Guerra no tráfico no RJ - mais um capítulo

Assuntos em discussão: Exército Brasileiro e exércitos estrangeiros, armamentos, equipamentos de exércitos em geral.

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rodrigo
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#556 Mensagem por rodrigo » Ter Jun 13, 2006 10:32 am

O que acontece sempre, é que muitos policiais mau-intencionados preferem levar os mortos "para o hospital". E os bandidos sempre morrem "à caminho".
Clermont, isso é opinião ou experiência?

Assim, se evita qualquer perícia no local e a possível descoberta de execuções sumárias ilegais.
Perícia, no RJ, é um luxo que poucos tem.

Não sei que tipo de país algumas pessoas imaginam querer construir se permitindo aberrações como essa.
Lamentavelmente, na guerra que se transformou isso é comum.

À propósito, se permitir que forças policiais utilizem armas como metralhadoras de emprego geral é prova de como o governo do Estado e o comando da Polícia perderam, totalmente, qualquer bom-senso.
O que é o bom senso nesse caso? Por que o traficante pode usar a metralhadora e a polícia não pode? O problema do RJ é ter colocado metralhadoras nas mãos de quem não tem capacidade técnica nem para usar um revólver 38, isso sim é discutível. Mas nas mãos de grupos especiais, acho pouco.

E depois ainda reclamam dessas ONGs "anti-caveirão".
Você concorda com essas ONGs?




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a vida é assim: esquenta e esfria,
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O que ela quer da gente é coragem."

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#557 Mensagem por ZeRo4 » Ter Jun 13, 2006 12:35 pm

Clermont,

Não entendi o teu ponto de vista não... tem que fazer o serviço limpo sim! baleou tem que socorrer (claro que devagar, sem preocupação, pro vagabundo morrer logo...). Agora falar de perícia??? Tu ta falando de deslocar os perítos do IML e ICCE pra fazer perícia em vagabundo que atirou em policial??? Qual o problema de execução??? Um monte de vagabundo executa a torto e a direito policial aqui no RJ e nunca vi ninguém reclamar!

A minha opinião é clara... as cadeias já estão lotadas! o negócio é mandar pra outra vida mesmo!

Sobre o Caveirão, ptz... outra balela!!! ainda bem que a PMERJ não da a mínima pra isso e o Caveirão graças a deus nunca deixará de ser utilizado.

Ahhh... já ia esquecendo!!! Sobre metralhadoras né... pq os bandidos podem usá-la e a polícia não??? Qualquer favela/morro de grande porte hj já conta com o apoio das metralhadoras!!!

Conhecer a situação bem é preciso antes de criticar...




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#558 Mensagem por Clermont » Ter Jun 13, 2006 12:41 pm

rodrigo escreveu:Clermont, isso é opinião ou experiência?


É uma constatação baseada na experiência de policiais - delegados e oficiais PM - e de jornalistas que afirmam ser tal prática, comum dentro no cenário policial carioca.

Agora, se tal tipo de constatação não tem validade, sugiro que a Moderação delete 99,9% de todas as mensagens desse fórum. Por exemplo, dificilmente alguém aqui, terá estado em Waterloo. E, com certeeza, ninguém esteve no Iraque.

Perícia, no RJ, é um luxo que poucos tem.


Sem dúvida alguma, isso é uma constatação e eu concordo com ela. Mas, para muita gente, é um desejo íntimo secreto. Afinal, se houvesse perícia, sempre, muitos pretensos "heróis" policiais, já estariam cumprindo pena por assassinato e outros crimes.

Da minha parte, prefiro que tal "luxo" passe a ser uma realidade. É muito melhor para a segurança e a decência do que o "luxo" de se comprar metralhadoras Minimi ou MAG.

Aliás, por quê será que uma grande parcela das corporações policiais - em especial, a associação de delegados cariocas - são ferozmente contrárias, as propostas que tiram a perícia do controle da própria polícia e a tornam um organismo independente?

