BNDES abre linha para financiar compra de aeronaves da Embra

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BNDES abre linha para financiar compra de aeronaves da Embra

#1 Mensagem por jambockrs » Qua Ago 16, 2006 10:14 pm

Meus prezados:
BNDES abre linha para financiar compra de aeronaves da Embraer
quarta-feira, 16 de agosto de 2006 - 17:15 - Câmera 2
RIO DE JANEIRO (Reuters) - O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Demian Fiocca, anunciou nesta quarta-feira a abertura de uma linha de crédito para financiar aviões fabricados no Brasil.
A linha deve favorecer a Embraer, única produtora brasileira de aviões, e pode também beneficiar a VarigLog, que manifestou recentemente interesse em comprar aviões da companhia.
Um abraço e até mais...
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Cláudio Severino da Silva
jambock@brturbo.com.br




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#2 Mensagem por pafuncio » Qui Ago 17, 2006 12:42 am

Grande tópico !!!!

Acho uma tremenda oportunidade para política industrial pró=ativa.

É incrível que E Jets não tenham sido vendidos ainda no próprio país de origem e que, por exemplo, o Panamá já os tenha comprado.




"Em geral, as instituições políticas nascem empiricamente na Inglaterra, são sistematizadas na França, aplicadas pragmaticamente nos Estados Unidos e esculhambadas no Brasil"
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#3 Mensagem por pafuncio » Qui Ago 17, 2006 12:49 am

Varig negocia compra de 50 jatos da Embraer
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CLARICE SPITZ
da Folha Online, no Rio
JANAINA LAGE
da Folha de S.Paulo, no Rio

A VarigLog, nova dona da Varig, quer comprar 50 aviões da Embraer para vôos domésticos. Esses jatos, cujo modelo não foi revelado, teriam capacidade para transportar entre 115 e 135 passageiros e custariam em média US$ 40 milhões cada, segundo Marco Antônio Audi, presidente do conselho de administração da VarigLog.

Audi disse que a empresa deve apresentar amanhã a carta-consulta ao BNDES, que é o primeiro passo para tentar obter o financiamento.

Um jato Embraer 195 --da família 170/190--, o maior da empresa tem capacidade para 118 passageiros. Desde o mês passado, a Embraer anunciou uma versão compacta que permite até 122 assentos.

Ele afirmou, no entanto, que o número de pedidos firmes depende dos slots (espaços de pousos e decolagens) que a empresa vai conseguir manter. Em meio a uma discussão sobre a redistribuição desses espaços entre Anac (Agência de Aviação Civil) e a Justiça do Rio, Audi disse que vai brigar para não perder esses espaços em aeroportos mais concorridos, como o de Congonhas (SP).

Após reunião com técnicos do BNDES em que levou também a nova consultora da VarigLog, Maria Silvia Bastos, e o executivo Lap Chan, principal articulador da compra da Varig, Audi disse que o valor total do negócio no caso de ser feito com o financiamento do BNDES somaria cerca de US$ 2 bilhões.

A linha de financiamento do BNDES para compra de aviões prevê a liberação de recursos até 85% desse valor (R$ US$ 1,7 bilhão). Os US$ 300 milhões restantes seriam injetados pela VarigLog.O custo total do financiamento do banco estatal é de 90% em real (TJLP) e 10% em dólar.

Os juros serão de TJLP (atualmente em 7,5% ao ano) mais 1% ao ano acrescido do 'spread' de risco da empresa.

Audi também afirmou que outra possibilidade em discussão pela VarigLog é a compra de aviões da fabricante européia Airbus, assim como não descartou buscar financiamento junto a outros bancos e empresas de leasing internacionais.

A jornalistas, no entanto, não escondeu a preferência pela fabricante brasileira. Ele mostrou uma foto em seu telefone celular de um jato da Embraer e disse que era seu "sonho de consumo".

Audi disse estar negociando também espaço na fila com a Embraer e com a Airbus para agilizar a chegada de aviões em caso de eventual compra, uma vez que as empresas já estão com as encomendas cheias.

Antes da reunião, Fiocca, afirmou que o banco pode financiar o aumento da frota da Varig com a compra de aviões da Embraer.

"A Varig vai discutir o plano de negócios e a proposta específica para solicitação de crédito (...). É uma reunião técnica", disse o presidente do BNDES antes da reunião.

Caso o pedido seja aceito, a Varig será a primeira companhia aérea nacional a se beneficiar da nova linha de financiamento criada pelo banco para a compra de aviões da Embraer.

Fiocca destacou que a nova linha não foi desenhada para atender especificamente a Varig, mas construída com colaboração de todo o setor.

"O BNDES desde o ano passado vem trabalhando com as empresas aéreas brasileiras e com a indústria de aeronaves [Embraer] na busca de definição de linhas de financiamento e instrumentos financeiros que favoreçam investimentos das empresas aéreas do país em aeronaves brasileiras."
- http://www.folhaonline.com.br




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#4 Mensagem por Brigadeiro » Qui Ago 17, 2006 8:49 am

alexandre lemos escreveu:Grande tópico !!!!

