NRP Sacadura Cabral (F-483)
O N.R.P. "COMANDANTE SACADURA CABRAL " (F483) é uma das quatro fragatas pertencentes à classe "Comandante João Belo" tendo sido construída nos estaleiros navais da Compagnie des Ateliers et Forges de la Loire em Nantes, segundo os planos das fragatas francesas da classe "Commandant Riviére".
Foi aumentado ao efectivo dos navios da Armada no dia 26 de Julho de 1969, em cerimónia realizada na Base Naval de Lorient.
O navio entrou no porto de Lisboa pela primeira vez no dia 20 de Dezembro de 1969 e, em Março de 1970 fez a primeira visita aos Açores, visitando as ilhas Terceira e do Faial.
Ainda no ano de 1970 o navio visitou o arquipélago de Cabo Verde por duas vezes.
Em Abril de 1972 efectuou uma viagem presidencial ao Brasil e, no dia 31 de Maio de 1972, iniciou uma longa comissão de serviço no Ultramar, com permanências em Cabo Verde e Angola, e escalas em S. Tomé e Príncipe e Guiné, regressando a Lisboa no dia 8 de Agosto de 1973.
Em Junho de 1974 deslocou-se a Cabo Verde e à Guiné.
Em 24 de Julho de 1974 largou para Angola em missão de soberania, tendo tido por base o porto de Luanda durante cerca de um ano.
A partir de 1976, o navio tem participado em inúmeros exercícios, missões SAR, viagens de instrução e missões de representação, tendo integrado a força naval da OTAN nos anos de 1988 e 1990 e tomado parte na operação "Sharp Defense", realizada no mar Adriático por forças navais da UEO, em 1993.
Patrono:
O Comandante Sacadura Cabral nasceu em Celorico da Beira em 23 de Maio de 1881.
Depois de ter frequentado a Escola Politécnica onde foi um aluno distintíssimo, assentou praça em 10 de Novembro de 1897, como aspirante de marinha e, frequentando a Escola Naval foi o primeiro classificado entre trinta e cinco camaradas do seu curso.
Logo após a sua saída da Escola Naval em 1901 é colocado em Moçambique, onde durante dois anos presta serviço distinguindo-se como militar e como comandante.
Em 1915 segue para França, onde foi brevetado na Escola de Aviação Militar de Chartres e depois na Escola de Aviação Marítima de Saint Raphael, onde se especializou em hidroaviões.
Aviador celebrado pela sua alta competência, efectuou várias viagens aéreas antes daquela que havia de o ligar à posteridade, ressaltando pela sua importância a de Calshot para Lisboa com o seu camarada Azevedo e Silva em 1920 e a de Lisboa para a Madeira a fim de testar o sextante criado por Gago Coutinho, que permitiu melhorar muito a navegação estimada.
A 30 de Março de 1922 tripulando o Hidroavião Lusitania, em companhia de Gago Coutinho, sai de Lisboa com destino ao Brasil. Após uma viagem bastante atribulada, com paragens em Las Palmas, Cabo Verde, Penedos de S. Pedro e S. Paulo e Ilha de Fernando de Noronha, havendo a necessidade de substituir o avião por duas vezes devido a problemas técnicos, alcançam terra firme no Brasil, poisando nas águas do Recife às 11h40m de 5 de Junho de 1922.
A 15 de Novembro de 1924, o destino roubava a Portugal um insigne cidadão, oficial de Marinha de profissão, aviador e geógrafo de formação, com renome internacional.
Pilotando um dos cinco Fokker que conseguira por subscrição pública adquirir para efectuar a viagem de circum-navegação aérea que projectava, desaparece no canal da Mancha com o cabo-mecânico que consigo vinha no avião, na sua viagem para Lisboa vindo de Amesterdão.
Desaparecia o patriota altruísta, sereno e corajoso, modesto e tenaz que após o seu triunfal regresso do Brasil declarava perante o Congresso da República:
"
Nunca fui senão uma coisa: Português - e é isto que quero continuar a ser e que serei. O meu maior desejo é que me deixem voltar à obscuridade de onde sai e que, tranquilamente me seja permitido continuar a exercer a profissão a que me dediquei"
Dados retirados do site http://www.marinha.pt
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Como curiosidade, no site da Marinha de Guerra Portuguesa, a
NRP Hermenegildo Capelo ainda está inscrita nos meios de superficie, como navio operacional.