FX
Moderadores: Glauber Prestes, Conselho de Moderação
- edson_spbr
- Avançado
- Mensagens: 558
- Registrado em: Sex Dez 19, 2003 10:50 am
- Localização: São Paulo - SP
- Agradeceu: 5 vezes
- Contato:
Governo deve adiar de novo compra de caças
IGOR GIELOW
da Folha de S.Paulo, em Brasília
O governo federal deverá adiar a decisão de comprar novos aviões supersônicos de caça para a FAB (Força Aérea Brasileira) pela terceira vez desde o começo do processo de aquisição, um negócio de pelo menos US$ 700 milhões, em 2001. Segundo a Folha apurou, o adiamento está praticamente decidido. Há um conjunto de fatores que o determinam.
O primeiro é político. O governo está sob intenso bombardeio por ter como um dos únicos gastos efetivos neste ano a compra do novo avião presidencial, um Airbus Corporate Jetliner de US$ 56,7 milhões. Isso porque o governo resolveu pagar o avião em três parcelas, com recursos orçamentários. O avião chegará em dezembro já pago, algo raro em contratos desse tipo --que geralmente envolvem financiamentos menos dolorosos ao erário.
A compra dos caças é de natureza diferente, sendo feito um financiamento de longo prazo e cujos primeiros desembolsos só ocorreriam em dois anos. Além disso, os atuais Mirage estão caducando rapidamente, pondo em risco a defesa do espaço aéreo brasileiro -já o presidente, se quisesse, poderia escolher outras formas de se deslocar.
De todo modo, o que interessa politicamente é que, aos olhos da população, fica a impressão de um governo pão-duro, exceto no quesito aviões. O governador paulista, Geraldo Alckmin (PSDB), já explorou em declarações essa contradição.
Além disso, na própria comunidade militar há resistências porque o gasto viria numa hora em que o Ministério da Defesa tem dificuldades de cuidar de gastos mais simples, como o reajuste da tropa. Um ponto final, mas não menos importante, foi detectado durante uma inconclusiva reunião entre o presidente Lula e ministros no mês passado.
Descobriram o óbvio: qualquer que seja o vencedor da licitação, haverá descontentes. E como as últimas notícias antes de o processo decisório entrar no Palácio do Planalto davam conta de um mau posicionamento da proposta da Embraer, terceira maior exportadora brasileiras (US$ 2 bilhões em 2003), há dúvidas políticas sobre a repercussão de uma derrota da empresa.
A Embraer, que tem 20% de capital europeu (majoritariamente francês), oferece o caça Mirage-2000, da francesa Dassault.
O governo Fernando Henrique Cardoso iria tomar a decisão em dezembro de 2002, mas deixou o veredicto para seu sucessor. Ao assumir, Lula suspendeu o F-X alegando que o combate à fome era prioritário, uma jogada para reavaliar as propostas --que, de fato, foram tornadas mais apetitosas quando reapresentadas, em novembro passado.
O governo criou então uma comissão interministerial com participação do Congresso para debater o aspecto de compensações tecnológicas e comerciais ao país. O relatório, favorável aos candidatos Sukhoi-35 (oferecido pela russa Rosoboronexport e a brasileira Avibras) e Gripen (consórcio anglo-sueco Saab/BAe Systems), chegou ao Planalto no fim de março para decisão em abril -segundo queria a Defesa.
Agora, tudo pode voltar à estaca zero, o que deverá trazer à tona planos alternativos. O menos provável é a discutível e cara (US$ 1,2 milhão por unidade) revitalização dos atuais Mirage por três anos, o que apenas adiaria o problema. Outra idéia que vai ressurgir é a de compra de aviões usados.
IGOR GIELOW
da Folha de S.Paulo, em Brasília
O governo federal deverá adiar a decisão de comprar novos aviões supersônicos de caça para a FAB (Força Aérea Brasileira) pela terceira vez desde o começo do processo de aquisição, um negócio de pelo menos US$ 700 milhões, em 2001. Segundo a Folha apurou, o adiamento está praticamente decidido. Há um conjunto de fatores que o determinam.
