Guerra das Malvinas / Falkland
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Alvo inocente.
Vinte segundos separaram um Boeing 707 brasileiro de um míssil Sidewinder britânico durante a Guerra das Malvinas. A informação faz parte do livro Cem dias, de John Woodward, comandante das forças britânicas durante o conflito com as tropas argentinas, publicado em caplos pelo jornal londrino Daily Mail.
No dia 21 de abril de 1982, de acordo com o relato do militar, um objeto n㯭 identificado foi captado pelo sistema de radar do porta-aviões Hermes, que estava a caminho do arquipélogo situado no Atlântico Sul e recém ocupado pelas forças argentinas. Como o objeto voava a longa distância, um avião Sea Harrier recebeu ordens de decolar para interceptá-lo. Ao se aproximar, o piloto informou tratar-se de um Boeing 707 sem armas de combate e disse que o avião estranho havia mudado sua rota ao avistar o caça britânico.
Cometeu, no entanto, um equívoco perigoso: identificou, por engano, insígnias da Força Aérea Argentina no Boeing e confundiu a aeronave brasileira ( da Varig ), a caminho da África do Sul, com um avião de reconhecimento argentino. O erro foi percebido quando o alvo já estava na mira do caça "Todo o curso da guerra teria mudado caso essa tragédia ocorresse" , admitiu o comandante no livro. Woodward relata o episódio com riqueza de detalhes. Uma foto tirada pelo piloto deixava supor que o Boeing havia sido convertido num avião de reconhecimento militar. Sua missão na avaliação do comandante, seria checar o tamanho e as rotas da frota inimiga. "Era o ladrão, concluiu na ocasião "Pareceu-me que aquele tipo de coisa poderia continuar. Assim, ordenei a derrubada do aviãoo, contou.
Na manha do dia 22 de abril, exatamente às 11h34, o avião foi novamente detectado pelos radares do Hermes. Dessa vez, mais prevenido, o comandante enviou uma patrulha de combate para interceptar o 707, mas a missão fracassou e o avião desapareceu. No início da noite, o suposto inimigo voltou a aparecer e chegou a entrar na linha de alcance dos mísseis britânicos. Nesse momento, Woodward chegou a desconfiar do engano monumental, mas em seguida manteve seus planos. "O ladrão tem nos visitado a vários dias. “Tá hora de tirá-lo de cena", decretou. Mantida a sentença um caça Sea Harrier aproximou-se do Boeing. Mas, a 20 segundos de fuzilá-lo, o piloto percebe um novo detalhe. "O avião parece estar numa linha direta de Durban ( na África do Sul ) para o Rio de Janeiro", informa pelo rádio.
O comandante gritou imediatamente: " Armas paradas !" Em seguida. ordenou a aproximação de um caça para realizar a identificação visual do inimigo. O erro, então finalmente descoberto. O piloto britânico informa tratar-se de um avião comercial brasileiro, com luzes de navegação e de cabine devidamente acesas e posicionado na rota noroeste Durban-Rio de Janeiro. Essa conclusão acabou por revelar um outro mistério: as duas companhias aéreas que operam entre o Brasil e a África do Sul - Varig e South Afriean Airlines (SAA) - fazem vôos para Joanesburgo. 'Se tivéssemos abatido aquele Boeing, a Grã-Bretanha certamente teria perdido a soberania sobre as Falklands ( nome que os Britânicos deram às Malvinas ). Que outra opção restaria ao governo americano senão a de retirar o seu apoio a Londres ?', pergunta ele.
"A força tarefa britânica seria chamada a regressar, as Falklands seriam hoje Malvinas e eu teria sido conduzido a uma corte marcial", imagina Woodward. Ele admite que nem mesmo a então primeira-ministra britânica, Margarert Thatcher, foi informada sobre o episódio. A derrubada do avião brasileiro, na avaliação feita pelo comandante em seu livro, provocaria um "furor mundial" semelhante ao ocorrido em 1983 com o equivocado ataque promovido pela avião soviética a um Boeing 747 sul-coreano. O incidente provocou a morte de 269 pessoas. Na ocaca, o então presidente americano, Ronald Reagan, exigiu desculpas formais de Moscou, mas a URSS alegou que o avião não respondeu às tentativas de comunicação emitidas pelos caças soviéticos e acusou os Estados Unidos de terem usado o avião como cobertura para uma missão de espionagem.
