Argentina, Brasil e o naufrágio do Mercosul

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VICTOR
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Argentina, Brasil e o naufrágio do Mercosul

#1 Mensagem por VICTOR » Sex Dez 03, 2004 10:35 pm

OK galera, este tópico serve para notícias e comentários sobre as recentes atitudes da Argentina piorando muito as relações regionais, mesmo com o esforço, boa vontade e a prioridade dadas ao assunto pelo presidente Lula.

:arrow: Tonturas
Lula defendeu o Mercosul e, entusiasmado, a Comunidade Sul-Americana, às vésperas de ser lançada. Mas na seqüência, na Globo News:
- O presidente da Argentina avisou que não vai participar da reunião [da Comunidade]. O anúncio causou mal-estar, pois aumentou a sensação de crise no Mercosul, ao contrário do que disse o presidente Lula.
A desculpa de Néstor Kirchner é que a reunião no Peru, "a 3.740 metros acima do mar, pode lhe provocar tonturas".

:arrow: Freio
E o argentino "Clarín", ontem, destacou o acordo de Kirchner com o presidente do Paquistão, para "frear a eventual ampliação do Conselho de Segurança da ONU" -e barrar a entrada de Brasil e Índia.

Folhade S. Paulo, 03/12/04




Carlos Eduardo

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#2 Mensagem por VICTOR » Sex Dez 03, 2004 10:38 pm

JOSÉ SARNEY - Folha de S. Paulo, 03/12/04.

O Mercosul e os rabichos

Comecei a ter receios quanto à integração do Cone Sul, particularmente ao Mercosul. Esse tema está presente em nossas preocupações permanentes porque essa iniciativa é sem dúvida nenhuma a mais importante tomada pelo nosso país e pela Argentina no sentido de mudar a história do continente.

O mundo marcha para uma acentuada organização em torno de blocos econômicos. Não é uma tendência nova, mas vem se consolidando ao longo de décadas. A China, depois da visita do presidente Hu Jintao ao Brasil, propõe uma área de livre comércio na Ásia, abrangendo os países da costa leste, que vão da Malásia passando por Cingapura e alcançando Tailândia, Vietnã, China e Coréia. Certamente será um bloco de grande peso na economia mundial, já descompensada com a presença dominante da China -crescendo a mais de 10% ao ano.

Enquanto isso, nós ficamos engasgados com mosquito, brigando por sapatos, geladeiras e lavadeiras.

A visão política, esse olho que transcende o conjuntural e é capaz de ver a floresta e o que acontecerá com ela, está desaparecendo no conjunto do bloco. O Brasil tem tido uma conduta impecável, cedendo, contendo interesses menores que se instalam em alguns setores industriais nossos, mas não vejo com a mesma determinação nossos parceiros. Menem fez tudo contra o Mercosul. Ele visava uma aliança quimérica e impossível com os EUA, que deveria ir além dos assuntos de economia e política para derramar-se pela área militar, colocando a Argentina na Otan, isto é, mudando a geografia.

De la Rúa assumiu dizendo que ia ter outra conduta. Voltar às idéias primitivas da integração por setores, não se limitando apenas ao comércio, mas com integração física, cultural, política. Mas foi um Menem aguado.

Com Kirchner e sua relação pessoal com Lula, acenderam-se os fogos do otimismo de que as coisas iriam realmente tomar a direção certa.
O que acontece? O Mercosul não consegue nem se entender, não digo em nível regional, mas em nível mundial. A nossa candidatura à OMC, com o nome extraordinário do embaixador Seixas Correa, que tem densidade internacional, não é apoiada pelo continente sul-americano. O Brasil nunca quis ser hegemônico. Nós sabemos ter a humildade de dizer e praticar que, sem a Argentina -como aconteceu na Europa com a França e a Alemanha-, sem a nossa sintonia perfeita, não há como melhorar a sorte da América do Sul, que não pode continuar com seus índices de pobreza e com a falta de perspectiva em que se encontra.

Com o Mercosul, parou a desindustrialização (que nome comprido) da Argentina. Ela pode reter a indústria automobilística e sobreviver com a do aço.

A Declaração de Iguaçu é de 30 de novembro de 1985. Fazem dez anos da Ata de Ouro Preto. Que o espírito de estadista de Alfonsín, grande homem das Américas, desça sobre essas comemorações. Está faltando Alfonsín, o ideal maior da integração, para crescermos juntos, para mudarmos o futuro.