O primeiro é político. O governo está sob intenso bombardeio por ter como um dos únicos gastos efetivos neste ano a compra do novo avião presidencial, um Airbus Corporate Jetliner de US$ 56,7 milhões. Isso porque o governo resolveu pagar o avião em três parcelas, com recursos orçamentários. O avião chegará em dezembro já pago, algo raro em contratos desse tipo --que geralmente envolvem financiamentos menos dolorosos ao erário.
A compra dos caças é de natureza diferente, sendo feito um financiamento de longo prazo e cujos primeiros desembolsos só ocorreriam em dois anos. Além disso, os atuais Mirage estão caducando rapidamente, pondo em risco a defesa do espaço aéreo brasileiro -já o presidente, se quisesse, poderia escolher outras formas de se deslocar.
De todo modo, o que interessa politicamente é que, aos olhos da população, fica a impressão de um governo pão-duro, exceto no quesito aviões. O governador paulista, Geraldo Alckmin (PSDB), já explorou em declarações essa contradição.
Além disso, na própria comunidade militar há resistências porque o gasto viria numa hora em que o Ministério da Defesa tem dificuldades de cuidar de gastos mais simples, como o reajuste da tropa. Um ponto final, mas não menos importante, foi detectado durante uma inconclusiva reunião entre o presidente Lula e ministros no mês passado.
Descobriram o óbvio: qualquer que seja o vencedor da licitação, haverá descontentes. E como as últimas notícias antes de o processo decisório entrar no Palácio do Planalto davam conta de um mau posicionamento da proposta da Embraer, terceira maior exportadora brasileiras (US$ 2 bilhões em 2003), há dúvidas políticas sobre a repercussão de uma derrota da empresa.
A Embraer, que tem 20% de capital europeu (majoritariamente francês), oferece o caça Mirage-2000, da francesa Dassault.
O governo Fernando Henrique Cardoso iria tomar a decisão em dezembro de 2002, mas deixou o veredicto para seu sucessor. Ao assumir, Lula suspendeu o F-X alegando que o combate à fome era prioritário, uma jogada para reavaliar as propostas --que, de fato, foram tornadas mais apetitosas quando reapresentadas, em novembro passado.
O governo criou então uma comissão interministerial com participação do Congresso para debater o aspecto de compensações tecnológicas e comerciais ao país. O relatório, favorável aos candidatos Sukhoi-35 (oferecido pela russa Rosoboronexport e a brasileira Avibras) e Gripen (consórcio anglo-sueco Saab/BAe Systems), chegou ao Planalto no fim de março para decisão em abril -segundo queria a Defesa.
Agora, tudo pode voltar à estaca zero, o que deverá trazer à tona planos alternativos. O menos provável é a discutível e cara (US$ 1,2 milhão por unidade) revitalização dos atuais Mirage por três anos, o que apenas adiaria o problema. Outra idéia que vai ressurgir é a de compra de aviões usados.
Guilherme escreveu:"Segundo a Folha apurou, o adiamento está praticamente decidido."
Apurou como? Quem disse? Quando? Onde?
Essa imprensa precisa ser mais responsável com o que diz. Se tem uma informação dessas, que mexe com defesa nacional, tem que revelar a fonte, na minha opinião.
Guilherme,
Espero que esta "apuração" da Folha não seja real, pois se for, o atual governo vai demonstrar fraqueza e incompetência. Ainda que com cautela, vou aguardar a palavra final do presidente, pois, como diz o ditado: A esperança é a ultima que morre...
