Só falta citar os nomes dos agentes "secretos"....
Parece até coisa do Casseta-e-Planeta
Se essa notícia for verdadeira, quem vazou isso deveria ser demitido e processado.
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Brasil manda espionar Chávez e Morales (Estado de Minas, 05/10/2006)
Documento confidencial da Abin autoriza seleção de agentes para servirem na Venezuela e Bolívia
Lucas Figueiredo Agora é oficial. A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) abriu seleção interna para a escolha dos agentes secretos que serão enviados à Venezuela e à Bolívia. Por suas posições políticas e econômicas recentes, os dois países se tornaram um calo no sapato do Brasil e, em especial, no sapato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A abertura da seleção foi autorizada por Lula.
Segundo apurou o Estado de Minas, a seleção foi autorizada pela Portaria 362, emitida em conjunto pela Abin e pelo Gabinete de Segurança Institucional (GSI), órgão da Presidência da República.
A portaria é sigilosa Era!. Em vez de ser publicada no Diário Oficial da União, como é praxe em portarias do Executivo, constou apenas do Boletim de Serviço Especial da Abin número 8, emitido no último dia 4 de setembro e classificado como
confidencial . Junto com a portaria, foram expedidos os editais números 2 e 3, com as exigências da seleção interna.
Os agentes atuarão sob o manto da diplomacia.
Ficarão baseados nas embaixadas do Brasil em Caracas e La Paz e, a rigor, serão considerados adidos civis . A decisão de “embutir” agentes secretos no Itamaraty vai contra a tradição da diplomacia brasileira. Nem durante o regime militar (1964-1985), o Ministério das Relações Exteriores aceitou que agentes secretos de outros órgãos do Executivo ou das Forças Armadas agissem sob o disfarce de diplomatas. Na época, o Itamaraty montou seu próprio serviço secreto – o Centro de Informações do Exterior (Ciex), muito eficiente, por sinal – para municiar o Serviço Nacional de Informações (SNI). Preferiu, assim, transformar diplomatas em agentes secretos a ter agentes secretos travestidos de diplomatas.
COORDENAÇÃO Os aprovados na seleção interna farão parte de um grupo seleto.
Hoje, a Abin só mantém agentes fixos em Buenos Aires, Washington e Key West (Flórida) . A função dos agentes na Venezuela e Bolívia será coordenar as operações de busca de informações e comandar a rede de informantes locais já existentes nos dois países.
O Palácio do Planalto avisou Caracas e La Paz da sua intenção de internar agentes de inteligência nos dois países . Quando for do interesse comum, os agentes atuarão em parceria com seus colegas venezuelanos e bolivianos.
A decisão de enviar agentes para a Venezuela e Bolívia foi tomada no início do governo Lula. Na época, a Bolívia vivia violentos conflitos internos, que resultaram na morte de 78 pessoas e na renúncia do presidente Sánchez de Lozada. Mais tarde, o líder da revolta, o cocaleiro Evo Morales, seria mais eleito presidente da República. Diferentemente do que Lula imaginava, no entanto, Morales preteriu o guarda-chuva do Brasil e alinhou-se a Hugo Chávez (Venezuela) e Fidel Castro (Cuba). Mais recentemente, de forma unilateral, Morales nacionalizou a exploração de gás na Bolívia e expropriou refinarias estrangeiras – entre elas, instalações da Petrobras avaliadas em US$ 1,5 milhão.
Por trás de Morales, paira a figura de Chávez. Além de insuflar decisões desfavoráveis ao Brasil, o presidente venezuelano tem ofuscado Lula. Na semana passada, a revista britânica The Economist publicou matéria de capa, com as fotos de Chávez e Lula, em que questionava: “Quem lidera a América Latina?”. A reportagem dizia que o presidente brasileiro havia perdido terreno para o colega venezuelano.
