FinkenHeinle escreveu:faterra escreveu:Amigo
Isto não é choradeira. É constatação de fatos. Tem gente que tem vocação para masoquista, outros para sádicos. As pessoas que têem orgulho, vergonha na cara, não aceitam passar por estes vexames.
Concordo plenamente com você que a culpa é nossa. Parte de nossa população tem como "hobby" idolatrar, encher a "bola" e os bolsos de determinados países. Quando ouvem alguém falar alguma coisa que vá de encontro a isto, saem com esta: isto é choradeira! Por isso sou a favor de se fazer parcerias com quem precisa das mesmas. Se há um exemplo a ser seguido, "idolatrado" é o da MB. Ao invés de se expor a vexames - também já passou por uns tantos - está tocando a dezenas de anos o projeto do SNB, a duras penas, contra o próprio governo que lhe nega verbas, contra todas as críticas, principalmente a dos idolatradores. Sou a favor de se produzir no país aquilo que necessitarmos. Por mais caro que seja é do país e o dinheiro gasto e os benefícios ficam aqui. Na pior das hipóteses, na necessidade de se adquirir alguma coisa no exterior, uma vez que seremos compradores, que o façamos com aqueles que nos respeitarem como tal. Sejam eles quem forem.
E, outra coisa, sou nacionalista sim, não adianta espernearem. Até os EUA o são.
É choradeira sim!
Eu também sou nacionalista. Todos aqui queremos o melhor para o nosso povo e país! Se você acha que quer isso mais que outra pessoa, masi que eu, está enganado.
Ninguém aqui tem como hobby idolatrar outros países, em detrimento do Brasil! E também ninguém aqui "enche os bolsos" de outro país porque quer fazer isso em detrimento do Brasil!
Não acho que a MB seja exemplo. A MB pega os já parcos recursos que tem, e literalmente joga eles pela janela. O A-12 é um belíssimo exemplo. E podemos dizer que até mesmo o SNB é um exemplo. Em qualquer país democrático, o Poder militar subordina-se ao Poder Civil. E são os Civis que decidem os rumos do país. São os Civis que devem dizer se o SNB é importante ou não, se deve receber Verbas ou não.
Se a MB insiste em fazer isso CONTRA A VONTADE DO PODER CIVIL, então ela está novamente jogando dinheiro pela janela.
Eu já disse, e repito: se as FFAA tocam projetos que não têm garantia de recursos para ele, não devem reclamar se eles avançam lentamente, ou se são concluídos com qualidade não condizente com as necessidades da Força.
Se uma Força faz isso, então ela é responsável pela má qualidade do que é feito.
E digo mais, os Militares são tão culpados pela mediocridade das nossas FFAA quanto os Civis malvados que não lhes dão recursos. Lembro à vocês que durante o Regime Militar - onde não por cincidência, quem mandava eram os Militares - nossas FFAA sofriam também de graves deficiências financeiras. Tiveram diversos programas vetados por falta de recursos. Me arrisco até à dizer que temos hoje Forças mais capazes, comparativamente, do que as que tínhamos à época.
A verdade é uma só: se faltam recursos, eles também são mal administrados pelas FFAA. Por isso, saliento: elas não são Vítimas como alguns querem fazer passar! Elas são tão responsáveis pelos seus próprios problemas quanto os Civis.
Enquanto o pessoal achar que o problema encontra-se somente nos Gov. Corruptos, a coisa não vai andar. As nossas FFAA parecem estar vivendo no passado, com estruturas e organização que não é condizente com o padrão de qualidade administrativa que precisamos, ainda mais tendo em vista nossos problemas de verbas.
É aquilo que já disse: tanto mais é necessário eficientizar o uso dos recursos quando eles são escassos.
Por isso, repito: qualquer um que ache que as FFAA são vítimas da falta de recursos, e brade inflamadamente contra os Civis que não os disponibilizam, está olhando somente um lado da moeda, e ajudando à perpetuar uma verdadeira incompetência administrativa nas FFAA.
O texto que postei critica únicamente os vexames impostos ao Brasil, como comprador, por países que não têem interesse algum em fazer negócios ou mesmo repassar tecnologias ao país e, quando o fazem, impõem uma série de impedimentos que, muitas vezes, beira ao ridículo. Exponho também a minha opinião de que o país deva produzir aquilo que necessita. O custo e o nível da tecnologia, em princípio, será aquele que se almejou alcançar. Nenhuma tecnologia foi desenvolvida com 100% de acertos e a curto prazo, por nenhum país, por mais inteligente e rico que seja. Tudo que se tem hoje foi obtido com suor, dinheiro, inteligência e tenacidade, e nada foi criado, em sua plenitude, da noite para o dia.
Gostaria de saber onde você leu no meu texto que eu prego a desobediência em relação ao poder civil pelas FAs e onde eu apregoei que a incompetência dos militares é por culpa do não cumprimento legal por parte dos governos. Em momento algum ventilei isso.
O contexto em que falo que a MB é um exemplo é por sua tenacidade, por sua luta para conseguir aquilo que deseja, dentro daquilo que o governo lhe destina – quase nada, em relação às suas necessidades. Em momento algum disse que ela está fazendo alguma coisa contra a lei ou contra as ordens do governo, mesmo porque o mesmo reconhece, elogia e apoia a pesquisa realizada pela MB. Só não lhe repassa as verbas necessárias e de direito.
A Constituição Federal garante às FAs o repasse pelo Governo Federal, se não me falha a memória de 1,8% do PIB, o que não está sendo cumprido pelo mesmo, e muito menos pelos governos anteriores. Isto é o que se questiona. Acredito que nenhuma delas esteja pedindo esmolas ou verbas que fuja àquilo que lhes é garantido. Esta mesma Constituição garante a sua manutenção (pessoal e equipamento) pelo GF para a plena realização de suas tarefas, também constitucionais.
É de conhecimento de todos aqui no fórum que, se o GF repassasse às FAs o que lhe ordena a Constituição a situação das mesmas seria outra. E, no caso da MB, tem a parcela dos royalties pagos pela Petrobrás, que lhe é garantida por lei e que não lhe é repassada. Tudo isto, segundo dizem, em nome do superávit primário. Leigamente entendo que este superávit tem de ser alcançado com economia de despesas criadas pelo governo em exercício. (economia na distribuição de cargos de confiança, nas promessas de campanha do presidente e dos políticos, etc, etc...) e nunca em investimentos/despesas garantidos pela Constituição.
A partir do momento que o governo cumprir sua parte, como os militares vão gerenciar suas verbas é com eles e sua respectiva força. Nunca entrei no mérito de julgar o gerenciamento destas verbas por quem quer que seja, mesmo porque não tenho competência para tal. E neste caso concordo com você em relação à culpa que cabe a cada um pelo mal gerenciamento destas verbas.
Até que isso aconteça, é legítimo sim, as FAs correrem atrás do seu prejuízo e as culpas serem descarregadas, em princípio, em cima do governo, que não cumpre sua parte.