Acabemos com o rabicho das questões menores. Volto aos meus ditados nordestinos: "Rabicho corta rabo de boi, que dirá de gente!".

--------------------------------------------------------------------------------
José Sarney escreve às sextas-feiras nesta coluna.




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#3 Mensagem por Paisano » Sáb Dez 04, 2004 12:12 am

Ora, o que é que os hermanos estão querendo? confusão? briga? :shock:

Primeiro é essa picuinha dentro do mercosul, depois atiram na fragata Rademaker e por fim se juntam com o Paquistão para torpedear a pretensão do Brasil de um assento permanente no CS da ONU.

Qual será a próxima trairagem? :?

Cuidado: Quem muito procura acaba achando!!!!!!! :evil: :evil: :evil:




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#4 Mensagem por Vinicius Pimenta » Sáb Dez 04, 2004 2:41 am

Está na hora de abrirmos as comportas de Itaipu! :lol: :lol:

Engraçado que quando precisam eles se fazem de coitadinhos pra conseguir um dinheiro nosso emprestado. Agora quem fazer jogo duro. Não se tocam...




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#5 Mensagem por fredom » Sáb Dez 04, 2004 1:01 pm

o brasil levou a argentina nas costas, quando ela mais precisou e em retribuição eles embancam nossas geladeiras e fogões... o mercosul já deveria estar muito mais avançado se não fossem certos erros cometidos, inclusive por brasileiros, mas tem que se levar em conta que a integração da europa começou nos anos 50 até chegar hoje na UE e não vai ser de um dia pro outro que o mercosul vai estar totalmente integrado. porem nos devemos continuar incistindo nesse bloco que certamente tera um futuro melhor.




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Aces High
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#6 Mensagem por Aces High » Sáb Dez 04, 2004 9:20 pm

Olá pessoal,
o problema do Mercosul, é que um de seus parceiros (a Argentina) não sabe o que é COMERCIO. Em pleno seculo XXI a Argentina, acredita que comercio deve ser como era o Mercantilismo, lá nas bandas de 1500 e 1600. Ou seja, só podemos Exportar e o quanto menos Importar melhor é, assim criando uma grande reserva monetaria. Esse sistema era totalmente retrogrado, e foi desbancado pelo incipiente capitalismo ingles do sec. XVIII.
Agora em 2004 a Argentina, um país com quase 90% da população alfabetizada e niveis de curso superior equivalentes ao do 1º Mundo, acredita que o comercio, deve ser como era a 500 anos atras, ou seja, ela ter superavit comercial com o mundo inteiro. Não existe país que consiga isso, pois o comercio na sua definição o impede. As leis das vantagens absolutas e comparativas (que regem o comercio) já nos dizem que um país deve se especializar naquilo que produz de melhor para vender mais, e comprar de outros aquilo que eles produzem de melhor, abaixando o preço internamente.
Se eles estão com problemas que não exportam nada e compram tudo, isso é um problema empresarial Argentino, não culpa do Mercosul. Quando foi ativado o Mercosul em 95 o saldo Argentino com o Brasil era gigantesco, e ao certo evitou por 4 ou 5 anos a quebra da Argentina.
Acontece que os Argentinos, invejosos e arrogantes por natureza não conseguem olhar para sua propria barriga (para não dizer rabo) e ver que seu parque industrial é completamente obsoleto, com industrias que estão iguais a 20 anos atras. Sua mão de obra não esta dentro de padroes de qualidade, assim como a organização e administração de empresas é arcaica.
Nós já passamos por isso no fim dos anos 80 e quando o Colorido abriu nossa economia (mesmo que de forma muito precipitada) ele sem querer modernizou-a a partir da concorrencia selvagem com outros países. É verdade que muitas empresas faliram, algumas pelo fato da abertura ter sido prematura, e outras por serem inificientes (mercado é igual a lei da selva, somente o mais forte sobrevive), mas somente assim temos hoje alguma competitividade internacional, temos industrias automobilisticas que em nada devem em competitividade ao 1ºmundo e outros exemplos.
E os Argentinos. Tudo o que produzem é igual a vinte anos atras, seu solo é abençoado por Deus para produzir cereais e ainda por cima o trigo produzido no Brasil (com "n" adversidades) tem o mesmo preço!. Que porra de economia é essa? Se esses Manés continuarem a viver nessa fabula encantada que acreditam que estão pelas bandas de 1500 onde o que importa é não importar e sim exportar eles virarão um estado medieval, onde um grande potencial economico que eles tem, será de todo jogado fora.
Agora se eles quiserem associar-se aos EUA e ser o 52º estado Americano (sonho de consumo da elite Argentina) é como o Sarney falou, uma Quimera, agora quando esse sonho se realizar e viar um pesadelo (se com o Brasil eles não conseguem competir imagem com os EUA ou UE) e a Quimera realmente aparecer em plena Argentina, aí não adiantará fazer "panelaço", pedir ajuda ao Brasil, e muito menos esperar que apareça como na Mitologia, Belephontre montado no Pegasus para matar ela.........