-
- Sênior
- Mensagens: 4297
- Registrado em: Qua Fev 19, 2003 7:14 pm
- Localização: Florianópolis
- Contato:
Bem, aí vai finalmente a minha resposta:
Concordo que dependendo da situação(o Brasil dar $$$) eles podem transferir esse tipo de tecnologia. Mas isso é outra história. A índia está adaptada para operar equipamento Russo, ela faz isso há décadas, o Brasil não. Nada impossível de resolver, apenas um empecilho.
Ahh é? Pelo que eu tinha lido todos os estágios de desenvolvimento do Meteor já estavam ficando quase completos, e a sua implementação estava prevista para 2006(ou 2008 se não me engano). Enquanto o R-77 RamJet era apenas uma idéia distante e ainda sem nada de concreto.
Verdade... Acho que os MiG-15 acabaram levando a pior sobre os F-86 principalmente pelo treinamento fraco dos Norte Coreanos. Mas de resto ele era melhor, tinha equipamento mais potente e se não me engano era mais rápido também.
Os novos mísseis Russos eu diria, ou de versões mais modernas. As versões antigas de armamento Russo eram consideradas inferiores às versões equivalentes ocidentais de sua época.
Valeu!
Nesse seu exemplo, provavelmente o comandante mandaria o A-6(também depende do alvo e das defesas né?). Mas o F-14 tem capacidade multifunção, o MiG-25 não. O F-14 tem manobrabilidade e sistemas eletrônicos capazes de realizar ataques ao solo com precisão, fato esse que não ocorre com o MiG-25/31. O Victor lembrou bem a versão "Bombcat".
Apesar do Foxhound ter uma melhor capacidade que o Foxbat, a pouca manobrabilidade dele não ajuda muito em ataques ao solo(principalmente à baixa altura). Pois ele é apenas uma grande caixa metálica muito rápida e com sistemas eletrônicos avançados.
Outra: Se você reparar, o F-14 e o F-111 são muito parecidos e o F-111 é um sucesso para ataque ao solo. Na URSS, temos versões com capacidade de ataque ao solo como o Su-24(também parecido com o F-111) e outros caças como o MiG-27, derivado do MiG-23.Todos eles tem essa capacidade, menos o MiG-31. Por quê? Acho que deve ser que características do projeto em si atrapalharam isso. Eles focaram demais na velocidade e esqueceram do resto.
Se o Meteor for realmente um projeto e não um protótipo em vias de se tonar operacional, ele deve, no mínimo, estar mais adiantado que o seu compadre Russo.
Abraço!
César
FinkenHeinle escreveu:O que eu acho é que, em matéria de tecnologias que o Brasil não domina, como o SNA, o VLS, mísseis BVR, nós poderíamos absorver uma tecnologia que no Brasil não existem, de forma que não atrapalharia o uso dele, pois os padrões seriam estabelecidos agora.
Concordo que dependendo da situação(o Brasil dar $$$) eles podem transferir esse tipo de tecnologia. Mas isso é outra história. A índia está adaptada para operar equipamento Russo, ela faz isso há décadas, o Brasil não. Nada impossível de resolver, apenas um empecilho.
FinkenHeinle escreveu:Claro que o R-77 RamJet nunca foi usado em combate simulado, por que ele não existe. Mas o Meteor também nunca foi usado em combate simulado, por que ele também não existe...
Ahh é? Pelo que eu tinha lido todos os estágios de desenvolvimento do Meteor já estavam ficando quase completos, e a sua implementação estava prevista para 2006(ou 2008 se não me engano). Enquanto o R-77 RamJet era apenas uma idéia distante e ainda sem nada de concreto.
FinkenHeinle escreveu:Concordo completamente com o amigo. Apesar disso, suas façanhas contra os Sabres nunca foram levadas ao grande público...
Verdade... Acho que os MiG-15 acabaram levando a pior sobre os F-86 principalmente pelo treinamento fraco dos Norte Coreanos. Mas de resto ele era melhor, tinha equipamento mais potente e se não me engano era mais rápido também.
