Marinha de Portugal

Assuntos em discussão: Marinha do Brasil e marinhas estrangeiras, forças de superfície e submarinas, aviação naval e tecnologia naval.

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#841 Mensagem por P44 » Ter Mai 30, 2006 6:05 am

http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?s ... ews=229932

LPM: Força Aérea perde 1105 milhões em 2006

A Força Aérea é o ramo das Forças Armadas (FA) mais penalizado pela nova Lei de Programação Militar (LPM), com uma perda de 1105 milhões de euros relativamente ao encaixado em 2005.
A notícia faz manchete na edição desta terça-feira do jornal Correio da Manhã, que garante ainda que, nesta «guerra do deve e do haver», a Marinha acaba surgindo como o ramo mais beneficiado, registando um ganho de 191 milhões de euros – passa dos 1679 milhões de euros em 2005, para 1870 milhões em 2006.

Conforme recorda o diário, o assunto ainda vai ser debatido na especialidade no próximo Conselho de Ministros, mas o Chefe de Estado Maior da Força Aérea, general Taveira Martins, tem motivos para estar preocupado, correndo, inclusivamente, já os rumores, segundo o CM, de que não está posta de parte a possibilidade de demissão do cargo.

Quanto ao Exército, regista igualmente uma perda relativamente aos valores conseguidos em 2005, na ordem dos 412 milhões de euros – dos 1400 milhões de euros obtidos no ano passado, o maior ramo das FA desce para 981 milhões em 2006.

Na Força Aérea, o corte proposto pela nova LPM reduz o orçamento dos 2117 milhões de euros em 2005, para 1012 milhões em 2006.

Apesar destes emagrecimentos nos orçamentos dos diferentes ramos, a LPM que o Governo se prepara para aprovar na próxima quinta-feira prevê um investimento de 5450 milhões de euros nas Forças Armadas até 2023, ou seja, mais 110 milhões de euros do que previa o actual quadro financeiro aprovado pelo ex-ministro da Defesa, Paulo Portas.

30-05-2006 8:25:46




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#842 Mensagem por cabeça de martelo » Ter Mai 30, 2006 12:12 pm

Só quero saber como é que as Forças Armadas vão funcionar... :oops: :evil:




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#843 Mensagem por P44 » Ter Mai 30, 2006 12:21 pm

cabeça de martelo escreveu:Só quero saber como é que as Forças Armadas vão funcionar... :oops: :evil:


Pois eu quero é ver a LPM explicada tin-tim por tin-tim :wink:

Uma achega, que vem nesta noticia
http://www.tvi.iol.pt/informacao/noticia.php?id=689440


Os partidos decidiram, esta terça-feira, adaptar a agenda parlamentar de 21 de Junho, para que os deputados pudessem assistir ao último jogo de Portugal na primeira fase do Mundial 2006, contra o México. A partida é às 15h00, hora habitual do plenário, que vai ser antecipado para a manhã às 10h00.

.......

A conferência de líderes marcou para a reunião matinal de dia 21 [de JUNHO] a discussão da proposta do Governo da lei de programação militar.




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Portugal vende 12 aviões F16

#844 Mensagem por ACF » Qui Jun 01, 2006 6:42 am

PÚBLICO

Citação:

"Lei de Programação Militar aprovada hoje

Portugal vende 12 aviões F16




Portugal vai vender 12 aviões F16. As duas esquadras, que têm actualmente 20 aviões cada, ficarão com 12 e mais dois suplementares. Os caças, contudo, só serão vendidos depois da modernização (Midle Life Up-grade). O segundo pacote de F16 foi comprado há poucos anos pelo Governo de António Guterres. Desses aviões, apenas quatro foram modernizados e estão a voar. Os outros ainda estão "encaixotados".

A Lei de Programação Militar (LPM), que é hoje aprovada em Conselho de Ministros, prevê, pela primeira vez, um programa de alienação de equipamentos, entre os quais está a venda de F16, dez helicópteros Puma, duas fragatas João Belo e alguns helicópteros Alouette. Segundo as contas do Governo, isto pode render 290 milhões de euros, que vão ser gastos em novos equipamentos. O Governo quer fazer essas vendas até 2011, mas, ao ritmo da modernização dos F16, será quase impossível.

O ministro da Defesa, Luís Amado, destacou que este programa "deve ser encarado como uma rotina no futuro" para que o tempo útil de vida dos equipamentos militares "não se esgote" e, assim, Portugal possa vender material e aproximar-se do ritmo de modernização das Forças Armadas dos outros países.