Por que o traficante pode usar a metralhadora e a polícia não pode?


Porque o traficante é um porco imundo, que não tem preocupação alguma com a vida das outras pessoas. Prova disso, foi o tiroteio que eles desfecharam contra uma escola, ferindo 17 crianças. Aliás, nesse caso, a polícia “deu-se ao luxo” de mandar fazer perícia. E foi essa que constatou que nenhum tiro foi oriundo das armas dos policiais.

O policial, de outro lado, é o guardião da Lei, ele precisa ter preocupação com a vida das outras pessoas. Ainda que isso possa por a sua própria em risco.

Rodrigo, eu não tenho nem um décimo de seus conhecimentos teóricos e práticos no uso de armas, mas não posso acreditar que o uso de armamento coletivo automático em ações policiais seja uma forma sensata de combater criminosos sem colocar em risco a vida das pessoas inocentes que habitam os cenários dos confrontos.

O que é o bom senso nesse caso?



Na minha opinião, bom senso é pensar que, se eu morasse numa favela, não iria ficar tranqüilo, sabendo que a polícia que acabou de entrar numa incursão, está para desfechar uma rajada ceifante com metralhadora MAG, bem na direção do meu humilde lar.


Você concorda com essas ONGs?


Eu concordo, comigo mesmo.

Se dependesse de mim, eu dobraria o número de “caveirões” utilizados pela PM. Se isso desagrada às ONGs, tô cagando e andando pra elas.

Se dependesse de mim, nenhuma arma coletiva, de fogo automático seria atribuída às polícias. Se isso agrada às ONGs, to cagando e andando pra elas.




Carlos Mathias

#559 Mensagem por Carlos Mathias » Ter Jun 13, 2006 3:44 pm

Acho que fuzis automáticos prá todo mundo é um perigo terrível. Eu já tive o prazer de atirar com PMs, e infelizmente constatei que, devido à quantidade ridícula de treinamento que esses profissionais recebem, a eficiência no uso do armamento é muito baixa, muito mesmo. Num grupo de uns 20 PMs, apenas o Cap que estava no comando e era instrutor conseguia um aproveitamento digno das armas usadas, um FAL 7,62 e um M-16. Para grupos de elite como o BOPE, penso que deva-se fornecer tudo que for necessário para que desempenhem suas missões. Agora, perícia prá vagabundo? Só se for perícia no uso do armamento na hora de quebrar eles. Quebra tudo!!!! Vâmo dá trabalho pro pessoal do rabecão!!!!




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#560 Mensagem por rodrigo » Ter Jun 13, 2006 7:29 pm

É uma constatação baseada na experiência de policiais - delegados e oficiais PM - e de jornalistas que afirmam ser tal prática, comum dentro no cenário policial carioca.

Agora, se tal tipo de constatação não tem validade, sugiro que a Moderação delete 99,9% de todas as mensagens desse fórum. Por exemplo, dificilmente alguém aqui, terá estado em Waterloo. E, com certeeza, ninguém esteve no Iraque.
Calma companheiro Clermont (by Lula). O que estranhei foi o uso da palavra sempre. Sempre e nunca são palavras muito fortes!

Sem dúvida alguma, isso é uma constatação e eu concordo com ela. Mas, para muita gente, é um desejo íntimo secreto. Afinal, se houvesse perícia, sempre, muitos pretensos "heróis" policiais, já estariam cumprindo pena por assassinato e outros crimes.

Da minha parte, prefiro que tal "luxo" passe a ser uma realidade. É muito melhor para a segurança e a decência do que o "luxo" de se comprar metralhadoras Minimi ou MAG.

Aliás, por quê será que uma grande parcela das corporações policiais - em especial, a associação de delegados cariocas - são ferozmente contrárias, as propostas que tiram a perícia do controle da própria polícia e a tornam um organismo independente?

