desequilíbrio de forças estratégicas na região.
Agora o plano de Chávez de gastar US$ 60 bilhões em armas, transformando a Venezuela numa potência militar, é uma ameaça ao continente. Ele disse que ficará no governo até 2031 (não estarei mais por aqui) e se mostra "integracionista". Mas quem pode saber se um presidente da Venezuela não achará que deve ocupar a Amazônia para evitar sua internacionalização?
Com os novos equipamentos -14 caças Su-25, 600 mil bombas guiadas por GPS, estações de radar ultra-sofisticadas tridimensionais JYL da China e, em aquisição, 138 navios, dez a 15 submarinos e 150 supersônicos-, nossa soberania vira pó. Ninguém imaginou que isso pudesse ocorrer no continente sul-americano.
Para que tudo isso? Para enfrentar os Estados Unidos? Ora, para a superpotência isso não vale nada, mas para nós é uma força de fazer tremer. De duas uma: ou o Brasil entra na corrida armamentista para assegurar sua defesa, retirando o escasso dinheiro de seu Orçamento que está servindo para nossos programas sociais, ou então, para sobreviver, tem de acobertar-se no guarda-chuva da Otan, tragicamente fazendo voltar a tese de Menen, como única forma de defender-se. Menen era contra o Brasil, agora seremos todos unidos para nos defendermos da "nova potência militar" que dominará a América do Sul.
Os nossos militares voltaram a suas funções constitucionais, estão submetidos ao poder político que é a síntese de todos os poderes. Mas é do dever deles, constitucionalmente, defender o Brasil. Para cumprir sua missão eles certamente demandarão recursos, ou ao menos pedirão ao presidente Lula que faça ver a Chávez que a democracia militar que ele implanta deve parar para não pararmos a nossa democracia de mais pão e menos armas.