A vez do nordeste!

Área para discussão de Assuntos Gerais e off-topics.

Moderador: Conselho de Moderação

Mensagem
Autor
Avatar do usuário
J.Ricardo
Sênior
Sênior
Mensagens: 7694
Registrado em: Qui Jan 13, 2005 1:44 pm
Agradeceu: 2619 vezes
Agradeceram: 1068 vezes

A vez do nordeste!

#1 Mensagem por J.Ricardo » Sex Ago 18, 2006 1:39 pm

O "boom" do Piauí
Coluna de 18/08/2006

Os vizinhos pernambucanos, maiores e mais fornidos, têm por hábito tratar a soma do Piauí com Ceará como “pior serão”. Agora estão mordendo a língua. Quem conta é o Secretário do Planejamento de Pernambuco, Cláudio Marinho, uma das referências nacionais em política científico e tecnológico, durante o Seminário “Caminhos da Inovação”, promovido pelo Projeto Brasil e pela Agência Dinheiro Vivo.

A água jorra no Piauí e até os estrangeiros descobriram que a agricultura capitalista chegou ao nordeste. Depois da colonização do Paraná, da aventura do centro-oeste e do cerrado, a fronteira agrícola migrou pelas costas da Bahia, além do São Francisco e chegou ao sul do Piauí. Não há necessidade de água, de transposição do São Francisco. Recentemente, indianos compraram 100 mil hectares de um empresário cearense. Para efeito de comparação, todo estado de Pernambuco tem 42 mil hectares de terras irrigadas. Na região de Petrolina e Juazeiro, a fruticultura irrigada gerou propriedades com tamanho máximo de 150 hectares, responsável hoje em dia por 90% da produção de manga do país.

Agora, com a explosão do biodiesel, o “boom” da região já é uma realidade. Se não houver preconceito na convivência da pequena propriedade (que esmagará biodiesel) com o etanol, o país poderá aproveitar a oportunidade do século, diz Marinho.

Segundo Alosio Asti, do BNDES, só em Piauí já existem seis usinas de processamento de óleo em construção. Estudos do banco indicam que, em dez anos, o nordeste irá produzir 40% do álcool consumido no país.

Marinho foi um dos responsáveis por ter tornado Recife um pólo de tecnologia de alta qualidade, com o Porto Digital, um parque tecnológico em pleno centro velho da cidade.

Sua preocupação é pelo tamanho do desafio, e pela precariedade dos instrumentos institucionais existentes. “O tamanho da oportunidade é muito maior do que os instrumentos de que o Brasil dispõem para política industrial”, diz ele.

Em sua opinião, haveria a necessidade de uma reforma da política industrial e do Sistema Nacional de Inovação, incorporando o BNDES como principal motor dessa nova etapa.

Se quiserem abrigar o capital externo, os novos centros regionais terão que oferecer escolas em inglês e outros recursos internacionalizados. Em Eliseu Martins, no Piauí, têm executivos indianos e americanos sem escolas onde colocar os filhos. Em Luiz Eduardo Magalhães, no oeste da Bahia, tem duas escolas de inglês para filhos de executivos. No Porto Digital, em Recife, uma das condições para a atração de empresas estrangeiras é a existência de escolas em inglês para os filhos dos executivos.

Marinho considera que essa “territorialização” da política industrial resgata a política de desenvolvimento que foi seqüestrada pelos macro-economistas. O recurso mais escasso nessa nova fronteira não é o capital financeiro, mas o capital humano para gerenciar os empreendimentos, desde o executivo até o chão de fábrica.

Mas já não se tem dúvida, pelo nordeste que a dinâmica da nova economia da bio-energia já iniciou seu processo transformador na região.


fonte: blog do Luis Nassif
http://luisnassifonline.blog.uol.com.br/




Não temais ímpias falanges,
Que apresentam face hostil,
Vossos peitos, vossos braços,
São muralhas do Brasil!
pafuncio
Sênior
Sênior
Mensagens: 5921
Registrado em: Sex Set 09, 2005 2:38 am
Agradeceu: 29 vezes
Agradeceram: 5 vezes

Re: A vez do nordeste!

#2 Mensagem por pafuncio » Sex Ago 18, 2006 6:21 pm

J.Ricardo escreveu:
O "boom" do Piauí
Coluna de 18/08/2006

Segundo Alosio Asti, do BNDES, só em Piauí já existem seis usinas de processamento de óleo em construção. Estudos do banco indicam que, em dez anos, o nordeste irá produzir 40% do álcool consumido no país.

fonte: blog do Luis Nassif
http://luisnassifonline.blog.uol.com.br/


:shock: :shock: :shock: :shock: :shock: (by Paisano).

Carácoles ...

Isso são bilhões de dolares. Se houver um mercado de exportação , para os EUA e Europa, o Nordeste sairá altamente privilegiado, em especial porque alguns dos seus portos já estão, se não me engano, no hemisfério norte.

A logística de exportação nordestina, para EUA e Europa, é bem melhor que a do sul.

Há um tempo, se não me engano a Folha de São Paulo mostrou que uma das peças do jeans supremo das madamas, o Diesel, era feito por uma cooperativa nordestina, por preços irrisórios. Então, colavam a etiqueta e cobravamo o c.., digo, os olhos da cara.

