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Mensagem
por jauro » Qui Fev 15, 2007 12:52 pm
De olho em recrutas, EUA perdoam infrações
Exército baixa exigências; entre os delitos estão agressão com agravante, furto, roubo e homicídio veicular
LIZETTE ALVAREZ
DO "NEW YORK TIMES"
Em três anos, os EUA aumentaram em quase 65% os perdões ("waivers") emitidos a recrutas do Exército com antecedentes criminais, passando de 4.918 em 2003 para 8.129 em 2006, indicam arquivos do Departamento da Defesa. Nesse período, o Exército empregou várias táticas para ampliar seu contingente decrescente de recrutas: ofereceu prêmios maiores em dinheiro, autorizou o recrutamento de mais estudantes que abandonaram o ensino médio e de candidatos com notas baixas nos testes de aptidão e afrouxou as exigências de idade e peso.
O Exército também aumentou o número de chamados "perdões morais" para recrutas que têm antecedentes criminais, sobretudo os emitidos para infrações graves, que compõem a maior parte de todos os perdões dados pelo Exército. As infrações abrangidas incluem agressão com agravantes, furto, roubo e homicídio veicular. O número de perdões a pessoas que sofreram condenações subiu de 8% para 11% dos perdões morais de 2006. Já os perdões concedidos a candidatos acusados de infrações menos graves, incluindo infrações de trânsito e consumo de drogas, diminuíram ou se mantiveram estáveis.
O Exército recrutou 69.395 homens e mulheres em 2006. Embora soldados com antecedentes criminais tenham composto só 11,7% dos recrutas do Exército no último ano, o aumento no número de perdões concedidos levanta a preocupação de que as Forças Armadas estariam fazendo exceções demais na tentativa de suprir sua demanda.
A maioria dos criminosos, por exemplo, não é autorizada a portar armas de fogo, e muitos já manifestaram lapsos sérios de disciplina e julgamento em algum momento -características que estão longe de ser ideais para o campo de batalha.
Condenações
As Forças Armadas definem "crime" como um delito que leva seu autor a ser condenado a um ano ou mais de prisão. Bill Carr, subsecretário da Defesa para política de pessoal militar, disse que as forças armadas concedem os "waivers" de maneira seletiva e analisam a ficha completa de cada recruta, incluindo a natureza do delito cometido, quando foi cometido, o grau de reabilitação do recruta e referências. Em muitos casos, disse, o candidato pode ter cometido o crime quando jovem e não ter reincidido.
Menos de três em cada dez pessoas de entre 17 e 24 anos de idade são plenamente qualificadas a ingressar no Exército. Para isso, elas precisam ter diploma do ensino médio, ter passado nos testes de aptidão e de nível de forma física e não ter sido barradas por motivos médicos, de orientação sexual ou histórico criminal.
O Departamento da Defesa também ampliou sua gama de candidatos a recrutas, concedendo mais "perdões médicos" -estes aumentaram em 4%, totalizando 12.313 em 2006. "Nossas Forças Armadas estão passando por um período de tensão incrível, e o único modo de fechar as cotas de recrutamento é baixar os critérios de aceitação", disse o deputado democrata Martin Meehan, presidente do Subcomitê da Câmara para a Investigação e Fiscalização das Forças Armadas. "Ao reduzi-los, estamos colocando o resto de nossas Forças Armadas em perigo."
Tradução de CLARA ALLAIN
Coisas para se pensar antes de mudar o sistema de conscrição brasileiro.