Cinco anos depois, no final da guerra entre Irã Iraque, um navio de guerra americano estacionado no Golfo Pérsico confundiu um Airbus comercial iraniano com um F14 e o abateu, causando a morte das 290 pessoas a bordo. A guerra das Malvinas, iniciada em 2 de abril de 1982 com o desembarque das forças argentinas na ilha e concluiu em junho com a retomada do arquipélago pelos britânicos, não precisou, porém de acidentes para deixar um trágico saldo: 712 argentinos e 255 britânicos mortos em combate. Durante o conflito, um bombardeiro Vulcan invadiu o espaço aéreo brasileiro e foi interceptado por caças F5E da FAB. A Argentina exigiu do governo brasileiro a devolução do avião após fim da guerra, mas o pedido foi negado. No dia 11 de junho, tragédias antes de Buenos Aires assumir uma derrota humilhante, o Vulcan decolou rumo à base britânica de Ascensão depois da promessa de Londres não usá-lo nos combates.
Fuentes? Revista IstoÉ Senhor n°1165, 29/01/1992
Vinte segundos separaram um Boeing 707 brasileiro de um míssil Sidewinder britânico durante a Guerra das Malvinas. A informação faz parte do livro Cem dias, de John Woodward, comandante das forças britânicas durante o conflito com as tropas argentinas, publicado em caplos pelo jornal londrino Daily Mail.
No dia 21 de abril de 1982, de acordo com o relato do militar, um objeto n㯭 identificado foi captado pelo sistema de radar do porta-aviões Hermes, que estava a caminho do arquipélogo situado no Atlântico Sul e recém ocupado pelas forças argentinas. Como o objeto voava a longa distância, um avião Sea Harrier recebeu ordens de decolar para interceptá-lo. Ao se aproximar, o piloto informou tratar-se de um Boeing 707 sem armas de combate e disse que o avião estranho havia mudado sua rota ao avistar o caça britânico.
Cometeu, no entanto, um equívoco perigoso: identificou, por engano, insígnias da Força Aérea Argentina no Boeing e confundiu a aeronave brasileira ( da Varig ), a caminho da África do Sul, com um avião de reconhecimento argentino. O erro foi percebido quando o alvo já estava na mira do caça "Todo o curso da guerra teria mudado caso essa tragédia ocorresse" , admitiu o comandante no livro. Woodward relata o episódio com riqueza de detalhes. Uma foto tirada pelo piloto deixava supor que o Boeing havia sido convertido num avião de reconhecimento militar. Sua missão na avaliação do comandante, seria checar o tamanho e as rotas da frota inimiga. "Era o ladrão, concluiu na ocasião "Pareceu-me que aquele tipo de coisa poderia continuar. Assim, ordenei a derrubada do aviãoo, contou.
Na manha do dia 22 de abril, exatamente às 11h34, o avião foi novamente detectado pelos radares do Hermes. Dessa vez, mais prevenido, o comandante enviou uma patrulha de combate para interceptar o 707, mas a missão fracassou e o avião desapareceu. No início da noite, o suposto inimigo voltou a aparecer e chegou a entrar na linha de alcance dos mísseis britânicos. Nesse momento, Woodward chegou a desconfiar do engano monumental, mas em seguida manteve seus planos. "O ladrão tem nos visitado a vários dias. “Tá hora de tirá-lo de cena", decretou. Mantida a sentença um caça Sea Harrier aproximou-se do Boeing. Mas, a 20 segundos de fuzilá-lo, o piloto percebe um novo detalhe. "O avião parece estar numa linha direta de Durban ( na África do Sul ) para o Rio de Janeiro", informa pelo rádio.
O comandante gritou imediatamente: " Armas paradas !" Em seguida. ordenou a aproximação de um caça para realizar a identificação visual do inimigo. O erro, então finalmente descoberto. O piloto britânico informa tratar-se de um avião comercial brasileiro, com luzes de navegação e de cabine devidamente acesas e posicionado na rota noroeste Durban-Rio de Janeiro. Essa conclusão acabou por revelar um outro mistério: as duas companhias aéreas que operam entre o Brasil e a África do Sul - Varig e South Afriean Airlines (SAA) - fazem vôos para Joanesburgo. 'Se tivéssemos abatido aquele Boeing, a Grã-Bretanha certamente teria perdido a soberania sobre as Falklands ( nome que os Britânicos deram às Malvinas ). Que outra opção restaria ao governo americano senão a de retirar o seu apoio a Londres ?', pergunta ele.
