Piffer escreveu:O problema é você desobrar uma Bat de BAMSE, pois ela opera na forma de um radar de busca central e mais 3 a 6 postos de tiro. Assim ,nõa dá para você colocar dois postos de tiro por área de Btl e deixar o radar junto do PC Bda.. Ou dá??? Qual a distância de desdobramento da Bda, ou seja, do Btl que está na frente até o BSup lá atrás, considerando um cenário convencional, num terreno aberto?
Uma brigada defende uma frente de uns 4 km (em terreno escolar; pode variar um pouco para mais ou para menos). A profundidade é um pouco maior que isso. Com o PC da Bda mais ou menos no centro do dispositivo (a 2 km da linha de contato e um pouco mais para o lado da via de acesso principal), o "guarda-chuva" da brigada ira sobrar para uns três ou quatro km além dos limites dela.
Quem já serviu no EB certamente se lembra do operador da Def AAé na Cia Fuz: é o rancheiro. No combate, com todo mundo comendo ração operacional, a principal função do pé-de-banha é prover a defesa anti-aérea. Este é o ponto principal: no nível unidade, a defesa anti-aérea não está ligada diretamente à estrutura do sistema de defesa anti-aérea. O risco do fogo amigo é muito grande, assim ele só atira contra uma ameaça concreta ao seu setor.
Assim, para dotar as unidades de uma defesa AAé mais robusta, não basta apenas equipamento. É necessária mais um canal de comunicações, um militar que fará a ligação com a AAé da Bda e uma estrutura de C2 que talvez onere a unidade num nível não desejável.
Claro que se o Btl estiver atuando isolado, tudo isso estará disponível, fornecido pela Bda.
Isso são conjecturas minhas, talvez eu esteja errado e isso possa ser feito sem tanto trabalho.
Abraços,
Piffer,
Creio que esta disposição da Brigada se deve principalmente à pífia qualidade dos equipamentos atualmente em uso. Se você tem como peça principal de artilharia nos GAC um 105mm que alcança no máximo 10 km e pelotões de morteiros dos Batalhões peças de 81mm antigas que alcançam no máximo 4 km, tudo bem, este é um dispositivo válido... bem no padrão da 2ª GM, como, aliás, o grosso do EB está hoje em dia: apto a combater como na 2ª GM.
Se você passa a ter no GAC peças atuais de 155mm com alcance de mais de 25 km e morteiros atuais de 81mm (Royal Ordenace) e 120 mm (aquele nacional) nos Batalhões com alcance de mais de 7 km, aí a coisa é diferente. Hoje em dia você compactar uma Brigada numa área de 4 x 4 Km é pedir para ser dizimado. Não estou nem falando pelo apoio ou ataque aéreo: não chega a dar trabalho nem para um Grupo de Lançadores Múltiplos de Foguetes (GLMF) com MRLS, Smerch ou Astros II disparado munições "cluster"...
Quanto à defesa AAé, chega a ser ridículo você deixar um cozinheiro com um FAL/FAP ou uma MAG para fazer defesa AAé!!! Que fosse com uma Browning .50 num reparo tripé, ainda assim é patético... Não existe hoje em dia defesa AAé sem, em primeiro lugar, uma comunicação segura com um Centro de Defesa AAé da BDA para evitar fogo amigo; em segundo lugar, uma unidade local para gerar um alerta aéreo antecipado, sendo um radar leve e transportável ou um sistema IR, para que pelo menos se possa ver a ameaça antes dela passar "despejando" pelo alvo, pois, seja de dia ou de noite, não dá para ver um caça em vôo baixo a mach 0.9, prestes a lançar uma chuva de foguetes de 70mm ou de bombas "cluster" de alto arrasto, com a antecipação necessária para se tomar alguma medida defensiva... só o seeker do IGLA, se já estiver ligado e apontado para a direção da ameaça, demora 3 a 4 segundos para adquirir um alvo... nesse espaço de tempo o caça já se deslocou quase 1,5 km...; e em terceiro lugar, uma arma AAé de fato, como um míssil portátil disparado do ombro, o que felizmente já possuímos, no caso, o IGLA, e não um FAL ou uma MAG disparada às cegas pelo cozinheiro, quando este vê, de supetão, uma aeronave não identificada se aproximando... Isso poderia funcionar contra os STUKA lá pelos anos 40 do século passado, mas hoje em dia não... em hipótese alguma!!!
Em resumo:
1) Uma ligação em tempo real com o S3 da Bda, que por sua vez deve saber quem está transitando na área de operações através de ligações com a FAB e a MB, de preferência através de um sistema eletrônico de controle situacional, tipo um mapa eletrônico com as posições amigas/inimigas e o trânsito aéreo amigo/inimigo;
2) Um sistema de radar ou IR transportável que seja motado na área de operações do Btl para cobrir possíveis "gaps" dos radres de maior alcance da Bat AAé da Bda, e que ao mesmo tempo alimente de informações o PC do Btl e o PC da Bda, via link de dados/rádio; e
3) Postos de tiro com armas AAé de defesa de ponto (mísseis portáteis).
Isso já nos levaria de uma situação de 2ª GM para o MÍNIMO ACEITÁVEL para o século XXI...
Quando falamos de equipamentos militares, sem oba-boa, a denominação melhor ou pior é nula, o que nós analisamos é que equipamento serve melhor em cada caso específico.
O BAMSE tem seus méritos sim, mas o maior mérito do BAMSE é tão somente o preço do míssil que devido a tecnologia empregada é significativamente menor do que os mísseis empregados no Spyder ou Umkhonto (mesmo com a nacionalização da maioria dos sistemas...)
Mas existem outros aspectos que devem ser analisados e nele o BAMSE tbm perde em alguns quesitos, ou seja, o importante é saber qual sistema seria melhor e mais lucrativo para as três forças juntas
Zero4,
Considerando o EB, a FAB e o CFN, o BAMSE seria o ideal. Só seríamos "operadores de sistemas", o que aliás temos sido até hoje, se quiséssemos, pois a SAAB/Bofors sempre se propôs a permitir a fabricação sob licença de seus produtos de alta tecnologia (vide Índia e Irã, por exemplo).
Quando inserimos a MB na equação, um sistema baseado no Umkhonto-R, antes denominado Umkhonto-NG, passa a ser interessante, haja vista a possibilidade de racionalização de meios com a padronização do sistema AAé de médio alcance inclusive nos navios da MB.
Poderia ser uma Bateria composta de 4 a 6 viaturas Tectran com lançadores verticais para 8 mísseis e uma outra viatura do mesmo tipo como Posto de Comando da Bateria e Radar, nos mesmos moldes do Spyder, usando este radar nacional que é um xerox do Elta-2016/NG, que é o usado no sistema israelense.
Este sistema poderia prover a defesa para o EB (aí sim, uma Bateria por Brigada), para a FAB (uma Bateria por Base) e para o CFN (uma Bateria)...
Para a MB seria um sistema VL nos navios, podendo ser em duas versões:
1) Uma com o booster atual do Umkhonto-R, que dá um alcance de mais de 25km e um teto de 12km, tornando-o equivalente, em termos de desempenho cinemático, ao Aster 15.
2) Outra versão com um booster maior, para dar um alcance de mais de 80 km e um teto de mais de 18 km, servindo como Defesa de Área, como o Aster 30. Seria a mesma filosofia: o mesmo veículo principal, no caso o míssil Umkhonto-R ao invés do Aster, e dois booster para missões distintas: um curto e pequeno para defesa AAé de ponto/anti-míssil e um maior para a defesa de área.