Porque o traficante é um porco imundo, que não tem preocupação alguma com a vida das outras pessoas. Prova disso, foi o tiroteio que eles desfecharam contra uma escola, ferindo 17 crianças. Aliás, nesse caso, a polícia “deu-se ao luxo” de mandar fazer perícia. E foi essa que constatou que nenhum tiro foi oriundo das armas dos policiais.

Veja a seguinte situação, como você mesmo falou: na semana passada, em uma favela carioca que ocorreu um tiroteio em que saíram feridas 17 crianças de uma escola pública, houve uma determinação da governadora para que fosse realizada uma perícia para determinar a autoria dos disparos. Pra começar, a equipe de perícia teve que usar o blindado do Batalhão da área para chegar à escola, só isso já dá uma idéia do perigo do deslocamento nesse local, e por fim, ficou cientificamente provado pela perícia, que a polícia nem mesmo havia usado as suas armas. Conclusão: tem muita história feia que é mau contada, mas pode ter certeza que na grande maioria das vezes a polícia é inocente. O terror criado por situações desse tipo só engrandece so traficantes, que precisam disso para manter o seu poder nas favelas. Assim como costumo dizer que o que distingue as vítimas inocentes de israelenses e palestinos, é a intenção de se atingir inocentes. A polícia não tem essa intenção, não por bondade, mas por interesse.

Na minha opinião, bom senso é pensar que, se eu morasse numa favela, não iria ficar tranqüilo, sabendo que a polícia que acabou de entrar numa incursão, está para desfechar uma rajada ceifante com metralhadora MAG, bem na direção do meu humilde lar.
Clermont, pra quem é baleado, não interessa o calibre ou o regime de fogo da arma utilizada. Os inocentes mortos em favelas existem há muito tempo, bem antes da utilização dessa classe de armas. As metralhadoras, na maioria das vezes, são usadas de forma irresponsável por quem não tem capacidade técnica para isso, mas muitas vezes se torna questão de sobrevivência.

Se dependesse de mim, nenhuma arma coletiva, de fogo automático seria atribuída às polícias. Se isso agrada às ONGs, to cagando e andando pra elas.
Não vejo muita diferença, se retirássemos as metralhadoras, e mesmo assim continuassem com dezenas, centenas de fuzis com o mesmo calibre. O problema não é a arma, é o treinamento e o discernimento na hora de usá-la. Tem que saber o momento apropriado.

Em relação à execução dos traficantes, sou totalmente favorável.




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#561 Mensagem por ZeRo4 » Qua Jun 14, 2006 12:20 am

O "problema" é que muita gente fala da PMERJ sem conhecer a instituição... fala do que vê porcamente na TV e do que "ouviu" falar...

Pra começar, ao contrário do que a maioria pensa, a grande maioria dos PMs do RJ portam fuzis mais por defesa própria do que para ataque!!! É verdade que a grande maioria dos PMs não tem treinamento suficiente para portar Fuzis, mesmo quando se utilizamos da máxima de que a prática faz a perfeição...

Mas alguns precisam atentar de COMO são realizadas as operações em morros/favelas cariocas... a maioria dos PMs não entra nas favelas! Os únicos PMs que entram nas favelas são os dos "grupos especiais" tanto a nível de batalhão e área de atuação (GAT e GETAM) quanto a nível de corporação (CHOQUE e BOPE).

Esses PMs sim tem treinamento, diversos cursos, tem a prática do dia-a-dia para chegar a perfeição... enfim tudo!

Agora ficar discutindo de perícia e dizendo que a PMERJ não deve utilizar metralhadora??? Bem... quem fala isso é pq realmente não conhece, quem fala isso é pq nunca viu três MAGs posicionadas pelos traficantes na entrada da fazendinha... quem fala isso é pq nunca viu a contenção da Mangueira feita com uma MAG e duas RPKs... enfim, quem fala isso é quem não conhece o problema, nunca entrou numa favela carioca e "acha" que pode dar pitaco!!!

Sinceramente? o Rio de Janeiro é algo COMPLETAMENTE diferente do que vcs podem pensar em ser, não existe parâmetro de comparação... tem que conhecer e ponto final!




