Marinha de Portugal

[P44]

NACIONAL
JN Online - 22.06.06
Programa dos patrulhões sofre corte e já está atrasado um ano
Carlos Varela

O programa de aquisição de dez patrulhas oceânicos (NPO) para a Armada, em construção nos estaleiros de Viana do Castelo poderá perder dois navios, segundo admitiu, ontem, o ministro da Defesa, Luís Amado.
O governante justificou o corte com a aquisição de duas fragatas e de mais três patrulhas de costa, mas adiantou também que o programa dos NPO está atrasado um ano.
O ministro respondia a uma questão colocada pelo JN à saída do plenário na Assembleia da República, onde foi discutida a Lei de Programação Militar e um dos temas foi o do programa dos patrulhões - a designação comum dos patrulhas oceânicos -, lançado pelo deputado do PCP António Filipe.

O parlamentar mostrou-se preocupado com a "forma lenta e desacertada como prossegue a concretização do programa", quando, no seu entender, "se há programa em que as necessidades nacionais reclamam, o dos patrulhões está seguramente em primeiro lugar". Já fora do hemiciclo, no entanto, o ministro admitiu outros problemas associados ao NPO "Há um atraso no fabrico dos patrulhões de cerca de um ano. Estava prevista a entrega do primeiro navio para Maio deste ano, mas a última informação dos estaleiros é de que a entrega só vai ser possível em Maio do próximo ano".

Na mesma linha, o programa passa de dez para oito NPO - além de dois navios de combate à poluição, se bem que ainda falte assinar o respectivo contrato-programa e o preço médio de cada navio será da ordem dos 20 milhões de euros -, um pouco pela aquisição de duas fragatas em segunda mão, eventualmente à Holanda, para substituir os dois navios da classe "João Belo", e três patrulhas costeiros.

Luís Amado explicou, no entanto, que a opção pelos três patrulhas "ainda está a ser debatido com a Marinha de Guerra". Se bem que o ponto de partida, segundo fontes militares, é o de que as duas novas fragatas poderão também cumprir missões de interesse público colmatando o corte em dois NPO, além de que os patrulhas costeiros, também a construir em Viana, poderão igualmente cumprir parte das missões atribuídas aos oceânicos. Fonte dos estaleiros de Viana do Castelo justificou, no entanto, ao JN, os atrasos com os problemas encontrados nos motores, provenientes de uma multinacional dinamarquesa e fabricados em Itália. "Há técnicos da fábrica em Viana do Castelo a tentarem resolver os problemas encontrados".

Os motores foram escolhidos pela Marinha, pela credibilidade da fábrica em propulsores navais, mas a falha parece ter existido a nível do controlo de qualidade. No entanto, de acordo com a mesma fonte, os atrasos são inerentes ao facto de se tratar de um navio militar. "É muito diferente de construir um navio mercante, estamos todos a aprender", apontou, acrescentando que houve um excesso de optimismo pela parte dos vários sectores envolvidos no projecto.


Dúvidas na execução

O deputado do CDS/PP João Rebelo saudou o ministro da Defesa por a LPM constituir uma continuidade da anterior, "uma evolução positiva no pensamento estratégico do PS", mas salientou que a Lei "só é credível se tiver uma boa execução". Justificou as dúvidas com o facto de a cativação de verbas ter duplicado "de 20% em 2005 para 40% em 2006". Quanto à venda de material considerou-a "demasiado optimista" e que pode pôr em causa a afectação de 290 milhões de euros. O PCP, através de António Filipe, lembrou as críticas comunistas de "há cinco anos" relativamente à compra dos F-16, mas aplaudiu a concentração dos helicópteros, apoiada pelo socialista Marques Júnior. Henrique de Freitas, do PSD, classificou a LPM como a "lei da poupança militar", com Amado a responder que seria "absolutamente irresponsável"se não o fosse. Luís Fazenda, do BE, criticou que a revisão da lei seja feia em 2009 e não no ano anterior. A Lei deverá ser aprovada pelo PS com os votos contra do PCP e do BE e a abstenção do CDS e PSD.

[Rui Elias Maltez]

De positivo é o ministro aceitar e afirmar que Portugal adquirirá de facto 2 fragatas (as Karel Doorman)?

Quanto ao NPO's para mim, o mais negativo é o ritmo de execução do programa que se arrasta em agonia.

Quanto ao número, repare-se no seguinte:

Inicaialmente, quanto o programa foi lançado, anunciou-se em 12 unidades.

Depois, mas sem ser oficial, reduziu-se para 10 unidades incluindo 2 para combate à poluição por hidrocarbonetos, ou seja:

8 + 2.

Agora o jornal fala exactamente nesse número:

Na mesma linha, o programa passa de dez para oito NPO - além de dois navios de combate à poluição(...)

8 + 2 = 10 unidaxdes, ou seja:

Pela minha interpretação, essa reduiçã referida poderá advir do número inicial do programa que era de 12 unidades.

