India-Report que justifica a decisao da compra do SU-30K

Assuntos em discussão: Força Aérea Brasileira, forças aéreas estrangeiras e aviação militar.

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Carlos Mathias

#16 Mensagem por Carlos Mathias » Qui Dez 07, 2006 5:56 pm

Não é bem assim, não tão simples como pode parecer a proposição do colega. Mesmo que a Rússia tivesse os aviônicos no estado da arte, e creio eu que tinha, os indianos nunca, vejam bem, nunca colocam todos os ovos sob a mesma galinha. Eles queriam na verdade a plataforma e algo mais. O radar por exemplo, eles fiseram questão de usar um processador deles nolugar do original russo, que já estava funcionando perfeitamente. Mas, por N razões eles fincaram pé na questão do uso destes equipamentos. Só que daí o pessoal da Rússia não poderia se responsabilisar por estas integraões de material estranho aos sitemas do avião, cabendo aos indianos esta parte da tarefa. Os primeiros SU-30 que chegaram eram da versão K(simples), uma versão tosca, por assim dizer, mas poderiam optar pela versão M, mais completa. Mas se o desejo era de colocar aviônicos "próprios", então prá que pagar por tudo e depois retirar? Estes aviões dos primeiros lotes foram depois retrofitados para o padrão MKI, quando o programa já estava todo resolvido. Agora está acontecendo o que? Eles não vão mais fazer gambiarra nos MKI restantes, estão querendo comprar o pacote de modernização BM para retrofitar seus MKI e paulatinamente os atuais também. Todo este exercício mostrou a eles que é uma tarefa nada fácil e hoje como os tempos são outros, a Rússia forneçe pacotes muito mais interessantes, mormente depois que a Rosoboronextport assumiu e tomou a frente das transações de material de defesa das indústrias russas.




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#17 Mensagem por Penguin » Qui Dez 07, 2006 6:28 pm

Estavamos analisando a situação naquele momento. E naquele momento esse relatório do Gov. indiano "desceu a madeira" nos aviônicos russos:

The Radar performance was below expectation, and its maintainability was found to be poor. The navigation system severely lacked in accuracy, very limited capability existed for accurate weapon delivery and weapon systems controls were poorly integrated.


Há elogios à aerodinamica, à capacidade de carga e ao alcance. Isso pendeu a escolha para esse caça. Que alternativa restou aos indianos a não ser adaptar os aviônicos para oper-lo de acordo com suas necessidades?




Carlos Mathias

#18 Mensagem por Carlos Mathias » Qui Dez 07, 2006 6:39 pm

Bem Jaques, se pensarmos sempre "naquele momento", podemos jogar de tudo na mesa, e como você sabe, a fila anda.

Mais uma vez não foi questão de qual aternativa "restou", mas qual foi a escolhida. Eles escolheram aviônicos ocidentais numa plataforma simples, mas poderiam ter ficado com a versão MK. Hoje, se alguém quiser, pode comprar um SU-27/30 com aviônicos simples, ou pode comprar com tudo no estado da arte, com barramento russo ou ocidental e etc. Digamos que o Brasil escolha um SU-30, mas queira colocar todos os aviônicos dos F-5BR, incluso o poderoso radar Grifo. Porque o Brasil deveria comprar um SU-30MKIII e depois depenar o avião e colocar os aviônicos que deseja? E as dificuldades de integração destes aviônicos aconteceriam não porque é um avião russo, mas porque se está daptando algo diferente do padrão original. Se assim não fosse, teríamos que abandonar o programa F-5BR, que tantos problemas teve, e no entanto na verdade estenderemos para os A-1. E olha que não falta experiência de integrar sistemas modernos aos israelenses!




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#19 Mensagem por Carlos Lima » Qui Dez 07, 2006 8:50 pm

Olá

O ponto da discussão é que os indianos escolheram os aviônicos ocidentais, pois esses eram mais adequados ao que eles queriam operacionalmente.

Ao que parece no relatório eles não gostaram do que os russos tinham à oferecer em termos de aviônicos (a plataforma eles gostavam).

Isso acontece muito hoje em dia e normalmente os fabricantes fazem "altas promessas" de que vão poder integrar isso ou aquilo nas aeronaves (houveram várias dessas promessas durante o finado F-X 1.0 com relação ao SU-35 e Israel, por exemplo).

A realidade as vezes é um pouco diferente... até os gregos suaram a camisa para integrar os equipamentos francese nos ERJ-145 AEW&C.

[]s
CB_Lima




CB_Lima = Carlos Lima :)
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#20 Mensagem por AlbertoRJ » Sex Dez 08, 2006 12:03 am

Não foram só os sensores e aviônicos que decepcionaram. No relatório eles também mencionam o fraco suporte do fabricante :?