Abraços.




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#7 Mensagem por Clermont » Sáb Dez 04, 2004 10:07 pm

Excelente análise, Aces High.




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#8 Mensagem por César » Dom Dez 05, 2004 1:24 am

Boa análise Aces, parabéns. :wink:

Acho que a relação Brasil/Argentina está ficando cada vez mais fraca, em grande parte devido a crise que a Argentina está sofrendo.

Nesses poucos em que eu participo de fóruns e adquiri a capacidade de fazer análises mais completas, uma das coisas mais importantes sobre política que eu percebi é o risco do "fator externo". E isso existe em todos os lugares.

Por exemplo, o Brasil por muito tempo colocou a culpa de todas as suas mazelas(e boa parte da sociedade ainda faz isso) nos EUA e FMI. A culpa NUNCA é nossa e NUNCA será nossa. "Não, que absurdo, incompetentes? Nós? HA! Faz-me rir!" Esse é o pensamento.

Por que será que as vezes é tão difícil admitir que a culpa do buraco em que um país se encontra é em grande medida culpa do mesmo que o cavou? Aqui em Florianópolis muitas pessoas hostilizam o pessoal de outros Estados, alegando que é culpa deles(eu incluso, vim de São Paulo) a violência, o desemprego, a falta de vagas, tudo. Em São Paulo a culpa era dos Nordestinos.
Só que essa galera não vê que sem investimentos de outros Estados, Santa Catarina não seria o que é hoje. Sem os Nordestinos, São Paulos jamais seria a maior economia por larga margem, como é hoje.

Peguemos exemplos internacionais. Qual é a culpa das mazelas da venezuela? De acordo com Chavez e a parte revolucionária do país, é sem dúvida dos EUA. Nós aqui fora vemos que a culpa foi a incompetência da política econômica aliada a uma política social assistencialista que pouco resolve a situação. Rios de dinheiro entraram devido a alta do Petróleo, nem isso resolveu. A culpa é mesmo dos EUA?Será?

Mas colocar culpa num fator externo é natural, todos fazem isso, a Argentina também.

Pra justificar a crise, eles precisam demonizar alguém, assim como tantas vezes fizemos. O maior culpado é, naturalmente, o FMI, por ter se negado a realizar um empréstimo para eles. O Brasil vem em segundo, mas a culpa nunca é deles.

O Aces explicou muito bem. Na economia prevalece a lei do mais forte. Se a indústria Argentina não foi capaz de se capacitar, ela vai a falência. Isso é consequência direta da Globalização. Só os melhores produtos sobrevivem, e os países, salvo áreas estratégicas, terão que focar nas vantagens comparativas que regem toda a lei de otimização das relações comerciais. A Argentina não capacitou a sua indústria, acabou sendo engolida pela Brasileira mais competitiva. Normal, já aconteceram coisas como essa aqui também.

Os Argentinos se prejudicaram por leis naturais da economia. Mas eles sempre se beneficiaram demais com o Brasil. Tiveram enormes superávits conosco, sempre vendiam mais que compravam. E mesmo assim taxam nossos produtos, fazem tudo de má vontade apesar de toda ajuda que demos na hora que eles mais precisaram de ajuda e todos fecharam os olhos. Desde o Império eles tiveram vantagens. Quem não se lembra da Revolução Farroupilha, causada por que o governo imperial fez com que o Charque Argentino ficasse mais barato que o Gaúcho?

Mas tem gente que acha que a culpa toda nessa história da crise Argentina é, acreditem, nossa. Estava tendo uma aula no colégio sobre a América do Sul, e meu professor disse que o Brasil ferrou com os Hermanos na crise econômica deles. Perguntei por que e ele me respondeu que, quando o Brasil desvalorizou o Real, não consultou a Argentina!