"A força tarefa britânica seria chamada a regressar, as Falklands seriam hoje Malvinas e eu teria sido conduzido a uma corte marcial", imagina Woodward. Ele admite que nem mesmo a então primeira-ministra britânica, Margarert Thatcher, foi informada sobre o episódio. A derrubada do avião brasileiro, na avaliação feita pelo comandante em seu livro, provocaria um "furor mundial" semelhante ao ocorrido em 1983 com o equivocado ataque promovido pela avião soviética a um Boeing 747 sul-coreano. O incidente provocou a morte de 269 pessoas. Na ocaca, o então presidente americano, Ronald Reagan, exigiu desculpas formais de Moscou, mas a URSS alegou que o avião não respondeu às tentativas de comunicação emitidas pelos caças soviéticos e acusou os Estados Unidos de terem usado o avião como cobertura para uma missão de espionagem.
Cinco anos depois, no final da guerra entre Irã Iraque, um navio de guerra americano estacionado no Golfo Pérsico confundiu um Airbus comercial iraniano com um F14 e o abateu, causando a morte das 290 pessoas a bordo. A guerra das Malvinas, iniciada em 2 de abril de 1982 com o desembarque das forças argentinas na ilha e concluiu em junho com a retomada do arquipélago pelos britânicos, não precisou, porém de acidentes para deixar um trágico saldo: 712 argentinos e 255 britânicos mortos em combate. Durante o conflito, um bombardeiro Vulcan invadiu o espaço aéreo brasileiro e foi interceptado por caças F5E da FAB. A Argentina exigiu do governo brasileiro a devolução do avião após fim da guerra, mas o pedido foi negado. No dia 11 de junho, tragédias antes de Buenos Aires assumir uma derrota humilhante, o Vulcan decolou rumo à base britânica de Ascensão depois da promessa de Londres não usá-lo nos combates.
Fuentes? Revista IstoÉ Senhor n°1165, 29/01/1992
Thiago
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"O respeito e a educação são garantia de uma boa discussão. Só depende de você!"
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Documentario Malvinas.....
Assisti ontem o documentário Malvinas: Retirada no Discovery ou History Channel não prestei atenção a isto mas hoje vai passar um outro no Discovery que pareceser mais interessante,Malvinas: Uma outra história,acho que é assim. Quer dizer então que os ingleses roubaram as Malvinas mesmo dos argentinos....sacanagem.....pirataria......
Mas os argentinossó fizeram burradas nesta guerra tb.......eita povinho zé.....
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Vou aproveitar o tópico para levantar uma outra questão...
Uma vez eu li uma história de que os mísseis que estavam nos pilones do Vulcan que pousou no Rio de Janeiro (caso Black Buck #6) foram confiscados pela FAB e sofreram uma "engenharia reversa" originando o nosso MAR-1. Algum tempo depois disseram que a história era falsa e que os mísseis voltaram com o avião... Pois bem, estava fazendo minhas pesquisas na net quando me deparei com isso:
(...)'Black Buck 6' flown on 3 June, enjoyed somewhat greater success as it caused damage to a Skyguard fire-control radar. After its inflight-refuelling probe broke the Vulcan had no option but to divert to Rio de Janeiro in Brazil, where it was interned for some nine days before being released. The aicraft landed in Rio with zero fuel on board. The remaining missile on the Vulcans pylon was not returned with the aircraft and crew.(...)
Olhei bem a fonte e me deparei com isso: http://www.raf.mod.uk/falklands/bb1.html (o link é do site oficial da Royal Air Force)
Então essa história de engenharia reversa é verdade mesmo? Afinal de contas, o míssil ficou aqui (e, sinceramente, eu não acredito que ele foi jogado no lixo)...
Até mais!
Uma vez eu li uma história de que os mísseis que estavam nos pilones do Vulcan que pousou no Rio de Janeiro (caso Black Buck #6) foram confiscados pela FAB e sofreram uma "engenharia reversa" originando o nosso MAR-1. Algum tempo depois disseram que a história era falsa e que os mísseis voltaram com o avião... Pois bem, estava fazendo minhas pesquisas na net quando me deparei com isso:
(...)'Black Buck 6' flown on 3 June, enjoyed somewhat greater success as it caused damage to a Skyguard fire-control radar. After its inflight-refuelling probe broke the Vulcan had no option but to divert to Rio de Janeiro in Brazil, where it was interned for some nine days before being released. The aicraft landed in Rio with zero fuel on board. The remaining missile on the Vulcans pylon was not returned with the aircraft and crew.(...)