FinkenHeinle escreveu:Volto a afirmar que os mísseis Ar-Ar russos competem em qualidade com qualquer similar mundo afora...
Os novos mísseis Russos eu diria, ou de versões mais modernas. As versões antigas de armamento Russo eram consideradas inferiores às versões equivalentes ocidentais de sua época.
FinkenHeinle escreveu:Perfeito!!!
Valeu!
FinkenHeinle escreveu:Mas, o MiG-25 nunca seria um Multifunção, assim como o F-14D jamais será!!! Porque??? Você pode afirmar que o F-14 pode levar armamento de ataque ao solo. Pois bem, que comandante americano, dispondo de A-6 no seu NAe iria colocar o F-14 para ser abatido pelas AAA??? Ou seja, considero o F-14 e o MiG-28/31, aeronaves de funções especiais. Eles são INTERCEPTADORES! A função deles não é ser bom em combate aéreo e ataque, ma sim EXCELENTES NA FUNÇÃO DE INTERCEPTAÇÃO!!!
Nesse seu exemplo, provavelmente o comandante mandaria o A-6(também depende do alvo e das defesas né?). Mas o F-14 tem capacidade multifunção, o MiG-25 não. O F-14 tem manobrabilidade e sistemas eletrônicos capazes de realizar ataques ao solo com precisão, fato esse que não ocorre com o MiG-25/31. O Victor lembrou bem a versão "Bombcat".
Apesar do Foxhound ter uma melhor capacidade que o Foxbat, a pouca manobrabilidade dele não ajuda muito em ataques ao solo(principalmente à baixa altura). Pois ele é apenas uma grande caixa metálica muito rápida e com sistemas eletrônicos avançados.
Outra: Se você reparar, o F-14 e o F-111 são muito parecidos e o F-111 é um sucesso para ataque ao solo. Na URSS, temos versões com capacidade de ataque ao solo como o Su-24(também parecido com o F-111) e outros caças como o MiG-27, derivado do MiG-23.Todos eles tem essa capacidade, menos o MiG-31. Por quê? Acho que deve ser que características do projeto em si atrapalharam isso. Eles focaram demais na velocidade e esqueceram do resto.
FinkenHeinle escreveu:Assim como o Meteor, o é um PROJETO, e não tem um protótipo pronto. Ele sequer fez um disparo real!!! O R-77 RamJet e o Meteor são projetos, em desenvolvimento, mas isso não quer dizer que não existam enquanto programas de desenvolvimento de tecnologia.
Se o Meteor for realmente um projeto e não um protótipo em vias de se tonar operacional, ele deve, no mínimo, estar mais adiantado que o seu compadre Russo.
Abraço!
César
Editado pela última vez por César em Sex Mai 07, 2004 3:25 pm, em um total de 2 vezes.
"- Tú julgarás a ti mesmo- respondeu-lhe o rei - É o mais difícil. É bem mais difícil julgar a si mesmo que julgar os outros. Se consegues fazer um bom julgamento de ti, és um verdadeiro sábio."
Antoine de Saint-Exupéry
Antoine de Saint-Exupéry
- FinkenHeinle
- Sênior
- Mensagens: 11930
- Registrado em: Qua Jan 28, 2004 4:07 am
- Localização: Criciúma/SC
- Agradeceu: 6 vezes
- Agradeceram: 19 vezes
- Contato:
Olá César,
Aí vai mianh,... Minha,... Ahh, sei lá o que é isso, hehehe...
Não creio que seja um empecílio muito grande. Até porque os russos tem procurado "ocidentalizar" seus projetos, para ganhar mercado. Além do mais, certamente, em caso de o Brasil comprar a ajuda dos russos, certamente ela seria "baratinha"...
Tem completa razão. O primeiro Meteor de série deve sair, segundo o cronograma atual, em 2008. Mas, como eu disse, ele não é um protótipo, ainda. Esses testes simulados foram por computador, de forma que não podem ser totalmente confiáveis, já que as variáveis de desempenho são programadas. Mas, tem razão, o R-77 RamJet ainda é um sonho distante, e caminha à passos lentos, resultado da péssima condição russa...