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#562 Mensagem por Carlos Mathias » Qua Jun 14, 2006 11:11 am

Eu conheço coisas que não gostaria de colocar aqui Zero, e coloquei a deficiência do treinamento dos PM aqui não como crítica a eles em si, mas como o alerta e constatação de um bobo, só isso, e eu não poderia vir aqui e dizer o contrário, porque aí estaria mentindo. A verdade, apesar de as vezes ser dura e cruel, deve ser dita, até como modo de fazer conhecer a situação, para que daí se façam as melhorias. Peço a ti que não se ofenda com as perguntas e afirmações minhas e dos colegas, afinal, como tú mesmo está dizendo, não conhecemos a real situação. Mas, por isso mesmo, você tem uma quase obrigação de trazer-nos as informações dos fatos verdadeiros e da real situação da PM, pelo menos nas áreas que você conhece. Eu tenho uma tia PMfem, então não tenho nada contra a instituição em si nem contra os policiais, mas as coisas erradas têm que ser ditas e repetidas sim, até por respeito e consideração aos bons policiais, vasta maioria na instituição.

Uma das coisas que soube(?????). Carros roubados em Bangu e adjacências são levados para dentro da favela da Vila kennedy e ali ficam até apodrecer ou serem depenados. Mas porque a polícia não vai lá e recupera? É área de risco? Sim é, mas para eles irem lá, revirar o carro, achar documentos e ligar/ir prá casa do proprietário prá pedir dinheiro prá recuperar o carro eles podem e vão, com risco e tudo. Porque isso? Porque as seguradoras não dão mais o arreguinho pela recuperação dos carros. Consequência? O roubo de carro e latrocínio aumentou prá cacete, e foda-se a população.




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#563 Mensagem por Guilherme » Qua Jun 14, 2006 11:37 am

Zero4, você que parece conhecer a rotina da PMERJ, fale mais sobre o uso de atiradores de elite pela PMERJ.




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#564 Mensagem por ZeRo4 » Qua Jun 14, 2006 12:07 pm

Carlos Mathias escreveu:Eu conheço coisas que não gostaria de colocar aqui Zero, e coloquei a deficiência do treinamento dos PM aqui não como crítica a eles em si, mas como o alerta e constatação de um bobo, só isso, e eu não poderia vir aqui e dizer o contrário, porque aí estaria mentindo. A verdade, apesar de as vezes ser dura e cruel, deve ser dita, até como modo de fazer conhecer a situação, para que daí se façam as melhorias. Peço a ti que não se ofenda com as perguntas e afirmações minhas e dos colegas, afinal, como tú mesmo está dizendo, não conhecemos a real situação. Mas, por isso mesmo, você tem uma quase obrigação de trazer-nos as informações dos fatos verdadeiros e da real situação da PM, pelo menos nas áreas que você conhece. Eu tenho uma tia PMfem, então não tenho nada contra a instituição em si nem contra os policiais, mas as coisas erradas têm que ser ditas e repetidas sim, até por respeito e consideração aos bons policiais, vasta maioria na instituição.


Fala Carlos... me desculpe se te fiz entender o contrário!!! Mas concordo com muitas coisas que você disse!

Só alertei para o fato de que os poucos homens habilitados a operar fuzis e metralhadoras são os que constantemente fazem operações em favelas (as planejadas...) tanto a nível de batalhão/área com o GAT e o GETAM quanto a nível da PMERJ no geral com o CHOQUE e o BOPE, são homens altamente treinados e acostumados com esse tipo de situação...

Carlos Mathias escreveu:Uma das coisas que soube(?????). Carros roubados em Bangu e adjacências são levados para dentro da favela da Vila kennedy e ali ficam até apodrecer ou serem depenados. Mas porque a polícia não vai lá e recupera? É área de risco? Sim é, mas para eles irem lá, revirar o carro, achar documentos e ligar/ir prá casa do proprietário prá pedir dinheiro prá recuperar o carro eles podem e vão, com risco e tudo. Porque isso? Porque as seguradoras não dão mais o arreguinho pela recuperação dos carros. Consequência? O roubo de carro e latrocínio aumentou prá cacete, e foda-se a população.