Olhei bem a fonte e me deparei com isso: http://www.raf.mod.uk/falklands/bb1.html (o link é do site oficial da Royal Air Force)
Então essa história de engenharia reversa é verdade mesmo? Afinal de contas, o míssil ficou aqui (e, sinceramente, eu não acredito que ele foi jogado no lixo)...
Até mais!
Editado pela última vez por Brigadeiro em Qua Abr 04, 2007 1:28 pm, em um total de 1 vez.
Thiago
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- Delta Dagger
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Brigadeiro escreveu:Vou aproveitar o tópico para levantar uma outra questão...
Uma vez eu li uma história de que os mísseis que estavam nos pilones do Vulcan que pousou no Rio de Janeiro (caso Black Buck #6) foram confiscados pela FAB e sofreram uma "engenharia reversa" originando o nosso MAR-1. Algum tempo depois disseram que a história era falsa e que os mísseis voltaram com o avião... Pois bem, estava fazendo minhas pesquisas na net quando me deparei com isso:
(...)'Black Buck 6' flown on 3 June, enjoyed somewhat greater success as it caused damage to a Skyguard fire-control radar. After its inflight-refuelling probe broke the Vulcan had no option but to divert to Rio de Janeiro in Brazil, where it was interned for some nine days before being released. The aicraft landed in Rio with zero fuel on board. The remaining missile on the Vulcans pylon was not returned with the aircraft and crew.(...)
Olhei bem a fonte e me deparei com isso: http://www.raf.mod.uk/falklands/bb1.html (o link é do site oficial da Royal Air Force)
Então essa história de engenharia reversa é verdade mesmo? Afinal de contas, o míssil ficou aqui (e, sinceramente, eu não acredito que ele foi jogado no lixo)...
Até mais!
Tenho a vaga impressão que o armamento seria devolvido posteriormente. Não foram liberados junto com o Vulcan para que não atacassem os argentinos em seguida.
Só não sei quanto tempo ficaram aqui e se realmente houve a tal engenharia reversa.
Abs
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Cavalheiros,
segue aí uma narração de um dos mais famosos episódios das FA’s brasileiras no episódio do conflito de 1982: a interceptação do bombardeiro Vulcan da RAF pelos F5 da BASC! O relato me foi feito por alguns dos envolvidos. Alguns dados foram omitidos/trocados*, ainda que possa parecer até ridículo, dado o tempo decorrido, mas é em respeito aos amigos que a narraram e que não pude contatar p/”autorizações”. Possíveis “floreações” são por conta deles, não minhas...
“Manhã de 3 de junho de 1982. O sol brilhava forte e o céu de brigadeiro. Praia cheia.
Na Base aérea de Santa Cruz, dois caças F5 preparavam-se para decolar, numa missão de exercício de tiro de canhão de 20mm. Á bordo, seguiria como líder o Cap Charlie* e como ala o Maj.Fox*.
De repente, a Tôrre Santa Cruz os chama, com voz emocionada:
__ Trovão de fogo*! A defesa aérea os aciona para ganhar tempo!
__ Positivo. Aguardamos vetores.
Trovão de fogo* é o código para interceptação real e com o acionamento, o Maj Fox assume o comando, passando o Cap Charlie para o papel de ala. Como estavam na linha de vôo, ganharia-se pelo menos uns 8 min em relação ao piloto em alerta que, mesmo já estando de macacão e anti-g e encontrar-se no setor operacional da base, ainda teria que deslocar-se. Como prejuízo, a ausência dos Sidewinders. Os F5 de alerta permaneceram em Stand bye.
“OVNI, Papa tango perdido, alguém da força tarefa inglesa ou aquele 707 da Força Aérea Argentina...quem será?” pensou um dos caçadores...
Pós- combustores a toda, rompem a barreira do som logo, desta vez sem se importar com a proximidade do Rio de Janeiro( várias vidraças quebradas..). Canal da defesa aérea, voz do controlador emocionada: “alvo rumo X*”, Y* milhas !”
O caçador pensa “Se ele for hostil, está indo para Santa Cruz, minha família está ali...”
__Alvo saiu do radar! Diz o controlador, emocionado.
O alvo está mergulhando, aparentemente buscando a fuga do radar. Indício de hostilidade. Mais tarde, soube-se que, após a pane no reabastecimento em vôo, o Vulcan alijou sua carga e a tripulação cumpriu o regulamento de despressurizar a cabine e lançar fora documentos e códigos secretos da RAF. Mas não conseguiram pressuriza-la novamente, obrigando-os a descer.