Verdade, o treinamento dos norte-coreanos levou à uma certa superioridade dos Sabres. Não obstante, os MiG-15 eram mais rápidos, manobráveis, e tinham armamento mais pesado...
Sim, tem razão, mas foi isso que defendi desde o início. É impossível comparar (com exceções) os mísseis antigos russos com seus pares americanos.
Sim, de certa forma, tem razão. Mas volto à afirmar, o F-14D jamais seria arriscado em missões de ataque.
Além disso, só porque dois aviões são parecidos, não quer dizer que eles tenham desempenho semelhante. Aliás, o F-111 é um avião que teve seus desempenhos subdimensionados, pois o projeto foi acelerado ao máximo. Ele e o Su-24 são dois dos melhores aviões de ataque.
Na questão do MiG-31, ele não é multifuncional, pois não foi projetado para isso. porque??? Porque ele teve seu projeto completamente focado em missões de interceptação. Nisso ele é EXCELENTE. E, para tal missão, VELOCIDADE é fundamental. Esses foram seus requisitos. Aliás, os requisitos de uma aeronave de ataque, de superioridade aérea e de interceptação são conflitantes. É possível combinar os dois últimos, mas não com o primeiro, de forma eficiente.
Eu diria que o Meteor é um PROJETO EM VIAS DE SE TORNAR UM PROTÓTIPO. E, tem razão, ele está anos à frente de seu par russo, em termos de projeto.
Aí vai mianh,... Minha,... Ahh, sei lá o que é isso, hehehe...
César escreveu: Concordo que dependendo da situação(o Brasil dar $$$) eles podem transferir esse tipo de tecnologia. Mas isso é outra história. A índia está adaptada para operar equipamento Russo, ela faz isso há décadas, o Brasil não. Nada impossível de resolver, apenas um empecilho.
Não creio que seja um empecílio muito grande. Até porque os russos tem procurado "ocidentalizar" seus projetos, para ganhar mercado. Além do mais, certamente, em caso de o Brasil comprar a ajuda dos russos, certamente ela seria "baratinha"...
César escreveu: Ahh é? Pelo que eu tinha lido todos os estágios de desenvolvimento do Meteor já estavam ficando quase completos, e a sua implementação estava prevista para 2006(ou 2008 se não me engano). Enquanto o R-77 RamJet era apenas uma idéia distante e ainda sem nada de concreto.
Tem completa razão. O primeiro Meteor de série deve sair, segundo o cronograma atual, em 2008. Mas, como eu disse, ele não é um protótipo, ainda. Esses testes simulados foram por computador, de forma que não podem ser totalmente confiáveis, já que as variáveis de desempenho são programadas. Mas, tem razão, o R-77 RamJet ainda é um sonho distante, e caminha à passos lentos, resultado da péssima condição russa...
César escreveu: Verdade... Acho que os MiG-15 acabaram levando a pior sobre os F-86 principalmente pelo treinamento fraco dos Norte Coreanos. Mas de resto ele era melhor, tinha equipamento mais potente e se não me engano era mais rápido também.
Verdade, o treinamento dos norte-coreanos levou à uma certa superioridade dos Sabres. Não obstante, os MiG-15 eram mais rápidos, manobráveis, e tinham armamento mais pesado...
César escreveu: Os novos mísseis Russos eu diria, ou de versões mais modernas. As versões antigas de armamento Russo eram consideradas inferiores às versões equivalentes ocidentais de sua época.
Sim, tem razão, mas foi isso que defendi desde o início. É impossível comparar (com exceções) os mísseis antigos russos com seus pares americanos.
