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Aviação Agrícola - O setor que cresce voando baixo
Desde 2000, foi registrado aumento de 30% no setor de aviação agrícola no Brasil, com um volume de negócios que atinge R$ 500 milhões anuais e hoje envolve 400 empresas e 1,7 mil aeronaves.
Quase seis décadas depois do primeiro avião agrícola do Brasil alçar vôo em Pelotas, no sul do Estado, o setor conhece dias de ânimo revigorado. Levantamento de especialistas na área indicam que de 2000 para cá houve um crescimento de 30% no ramo de aviação agrícola no país. São cerca de 400 empresas brasileiras e 1,7 mil aeronaves gerando um volume de negócios estimado em R$ 500 milhões por ano.
Entre os predicados que atraem cada vez mais produtores e interessados estão a precisão na aplicação dos inseticidas (todo o trabalho é norteado por GPS), a rapidez (em média, um avião pulveriza 200 hectares em uma hora, enquanto um trator atinge 10 hectares) e a ausência de perdas provocadas pelo amassamento das plantas, ocasionado pelas rodas dos veículos terrestres.
As opções de uso das aeronaves agrícolas podem ser ampliadas com a aplicação de uréia nas lavouras, a distribuição de sementes no solo - em lavouras de soja, arroz, trigo, milho, cana-de-açúcar e até melancia - ou mesmo o combate a incêndios.
Do pioneiro Clóvis Candiota, que voou para a história na manhã de 19 de agosto de 1947, restou o exemplo de coragem e audácia que marcam os pilotos rurais até hoje. Percorrendo lavouras a uma altura de dois a cinco metros do chão, aumentando e diminuindo a altitude de acordo com o relevo e, algumas vezes, driblando árvores e os fios de energia elétrica, estes aviadores têm credenciais próprias, conquistadas depois de no mínimo 400 horas voadas como piloto comercial e de um curso específico com duração de pouco mais de um mês. Atualmente, há apenas três escolas do gênero no país: em Itápolis (SP), Ponta Grossa (PR) e Cachoeira do Sul (RS).
Entre os modelos de aeronaves mais utilizadas para este fim está o modelo Ipanema, um monomotor de asa baixa fabricado por uma subsidiária da Embraer, com capacidade para apenas uma pessoa, autonomia de 3,5 horas e velocidade de 180 km/h.
Coordenador de aviação agrícola da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o coronel Ajax Augusto Mendes Corrêa acredita que o setor ainda se ressente de mais apoio governamental e de maior reconhecimento por parte da sociedade. Para embasar sua preocupação, o oficial cita a diminuição no número de pilotos formados nos últimos anos.
- Antes eram 150, 200 a cada 12 meses. Agora são no máximo 30. Se continuar assim, teremos de importar pilotos no futuro - prevê o coronel.
Visão bem mais otimista tem o comandante Pelópidas Bernardi, 37 anos, da Aero Agrícola Santos Dumont, de Cachoeira do Sul. Para ele, a atividade "é a melhor forma de tratamento e salvação da lavoura".
Trabalhando há 25 anos no setor - começou ainda menino a auxiliar o pai na manutenção dos aviões -, ele projeta que a retomada do crescimento no agronegócio brasileiro terá reflexos imediatos na área.
- O Brasil ainda pode e tem muito a crescer na aviação agrícola - afirma Bernardi, observando ainda que o ramo gera cerca de 20 mil empregos diretos no país.
Quanto custa
Um modelo novo de avião agrícola custa em média R$ 600 mil. A partir de cinco anos de uso, o preço pode cair para R$ 400 mil
Em média, o hectare pulverizado por uma aeronave custa R$ 25 para quem contrata o serviço.
60 anos no Brasil
Em comemoração ao primeiro vôo de uma aeronave agrícola no país - 19 de agosto de 1947 -, o Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola (Sindag) marcou para 5 a 8 de junho um congresso do setor em Cachoeira do Sul.
Onde saber mais
http://www.anac.gov.br
http://www.sindag.org.br
http://www.aviacaoagricola.com.br
Voando a uma altura de dois a cinco metros e com a vantagem da precisão, aeronaves pulverizam as lavouras, aplicando herbicidas e uréia, lançando sementes ou mesmo combatendo incêndios.
Fernando Ferrari, produtor rural de 34 anos de Passo Fundo, tornou-se piloto agrícola e aplica insumos em sua propriedade de 750 hectares, além de fazer trabalhos para outros agricultores. Nunca sofreu um acidente e diz que o segredo, voando baixo a 200 km/h, é "pensar sempre à frente da aeronave".
Leandro Kemmerich, 25 anos, vai pelo mesmo caminho e faz aulas para tornar-se piloto em função do envolvimento da família com a agricultura e da confiança em um mercado de trabalho em expansão. Nesta safra, ele acompanhou voluntariamente outros pilotos.
fonte: jornal "Zero Hora" 18 mar 2007 - Cleber Bertoncello
Um abraço e até mais...
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