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Agência americana apontou falha em transponders, como o do jato que bateu no Boeing da Gol, 17 dias antes do acidente.
Em 12 de setembro, 17 dias antes da colisão entre um avião comercial da Gol e um jato Legacy, que matou 154 pessoas, a agência americana de aviação (FAA, na sigla em inglês) determinou o recall do modelo do transponder usado no Legacy da Embraer envolvido na tragédia. A pane no equipamento é uma possível explicação para o acidente, que está sendo investigado pelas autoridades brasileiras. O transponder funciona como uma espécie de radar, detectando a presença de outras aeronaves e evitando colisões.
O recall foi determinado porque a agência constatou um defeito que pode causar perda de contato com o controle de tráfego aéreo. Com o problema, o sistema anti-colisão pode deixar de funcionar. Em seus depoimentos, tanto os pilotos do Legacy quanto o controle aéreo de Brasília afirmam que tentaram entrar em contato um com o outro, mas não conseguiram. De acordo com a FAA, o equipamento pode ficar inativo se o piloto demorar mais do que cinco segundos para mexer no botão que informa o código numérico que identifica a aeronave nos radares.
O aparelho é fabricado pela empresa norte-americana Honeywell, uma gigante do setor, com faturamento anual próximo de US$ 30 bilhões. A agência americana determinou que todos os aviões equipados com os modelos de transponder com suspeita de defeito de fabricação tivessem partes do aparelho susbstituídos em até 18 meses. A substituição começa no dia 17 de outubro. A agência também havia exigido que as empresas proprietárias do avião informassem o estado de seus transponders em até cinco dias.
Respondendo ao chamado da FAA, a Embraer argumentou que parte de suas aeronaves equipadas com o transponder da Honeywell estaria em viagens internacionais. Por isso, pediu extensão de prazo para as revisões. Segundo a empresa brasileira, o defeito do transponder não representava grande perigo para justificar um prazo tão apertado.
A Embraer pedia 30 dias para realizar a inspeção. A agência acabou estendendo o prazo para 14 dias. A empresa Honeywell, fabricante do equipamento, havia argumentado que a troca seria necessária somente caso os proprietários do avião notassem algum problema com o transponder.
A FAA não aceitou o pedido e determinou que a empresa seguisse com a subsituição das peças. A operação terá um custo entre US$ 420 mil e US$ 600 mil. O valor é relativamente baixo, pois apenas alguns componentes, e não o equipamento inteiro, terão de ser substituídos.
Mais de 1,3 mil aeronaves de empresas como Bombardier, Cessna e Learjet usam atualmente os aparelhos suspeitos de defeito de fabricação, produzidos pela Honeywell, segundo a FAA. O governo americano também é cliente da Honeywell.
Um abraço e até mais...
FAA ordena recall no tipo de transponder do Legacy
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