[P44]

CORVETA JOão Coutinho na Turquia

060525-N-3888C-001 Anatalya, Turkey (May 25, 2006) - A Sailor assigned to the guided-missile frigate USS Nicholas (FFG 47) stands a security watch during exercise Anatolian Sun, while moored in Anatalya, Turkey. Anatolian Sun is being hosted by Turkey as part of the Proliferation Security Initiative (PSI). The PSI is focused on the interdiction of proliferation-related shipments at sea, in the air, and on land. U.S. Naval Forces Europe-U.S. Sixth Fleet (CNE-C6F) assets participating in the exercise consist of Nicholas and one P-3 maritime patrol aircraft. The U.S. joins France, Portugal and Turkey, as participants while 36 nations from throughout EurAsia will observe the four-day exercise. U.S. Navy photo by Mass Communication Specialist 2nd Class Leo Carrillo (RELEASED)

http://www.navy.mil/view_single.asp?id=34986

[luis F. Silva]

citação:

CORVETA JOão Coutinho na Turquia

Por acaso até nem é. É a General Pereira D'Eça, que em 30 do mês passado esteve em La Valleta, Malta.

[P44]

citação:

CORVETA JOão Coutinho na Turquia

Por acaso até nem é. É a General Pereira D'Eça, que em 30 do mês passado esteve em La Valleta, Malta.

Tem toda a razão!

Eu queria escrever "Corveta CLASSE João Coutinho", mas entretanto fiquei sem trocos para as letras...

[Rui Elias Maltez]

Talvez o P44 se estivesse a referir à corveta (classe) João Coutinho, já que o texto é omisso relativamente ao tipo e nome do navio.

[P44]

foi isso, meu caro.

O texto não refere que corveta era (com um tamanho minusculo daqueles, deve ser dificil ler o nome)

Mas segundo já li era a Gen.Pereira d'Eça (F 477)

[manuel.liste]

Unas preguntillas: Las dificultades que su Minis.Def. tiene con Eurostat ¿cuales son?

¿No pueden pagar sus armamentos a plazos?
¿Pueden pagar a plazos, pero el gasto sólo puede ser atribuido a un año (el de entrada en servicio, entiendo)?

Si es el segundo caso... ¿el retraso en la entrada en servicio de sus nuevos patrulleros tiene algo que ver con ello?

Gracias.

[P44]

Manuel

Eu acho que é o 2º caso, podem ser pagos a prazo mas o gasto é todo atribuido a um ano na totalidade.

Tanto assim é que na LPM revista as aquisições em "leasing" passaram de 60 e tal por cento para pouco mais de 35%, salvo erro, pois deixou de compensar adquirir em "leasing"

Já li que mesmo adiando a entrega dos U-209PN por um ano o défice público continua comprometido.

Em relação aos NPOS, já te deves ter apercebido que a polémica é tanta que acho que ningúem sabe ao certo...

[Rui Elias Maltez]

Manuel:

Portugal está comprometido com a Comissão Europeia a ter o défice público nos 3% em 2008.

Como por qualquer razão Bruxelas acha que o custo global da aquisição de determinado equipamento deve ser contabilizado na totalidade no acto da entrega, apesar de se tratar de compra através de leasing operacional, o Governo já teve que adiar a entrega dos 2 U-209PN para 2010 e 2011, bem como outras aquisições.

Outro caso é o que se fala de atirar a entrega dos 10 NH-90 para 2011 em vez da data anteriormente apresentada de 2008.

Por exemplo, o custo da totalidade dos 12 EH-101 tem que ser comprometido já com o orçamento de 2006 por causa disso.

Julgo que não há atrasos para o programa dos 12 C-295 nem para o das armas ligeiras para os 3 ramos.

Quanto aos PandurII para o Exército e Armada, julgo que se trata de um caso à parte, já que essas viaturas serão construidas em Portugal.

[manuel.liste]

Comprendido.

Quanto aos PandurII para o Exército e Armada, julgo que se trata de um caso à parte, já que essas viaturas serão construidas em Portugal.

¿Hay diferente tratamiento por parte de Eurostat si el arma es producida en Portugal o en el extranjero?

[Rui Elias Maltez]

Julgo que sim, já que terão grande parte de incorporação portuguesa, e algumas dsa viaturas, segundo consta serão para exportação.

Mas a razão será que cada viatura será paga no acto da entrega (ou cada lotede x viaturas) e não se trata de leasing operacional.

Para nós ficarão entre 280 e 300.

[Miguel]

No prazo 2015 a Armada sera constituida talvez assim:

3 Submarinos U209
3 Fragatas Meko200

8 Patrulhas NPO/NCP ( o governo falou em possivél reduçao de 2)
8 Patrulhas Costeiros LFC

1 Berrio
1 Sagres
4 Hidrograficos

algums zebros para apoio aos Fuzos

[luis F. Silva]

citação:

3 Submarinos U209

Obrigado Miguel por assumir o pagamento do terceiro.
Claro que material holandês nem pensar. Mas pode incluir a dúvida das Karel Doorman?
Além disso esqueceu-se de mencionar os dois Navios de Combate à Poluição, que na prática são dez patrulhões.

[Charlie Golf]

Tsc, tsc Miguel. Ainda cortas mais do que o Ministro. Ah, e quem paga o terceiro submarino?