Oras bolas! O Brasil precisa ficar informando o que fará pra salvar a sua própria economia? De qualquer forma, se ouve falta de diálogo, a culpa é dos 2. Um ano se passou entre a desvalorização do Real e o Pandemônio de Buenos Aires. Será que durante esse ano todo os Argentinos não perceberam que iriam quebrar? Que era IMPOSSÍVEL manter aquela paridade peso/dólar?

Mesmo sendo eles que se recusaram a desvalorizar a sua moeda, a culpa é nossa? Eu admito que não entendi.

De qualquer forma, o Kitchner está me parecendo demais populista e uma mini-versão do Chavez na Argentina. Mas medidas como essa não ajudam em nada eles.

Gosto dos Argentinos, acho que somos povos irmãos e já os ajudamos muito. Mas também precisamos de reciprocidade, Senão esse casamento jamais irá ser consumado.

Abraço a todos

César




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#9 Mensagem por Lauro Melo » Qua Dez 08, 2004 5:52 pm

Vitor,
- O presidente da Argentina avisou que não vai participar da reunião [da Comunidade]. O anúncio causou mal-estar, pois aumentou a sensação de crise no Mercosul, ao contrário do que disse o presidente Lula.
A desculpa de Néstor Kirchner é que a reunião no Peru, "a 3.740 metros acima do mar, pode lhe provocar tonturas".

Lula fará acordo para rodovia transoceânica em Cuzco
15:00
(AE)
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou a Cuzco, no Peru, para participar da 3ª Reunião de Presidentes da América do Sul. Ao desembarcar, Lula ganhou um poncho e um gorro peruanos e fez questão de vesti-los imediatamente. O presidente evitou dar entrevista ao entrar no Hotel Monastério, um dos espaços em que ocorre o evento.
O governador do Acre, Jorge Viana, que integra a comitiva de Lula, disse que o presidente deverá assinar ainda esta quarta-feira um acordo de intenção com o governo peruano para a construção da rodovia transoceânica, que ligará o Acre ao litoral peruano. Segundo Viana, a licitação para as obras da rodovia deve ser aberta em 2005.
O presidente da Venezuela, Hugo Chaves, que chegou ao Hotel um pouco antes de Lula, deu uma longa entrevista destacando a criação de uma comunidade sul americana de nações. Evitou, porém comentar a ausência no encontro dos presidentes da Argentina, Nestor Kirchner, do Uruguai, Jorge Battle, e do Paraguai, Nicanor Duarte. O presidente do Equador, Lucio Gutierres, também não participará do encontro.




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#10 Mensagem por fredom » Qua Dez 08, 2004 7:17 pm

a ideia era de criar dois corredores para o pacifico, um pelo peru e outro pelo chile, mas pra variar nosso hermanos vem dificultando sobre maneira a criacao desse corredor alengando que os caminhoes brasileiros estragam a rodovia argentina, :?

tomara que consigamos exportar bilhoes por esse corredor para a china e asia e assim a argentina perceba que vez outra besteira.




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#11 Mensagem por VICTOR » Qua Dez 08, 2004 9:32 pm

Salve fredom,

Se bem que dá a impressão de que um corredor ferroviário seria melhor a médio e longo prazo (ferrovias são mais caras de construir e pôr em funcionamento, mas depois são mais eficientes e baratas de operar).

O Brasil é vítima de uma puta distorção, que está sendo corrigida aos poucos, que é a excessiva dependência no transporte rodoviário, que é mais caro e acaba com as estradas, sem falar nos mortos e feridos que aumentam por conta da superpopulação e vias destruídas. :wink:

abração véio

edit:ortograf




Editado pela última vez por VICTOR em Qua Dez 08, 2004 11:28 pm, em um total de 1 vez.
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#12 Mensagem por fredom » Qua Dez 08, 2004 10:11 pm

exatamente, houve no brasil uma politica de criação em massa das rodovias, desde de JK, porem não ocorreu o mesmo com os transportes ferroviario e hidroviario, o potencial para as hidrovias são fantasticos, isso sem contar o uso do nosso litoral para levar mercadorias pelo mar de uma capital a outra.

outro problema é a falta de trens de alta velocidade ligando cidades, como por exemplo curitiba, sp, rio,o problema nesse caso é o custo que pode deixar inviavel o projeto.
mas as ferrovias usadas apenas para o transporte deveriam ser as prioridades, os estados unidos desde o seculo de sei la quando, já possui uma ligação de trem entre o leste e o oeste, aqui no Brasil nós ainda não temos uma rodovia ligando porto alegre ao maranhão, ou belem.




