Está sendo elaborada a proposta de criação de uma força militar única para a América do Sul. A idéia, em elaboração no Núcleo de Assuntos Estratégicos, órgão que assessora a Presidência da República sobre planos de longo prazo.
O projeto deve ficar pronto em 2007, quando será apresentado aos governos dos países vizinhos. “Essa integração pode talvez impedir uma aventura militar ou uma pressão de um país sobre a região ou sobre uma nação sul-americana”, acredita o coordenador-geral do NAE, coronel Oswaldo Oliva Neto.
O programa de defesa militar dos países sul-americanos é um dos 50 temas estratégicos desenvolvidos pelo NAE para tornar o Brasil um país desenvolvido em quinze anos, e que estão englobados no projeto denominado Brasil 3 Tempos.
Este projeto foi divulgado no seminário Brasil-União Européia: Estratégias e Políticas de Longo Prazo, que terminou hoje (14), em Brasília.
Entre as 50 ações a serem desenvolvidas pelo governo brasileiro até 2022, o plano de integração militar da América do Sul faz parte do item Sistema de Defesa Nacional.
O programa vai seguir o modelo da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), que foi criada na época da Guerra Fria pelos Estados Unidos e países do Ocidente europeu para conter o avanço soviético. Para fazer frente a Otan, a ex-URSS formou o bloco comunista oriental com o Pacto de Varsóvia.
A idéia é integrar os países vizinhos na defesa de suas riquezas naturais. O coronel Oliva acredita que o continente tem um volume respeitável de petróleo, a maior reserva de água do planeta e uma rica biodiversidade.
“Então, quando esses problemas, fora da América do Sul, começam a gerar um estresse internacional, volta-se os olhos para essa região. Isso em função de uma crescente redução da demanda de matéria-prima, de tipos de energia”, sublinha para destacar, enigmático, em seguida: “Há uma tendência, em médio prazo, de risco de uma tentativa de pressão internacional sobre a América do Sul, através da área militar”.
O coronel Oliva acredita que, se o pacto militar de proteção for efetivado, os países locais gastariam menos com defesa e seriam mais fortes do que são atualmente, “por atuarem isolados”. Além disso, assinala o coordenador do NAE, haveria espaço para um mercado de venda de material bélico na região.
Oliva ressalta que o estudo do núcleo ainda deve durar mais alguns meses para sua conclusão, quando será levado aos países do Cone Sul e do Pacto Andino. Quanto às iniciativas para a implementação do projeto, o coronel é enfático em afirmar: “Para acontecer, é preciso a liderança política do presidente do Brasil”.
Questionado de como seria possível conciliar tantos interesses regionais para se conseguir efetivar um sistema único de defesa, Oliva respondeu com outra pergunta: “A Europa, como todos os seus antagonismos, não conseguiu? Por que a gente não pode?”.
Agência Brasil
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obs:se ja existir um topico sobre esse assunto moderação pode apagar fazendo o favor