A LPM "dá" aos ramos 5450 milhões de euros para gastar durante 18 anos, um valor ligeiramente abaixo da lei de 2003 (5563 milhões).

Hélis todos concentrados no Montijo

Outra das novidades da LPM é a constituição de um programa de capacidades conjuntas, que constitui um passo para o reforço dos poderes do chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas (CEMGFA) e a criação do futuro comando conjunto, que ficará em Monsanto.

Nesse programa de capacidades conjuntas está o dinheiro para os novos helicópteros ligeiros do Exército e Força Aérea, os NH90, o up-grade dos C130, o navio polivalente logístico, viaturas tácticas ligeiras de rodas, rádios e protecção NBQ.

Segundo Amado, o objectivo é "passar de uma visão do sistema de forças muito atomizada para uma perspectiva mais estruturada, que garanta a interoperacionalidade, racionalidade e equilíbrio". O ministro reconheceu algumas dificuldades na negociação desta parte com os três ramos, referindo-se a "um diálogo muito prolongado" que se arrastou nos últimos meses e que obrigou a três reuniões de Conselho Superior Militar.

Os quatro modelos diferentes de helicópteros que servem os três ramos vão ficar sediados na base área do Montijo e sob comando operacional do CEMGFA. Ao todo, deverão vir a ser 34 aparelhos - cinco da Marinha, dez EH101 (helicópteros pesados), nove NH90 e oito a nove ligeiros, que vão ser comprados.

A verba para aquisição e manutenção destas frotas é superior ao dinheiro dos novos submarinos e Amado pretende poupar na cadeia logística e de manutenção.

Os programas dos helicópteros sofrem algumas alterações. Os NH90 são atrasados em três anos (só começarão a chegar em 2011) e serão apenas nove.

Ao fazer a LPM, o Governo quis forçar o processo de transferência de competências dos ramos para o EMGFA, matéria que está a ser estudada pelo gabinete do ministro e que obrigará à revisão da Lei Orgânica de Bases da Organização das Forças Armadas.

O Ministério da Defesa reduz ainda para 39 por cento a percentagem de aquisições feitas em leasing. Este valor estava em 52 por cento.

Hoje, o Conselho de Ministros aprova também o novo sistema de contrapartidas da indústria de defesa".


01.06.2006 - 09h47 Helena Pereira

http://www.publico.clix.pt/shownews.asp?id=1259116




Editado pela última vez por ACF em Qui Jun 01, 2006 7:14 am, em um total de 2 vezes.
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#845 Mensagem por old » Qui Jun 01, 2006 6:53 am

Van a vender 12 aviones F16 MLU? :?




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Defesa - Portugal vende aviões, helicópteros e fragatas

#846 Mensagem por ACF » Qui Jun 01, 2006 7:10 am

Correio da Manhã

Citação:

"O Presidente da República sublinhou ontem o “grande esforço” do Governo para garantir o reequipamento e modernização das Forças Armadas. Na primeira visita à Base Naval do Alfeite enquanto Comandante Supremo das Forças Armadas, Cavaco Silva aproveitou para se inteirar dos principais equipamentos da Marinha e garantiu que “o Estado fez um grande esforço no quadro da Lei da Programação Militar para reestruturar as nossas Forças Armadas”.

A Lei de Programação Militar (LPM), que deverá ser hoje aprovada em Conselho de Ministros, prevê um corte 1105 milhões de euros na Força Aérea e de 419 milhões no Exército.

Conforme avançou o CM, só as verbas para o reequipamento da Marinha foram reforçadas em 191 milhões de euros. Em tempos de contenção orçamental, além dos cortes o Governo optou por adiar alguns projectos de forma a não agravar o défice em 2009. As alterações à actual LPM já obtiveram o parecer favorável do Presidente da República no Conselho Superior de Defesa Nacional no passado dia 22.

Apesar da redução das verbas, Cavaco Silva mostrou-se confiante no reequipamento das Forças Armadas, em especial da Marinha. Para comprovar a capacidade de acção da Armada, o Presidente da República assistiu ontem à simulação de uma missão de resgate de cidadãos portugueses da Guiné-Bissau. Embarcado na fragata ‘Côrte-Real’, Cavaco Silva presenciou as operações militares e experimentou um voo no helicóptero Lynx entre o navio e a base de fuzileiros. Aí, Cavaco Silva verificou alguns dos principais meios materiais e humanos da Marinha.

