Salve SGT GUERRA!
Deixe-me responder primeiro algumas questões surgidas no seu post;
Vc disse;
Claro que assume, matou guerrilheiros. O que tem de antietico nisso?
Eu disse;
Em combate, nenhum. Vc sustentaria politicamente a morte de um cobatente desarmado e cativo?
Vc respondeu;
...dentro de um quadro de guerra convencional não, mas numa situação de antiguerrilha, principalmente naquela época, não vejo outra solução.
e continuou;
Entenda que eu não estou defendendo o governo militar, eu estou defendendo o EB como instituição agindo dentro da legalidade.
Entendo a dificuldade em compreender que um prisioneiro deva ter no mínimo a garantia de vida pelo seu captor. Um exército regular tem a obrigação de manter seus prisioneiros vivos para que possam ser levados a julgamento, caso tenham violado a ordem legal. Sua afirmação de que defende o EB como instituição agindo dentro da legalidade cai justamente em contradição nesse fato, pois apesar de ser uma instituição legal, agiu fora da legalidade quando executou seus prisioneiros. Uma incoerência que não deve existir dentro da política de qualquer Instituição Militar regular. E posso lhe afirmar com absoluta certeza que não encontrará norma alguma dentro das regras militares de nossas Forças Armadas nesse sentido.
A morte de um oponente só é aceita ou tolerada em apenas três situações; na defesa de sua vida ou de outrém, de serviço em guarda, mas como defesa e num conflito militar. Não encontrará em lugar algum nas normas militares, numa força armada regular, algum procedimento de execução de prisioneiro.
Talvez essa seja uma política da qual você defenda numa instituição militar. Uma lástima SGT GUERRA.
O combatente comum luta pelo terreno, uma vez tomado o terreno, não tem porque matar o combatente, já o guerrilheiro luta por uma causa ideológica. Quando ele é capturado qual a melhor forma de atingir o objetivo? Infelizmente é assim, não fui eu que inventei isso.
Levá-lo a julgamento. Mostrar a sociedade seus erros e que deve pagar por eles conforme a Lei. Justiça serve para isso.
Analisando sem paixões, o guerrilheiro só tem valor quando ele tem algo a oferecer. Ele só tem valor vivo quando colabora.
É uma opinião. Na minha por exemplo ele teria valor como propaganda política. Foi assim que o governo revolucionário de Cuba fez com centenas de guerrilheiros organizados pelo governo americano que foram capturados no episódio da Bahia dos Porcos. Os que morreram foram em combate. Os que ficaram vivos, humilhantemente para o governo americano, foram trocacados por remédio com o mesmo governo. Talvez aí esteja a diferença entre ser ético ou não num conflito militar. Apesar de haver discussões se há ética numa guerra.
Como você acha que muita gente que esta por ai sobreviveu?
De diversas maneiras. Entregando companheiros, assassinando agentes do Estado e trocando diplomatas por presos políticos.
Me diz qual comandante comandou tropas regulares contra forças irregulares e foi punido, ou melhor me diz qual exército pediu desculpas por ações contra forças irregulares.
Em Haia houve diversos militares (oficiais) julgados da Sérvia por causa do conflito nos Balcãs. Era um exército regular contra guerrilheiros. Houve execuções lá também(semelhante ao da Guerrilha do Araguaia) E as Forças Armadas do Chile pediu perdão. Situação semelhante acontece na Argentina, mas quem está tomando a frente é o governo daquele país que tem tomado medidas para fazer Justiça frente aos erros dos militares durante a didatura naquele país.
Só para informar;
RESOLVER O PASSADO AJUDA O PRESENTE, DIZ ONGhttp://www.ansa.it/ansalatinabr/notizie/rubriche/entrevistas/20060328144533870892.htmlCongresso argentino vota fim de leis do perdãohttp://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/story/2003/08/030812_argentinacs.shtmlArgentina e Chile têm cobrado responsabilidade de ditadurashttp://agenciacartamaior.uol.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=9587E só por curiosidade;
IMPRESCRITIBILIDADE DOS CRIMES DE GUERRA E CONTRA A HUMANIDADENão é possível acessar esse documento nesta página. (o único link que não funciona é esse)
http://www.militar.com.br/legisl/direitoshumanos/imprescritibilidadecrimes.htmMas nesse dá;
http://www.dhnet.org.br/direitos/sip/onu/genocidio/conv68.htmKirchner pede perdão por crimes da ditadurahttp://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/story/2004/03/040324_argentinarc.shtmlE por último;
Eu disse;
Seja de direita ou de esquerda é o dever do braço armado de uma sociedade se voltar contra quem subverte a ordem. Mas não fazer dessa intervenção pretexto para emergir o lado bestial e doentio de quem tomou a decisão de assassinar aqueles guerrilheiros.
Vc disse;
“de quem tomou a decisão”. Agora você esta levando o assunto por um lado diferente. Tem um artigo no nosso regulamento que diz que todo militar é responsável pelas ordens que emite e pelos seus atos.
Dentro das suas responsabilidades, cada militar envolvido nesse episódio tem de ser escutado e apurado o grau de responsabilidade frente a esses assassinatos. Que em qualquer lugar desse planeta é reconhecido como crime de guerra.
Saudações novamente.