Interceptação frontal, a mais difícil... a velocidade de aproximação dos vetores é somada. Mais de mach 2!
__Alvo no radar, 20 milhas, na proa, aproximando rápido! Diz o controlador.
Radares do F5 ligados, daqui a pouco...
__Contato! Diz o Maj fox. Pouco atrás, ala de combate, o Cap Charlie aguarda o contato no seu radar...
__Terão visual a qualquer momento! Diz o controlador.
Mal o Cap Charlie o pega no radar e...
__Visual!! O Maj Fox grita e gira violentamente o F5! Anti-g inflado!
Manobra súbita, o Cap Charlie avista, atônito, a ambos num ângulo horrível...o que fazer para não “espirrar” e abandonar a cobertura do líder?
Instintivamente, o Cap Charlie reduz e faz a manobra que, naquela velocidade, muitos tremem só de pensar...rolamento para o dorso e puxa! Um returnemant supersônico! A visão some, as asas do F5 entortam...9,10,11 g? Quem sabe?
E o Vulcan aparece as 12h...inicialmente pequeno, mas pós-combustor a pleno e...enche o colimador! Dedo no gatilho, mão suando dentro da luva!
E lá já está o Maj Fox a sua esquerda, para sinais visuais e comunicação...
.O final do vôo todos sabem: o Vulcan é vetorado para o Galeão. Manobra perfeita de seu piloto, chegando um pouco alto. Não tinha combustível nem para a arremetida...
Nas asas, um Schrike(míssil anti-radar) que não soltou. Ainda bem que ficou até o fim ou seria um incidente de conseqüências seríssimas...
Horas depois, as conseqüências: Argentina solicita ao governo brasileiro a retenção do avião, os ingleses a liberação do avião e o envio de técnicos para o desarme do míssil.
Enquanto isso, no Galeão, um sgt do material bélico dá uma olhada e...
__Dá um alicate!
__Pronto! Está desarmado! Esses brasileiros...
O cmte da Base Aérea do Galeão ordenou a presença do militar com o melhor inglês da base para siceronear os ingleses. E veio o sgt. Delta*.
__Estão retidos na Base até decisão posterior do governo. Acompanhe-os e ajude-os da melhor forma possível. Deixarei meu carro a sua disposição para resolver eventuais necessidades (roupas,etc) que possam ter.
Os ingleses estavam altamente assustados, como era de se prever. Medo do governo brasileiro entrega-los aos argentinos.
Necessidades...Bom, a lenda que correu na base é que foi visto um carro oficial na porta de uma casa “especializada” da night da zona sul... E se fossem argentinos, perguntariam uns. Eu diria que seria a mesma coisa com “los hermanos”. Somos de fazer amizade, é de nossa índole. E nenhum dos dois países fizeram nada contra o Brasil. A velha estória da irmandade entre os guerreiros, seja qual for a bandeira...
Mais tarde, já acabada a guerra, houve episódios de esquadrões de Tornados em dificuldades no deslocamento p/ as Malvinas/Falklands, com pouso no Rio. Fizeram até “bolacha” para os componentes do esquadrão (The Boys from Rio”). Acho que gostaram (se a lenda foi verdade!)...”
OBS- Há quem diga que a manobra do Cap Charlie afetou seriamente sua coluna. Verdade ou não, o que importa foi o comportamento altruísta e altamente profissional daquele militar. A missão foi cumprida.
segue aí uma narração de um dos mais famosos episódios das FA’s brasileiras no episódio do conflito de 1982: a interceptação do bombardeiro Vulcan da RAF pelos F5 da BASC! O relato me foi feito por alguns dos envolvidos. Alguns dados foram omitidos/trocados*, ainda que possa parecer até ridículo, dado o tempo decorrido, mas é em respeito aos amigos que a narraram e que não pude contatar p/”autorizações”. Possíveis “floreações” são por conta deles, não minhas...
“Manhã de 3 de junho de 1982. O sol brilhava forte e o céu de brigadeiro. Praia cheia.
Na Base aérea de Santa Cruz, dois caças F5 preparavam-se para decolar, numa missão de exercício de tiro de canhão de 20mm. Á bordo, seguiria como líder o Cap Charlie* e como ala o Maj.Fox*.