VENDA DE EQUIPAMENTO

Pela primeira vez a alienação de equipamento está prevista na Lei de Programação Militar. Segundo adiantou ontem o ministro da Defesa, Luís Amado, o Governo espera vender nos próximos seis anos, dez helicópteros Puma, 12 F16 e duas fragatas ‘João Belo’. E já existem possíveis compradores: para os Pumas a Roménia e para as fragatas o Uruguai. No total, o ministro da Defesa espera arrecadar com a alienação deste equipamento militar 290 milhões de euros.
O objectivo desta decisão é, de acordo com o ministro, “antecipar a modernização das Forças Armadas”. “Deixamos esgotar o tempo de vida de muitos equipamentos e isso tem um peso financeiro muito difícil para o País”, explicou Luís Amado.

Outra das novidades da LPM é a criação de capacidades conjuntas. Isto é, a partilha de vários equipamentos militares pelos três ramos. Entre eles uma força conjunta de helicópteros".

Ana Patrícia Dias com Lusa

http://www.correiomanha.pt/noticia.asp? ... l=90&p=200




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#847 Mensagem por manuel.liste » Qui Jun 01, 2006 7:20 am

old escreveu:Van a vender 12 aviones F16 MLU? :?


:?

¿Uruguay comprará dos "Joao Belo"? :shock:




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#848 Mensagem por ACF » Qui Jun 01, 2006 7:29 am

Jornal de Notícias

Citação:

"O Ministério da Defesa vai pôr à venda material de guerra em uso nas Forças Armadas, no sentido de financiar a aquisição de novo armamento e equipamento, segundo anunciou ontem o ministro da Defesa, Luís Amado.

O governante fez este anúncio numa conferência de Imprensa que precedeu a aprovação final, hoje, no Conselho de Ministros, da Lei de Programação Militar (LPM). A decisão insere-se num novo projecto de financiamento, a contar com um encaixe de 290 milhões de euros. A LPM prevê um investimento de mais 5,5 milhões de euros até 2023 e quanto à anterior lei houve uma redução de 112 milhões. Em venda vão estar os dez helicópteros Puma da Força Aérea, além dos Allouette III, 12 caças F-16 e as duas fragatas da classe "Comandante João Belo" ainda a navegar, assim como viaturas blindadas.

O ministro da Defesa esclareceu que houve já conversações relativos à venda dos Puma e das fragatas. "Já houve contactos com a Roménia, uma vez que este país opera também helicópteros Puma", indicou Luís Amado. Quanto às fragatas, as negociações estão a ser realizadas com o Uruguai. "Foi o próprio embaixador que contactou com o Ministério e posteriormente já houve contactos entre ministérios".

Os Puma estão a ser substituídos pelos EH-101 e as fragatas poderão ter como sucessoras as fragatas holandesas da classe "Carl Dorman", da Holanda, segundo o DN noticiou, que poderá vender também carros de combate Leopard II A5. Já quanto aos F-16, o problema prende-se com questões financeiras e prioridades de canalização de recursos para outros programas.

A Força Aérea dispõe de 40 aeronaves, mas 12 vão ser vendidas. O problema é que decorre já um investimento de renovação e o Estado terá primeiro que gastar para depois então vender. Luís Amado, no entanto, explicou que "havia compromissos assumidos".

A LPM traz como novidade a atribuição ao próprio Ministério da Defesa de 1,7 mil milhões de euros, como gestor de programas que antes estavam atribuídos às Forças Armadas. É o caso do programa de renovação dos aviões C-130, do navio polivalente logístico, dos helicópteros e dos blindados de rodas. Na calha está também a atribuição de meios ao chefe de Estado-Maior-General das Forças Armadas, como anunciou Amado".

Carlos Varela

http://jn.sapo.pt/2006/06/01/nacional/g ... compr.html




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#849 Mensagem por alfsapt » Qui Jun 01, 2006 7:29 am

old escreveu:Van a vender 12 aviones F16 MLU? :?


Quase certo!

manuel.liste escreveu:¿Uruguay comprará dos "Joao Belo"? :shock:


Potêncial interessado!

Isto é o que dizem os Jornais!

Os Pumas tb já têm interessados, mas n faço ideia quem possa estar interessado nos M60 e Al-III. :roll:




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#850 Mensagem por cabeça de martelo » Qui Jun 01, 2006 9:56 am

Um artigo bastante interessante (apesar de não dizer nada de novo):
Capacidade expedicionária ou defesa territorial?
Alexandre Reis Rodrigues


Capacidade expedicionária significa basicamente capacidade de intervir militarmente no exterior, pressupondo, portanto, meios adequados para esse expresso objectivo e correspondente organização e configuração específica. Porém, incluiu uma nuance importante relativamente à segunda expressão: pressupõe a existência de meios orgânicos de sustentação logística, portanto independência, ou pelo menos pequena dependência, de apoios externos. Permitindo que a viabilidade de uma intervenção fique menos sujeita a acordos prévios para a obtenção de facilidades logísticas locais, dá uma acrescida flexibilidade, quer no planeamento quer na execução. Devo esclarecer que não existindo doutrina nacional sobre este assunto, esta interpretação, bem com o seu desenvolvimento subsequente, é pessoal.