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#13 Mensagem por César » Sáb Dez 11, 2004 12:25 pm

Fracassa reunião sobre salvaguardas com argentinos
11/12 - 09:19
Agência Estado

Fracassou a reunião entre negociadores brasileiros e argentinos para discutir as exigências do governo de Néstor Kirchner de implementação de um sistema para evitar "assimetrias" comerciais dentro do Mercosul. O carro-chefe das exigências argentinas era a aplicação de salvaguardas, instrumento com o qual o país poderia deter "invasões" ou "avalanches" de produtos brasileiros. Em um retórico comunicado conjunto, os dois governos explicaram que as discussões continuarão "daqui a um mês".

O impasse promete azedar a cúpula de presidentes do Mercosul, que se realizará na cidade mineira de Ouro Preto na semana que vem. A cúpula pretendia "relançar" o bloco do Cone Sul. No entanto, nada de concreto haverá para realizar o "relançamento". Do lado argentino, os negociadores mantiveram-se firmes na exigência de aplicação de salvaguardas.


Segundo informações de Brasília, a intenção dos representantes do governo do presidente Lula era rejeitar a exigência argentina de salvaguardas, já que estas ferem o espírito de livre comércio do Mercosul. Depois de ceder durante meses ao governo Kirchner, o governo Lula teria determinado um "basta". Mas os negociadores brasileiros se encontraram com uma dura resistência da tropa de Kirchner.


A reunião, que durou sete horas e meia, terminou com os diplomatas argentinos descendo as escadarias do Palácio San Martín - sede da Chancelaria local - exibindo um amplo sorriso de triunfo.


Os negociadores brasileiros, comandados pelo secretário-geral do Itamaraty, Samuel Pinheiro Guimarães, e o secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Márcio Fortes, mostravam faces tensas e contrariadas. Pinheiro Guimarães e Fortes se recusaram categoricamente a conversar com os correspondentes brasileiros e informar o conteúdo do encontro, que pretendia ser decisivo.


Abraços

César




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#14 Mensagem por Vinicius Pimenta » Sáb Dez 11, 2004 12:35 pm

O que a Argentina está fazendo parece ser a contra-mão da idéia de um bloco comercial. De uns tempos pra cá eles estão mostrando uma indisposição muito grande com o Brasil. Depois vão vir pedir mais dinheiro. Eles têm mais a perder do que o Brasil.




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#15 Mensagem por VICTOR » Sex Jan 21, 2005 10:59 pm

Líder da indústria argentina chama Furlan de "criador de galinhas"

Buenos Aires - "É um criador de galinhas". Para o presidente eleito da União Industrial Argentina (UIA), Héctor Méndez, essa é melhor definição sobre o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior do Brasil, Luiz Furlan, que no passado recente foi o presidente da Sadia. Com esta declaração, Méndez reiniciou o clima de tensão existente entre os dois países na área comercial.

Méndez retrucou desta forma as críticas realizadas pelo ministro Furlan dias atrás aos empresários argentinos, nas quais os acusou os industriais deste país de não se modernizarem e de obstaculizar o comércio dentro do Mercosul.

O presidente eleito da UIA, em declarações à agência DyN, afirmou que era uma sorte que as críticas houvessem partido do ministro Furlan, e não do Itamaraty: "ainda bem que só falou o homem que se dedica a produzir galinhas e que não falou o diplomata". Na UIA, considera-se que a chancelaria brasileira possui uma atitude pró-argentina, enquanto que no ministério de Desenvolvimento ocorreria uma postura mais crítica.

Os tempos de glória da UIA ficaram para trás. Atualmente é uma decadente organização que apesar do pouco peso na economia do país ainda possui influência na mídia nativa, além de fortes vínculos com o próprio presidente Néstor Kirchner. Nos últimos meses os industriais convenceram o presidente a aplicar uma série de medidas protecionistas contra a entrada de produtos Made in Brazil.

O confronto entre Furlan e a UIA ocorre poucos dias antes da realização de uma nova reunião entre representantes dos dois governos para discutir a exigência argentina de aplicação de um sistema de mecanismos para compensar eventuais "desequilíbrios" ou "assimetrias" comerciais. A reunião será realizada no Rio de Janeiro, no próximo dia 25. A reunião anterior, no dia 10 de dezembro, terminou em impasse.


Ariel Palácios - Estado




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