César escreveu: Nesse seu exemplo, provavelmente o comandante mandaria o A-6(também depende do alvo e das defesas né?). Mas o F-14 tem capacidade multifunção, o MiG-25 não. O F-14 tem manobrabilidade e sistemas eletrônicos capazes de realizar ataques ao solo com precisão, fato esse que não ocorre com o MiG-25/31. O Victor lembrou bem a versão "Bombcat".
Apesar do Foxhound ter uma melhor capacidade que o Foxbat, a pouca manobrabilidade dele não ajuda muito em ataques ao solo(principalmente à baixa altura). Pois ele é apenas uma grande caixa metálica muito rápida e com sistemas eletrônicos avançados.
Outra: Se você reparar, o F-14 e o F-111 são muito parecidos e o F-111 é um sucesso para ataque ao solo. Na URSS, temos versões com capacidade de ataque ao solo como o Su-24(também parecido com o F-111) e outros caças como o MiG-27, derivado do MiG-23.Todos eles tem essa capacidade, menos o MiG-31. Por quê? Acho que deve ser que características do projeto em si atrapalharam isso. Eles focaram demais na velocidade e esqueceram do resto.
Sim, de certa forma, tem razão. Mas volto à afirmar, o F-14D jamais seria arriscado em missões de ataque.
Além disso, só porque dois aviões são parecidos, não quer dizer que eles tenham desempenho semelhante. Aliás, o F-111 é um avião que teve seus desempenhos subdimensionados, pois o projeto foi acelerado ao máximo. Ele e o Su-24 são dois dos melhores aviões de ataque.
Na questão do MiG-31, ele não é multifuncional, pois não foi projetado para isso. porque??? Porque ele teve seu projeto completamente focado em missões de interceptação. Nisso ele é EXCELENTE. E, para tal missão, VELOCIDADE é fundamental. Esses foram seus requisitos. Aliás, os requisitos de uma aeronave de ataque, de superioridade aérea e de interceptação são conflitantes. É possível combinar os dois últimos, mas não com o primeiro, de forma eficiente.
César escreveu: Se o Meteor for realmente um projeto e não um protótipo em vias de se tonar operacional, ele deve, no mínimo, estar mais adiantado que o seu compadre Russo.
Eu diria que o Meteor é um PROJETO EM VIAS DE SE TORNAR UM PROTÓTIPO. E, tem razão, ele está anos à frente de seu par russo, em termos de projeto.
Atte.
André R. Finken Heinle
"If the battle for civilization comes down to the wimps versus the barbarians, the barbarians are going to win."
Thomas Sowell
André R. Finken Heinle
"If the battle for civilization comes down to the wimps versus the barbarians, the barbarians are going to win."
Thomas Sowell
-
- Sênior
- Mensagens: 8789
- Registrado em: Qua Set 10, 2003 8:28 pm
- Agradeceu: 1 vez
- Agradeceram: 419 vezes
FinkenHeinle escreveu:Ele e o Su-24 são dois dos melhores aviões de ataque.
Melhores? Eles são caríssimos, levam muitas armas, mas consomem muito combustivel alem da manutenção cara devido as asas de geometria variavel (que são o "forte" desses caças) e terem um RCS enorme devido ao PC (meio que inutil em um avião de ataque que a ultima coisa que deveria fazer era combater outros caças), as entradas de ar quadradas (devem ser quadradas para eles atingirem velocidade supersônica a baixa altitude) e as asas de geometria variavel, esse conceito não funciona mais hoje, uma aeronave de ataque que é um total sucesso (e uma das melhores se não a melhor do mundo) é o F-117, ele não tem PC, asas de geometria variavel, entradas de ar para altas velocidades, etc, mas realiza suas missões com mais eficiencia que qualquer outro caça.
O conceito do Su 24 e F-111 seria um sucesso se fosse adotado durante a 2a guerra nos aviões a pistão, isso permitiria que eles aumentassem muito suas velocidades (até 900km/h mais ou menos) sem gastar muito combustível, não seriam alcançados pelos caças, podendo chegar mais perto de seus objetivos e largarem suas bombas com mais eficiência.