Nem toda a capacidade de intervenção no exterior pode ter natureza expedicionária mas é obviamente desejável que alguma parte a tenha; a sua dimensão fica dependente dos recursos disponíveis, sendo que a opção “expedicionária”, na sua expressão mais abrangente, implica meios de transporte e de inserção no teatro de operações por via marítima e uma base de apoio de operações extra-territorial, em meios navais.


Tratando-se apenas de capacidade de intervenção, logo sem natureza expedicionária, existem duas opções principais na área da sustentação logística para umas forças de reduzida dimensão, como será, geralmente, o caso nacional: acordos locais no próprio país onde se verificar a intervenção (ou em países vizinhos) ou um acordo com outro país que participe também na operação, quer se trate da framework nation , designação atribuída ao país que fornece o maior contingente e onde os demais se devem integrar, quer se trate de outro qualquer participante.


Alguns exemplos práticos ajudam a explicar a distinção que faço. O da intervenção na Guiné-Bissau, em 1998, é excelente para esse fim dado a variedade de situações por que passou. Inicialmente, foi concebida em termos de intervenção militar recorrendo à utilização de facilidades no Senegal para apoio para os meios terrestres e aéreos (aeroporto e alojamento); mais tarde, por motivos políticos, o Senegal foi substituído por Cabo Verde, que embora mais afastado do teatro de operações, era diplomaticamente mais favorável.

Não havia nenhum acordo bilateral para a intervenção propriamente dita, nem com a França nem com os EUA, ambos com forças presentes na área para intervir; a haver uma framework nation esse papel deveria pertencer a Portugal e não à França, não obstante algumas apetências desta nesse sentido; seria difícil acertar posições e a opção não se colocou; tudo ficou por um entendimento a nível táctico entre as forças no terreno, para troca de informações sobre a situação e intenções mútuas. O máximo que se fez foi reabastecer um dos navios franceses através das capacidades próprias da força naval portuguesa.

Também não havia possibilidades de utilização de facilidades locais na própria Guiné-Bissau, por motivos conhecidos (por exemplo, aeroporto interdito). Salvou o facto de haver capacidade expedicionária com base em quatro unidades navais e uma pequena mas qualificada componente de intervenção em terra, com a sua própria sustentação logística e capaz de largar num curto prazo, mal dada a ordem.


Vem isto a propósito de um debate – mais um que falta fazer – sobre a forma como a capacidade expedicionária/intervenção militar no exterior (para o caso não interessa estabelecer a diferença) se deve articular com a capacidade de defesa territorial, na acepção clássica da protecção da integridade e soberania nacionais.


Para os puristas da doutrina militar só há uma forma de encarar a situação: a defesa do território não pode ser condicionada nem muito menos prejudicada pela outra – a de intervenção no exterior. Ai de quem não defenda ou subscreva este conceito: ou não é patriota ou está entregue às forças da globalização, aceitando, como inevitável, tudo o que daí possa vir para o seu pobre e indefeso País.


Para os pragmáticos, a polémica não faz sentido actualmente! Fazia sentido no passado quando o cenário de uma invasão, mesmo pouco previsível, era hipótese que, na verdade, ninguém se atrevia a descartar. Hoje é tão remota que deixou de constituir parâmetro de planeamento de defesa militar. Possíveis invasões só a de turistas (a dar por bem-vindas), a de emigrantes (a controlar), as de natureza cultural (que o carácter nacional, não as forças armadas, deve saber ter em conta sem receios antiquados de sermos “pervertidos”) ou, finalmente, as económicas, talvez as mais importantes e que exigem sobretudo capacidade de empreendimento.


Os puristas – devemos dizê-lo – concordam geralmente com esta avaliação mas sem ir ao ponto de assumir todas as suas implicações práticas; por isso, defendem que há requisitos próprios de defesa territorial que não podem deixar de serem tidos em conta. Daí a necessidade de alguns meios específicos para esse fim; receiam que não os tendo não está a ser feito tudo o que a segurança da Pátria pode exigir.