De repente, a Tôrre Santa Cruz os chama, com voz emocionada:
__ Trovão de fogo*! A defesa aérea os aciona para ganhar tempo!
__ Positivo. Aguardamos vetores.
Trovão de fogo* é o código para interceptação real e com o acionamento, o Maj Fox assume o comando, passando o Cap Charlie para o papel de ala. Como estavam na linha de vôo, ganharia-se pelo menos uns 8 min em relação ao piloto em alerta que, mesmo já estando de macacão e anti-g e encontrar-se no setor operacional da base, ainda teria que deslocar-se. Como prejuízo, a ausência dos Sidewinders. Os F5 de alerta permaneceram em Stand bye.
“OVNI, Papa tango perdido, alguém da força tarefa inglesa ou aquele 707 da Força Aérea Argentina...quem será?” pensou um dos caçadores...
Pós- combustores a toda, rompem a barreira do som logo, desta vez sem se importar com a proximidade do Rio de Janeiro( várias vidraças quebradas..). Canal da defesa aérea, voz do controlador emocionada: “alvo rumo X*”, Y* milhas !”
O caçador pensa “Se ele for hostil, está indo para Santa Cruz, minha família está ali...”
__Alvo saiu do radar! Diz o controlador, emocionado.
O alvo está mergulhando, aparentemente buscando a fuga do radar. Indício de hostilidade. Mais tarde, soube-se que, após a pane no reabastecimento em vôo, o Vulcan alijou sua carga e a tripulação cumpriu o regulamento de despressurizar a cabine e lançar fora documentos e códigos secretos da RAF. Mas não conseguiram pressuriza-la novamente, obrigando-os a descer.
Interceptação frontal, a mais difícil... a velocidade de aproximação dos vetores é somada. Mais de mach 2!
__Alvo no radar, 20 milhas, na proa, aproximando rápido! Diz o controlador.
Radares do F5 ligados, daqui a pouco...
__Contato! Diz o Maj fox. Pouco atrás, ala de combate, o Cap Charlie aguarda o contato no seu radar...
__Terão visual a qualquer momento! Diz o controlador.
Mal o Cap Charlie o pega no radar e...
__Visual!! O Maj Fox grita e gira violentamente o F5! Anti-g inflado!
Manobra súbita, o Cap Charlie avista, atônito, a ambos num ângulo horrível...o que fazer para não “espirrar” e abandonar a cobertura do líder?
Instintivamente, o Cap Charlie reduz e faz a manobra que, naquela velocidade, muitos tremem só de pensar...rolamento para o dorso e puxa! Um returnemant supersônico! A visão some, as asas do F5 entortam...9,10,11 g? Quem sabe?
E o Vulcan aparece as 12h...inicialmente pequeno, mas pós-combustor a pleno e...enche o colimador! Dedo no gatilho, mão suando dentro da luva!
E lá já está o Maj Fox a sua esquerda, para sinais visuais e comunicação...
.O final do vôo todos sabem: o Vulcan é vetorado para o Galeão. Manobra perfeita de seu piloto, chegando um pouco alto. Não tinha combustível nem para a arremetida...
Nas asas, um Schrike(míssil anti-radar) que não soltou. Ainda bem que ficou até o fim ou seria um incidente de conseqüências seríssimas...
Horas depois, as conseqüências: Argentina solicita ao governo brasileiro a retenção do avião, os ingleses a liberação do avião e o envio de técnicos para o desarme do míssil.
Enquanto isso, no Galeão, um sgt do material bélico dá uma olhada e...
__Dá um alicate!
__Pronto! Está desarmado! Esses brasileiros...
O cmte da Base Aérea do Galeão ordenou a presença do militar com o melhor inglês da base para siceronear os ingleses. E veio o sgt. Delta*.
__Estão retidos na Base até decisão posterior do governo. Acompanhe-os e ajude-os da melhor forma possível. Deixarei meu carro a sua disposição para resolver eventuais necessidades (roupas,etc) que possam ter.
Os ingleses estavam altamente assustados, como era de se prever. Medo do governo brasileiro entrega-los aos argentinos.
Necessidades...Bom, a lenda que correu na base é que foi visto um carro oficial na porta de uma casa “especializada” da night da zona sul... E se fossem argentinos, perguntariam uns. Eu diria que seria a mesma coisa com “los hermanos”. Somos de fazer amizade, é de nossa índole. E nenhum dos dois países fizeram nada contra o Brasil. A velha estória da irmandade entre os guerreiros, seja qual for a bandeira...
Mais tarde, já acabada a guerra, houve episódios de esquadrões de Tornados em dificuldades no deslocamento p/ as Malvinas/Falklands, com pouso no Rio. Fizeram até “bolacha” para os componentes do esquadrão (The Boys from Rio”). Acho que gostaram (se a lenda foi verdade!)...”
