luisabs escreveu:Hader escreveu:Não dá para juntar tudo em uma única discussão. Cada caso é um caso, mas de modo geral eu fico com o pé atrás quando aparece esta charla de transferência de tecnologia.
Tecnologias podem ser encaradas como pacotes complexos e extensos, multidisciplinares. Dominar uma tecnologia significa dominar todo um ciclo de conhecimento. A Elbit comprar uma empresa no Brasil não transfere nada de tecnologia. Abrir um pacote de códigos fonte é apenas uma fração do conhecimento envolvido no sistema. E por aí vai. Transferência de tecnologia normalmente ocorre quando existe o desenvolvimento conjunto de um projeto (A-Darter).
Vamos analisar o caso do pretenso M-2000Br. A EMBRAER iria receber o ferramental francês, os projetos, etc. Nada de tecnologia importante até aí. Iria integrar sistemas israelenses, franceses, etc. Algum knowhow, mas muito pouca tecnologia. O que sobrou? Tecnologia desenvolveram os franceses, desenhando o caça, simulando em computadores e tuneis de vento, criando hardware e software especializado, etc.
Na maioria da vezes esta "transferência" é uma enganação. Repassa-se uma migalha de conhecimento, na maioria das vezes estanque, e ponto. O ganho não é tão relevante quanto aparenta.
A solução é investir na capacitação de gente no Brasil, desenvolver tecnologia aqui. Se der para contar com uma ou outra ajuda de fora, ótimo. Mas nem em sonho se trasnfere tecnologia de ponta, aquela que realmente interessa. Quando recebemos determinada tecnologia, a próxima geração já está sendo desenvolvida. Desta forma, quando finalmente a dominamos, ela já está sendo substituida na origem. Sem pesquisa própria isto será sempre uma realidade.
Gostaria de escrever mais mas estou sem tempo agora.
Abraços
Você falou tudo o que eu queria dizer!
Acredito que transferência de tecnologia, acontece quando há participação em algum projeto em que a outra parte saiba mais, como exemplo o desenvolvimento do A-Darter.
O resto é só a montagem (maquiagem) do equipamento (kits), como a Elbit faz.
É exatamente esta a questão. Estamos falando de uma maquiagem ou de um controle dos aviônicos? A fabricação de aviônicos com componentes israelenses já era feita pela Aeroeletrônica muito antes do programa F-5M e da compra da mesma pela Elbit mas eu procurei colocar informações que afirmam que tecnologias na área de engenharia de software embarcado e fabricação estão sendo aportadas. São informações propagandísticas ou não? Existem outras informações que desmentem esse fato?
Por acaso a embraer não está se capacitando também como integradora?
A simples compra do Mirage 2000 não capacita o Brasil quase nada mas estou falando de um acordo importante firmado com a França que, no mínimo, se dispôe a vir aqui ensinar a FAB com seus procedimentos operacionais, embora exista muito mais além.
Abraços