rcolistete escreveu:Olá pessoal,
Algumas observações nessas discussões :
- tem gente confundindo alcance (distância máxima percorrida, sem volta) com raio de combate (distância máxima até onde se vai, porém com volta incluída), e vários detalhes. Por exemplo, frequentemente o raio de combate inclui o lançamento de armamentos e/ou tanques externos tal que na volta o avião está mais leve e com menos arrasto aerodinâmico;
- o Su-27/30/35 tem raio de combate ou alcance normalmente sem tanques externos (só alguns tipos podem usar tanques externos), e os F-16, Gripen, Rafale, Eurofighter, etc, da vida normalmente têm tanques externos para conseguirem raios de combate ou alcances razoáveis. São duas coisas totalmente diferentes, os tanques externos resultam em penalidades de velocidade máxima, menos cabides para armamentos pesados, menor aceleração e agilidade, etc. É ridículo comparar Gripen ou F-16 com Su-27/30/35 em termos de alcance, não tem nada a ver... pois pega o alcance do F-16 sem tanques externos e compara com o do Flanker... Mesmo o Rafale, que aguenta mais de 10.000 l de combustível externo em 5 tanques, pode ultrapassar o Flanker em raio de combate nessa configuração, mas se entrar em combate letal terá que alijar esses tanques (mesmo que não estejam vazios !), logo o certo é comparar o Rafale sem tanques externos com o Flanker idem;
- em todos os combates modernos a persistência em combate tem sido importantíssima, contra o Afeganistão os aliados (EUA, UK e França) tiveram que reabastecer seus aviões navais (decolando dos porta-aviões) algumas vezes na ida e volta. Ter um caça com o maior alcance possível, maior persistência em vôo (n. de horas) e ainda assim com o melhor desempenho possível é uma meta para todos. Tanques externos atendem aos dois 1os ítens, mas degradam o 3o... O Flanker, F-15, F-14, etc são ótimos nos 3 ítens.
- uma estatística comum é o raio de combate de interceptação supersônica, em que o caça decola quase na vertical sem tanques externos e com N mísseis ar-ar, para atinger uns 10km de altitude, combater durante 5 min., e voltar subsônico. Esse dado é extremamente difícil de obter, e esse sim seria bem útil para comparar caças de categorias diferentes. Já vi esse dado para o F-5E, Tornado e mais um ou outro caça.
Tudo isso para se chegar ao óbvio : F-16, Gripen, Mirage 2000, F-18, etc pertencem a uma categoria de caças. Flanker, F-15, F-14, etc a outra categoria. Rafale, Eurofigther, etc em alguma intermediária.
Para provocar logo quase todo mundo : o avião de ataque moderno com melhor persistência em combate da América Latina é e será o A-29A/B, com suas 7h (ou mais), muito mais que 1h30-3h dos F-5E, AMX, F-16, Su-30 (futuros da Venezuela), etc. Em certas missões essa característica é a mais importante (p.e., apoio aéreo aproximado), logo o melhor vetor seria o A-29A/B, por mais que alguns tentem menosprezá-lo e dizer que ele se destina a missões policiais. Então A-29 é melhor que Su-35, F-16 Block 60, Rafale F3, F-22, F-35 ? Para certas missões, sim ! Mas o A-29 é um avião de combate melhor que esses outros, no geral ? Não, logicamente.
Abraços,
Roberto
Roberto, só para completar sua informação sobre o A-29.
Em missões especificamente de apoio aproximado, a capacidade de identificar alvos pequenos e móveis no solo (Taques, Blindados de infantaria, caminhões, etc...) depende da capacidade de sobrevôo em baixa altitude e velocidade. Por isto todos os caças a jato já citados (incluindo o AMX, que é um avião dedicado ao ataque e de todos o que voa melhor à baixa altitude) são ineficientes para este tipo de missão. No máximo servem para transportar e lançar armamento que depois deverá ser guiado remotamente, e que geralmente são muito mais caros que os alvos que se quer destruir.
Já o A-29 pode desempenhar estas missões com muito maior eficiência, justamente devido ao seu "baixo desempenho". Ele pode ser utilizado como o Sturmovik ou o JU-87 Jagdpanzer o foram na II GM, ou o Skyraider no Vietnam. Neste sentido ele estaria na categoria do A-10 ou do SU-25, ou ainda melhor, do OV-10 Bronco ou do Pucará.
É claro que sendo um avião muito menor ele também é muito mais vulnerável ao armamento anti-aéreo. A Embraer pensou nisto e providenciou alguma proteção, mas obviamente é impossível esperar o mesmo nível de proteção do Tunderbolt-II ou do Frogfoot.
Fica uma consideração interessante: Em missões deste tipo (apoio aproximado em baixa altitude), o que é melhor? Um A-29 (p.ex. da Colômbia) ou um helicóptero de ataque Apache ou Mi-35 (p.ex. da Venezuela)?