[]'s




Alberto -
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#21 Mensagem por AlbertoRJ » Sex Dez 08, 2006 12:11 am

Carlos Mathias escreveu:Bem Jaques, se pensarmos sempre "naquele momento", podemos jogar de tudo na mesa, e como você sabe, a fila anda.

Mais uma vez não foi questão de qual aternativa "restou", mas qual foi a escolhida. Eles escolheram aviônicos ocidentais numa plataforma simples, mas poderiam ter ficado com a versão MK. Hoje, se alguém quiser, pode comprar um SU-27/30 com aviônicos simples, ou pode comprar com tudo no estado da arte, com barramento russo ou ocidental e etc. Digamos que o Brasil escolha um SU-30, mas queira colocar todos os aviônicos dos F-5BR, incluso o poderoso radar Grifo. Porque o Brasil deveria comprar um SU-30MKIII e depois depenar o avião e colocar os aviônicos que deseja? E as dificuldades de integração destes aviônicos aconteceriam não porque é um avião russo, mas porque se está daptando algo diferente do padrão original. Se assim não fosse, teríamos que abandonar o programa F-5BR, que tantos problemas teve, e no entanto na verdade estenderemos para os A-1. E olha que não falta experiência de integrar sistemas modernos aos israelenses!


Carlos, acho que a versão MK nem existia. Parece que o conceito do K seria o que existe hoje como MK, mas na prática não era bem assim e então eles foram obrigados a criar um verdadeiro MKI usando outras fontes.

P.S. Assim estão agora com um p* caça.

Abraços




Alberto -
Carlos Mathias

#22 Mensagem por Carlos Mathias » Sex Dez 08, 2006 5:03 pm

K=comercial, exportação. M=modernizado, nova versão. Pelo menos foi assim que eu aprendi lá na KNAAPO. :wink:

Quem dera!




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#23 Mensagem por AlbertoRJ » Sex Dez 08, 2006 8:08 pm

Su-30MK Historical background:

Negotiations with India to supply Su-27 type fighters started in 1994. The Design Bureau commenced work to develop a Su-30-based plane for India's Air Force in 1995. A.F. Barkovsky was appointed chief designer of the project. On 30th November 1996 an intergovernmental agreement was made for phased development and delivery to India of 8 Su-30K two-seat fighters and 32 Su-30MKI multi-role two-seat fighters. The planes were scheduled for delivery in several consignments, with gradual enhancement of avionics, powerplant and weapons. The general contractors, according to a government resolution, were:

- for aeroplane development: Sukhoi Design Bureau OJSC (now JSC),
- for aeroplane production: Irkutsk Aircraft Production Association (IAPA, now Irkut Corporation).

Two prototypes were built by the Design Bureau in 1995-1998. The first prototype, Su-30I-1, was based on the Su-30 production version, the prototype completed in the spring of 1997. The first flight was performed by test pilot V.Yu. Averyanov on 1st July 1997. In July 1997, the Design Bureau launched a programme to test the plane jointly with SPFC of the Air Forces.

The aircraft has been in production in Irkutsk since 2000. The first pre-production plane was flight tested at the plant by V.Yu. Averyanov on 26th November 2000. The first three pre-production Su-30MKIs were handed over to the Design Bureau and have been used along with prototypes in the joint-testing programme with SPFC of Air Forces.

In accordance with the terms of the contract, the Su-30MKI planes were to be tested and delivered in 3 stages. The first delivery of 10 Su-30MKIs to the Customer took place in 2002; the second batch of 12 aeroplanes, in 2003. By 2004, the Su-30K and Su-30MKI planes had been put into service with two squadrons of India's Air Force.

Fonte: sukhoi.org


The Committee observe that the flight evaluation report submitted to the Government in 1994 indicated that though SU-30K aircraft had multi-role potential, it was then optimised for air defence/air superiority role only. While submitting their recommendations for acquisition of this aircraft, the evaluation team pointed out inter-alia that the existing configuration of the aircraft was unsuitable to meet the operational requirements of the IAF and certain minimum and mandatory changes in terms of incorporation of state-of-the-art avionics were needed to improve the operational capability of the aircraft. The Committee were informed that the manufacturer in a working protocol signed in June 1994 offered to fully upgrade and operationalise the multi-role variant, to be designated as SU-30 MKI, jointly with India.

Fonte: Indian Parliament Public Accounts Committee


Su-30M:
With the letter M standing for Multi-role.

Su-30MK:
The MK is the Kommercial (export) version of the Su-30M.

Fonte: http://www.flankers.co.uk

Ou seja, entendo que o Su-30MK foi desenvolvido posteriormente e oferecido a Índia, que desejava obter do avião maior capacidade de ataque ao solo.

Abraços




Alberto -
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