OBS- Há quem diga que a manobra do Cap Charlie afetou seriamente sua coluna. Verdade ou não, o que importa foi o comportamento altruísta e altamente profissional daquele militar. A missão foi cumprida.
- Delta Dagger
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alcmartin escreveu:Cavalheiros,
segue aí uma narração de um dos mais famosos episódios das FA’s brasileiras no episódio do conflito de 1982: a interceptação do bombardeiro Vulcan da RAF pelos F5 da BASC! O relato me foi feito por alguns dos envolvidos. Alguns dados foram omitidos/trocados*, ainda que possa parecer até ridículo, dado o tempo decorrido, mas é em respeito aos amigos que a narraram e que não pude contatar p/”autorizações”. Possíveis “floreações” são por conta deles, não minhas...
“Manhã de 3 de junho de 1982. O sol brilhava forte e o céu de brigadeiro. Praia cheia.
Na Base aérea de Santa Cruz, dois caças F5 preparavam-se para decolar, numa missão de exercício de tiro de canhão de 20mm. Á bordo, seguiria como líder o Cap Charlie* e como ala o Maj.Fox*.
De repente, a Tôrre Santa Cruz os chama, com voz emocionada:
__ Trovão de fogo*! A defesa aérea os aciona para ganhar tempo!
__ Positivo. Aguardamos vetores.
Trovão de fogo* é o código para interceptação real e com o acionamento, o Maj Fox assume o comando, passando o Cap Charlie para o papel de ala. Como estavam na linha de vôo, ganharia-se pelo menos uns 8 min em relação ao piloto em alerta que, mesmo já estando de macacão e anti-g e encontrar-se no setor operacional da base, ainda teria que deslocar-se. Como prejuízo, a ausência dos Sidewinders. Os F5 de alerta permaneceram em Stand bye.
“OVNI, Papa tango perdido, alguém da força tarefa inglesa ou aquele 707 da Força Aérea Argentina...quem será?” pensou um dos caçadores...
Pós- combustores a toda, rompem a barreira do som logo, desta vez sem se importar com a proximidade do Rio de Janeiro( várias vidraças quebradas..). Canal da defesa aérea, voz do controlador emocionada: “alvo rumo X*”, Y* milhas !”
O caçador pensa “Se ele for hostil, está indo para Santa Cruz, minha família está ali...”
__Alvo saiu do radar! Diz o controlador, emocionado.
O alvo está mergulhando, aparentemente buscando a fuga do radar. Indício de hostilidade. Mais tarde, soube-se que, após a pane no reabastecimento em vôo, o Vulcan alijou sua carga e a tripulação cumpriu o regulamento de despressurizar a cabine e lançar fora documentos e códigos secretos da RAF. Mas não conseguiram pressuriza-la novamente, obrigando-os a descer.
Interceptação frontal, a mais difícil... a velocidade de aproximação dos vetores é somada. Mais de mach 2!
__Alvo no radar, 20 milhas, na proa, aproximando rápido! Diz o controlador.
Radares do F5 ligados, daqui a pouco...
__Contato! Diz o Maj fox. Pouco atrás, ala de combate, o Cap Charlie aguarda o contato no seu radar...
__Terão visual a qualquer momento! Diz o controlador.
Mal o Cap Charlie o pega no radar e...
__Visual!! O Maj Fox grita e gira violentamente o F5! Anti-g inflado!
Manobra súbita, o Cap Charlie avista, atônito, a ambos num ângulo horrível...o que fazer para não “espirrar” e abandonar a cobertura do líder?
Instintivamente, o Cap Charlie reduz e faz a manobra que, naquela velocidade, muitos tremem só de pensar...rolamento para o dorso e puxa! Um returnemant supersônico! A visão some, as asas do F5 entortam...9,10,11 g? Quem sabe?
E o Vulcan aparece as 12h...inicialmente pequeno, mas pós-combustor a pleno e...enche o colimador! Dedo no gatilho, mão suando dentro da luva!
E lá já está o Maj Fox a sua esquerda, para sinais visuais e comunicação...
.O final do vôo todos sabem: o Vulcan é vetorado para o Galeão. Manobra perfeita de seu piloto, chegando um pouco alto. Não tinha combustível nem para a arremetida...
Nas asas, um Schrike(míssil anti-radar) que não soltou. Ainda bem que ficou até o fim ou seria um incidente de conseqüências seríssimas...