Quanto ao turismo europeu e norte-americano, o NE também tem vantagens insuperáveis.

Que bom, ainda acho que nossa maior dívida é para com o NE.




Editado pela última vez por pafuncio em Seg Ago 21, 2006 10:28 pm, em um total de 1 vez.
"Em geral, as instituições políticas nascem empiricamente na Inglaterra, são sistematizadas na França, aplicadas pragmaticamente nos Estados Unidos e esculhambadas no Brasil"
Avatar do usuário
J.Ricardo
Sênior
Sênior
Mensagens: 7694
Registrado em: Qui Jan 13, 2005 1:44 pm
Agradeceu: 2619 vezes
Agradeceram: 1068 vezes

#3 Mensagem por J.Ricardo » Seg Ago 21, 2006 2:22 pm

Multinacionais de pneus investem pesado no Brasil



A Bahia tornou-se o centro da maioria dos investimentos em novas unidades de fabricação de pneus no país. Nos últimos três anos, com um maior aquecimento do setor e a crescente demanda, os aportes para a instalação de unidades produtivas no Brasil atingiram cerca de US$ 1 bilhão.

A Pirelli iniciou a onda de grandes investimentos do setor no Estado. Presente na Bahia desde 1986, a companhia desembolsou US$ 120 milhões para remodelar sua fábrica localizada em Feira de Santana, a 110 quilômetros de Salvador. A obra foi concluída em 2003.

Em abril deste ano, a alemã Continental inaugurou sua primeira fábrica brasileira, localizada em Camaçari, a 45 quilômetros da capital. O projeto consumiu US$ 270 milhões e prevê produzir 6 milhões de unidades em 2008. Ainda em 2006 deve entrar em operação, também em Camaçari, a fábrica da Bridgestone Firestone, na qual estão sendo investidos US$ 160 milhões.

O pólo de pneus baiano atraiu outros empreendimentos ligados a essa indústria. A Columbian Chemicals está investindo US$ 67 milhões em uma fábrica de negro-de-fumo - insumo utilizado principalmente na produção de pneus - em Camaçari. A gaúcha Vipal, por sua vez, vai instalar em Feira de Santana uma unidade para produção, inicialmente, de mistura de borrachas. O investimento será de R$ 113 milhões.

A Bridgestone Firestone também aumentou a capacidade de sua unidade de Santo André (SP), que recebeu investimento de US$ 100 milhões. Em Gravataí (RS), a Pirelli inaugurou em março uma nova linha de pneus radiais para caminhões e ônibus - no Brasil, a produção dessa linha estava concentrada até então apenas em Santo André. O investimento na unidade foi de R$ 116 milhões.

A Goodyear colocou em operação no ano passado o plano de investir US$ 120 milhões ao longo de dois anos para ampliar em 50% a produção de pneus para máquinas agrícolas e do tipo radial para caminhões. A programação prevê aportes até 2006.

Do Valor Econômico




Não temais ímpias falanges,
Que apresentam face hostil,
Vossos peitos, vossos braços,
São muralhas do Brasil!
César
Sênior
Sênior
Mensagens: 4297
Registrado em: Qua Fev 19, 2003 7:14 pm
Localização: Florianópolis
Contato:

#4 Mensagem por César » Seg Ago 21, 2006 10:18 pm

Muito interessante esse boom do Nordeste. Isso é bem legal.

Abraços

César




"- Tú julgarás a ti mesmo- respondeu-lhe o rei - É o mais difícil. É bem mais difícil julgar a si mesmo que julgar os outros. Se consegues fazer um bom julgamento de ti, és um verdadeiro sábio."

Antoine de Saint-Exupéry
pafuncio
Sênior
Sênior
Mensagens: 5921
Registrado em: Sex Set 09, 2005 2:38 am
Agradeceu: 29 vezes
Agradeceram: 5 vezes

#5 Mensagem por pafuncio » Seg Ago 21, 2006 11:19 pm

Andei lendo o Blog do Nassif, por causa deste tópico.

Muito bom !!! Análise geopolítica, diplomacia, economia crítica, crônicas musicais-históricas, tecnologia e inovação, energia, etc.




"Em geral, as instituições políticas nascem empiricamente na Inglaterra, são sistematizadas na França, aplicadas pragmaticamente nos Estados Unidos e esculhambadas no Brasil"
Avatar do usuário
J.Ricardo
Sênior
Sênior
Mensagens: 7694
Registrado em: Qui Jan 13, 2005 1:44 pm
Agradeceu: 2619 vezes
Agradeceram: 1068 vezes

#6 Mensagem por J.Ricardo » Ter Ago 22, 2006 9:01 am

Faz tempo sou atento as críticas do Nassif, ele tem uma visão diferente da lógica do mercado, enquento todos dizem a mesma coisa, ele parece enchergar a economia de uma forma mais dinâmica, sua explicações são claras e suas críticas inteligentes e muito bem fundamentadas.




Não temais ímpias falanges,
Que apresentam face hostil,
Vossos peitos, vossos braços,
São muralhas do Brasil!
Responder