Olha eu não sei te dizer "qual" o problema da V.K!!! Mas realmente não só carros como motos são levados para lá e são completamente "esquentados", tu pode por exemplo comprar uma moto que custa em torno de 10.000 a 15.000 reais por 1.000 a 2.000 reais na V.K!!! Realmente triste... mas ai entra diversos fatores tais como corrupção e etc!

O problema maior da PMERJ é a corrupção... a única tropa incorruptível na PMERJ é o BOPE... tirando o BOPE (e incluo ai os GATs, GETAM e CHOQUE) grande parte da PMERJ é corrompível... quer ver um exemplo??? quando apenas o BOPE utilizava o Caveirão tudo era uma beleza, dps que a PMERJ começou a dotar os batalhões problemáticos com seus próprios carros blindados, denominados COTAR (Comando Tático Regional) eu já VI, repito... ninguém me falou não!!! EU JÁ VI... PMs indo de Caveirão pegar arrego em favela pra deixar rolar baile funk... triste mas é isso ai mesmo...




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#565 Mensagem por ZeRo4 » Qua Jun 14, 2006 12:09 pm

Guilherme escreveu:Zero4, você que parece conhecer a rotina da PMERJ, fale mais sobre o uso de atiradores de elite pela PMERJ.


Fala Guilherme, atirador de elite na acepção da palavra somente o BOPE mesmo... mas a PMERJ conta com o que os Americanos chamam de "sharpshooters" se eu naum me engano nas equipes do GAT e do GETAM, seriam aí exímios atiradores (mas que não são de elite...) operando M-16/M4 e FAL com miras especiais.




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#566 Mensagem por Guilherme » Qua Jun 14, 2006 12:14 pm

Entendi, Zero4. Tipo, se a PMERJ invade uma favela, e os atiradores de elite ou os sharpshooters localizam um meliante na laje de uma casa, com um fuzil, eles podem abater?




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#567 Mensagem por Carlos Mathias » Qua Jun 14, 2006 3:30 pm

No meu entender, devem!

Zero, é duro falar da PMERJ e sempre aparecer a corrupção. Mas isso não é só na PM não, ilude-se quem pensa que na PF, por exemplo, não é igual, apenas o arrego é maior, só isso.




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#568 Mensagem por Guerra » Sáb Jun 17, 2006 8:56 pm

Eu disse que invasões de quarteis são mais comuns que voces pensam. No meu ultimo serviço tentaram invadir o quartel. E eu sirvo no interior.

O interessante foi que um soldado recruta capturou o cara. Fazia tempo que eu não via um cara apanhar daquele jeito...




A HONESTIDADE É UM PRESENTE MUITO CARO, NÃO ESPERE ISSO DE PESSOAS BARATAS!
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#569 Mensagem por Vinicius Pimenta » Seg Jun 19, 2006 12:14 am

SGT GUERRA escreveu:Fazia tempo que eu não via um cara apanhar daquele jeito...


hahahaha.. Muito bem feito!!! Esse aí não volta mais! O recruta ganhou um elogio do Comandante? :lol: :lol: :lol: :lol:




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#570 Mensagem por Guilherme » Seg Jun 19, 2006 8:52 am

Réquiem para Marcinho VP

por Marina Amaral

Todos os jornalistas do Rio de Janeiro conheciam Marcinho VP. Como conta Caco Barcellos, em seu livro Abusado, foram três jornalistas – dos jornais O Dia, O Globo e Jornal do Brasil – que tornaram o traficante Márcio Amaro de Oliveira famoso por suas negociações com a equipe de Spike Lee, quando vieram gravar o clipe de Michael Jackson no Rio de Janeiro. O dono do morro do Santa Marta, como dizem os favelados, ou do Dona Marta, como prefere a turma do asfalto, concordou em dar entrevista desde que seu nome não fosse revelado. A entrevista saiu. Seu nome também.

