Sniper escreveu:O que os Britânicos poderíam fazer caso os Iranianos não libertem os marinheiros ?
Eles estão atolados até o pescoço no Iraque...![]()
SBS - Special Boat Service

Moderador: Conselho de Moderação
Possivelmente só há uma explicação para a conduta até aqui bastante cautelosa de Londres e Washington frente à captura, por parte da Guarda Revolucionária do Irã, de 15 militares britânicos: a situação tem tudo para se transformar numa crise difícil, complicada e longa. Na verdade, já é. Tornou-se impossível separar um "problema tático" (nas palavras do oficial britânico que comandava os 15 capturados) das enormes ramificações envolvendo o programa nuclear iraniano, a guerra no Iraque e a própria política interna iraniana - com conseqüências já registradas nos mercados internacionais de petróleo nesta segunda feira (26).
Há fundamento na alegação iraniana de que os 15 marinheiros britânicos encontravam-se em suas águas territoriais. Eles foram detidos na desembocadura do Shatt al-Arab, um curso d'agua vital tanto para o Iraque como para o Irã, e que levou os dois países à guerra em 1980. Há um acordo assinado pelos dois países em 1975 (quando o Irã era militarmente mais forte que o Iraque), revogado por Saddam em 1980 (quando ele achou que podia esmagar a revolução islâmica do Aiatolá Khomeini), novamente implementado em parte em 1988 (o cessar-fogo da guerra Irã-Iraque), e observado de facto (mas não de jure) desde 1990 (quando Saddam precisava da neutralidade iraniana depois de invadir o Kuwait). Em resumo: onde os dois botes britânicos estavam é área disputada pelos dois países há décadas.
O procedimento iraniano em relação aos britânicos é padrão, e não só quanto a militares: há poucos dias foi libertado um alemão que estava pescando próximo ao estreito de Ormuz (o buraco da agulha do petróleo do mundo), e acabou preso, acusado de ter invadido águas territoriais iranianas. Passou um ano e meio preso. Em outubro de 2005 os iranianos prenderam três velejadores (dois britânicos e um australiano) no mesmo lugar. E, em 2004, já haviam "internado" 8 militares britânicos, também na desembocadura do Shatt al-Arab.
Não há dúvidas de que o Irã utiliza esses cidadãos como peões na troca de prisioneiros iranianos. No caso do pescador alemão, os iranianos queriam a libertação de um agente envolvido num atentado num restaurante em Berlim. A troca foi negada. No caso dos 15 militares capturados na semana passada, a primeira reação britânica foi de comedimento: a fragata "Cornwall", de onde saíram os dois botes patrulha, teria sozinha condições de aniquilar as embarcações militares enviadas pelos iranianos.
O que preocupa no episódio recente é o fato de que não parece ser o Ministério das Relações Exteriores iraniano que detém a chave das negociações. Coexistem no Irã praticamente dois tipos de Forças Armadas: as "tradicionais" (Exército, Marinha e Aeronáutica) e a Guarda Revolucionária, que tem também suas tropas de terra, mar e ar. O comando final de ambas é o mesmo, e está nas mãos do Supremo Líder, o Aiatolá Khamenei. Abaixo dessa instância, elas competem por verbas e influência política. As Forças Armadas ainda preservam certo "profissionalismo", mas o controle ideológico da Guarda Revolucionária é total.
Não foi à toa que as cinco principais potências do Conselho de Segurança da ONU, mais a Alemanha, impuseram sanções ao Irã, por desobeceder ao ultimato de suspensão do programa nuclear, começando por comandantes da Guarda Revolucionária (e chegando a impedir transações do Banco Sepah, um dos maiores do país). São sanções de "novo tipo", com as quais concordam também Rússia e China, destinadas a fazer doer nos poderosos do país - evitando o tipo de conseqüência dolorosa para a população registrada no caso do Iraque, depois de 1991.
Os dois fatos - a aplicação de sanções e a captura dos 15 militares - parecem mais coincidência do que resultado de planejamento, mas isso agora não mais importa. Os iranianos acham que os americanos capturaram injustamente cinco de seus funcionários no consulado de Irbil, no Norte do Iraque, no começo do ano - sob a acusação, feita pelos americanos, de que ajudavam a insurgência. Salta aos olhos o fato de que Irbil, em zona controlada pelos curdos, não é o lugar onde a influência iraniana mais se faz sentir.
O que os últimos acontecimentos sugerem é que esses três níveis - o tático (com a captura de iranianos aqui e britânicos ali), o estratégico (a influência enorme do Irã em vários níveis do conflito no Iraque) e o geopolítico (o Irã, seu programa nuclear e o peso iraniano no Oriente Médio como um todo) tornaram-se tão extremados, a ponto de um pequeno incidente transformar-se rapidamente numa situação mais grave com dinâmica e ritmo próprios.
Os britânicos, que mantêm relações diplomáticas "normais" com o Irã (os EUA romperam depois que 50 de seus diplomatas foram mantidos reféns por 444 dias, a partir de novembro de 1979, em Teerã) têm larga experiência na área e aquele tipo de perícia em negociação que fez com que as zonas de ocupação britânicas no Sul do Iraque, por exemplo, fossem relativamente muito mais calmas do que as administradas pelos americanos.
Mas o principal fator foge ao controle de britânicos, americanos e do próprio Conselho de Segurança da ONU: é o quanto a nova situação que o Irã desfruta - a de ser a principal potência da região depois de Israel - deu aos seus líderes em auto confiança. Ou arrogância.
*William Waack
Última Hora
2007-03-28 - 14:39:00
Impasse sobre marinheiros
Londres suspende contactos com Irão
O Governo britânico decidiu suspender esta quarta-feira todos os contactos diplomáticos com o Irão para resolver a situação dos 15 marinheiros detidos.
A ministra dos Negócios Estrangeiros britânica, Margaret Beckett, afirmou que o Reino Unido espera a libertação dos marinheiros e reitera que estes se encontravam em águas territoriais iraquianas. Ainda antes, o ministro da Defesa do governo de Blair tinha divulgado fotografias de satélite, que poderiam demonstrar que aqueles não estavam em águas iranianas.
Por seu turno, as autoridades iranianas defendem que os marinheiros tinham entrado nas suas águas cerca de meio quilómetro.
Tony Blair, primeiro-ministro britânico, tinha anunciado que poderia suspender as negociações.
gadugovitch escreveu:a inglaterra só endureceu o discurso porque sabe que tem o apoio dos eua
se estivesse sozinha, faria um discurso bem mais ameno
mau_geografia escreveu:Sniper escreveu:P44 escreveu:militar???? sei não....![]()
a RN reduzida a meia dúzia de barcaças![]()
Dizem que eles estão a incorporar barcaças Anti-Aéreas de 7.200 toneladas agora... Coitados...![]()
Barcaças anti-aéreas???