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Mensagem
por Luís Henrique » Sex Mai 19, 2006 10:17 am
Degan, complementando a minha resposta:
Polônia escolhe caça americano F16 Fighting Falcon I
( anúncio 27DEZ2002 )
Um terremoto sacudiu a Europa no fim-de-ano começando na quinta-feira e com o seu ápice quando o ministro da defesa da Polônia anunciava que o escolhido como o futuro caça da Polônia seria o F16 Fighting Falcon da Lockheed Martin. A escolha teve um timing eletrizante.
1999 Polônia ingressa na OTAN
Polônia escolhe o F16, num montante de negócios de 3,5 bilhões de dólares.
2004 Polônia deverá ser membro da União Européia
A decisão favorável aos americanos já era esperada. O surpreendente foi como o negócio aconteceu. Mesmo o mais otimista não previa, que seria comprada a quantidade total de 48 aviões ( preço médio de U$D 73,0 milhões por avião).
A escolha da Polônia simplesmente nocauteou os dois concorrentes, o francês Mirage 2000-5Mk2 e o anglo-sueco Gripen. Não somente nocauteou como terá reflexos em outras concorrências internacionais em andamento e futuras. Vários são os pontos que merecem uma análise mais detalhada.
1º O empenho pessoal do Presidente BUSH, em recomendar que a Polônia deveria comprar os formidáveis caças americanos;
2º A oferta de empréstimo, com garantia de governo, para 100% do valor da compra U$D3,5 bilhões para pagamento em 10 anos;
3º A garantia de oferta de ações, no valor de U$D 9,8 bilhões, para reativar a economia polonesa ( Offsets do Gripen U$D 8, 0 bilhões e Dassault U$D 4,0 bilhões);
4º 50% do valor acima será empregado na indústria de defesa da Polônia;
5º O gigante Lockheed Martin tirou proveito de toda sua potencialidade, ao apresentar propostas, entre outras, que incluem a reativação da indústria naval polonesa .
Ao fazer o anúncio na sexta-feira( 27DEZ02), o ministro de defesa Jerzy Szmajdzinski não escondeu que a proposta de investimentos e negócios de U$D 9,8 bilhões da Lockheed Martin foi o fator decisivo. Ele afirmou que a proposta americana era a mais abrangente e benéfica para a economia polonesa e a Força Aérea da Polônia.
A Polônia que está se preparando para integrar a União Européia em 1º maio 2004, terá um módico crescimento do PIB de 1,2%, após crescer 7% cinco anos atrás. O índice de desemprego alcança 17,5% da população e em algumas regiões até 30,0%. Lockheed Martin propôs um total de 104 projetos de investimentos, sendo 55 na indústria de armamentos e os restantes em automotivo, aço e no setor de petróleo.
É uma boa notícia para as fábricas aeronáuticas em Rzeszow, sudeste da Polônia e em Bydgoszcz ao norte, estaleiros de Szczecin, as refinarias ao norte da cidade de Gdansk e a fábrica da GM/Opel em Gliwice, ao sul.
As fábricas aeronáuticas de WSK, Rzeszow , são 85% controladas pela firma Pratt and Whitney e serão usadas para produzir os motores do F16.
"A escolha do F16 representa uma grande oportunidade para a nossa fábrica, assim com para nossa região.," afirmou o chairman da WSK, Marek Darecki.
A região de Rzeszow, onde o desemprego é alto, tem colaborado por vários anos com a Lockheed Martin.
As fábricas de aviões Bydgoszcz são especializadas na manutenção dos caças russos MiG e o novo caça F-16 o substituirá na produção, o Diretor Alfred Zaluzny vê o contrato com a Lockheed Martin uma "chance of survival".
A empresa criada das cinzas dos estaleiros Szczecin, que faliram, no ano de 2001, prevê uma encomenda de seis navios, como resultado do acordo com a Lockheed Martin e a refinaria de petróleo de Gdansk, a segunda maior cidade da Polônia, terá um programa de modernização de 540 milhões de dólares, afirma o gerente geral PAvel Olechnowicz.
A fábrica automotiva da GM/Opel, Gliwice, onde são montados os veículos médios Astra espera que a Lockheed invista em um novo modelo.
Finalmente, o gigante aeronáutico americano promete ajudar a Polônia a vender produtos no valor de U$D 700 milhões de dólares, nos Estados Unidos, ajudando a obter as licenças necessárias para vender o pequeno avião Sky Truck e o Dromader..
Com o contrato definido, a próxima etapa é transformar as ofertas em realidade.
O Vice-Ministro da Economia Andrzej Szarawarski, afirmou que a Polônia deve agora "negociar duro", um a um os projetos que foram propostos.
Analistas poloneses afirmam que a proposta de 9,8 bilhões apresentada pelos americanos é exagerada e o valor real deve se situar em 6,8 bilhões de dólares. Valor quase 200% superior ao anunciado, do contrato de U$D 3,5 bilhões.
Os dois lados tem 60 dias até o final de Março para assinar o contrato de venda e outros 60 dias para acertar os detalhes em todos is projetos de investimento, uma precondição para assinatura do acordo final.
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Veja, que se fosse apenas pela aeronave, as coisas não seriam assim. O poder da economia americana faz muita diferença meu amigo.