Empresariado paulista assiste à palestra do Comandante da Aeronáutica
Uma considerável parcela do empresariado paulista esteve reunida, na manhã de 12 de julho de 2006, no Salão Nobre da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) para assistir à palestra do Comandante da Aeronáutica, Tenente- Brigadeiro-do-Ar Luiz Carlos da Silva Bueno.
O evento teve por objetivo apresentar aos industriais os conceitos do Projeto CTX - Aeronave Regional de Transporte Tático Militar, uma aeronave de projeto simples, robusta, com baixo custo de manutenção, com capacidade de operação em pistas rudimentares e que poderia ser utilizada na aviação civil e na militar.
Para a aviação Civil o CTX seria uma alternativa comercialmente adequada ao transporte de passageiros para cidades de médio e pequeno porte, setor que vem sofrendo nos últimos anos, uma profunda retração.
Segundo dados divulgados pelo Comando da Aeronáutica, no final da década de 90, havia cerca de 400 cidades brasileiras atendidas por linhas aéreas regulares. Hoje, este número caiu para 129, ou seja, menos de 3% dos municípios brasileiros. Do ponto de vista militar, a aeronave CTX viria solucionar a substituição dos C-95 Bandeirante, da FAB.
Os requisitos técnicos apresentados pelo projeto CTX indicam um bimotor turbohélice de transporte leve, com uma capacidade de carga de no mínimo 2 mil quilos, com asa alta, trem de pouso fixo, porta de carga e rampa traseira. Dentro deste perfil estão sendo analisadas três aeronaves: o CASA 212, o LET 410 e o PZL Skytruck, todas já comercializadas no mercado internacional.
Segundo a concepção do projeto, as aeronaves serão produzidas e montadas no Brasil, com repasse de 100% dos desenhos, contando com um percentual mínimo de 72% de mão-de-obra brasileira e com a possibilidade de que a produção de parte das peças e componentes seja realizada por indústrias nacionais.
A participação da indústria brasileira seria um fator de redução de custos do projeto. O Comando da Aeronáutica ofertou as instalações e a mão-de-obra do Parque de Material Aeronáutico de São Paulo (PAMA-SP) como outra forma de diminuir os custos da produção da aeronave.
Apesar do cronograma do projeto já estar adiantado, com a assinatura do contrato prevista para o dia 6 de setembro deste ano,
ainda não há um número definido de aeronaves a serem construídas, a FAB estaria interessada na aquisição de sessenta aviões, cabendo à aviação civil a ampliação deste número.
Ao final da apresentação, houve espaço para as perguntas da platéia, que elogiou a iniciativa do Comando da Aeronáutica de convidar o empresariado a participar desta oportunidade de desenvolvimento da indústria nacional e se mostrou interessada no projeto. Diante disso, houve o compromisso de um comitê da FIESP de obter informações mais detalhadas a fim de identificar oportunidades de participação de empresas paulistas na construção da aeronave CTX.
Fonte: IV COMAR
Página Oficial da FAB:
http://www.aer.mil.br/imprensa/Noticias ... tracmt.htm