Amazônia - Guerra de resistência

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rodrigo
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Amazônia - Guerra de resistência

#1 Mensagem por rodrigo » Dom Set 05, 2004 9:49 pm

Eu trouxe essa discussão para um tópico novo, para não enchermos o tópico do sniper.

A doutrina do EB para a defesa da Amazônia é totalmente baseada na guerra de resistência. Não temos condição de um enfrentamento aberto, e se a guerra for total, um simples ataque às usinas hidrelétricas nos faria render. Os pelotões de fronteira sumiriam na selva, onde teriam que se alimentar com o produto da caça, pesca e coleta de frutos. Já existem diversos bunkers de armas e munições, em pontos estratégicos e confidenciais. Há também a previsão de extensa utilização de mísseis antiaéreos IGLA, porque o invasor vai usar os helicópteros como forma inicial de transporte. Para os rios, a utilização de canhões, morteiros e lança-mísseis antitanque ajudaria a negar ao inimigo a navegação fácil. Não há a mínima condição de se usar aviões, helicópteros ou navios/lanchas, porque um inimigo do 1º mundo tem condições de cobrir o TO com aviões AWACS e J-STARS, e que lhe daria uma informação e domínio do ar e terra em tempo real. A superioridade aérea seria inquestionavelmente deles, sendo que a simples decolagem de aviões nossos seria uma atitude suicida. A MB, em reduzida escala, poderia ameaçar os navios situados no Caribe, mas uma vigilância através de satélite infravermelho tornaria essa missão quase suicida também. Por fim, o único terror que acompanha as operações terrestres: os modernos sensores infravermelhos, que captam uma fogueira a 100 Km, e, não se sabe ainda ao certo, se podem captar o calor humano por baixo da densa selva amazônica.

Existe muito mais a ser falado e discutido, e acrescentarei mais a medida que o debate for prosseguindo.




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#2 Mensagem por Balena » Dom Set 05, 2004 10:14 pm

Interessante o assunto, inclusive havia um outro tópico sobre o mesmo aqui no fórum, um deles não sei se criado por mim.




Editado pela última vez por Balena em Sáb Abr 15, 2006 10:08 pm, em um total de 1 vez.
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#3 Mensagem por rodrigo » Dom Set 05, 2004 10:27 pm

Leitura obrigatória para quem se interessa no assunto:

Amazônia - a grande cobiça internacional
Cel. Gelio Fregapani
Ed. Thesaurus

O Cel. Fregapani é um dos mentores do Centro de Instrução de Guerra na Selva - CIGS




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#4 Mensagem por Clermont » Dom Set 05, 2004 10:48 pm

Aqui estão os tópicos:

http://defesabrasil.com/forum/viewtopic.php?t=995

Xi! Com a mudança do site as outras URLs deixaram de funcionarl! Vou dar uma pesquisada.

Lá por meados dos anos 80, eu me lembro de ter lido um artigo desse Coronel Fregapani sobre a implantação da cultura do tiro de caçador no Exército. Ele deve ter deixado todos os cavalarianos do Brasil quicando nos coturnos. Isso por quê, na entrevista ele sugeriu a criação na AMAN de um curso específico de caçadores. E, para bancar os custos, ele simplesmente sugeriu a extinção de um centro de equitação que lá existia.

Ele disse: "afinal, equitação não serve pra nada mesmo".




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#6 Mensagem por ZeRo4 » Seg Set 06, 2004 3:37 am

Eu só queria fazer uma pergunta, apesar do tema central ser o TOA, numa eventual "guerra" não podemos esquecer o resto do país...

A Amazônia tecnicamente é um monte de "mato"! imaginemos numa hipotética guerra... o Inimigo toma todo território nacional, pra que diabos ele iria querer tomar a Amazônia ?! to falando a princípio...

Pq eles podem fazer uma guerra de "contra-resistência", visto que não precisariam entrar na amazônia de imediato, poderiam deixar centenas ou até milhares de soldados brasileiros na selva esperando um confronto que nunca aconteceria...

Na minha opinião a melhor forma é a que os Iraquianos estão mostrando... bastante RPG-7, Fuzis e Metralhadoras... porém com uma melhor organização!




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#7 Mensagem por alex » Seg Set 06, 2004 10:06 am

Para mostrar como o EB esta levando a serio a resistencia na Amazonia há uma pequena nota no site do EB de 03/09 informando que um grupo de oficiais foi ao Vietnã conhecer as taticas e estratégia deste exercito.




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#8 Mensagem por rodrigo » Seg Set 06, 2004 10:57 am

Eu só queria fazer uma pergunta, apesar do tema central ser o TOA, numa eventual "guerra" não podemos esquecer o resto do país...

A Amazônia tecnicamente é um monte de "mato"! imaginemos numa hipotética guerra... o Inimigo toma todo território nacional, pra que diabos ele iria querer tomar a Amazônia ?! to falando a princípio...

Pq eles podem fazer uma guerra de "contra-resistência", visto que não precisariam entrar na amazônia de imediato, poderiam deixar centenas ou até milhares de soldados brasileiros na selva esperando um confronto que nunca aconteceria...

Na minha opinião a melhor forma é a que os Iraquianos estão mostrando... bastante RPG-7, Fuzis e Metralhadoras... porém com uma melhor organização!

É uma hipótese a ser considerada, mas a guerra atual é rápida, principalmente do ponto de vista da opinião pública, então, como os motivos para a invasão provavelmente serão esdrúxulos, se a invasão não for rápida, pode haver pressão da opinião pública em casa.