Foi novamente a mídia que colocou Marcinho em evidência no episódio em que o cineasta João Moreira Salles ofereceu ajuda financeira ao traficante para que escrevesse um livro. A partir da entrevista de Salles no jornal O Globo, o governador Antony Garotinho ordenou uma implacável caçada ao bandido, então foragido, que acabou preso de chinelos, bermuda e camiseta em um morro em Santa Teresa.

Quem leu o livro de Caco Barcellos sabe que ele não disse mais de Marcinho – a quem ele escolheu chamar Juliano – do que aquilo que ouviu do próprio personagem e daqueles que o cercam. Não usou câmaras nem gravadores escondidos. Passou quatro anos tomando suco de cupuaçu nas quebradas do Santa Marta, convencendo seus entrevistados de que valia a pena contar o passado – o que tão pouco sentido fazia para quem não tem futuro – pelo direito de ter sua história reconhecida como parte da realidade que a sociedade tem de transformar.

O relato de Caco é fruto da reportagem artesanal, a fina flor do jornalismo que depende das pessoas para contar o que viveram, não das famosas “fontes” (policiais, governamentais, de bandidos interessados etc. e tal). Passou longe da atitude policialesca dos que se sentem acima da ética e da lei para apontar o dedo acusador para os pequenos bandidos, a escória, os marginais que vivem à sombra dos colarinhos-brancos e das instituições policiais.

Até o nosso fechamento (1º de agosto), não sabemos quem, nem por que, matou Marcinho VP. Pode ter sido Ronaldo, o traficante do Tabajara, morro de Copacabana, que é retratado no livro como Claudinho, o sujeito que mandou matar o irmão para se dar bem no tráfico. Pode ter sido o Isaías, do Borel, que não gostou da publicação das cartas de Marcinho ao CV, o Comando Vermelho – pobre organização dos pobres, dos presos, à qual a imprensa tenta dar o ar de máfia siciliana. Também pode ter sido seu xará, do Morro do Alemão, mais poderoso do que ele, menos famoso também, a quem se atribui um estranho telegrama. Ou um preso qualquer, como Smith, com as costelas quebradas em uma briga mal esclarecida no dia do assassinato. O certo é que Marcinho incomodava não só a “sociedade civil”, da qual ele cobrava uma posição por estar encarcerado sem educação nem trabalho, como prega a legislação, mas também a de Bangu 3, onde se metia a dar aulas de história e cobrar uma posição política dos criminosos a quem essa sociedade marginalizou.

O bandido “do lado certo da vida errada” já fez mais do que sua biografia prometia. Denunciou a exclusão dos que, como ele, partiram para o crime ainda crianças. Sonhou com a liberdade, teve belas mulheres, se julgou herói. E encontrou quem contasse a sua história.

Marina Amaral é jornalista.

http://carosamigos.terra.com.br/da_revista/edicoes/ed77/marina_amaral.asp


Que lindo, os jornalistas eram amiguinhos desse desgraçado. Rolava um desconto no preço da coca?

Comando Vermelho é "pobre organização dos pobres, dos presos, à qual a imprensa tenta dar o ar de máfia siciliana"? Puta que pariu! Loucura total! A mulher relativiza esses vagabundos e ainda por cima inclui luta de classes no meio.

Ele queria ter aulas e trabalhar? Que lindo! E o Coelho da Páscoa seria o professor. Imagino também qual seria a posição política que ele cobrava dos presos e como seriam suas aulas de história (não deviam ser muito diferentes das aulas num curso de humanas numa universidade brasileira).

Não bastassem as leis frouxas, o judiciário lento e a polícia despreparada, ainda temos que ver gente defender vagabundos, vestindo-os de heróis. Deprimente.




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