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Mensagem
por Mateus Dias » Sex Fev 25, 2005 10:27 am
Licitação
Aeronáutica suspende compra de aviões
Pedro Paulo Rezende
Da equipe do Correio
Duas notas curtas encerraram dez anos de sonhos da Força Aérea Brasileira (FAB). Preparadas pelo diretor da Comissão do Projeto Aeronave de Combate (Copac), brigadeiro Aprígio Eduardo de Moura Azevedo, as notas decretaram a morte do Programa F-X, para a compra de até 24 aviões de combate. A primeira, enviada aos concorrentes, foi encaminhada na manhã de quarta-feira. Outra, escrita em conjunto com o Centro de Comunicação Social da Aeronáutica (Cecomsaer), tentava explicar a decisão para o público interno da FAB. Segundo o documento, a partir de agora, o Alto Comando examinará propostas de aviões usados para substituir 20 Mirage IIIEBr, comprados em 1972 e sediados na Base Aérea de Anápolis.
A concorrência, no valor de US$ 700 milhões, foi aberta oficialmente em julho de 2000 e esteve sob ameaça de cancelamento desde 1° de janeiro de 2003, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assumiu. Continuavam na disputa os consórcios russo-brasileiro Avibrás-Rossboronexport-Knaapo, com a aeronave Sukhoi 35; o anglo-sueco British Aerospace-Saab, com o caça Gripen; o franco-brasileiro Embraer-Dassault, com o Mirage 2000Br; e o norte-americano Lockheed-Martin, com o F-16C Fighting Falcon.
O prazo das propostas finais venceu em dezembro último e apenas os russos renovaram a intenção de concorrer. Os fabricantes estavam esperando uma sinalização do governo desde 7 de janeiro, quando o vice-presidente e ministro da Defesa, José Alencar, anunciou a continuidade do programa. Na época, encorajados pelos constantes rumores de cancelamento, cinco fornecedores já tinham encaminhado propostas informais ao Estado-Maior da Aeronáutica. Em dezembro, seis oficiais da FAB foram avaliar a oferta israelense de 24 Kfir 2000. Em janeiro, foi a vez do Cheetah, fabricado pela África do Sul, ser examinado por uma equipe brasileira.
Modelos obsoletos
Os dois aviões têm padrinhos fortes, mas os relatórios foram extremamente desfavoráveis. Os pilotos criticaram o mau estado dos aparelhos e classificaram os modelos como completamente obsoletos — afinal de contas, os dois não passam de versões recauchutadas do Mirage IIIEBr que a FAB deseja aposentar. O ex-comandante da Aeronáutica, tenente-brigadeiro Carlos Almeida Batista, defende a aquisição do modelo israelense, enquanto o secretário de Comunicação de Governo e Gestão Estratégica, Luiz Gushiken, amigo do ex-presidente sul-africano Nelson Mandela, advoga a compra dos Cheetah.
Além das duas ofertas rejeitadas, o Estado-Maior da Aeronáutica recebeu propostas endossadas pelos governos da França e dos Estados Unidos. A França encaminhou uma oferta da Força Aérea dos Emirados Árabes Unidos de 12 Mirage 2000C, ao preço unitário de US$ 15 milhões. Os norte-americanos, por sua vez, apóiam a venda de 43 caças F-16A modernizados das forças aéreas da Holanda (29 unidades) e da Bélgica (14). São aparelhos com custo extremamente baixo, de US$ 6 milhões — o mesmo do programa de modernização dos velhos F-5E da FAB para o padrão F-5Br. A Embaixada dos Estados Unidos garante que não haverá nenhuma restrição de fornecimento de armas, incluindo os mísseis AIM-120C, os mais modernos do arsenal norte-americano. Nos próximos dias, o governo russo vai renovar a proposta de venda de 12 Sukhoi27 novos ao Brasil, feita inicialmente em 2002. Os aparelhos fazem parte do estoque estratégico da força aérea russa e estão orçados em US$ 10 milhões cada.
Apesar de requentadas, quanto mais informação melhor....
Mateus Dias
BRASIL ACIMA DE TUDO !!!