Horas depois, as conseqüências: Argentina solicita ao governo brasileiro a retenção do avião, os ingleses a liberação do avião e o envio de técnicos para o desarme do míssil.
Enquanto isso, no Galeão, um sgt do material bélico dá uma olhada e...
__Dá um alicate!
__Pronto! Está desarmado! Esses brasileiros...
O cmte da Base Aérea do Galeão ordenou a presença do militar com o melhor inglês da base para siceronear os ingleses. E veio o sgt. Delta*.
__Estão retidos na Base até decisão posterior do governo. Acompanhe-os e ajude-os da melhor forma possível. Deixarei meu carro a sua disposição para resolver eventuais necessidades (roupas,etc) que possam ter.
Os ingleses estavam altamente assustados, como era de se prever. Medo do governo brasileiro entrega-los aos argentinos.
Necessidades...Bom, a lenda que correu na base é que foi visto um carro oficial na porta de uma casa “especializada” da night da zona sul... E se fossem argentinos, perguntariam uns. Eu diria que seria a mesma coisa com “los hermanos”. Somos de fazer amizade, é de nossa índole. E nenhum dos dois países fizeram nada contra o Brasil. A velha estória da irmandade entre os guerreiros, seja qual for a bandeira...
Mais tarde, já acabada a guerra, houve episódios de esquadrões de Tornados em dificuldades no deslocamento p/ as Malvinas/Falklands, com pouso no Rio. Fizeram até “bolacha” para os componentes do esquadrão (The Boys from Rio”). Acho que gostaram (se a lenda foi verdade!)...”
OBS- Há quem diga que a manobra do Cap Charlie afetou seriamente sua coluna. Verdade ou não, o que importa foi o comportamento altruísta e altamente profissional daquele militar. A missão foi cumprida.
Muito bom!! Se eu tiver tempo posto um texto sobre o assunto que foi bublicado na série Aviões de Guerra, com a versão britanica sobre o episódio.
- Delta Dagger
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Saindo um pouco do assunto, aqui vai uma boa notícia para quem gosta de simuladores. Um grupo de programadores independentes estão trabalhando num simulador de combate aéreo da Guerra das Malvinas.
Trata-se do Jet Thunder - Falklands Malvinas, no time ha um brasileiro um inglês e um argentino. O site deles: http://www.thunder-works.com/
Vejam o vídeo promocional no Youtube http://www.youtube.com/watch?v=SJjGgZ08ToQ
Fiquei impressionado com a qualidade dos modelos!
Trata-se do Jet Thunder - Falklands Malvinas, no time ha um brasileiro um inglês e um argentino. O site deles: http://www.thunder-works.com/
Vejam o vídeo promocional no Youtube http://www.youtube.com/watch?v=SJjGgZ08ToQ
Fiquei impressionado com a qualidade dos modelos!
O projeto do Jet Thunder já é relativamente antigo. Lembro do início dele, quando o Dante postou uma mensagem no finado RedeC3 (o melhor site de simulação de combate que o Brasil já teve). Isso foi em 2000 ou 2001.
O negócio anda devagar, pois não é patrocinado. Está sendo tocado a ritmo de hobby pelos integrantes. A idéia é vender o produto a alguma empresa grande quando estiver mais próximo da conclusão. Mas sem dúvida, ele está ficando excelente.
Abraços,
O negócio anda devagar, pois não é patrocinado. Está sendo tocado a ritmo de hobby pelos integrantes. A idéia é vender o produto a alguma empresa grande quando estiver mais próximo da conclusão. Mas sem dúvida, ele está ficando excelente.
Abraços,
Carpe noctem!
- Delta Dagger
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Piffer escreveu:O projeto do Jet Thunder já é relativamente antigo. Lembro do início dele, quando o Dante postou uma mensagem no finado RedeC3 (o melhor site de simulação de combate que o Brasil já teve). Isso foi em 2000 ou 2001.
O negócio anda devagar, pois não é patrocinado. Está sendo tocado a ritmo de hobby pelos integrantes. A idéia é vender o produto a alguma empresa grande quando estiver mais próximo da conclusão. Mas sem dúvida, ele está ficando excelente.
Abraços,
Pois é Piffer, eu não conhecia e por acaso pensava em um simulador justo sobre as Malvinas. Ha um tempo eu jogava o pré-histórico Air Duel e posteriormente o Fighter Anthology onde eu criava umas missões para tentar afundar o Invencible com Super Etendard....rs.
Com o advento do Jet Thunder, o lance então vai ser aguardar o lançamento do game, esperamos que breve.
Abs