Os pragmáticos recordam, porém, que para intervir no exterior ao lado de aliados e amigos exige-se interoperabilidade se não se quiser ficar limitado a funções secundárias, daquelas que normalmente não dão direito a ter voz no planeamento e na condução dos acontecimentos, uma subalternização difícil de aceitar. Requer-se, portanto, acompanhar minimamente as evoluções tecnológicas, quer na área dos sistemas de armas e sensores, quer nas de comando e controlo e de comunicações.


Por outras palavras, é preciso conciliar o objectivo de não andar longe do topo de gama, ainda que numa dimensão reduzida e nem com todos os possíveis acessórios, com a realidade de um País que não pode aspirar a ter todos os tipos de meios para intervir no exterior, especialmente aqueles que são necessários aos níveis mais exigentes do espectro do conflito. Que, por isso, estará obrigado a integrar forças maiores que tenham esses meios, nesses níveis mais altos de conflitos, ou a limitar a sua presença a casos com um menor grau de conflitualidade.


Mas se essa limitação existe para as intervenções no exterior terá, inevitavelmente, que existir também para as no interior; aliás, por essas mesmas razões o País sempre procurou estruturar as suas estratégias de Defesa em alianças com parceiros com peso no sistema internacional. Lembrando a dispersão do nosso território, exigindo mobilidade entre as três parcelas, acrescentam ainda os pragmáticos que o que serve para as intervenções no exterior serve igualmente para a defesa territorial e, em princípio, não são necessários meios diferentes.


Chegados a este ponto, e sendo difícil não concordar com o que se disse exactamente atrás, resta aos puristas tentar defender que nem tudo o que é requerido para defesa territorial tem necessariamente que ser integrável na capacidade de intervenção no exterior, havendo, em qualquer caso, necessidades específicas.

Estou a falar apenas de meios combatentes. Não incluo nesta discussão os recursos de retaguarda, que devem assegurar o funcionamento dos órgãos e infra-estruturas de apoio, necessários em qualquer dos ramos; não tendo que se qualificar como meios combatentes estão fora do âmbito destes comentários. O mesmo se aplica aos meios exclusivo do serviço público.

As tais necessidades específicas tanto podem corresponder a meios com maiores capacidades mas não deslocáveis para o exterior, dadas as dificuldades logísticas que essa operação exigiria, como a meios menos qualificados dos que os usados no exterior porque as suas tarefas a tanto não exigiriam. Porém, usar essa argumentação corresponde, no primeiro caso, a assumir que afinal as necessidades de manter uma defesa militar clássica, incluindo, por exemplo, meios pesados nos mais prováveis eixos de infiltração, continua a ter elevada premência, quando tudo o que se diz nessa área aponta no sentido contrário; no segundo caso, equivale a dizer que a defesa territorial pode, pelo menos em parte, ser resolvida a um nível de exigência mais baixo. Ora se assim é então não faz sentido trazer essa vertente para a primeira linha das preocupações.


Em resumo, como regra geral, não se vêm razões para estabelecer distinções entre o que deve ser a composição da capacidade de intervenção no exterior e a capacidade de defesa territorial. Em qualquer caso, é útil que se continue a fazer distinção entre as duas; é, porém, uma distinção que não tem a ver com meios diferentes – já que vimos acima eles serão basicamente os mesmos em cada caso – mas apenas com o contexto em que podem ser empregues: o da defesa, directa ou indirecta de interesses no exterior, não representando uma ameaça à integridade territorial – hipótese em crescente solicitação – ou o da defesa directa do território, hoje pouco provável como vimos acima.





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#851 Mensagem por manuel.liste » Qui Jun 01, 2006 10:12 am

alfsapt escreveu:
manuel.liste escreveu:¿Uruguay comprará dos "Joao Belo"? :shock:


Potêncial interessado!

Isto é o que dizem os Jornais!


Si logran cerrar la venta compartan el secreto. Todavía tenemos alguna Baleares en activo :wink:




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#852 Mensagem por 3520 » Qui Jun 01, 2006 2:37 pm

já agora, não são 5,5 milhões mas sim 5,5 mil milhões.




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#853 Mensagem por pt » Qui Jun 01, 2006 3:39 pm

O ministro está também a estudar a introdução desta nova arma, para distribuir às Forças Armadas:
Trata-se de uma nova tecnologia muito utilizada já, e com provas dadas na Palestina.

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#854 Mensagem por Paisano » Qui Jun 01, 2006 3:47 pm

Realmente, muito preocupante essas notícias, pois é desse jeito que se começa a desmantelar, até a total extinção, as FAA de um país. :?




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#855 Mensagem por 3520 » Qui Jun 01, 2006 4:16 pm

As coisas tambem não são assim tão exageradas como os colegas as estão a pintar.




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