Lá por meados dos anos 80, eu me lembro de ter lido um artigo desse Coronel Fregapani sobre a implantação da cultura do tiro de caçador no Exército. Ele deve ter deixado todos os cavalarianos do Brasil quicando nos coturnos. Isso por quê, na entrevista ele sugeriu a criação na AMAN de um curso específico de caçadores. E, para bancar os custos, ele simplesmente sugeriu a extinção de um centro de equitação que lá existia.

Não conhecia essa opinião, mas compartilho dela. O curso de caçador da AMAN é recente, isso significa que já estamos altamente atrasados em relação ao resto do mundo. Mas felizmente a doutrina sniper do EB está mudando, já que antes se achava que sniper era coisa só de FE. Realmente as instalações de equitação na AMAN são um absurdo, pra que essa cavalaria? Só vejo utilidade no desfile de 7 de setembro!




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#9 Mensagem por Balena » Seg Set 06, 2004 12:06 pm

Para um país de Terceiro Mundo como o nosso eu acredito que deveremos primar pela letalidade do soldado de infantaria treinando-o e enquipando-o para a utilização de táticas de guerrilha, de preferência as mais sujas e covardes possíveis.




Editado pela última vez por Balena em Seg Mar 27, 2006 9:55 am, em um total de 1 vez.
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#10 Mensagem por ZeRo4 » Seg Set 06, 2004 4:41 pm

Rodrigo,

Mas é exatamente isso que estou perguntando... nós temos uma fixação na Amazônia e sempre falamos que somos imbatíveis nela, até concordo... principalmente depois de ver aquela repotagem do CIGS! Mas numa guerra, não há necessidade eminente de se tomar a Amazônia... eu digo que o país atacante pode tomar o Brasil todo e ficar sentado esperando os soldados da Amazônia se renderem! Não é como o RJ, SP ou Brasília, onde estão indústrias e o comando da nação entende ?!

Balena,

Acho o RPG-7 relativamente mais eficiente que o Carl Gustaf e o AT-4, pq se desejarmos 4 tiros de AT-4 por pelotão, teríamos que levar 4 AT-4! Com o RPG-7 poderíamos levar uns 4 lançadores e dividir as granadas entre o pelotão... é bem mais barato e bem mais eficiente




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#11 Mensagem por rodrigo » Seg Set 06, 2004 10:44 pm

Mas é exatamente isso que estou perguntando... nós temos uma fixação na Amazônia e sempre falamos que somos imbatíveis nela, até concordo... principalmente depois de ver aquela repotagem do CIGS! Mas numa guerra, não há necessidade eminente de se tomar a Amazônia... eu digo que o país atacante pode tomar o Brasil todo e ficar sentado esperando os soldados da Amazônia se renderem! Não é como o RJ, SP ou Brasília, onde estão indústrias e o comando da nação entende ?!

Mas é muito mais difícil tomar o resto do país! Na Amazônia teríamos o problema de logística, já que não existe presença de população e meios de transporte. Não consigo imaginar como se tomar cidades do tamanho de São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. Se houvesse resistência popular seria praticamente impossível. Pena que estejamos em campanha de desarmamento, exatamente como querem os países estrangeiros, que fiquemos desarmados e dóceis, principalmente depois dessa guerrilha iraquiana que eles estão enfrentando.




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#12 Mensagem por ZeRo4 » Ter Set 07, 2004 2:04 am

Rodrigo,

Você acha difícil tomar todo o país ?! eles tomaram o Iraque em 1 mês, na atual circunstância acho que não demorariam muito para tomar cidades do Sul-Sudeste e tomando todo Sul-Sudeste, eles praticamente tomariam todo o Brasil. Resistência seria impossível... com o estatuto do Desarmamento em ordem ?! só se os traficantes descessem os morros.




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#13 Mensagem por Spetsnaz » Ter Set 07, 2004 2:12 am

na boa... Brasil só vai resistir no meio do mato mesmo.. nem defesa aérea nós temos ... imagina resistir com oque nós temos .. piada




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#14 Mensagem por Balena » Ter Set 07, 2004 12:06 pm

A principal força motriz de uma guerra de resistência é a população de um país, será ela que deverá pegar em armas para derrotar o inimigo invasor. No caso do nosso Brasil, eu tenho lá minhas dúvidas se essa população irá ser capaz de se engajar com denodo em alguma campanha militar. Às vezes escuto comentários de leigos dizendo: "Os traficantes bem que poderiam ajudar, empreendendo uma resistência nos morros". Quando escuto frases como esta eu fico descontrolado, com vontade de arrebentar os idiotas que as produziram, mas concluo que tal idiotice é fruto de uma sociedade pouco conhecedora de suas FFAA. Essa idéia vem muito da imagem que a mídia promove de um país pacífico, sem guerras e terremotos. A paz pode conviver com armas sim, podemos ter um exército poderoso sem que, para isso, tenhamos que ser uma nação ofensiva. Fico decepcionado com o descaso das autoridades com as FFAA, os investimentos no setor de defesa estão muito aquém do desejado, mas ainda sigo na esperança de que um dia as FFAA e também as Forças de Segurança Pública da nação irão viver dias melhores.




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#15 Mensagem por Balena » Ter Set 07, 2004 12:36 pm

Considero um grande Centro como São Paulo, um alvo de extrema complexidade militar a ser tomado. São Paulo figura entre as maiores cidades do planeta e, em nenhum momento da história (que eu saiba), ninguém tentou dominar um TO urbano de tamanha grandeza. Uma guerra em São Paulo se arrastaria por anos e seria marcada por constantes operações de guerrilha desencadeadas pelo Exército e pela gloriosa Força Pública Paulista (a maior Polícia Militar do Brasil). Um território tão vasto como o do Brasil levaria à dispersão das Forças Atacantes e exigiria que uma grande quantidade de recursos humanos e bélicos fosse alocada para tal aventura.




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