Acho uma tremenda oportunidade para política industrial pró=ativa.

É incrível que E Jets não tenham sido vendidos ainda no próprio país de origem e que, por exemplo, o Panamá já os tenha comprado.


Alexandre,

O grande problema é que comprar um avião fabricado no Brasil é muito mais caro do que comprar um estrangeiro. Para se ter uma idéia, a RIO SUL estava prestes a comprar o Bombardier (CRJ-200) que é o concorrente direto do ERJ-145, mas por pressão política ela acabou comprando os aviões da EMBRAER. O problema é que no valor do avião agragou-se também o ICMS, IPI e uma pilha de impostos que tornou o valor bem maior do que o ERJ-145 tipo exportação. Além do mais, aeronaves compradas do exterior não possuem essa pilha de impostos o que torna mais viável a compra no exterior. Outro problema é o financiamento, já que ninguém aqui quer bancar um avião de 20 ou 30 milhões de dólares sozinho, o que acaba deixando as empresas nacionais na mão. O BNDES está trabalhando para financiar as aeronaves nacionais e, se der certo, poderemos ver os E-JETS voando com bandeira brasileira (assim espero).

Até mais!




Thiago
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#5 Mensagem por pafuncio » Qui Ago 17, 2006 12:52 pm

Concordo.

Aparentemente, a questão financeira está equacionada.

Resta agora a desoneração tributária, que não atinge tão grandes valores para aviões importados.




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#6 Mensagem por FinkenHeinle » Qui Ago 17, 2006 2:11 pm

alexandre lemos escreveu:Acho uma tremenda oportunidade para política industrial pró=ativa.

Política Industrial?!

Aff... :roll: :roll: :roll: :roll:




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#7 Mensagem por pafuncio » Qui Ago 17, 2006 3:36 pm

Eu ia colocar um adendo na minha mensagem anterior:

"À espera da réplicas dos liberais".

Mas acho que o BNDS está certo mesmo. Política industrial, como a Coréia do Sul, a China, a Irlanda (lembram-se da fábrica dos Tucanos, na década de ´80?)e a Índia vem fazendo, em que pese contrariar o "Manual do Pensamento Único".

Claro, que seja equacionada a questão tributária, para dar maior competitividade para o produto nacional.

"À espera das réplicas, pois". :lol:




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#8 Mensagem por FinkenHeinle » Qui Ago 17, 2006 6:07 pm

alexandre lemos escreveu:Eu ia colocar um adendo na minha mensagem anterior:

"À espera da réplicas dos liberais".

Mas acho que o BNDS está certo mesmo. Política industrial, como a Coréia do Sul, a China, a Irlanda (lembram-se da fábrica dos Tucanos, na década de ´80?)e a Índia vem fazendo, em que pese contrariar o "Manual do Pensamento Único".

Claro, que seja equacionada a questão tributária, para dar maior competitividade para o produto nacional.

"À espera das réplicas, pois". :lol:

É risível que um Estado que não consegue dar conta de SUAS próprias demandas, não consegue dar conta das demandas básicas dos cidadãos, ainda queira fazer qualquer coisa parecido com "Política Industrial"!

Aliás, pretenso também acreditar na mesma questão de China (que por sinal é um caso à parte), Índia e Coréia do SUl, e especialmente querer fazer qualquer paralelo de comparação com o Brasil.




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#9 Mensagem por pafuncio » Qui Ago 17, 2006 6:28 pm

Brasil, India e China = Baleias.

Coréia do Sul = Tigre.

Logo, há diferenças entre eles, pela densidade populacional, tamanho do PIB, riquezas naturais, importância geopolítica, etc.

O Brasil até a década de 80 teve uma política industrial melhor que estes outros "mamíferos".

O Brasil mudou o paradigma, na década de 90, sendo que os países supra continuaram com políticas industriais sérias.

Ou seja, acho que há espaço sim para que o Estado continue a promover políticas industriais, reconhecendo que no passado de fato surgiu um capitalismo cartorial, burocrático, ineficiente e com reserva de mercado (by Bob Fieds).

Nada que não possa ser melhorado, claro. A Embraer é prova disso. Não foi o Botelho que disse pretender aumentar o faturamento no setor de defesa ? Como, se o próprio Estado Brasileiro se omitir ?

Claro, que falem os especialistas. Mas um pouco de pragmatismo e menos zelo ideológico (como é legal usar essas expressões para criticar os conservadores) não fazem mal a ninguém.

Salu2 cepalinos, alexandre.




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#10 Mensagem por Bolovo » Qui Ago 17, 2006 8:30 pm

Se eu contar que os aviões da EMBRAER não seriam bem utilizados no Brasil, vcs acreditam?

Já perceberam que SEMPRE que uma empresa tá no beiço do capeta, eles dizem que vão comprar aviões da EMBRAER?

Vide VASP, vide TAM e agora a VARIG...




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