Hoje o que conta é não ser detectado, e quanto menor o avião for e quanto menos frescuras ele tiver, mais facil fica essa tarefa, podem ver que em kosovo apesar do tornado (que usa o mesmo conceito dos aviões anteriores) foi um fracasso, e o AMX que veio substituí-lo apesar de performaces inferiores realizou suas missões com 100% de sucesso (fora as missões canceladas por mal tempo, mas ai é problema das bombas guiadas a laser).
Aliás, os requisitos de uma aeronave de ataque, de superioridade aérea e de interceptação são conflitantes. É possível combinar os dois últimos, mas não com o primeiro, de forma eficiente.
Vamos ver a importância de cada requesito em cada missão (na atualidade com SAMs e radares predominantes):
Tipo de missão; Velocidade; Quantidade de armas; Potência; Alcance; RCS
Ataque; pouca; muita; pouca; média; muita.
Interceptação; muita; pouca; muita; pouca, pouca.
Superioridade; média; média; média; muita; média.
Fica claro que se combinarmos as missões as que tem os requesitos mais conflitantes são interceptação e ataque (que parecem ser opostos), mas é justo essa combinação que os EUA querem com o F-35 (vai entender os caras né?), um avião feito para superioridade aérea poderia realizar qualquer uma das outras missões (claro que não com tanta perfeição) ja que ele é um meio termo entre os demais, e por incrivel que pareça essa é a missão mais desprezada pelas nações européias (os EUA criaram o F-22, ótimo para isso).
O melhor ainda é ter 3 tipos de avião (1 para cada missão), mas caso alguem queira um único avião multifunção o melhor seria o de superioridade aérea, caso queria 2 aviões um de superioridade aérea e um de interceptação.
-
- Sênior
- Mensagens: 4297
- Registrado em: Qua Fev 19, 2003 7:14 pm
- Localização: Florianópolis
- Contato:
Salve André!
Aí vai a minha... Ahh! A minha resposta e acabou!
Concordo com o processo de ocidentalização dos Russos, apesar de não terem conseguido se igualar a equipamentos ocidentais em determinados aspectos(durabilidade por exemplo).
Quanto ao fato de ser uma ajuda "baratinha", aí eu já não sei cara. Eles estão mal das pernas, por que eles dariam um "desconto" pra nós?
Então estamos conversados.
Mas, vem cá: O Silvio Potengy(acho que era esse o nome...) em uma edição da RFA não voou em um Gripen e realizou disparos simulados com o Meteor?
É isso aí. Me lembro novamente daquela matéria que o piloto americano dizia: "Se você acertasse o MiG-15(acho que é o Fagot, certo? ) com o seu canhão ele não necessariamente iria cair. Mas se um Sabre fosse atingido por aqueles canhões de 30mm do MiG, ele cairia com certeza".
Mais um ponto de concordância então.
mas aviões parecidos tem, por consequência, uma aerodinâmica e manobrabilidade parecidas. O F-111 e o F-14, ambos tem asas de geometria variável, ambos são bimotores e por aí vai. Claro que temos também que considerar os sistemas eletrônicos que desempenham um papel importante. E é por isso que o F-111 é melhor que o Tomcat em ataque ao solo: Seus sistemas são voltados para isso.
Concordo plenamente!
Mas como eu disse, na época da implementação dele, não se pensava em capacidade multifuncional como se pensa hoje. Na época isso praticamente inexistia. Então eu não posso culpar os projetistas soviéticos por fazer um projeto sem condições de adaptação à capacidade multifunção.
Na sua área de atuação, concordo que o MiG-31 é um excelente vetor mesmo. Incrível.
Ok então. Vou acreditar em você.
E parece que entramos em uma concordância na maioria dos aspectos 8) Maneiro aê!.
Abraço!
César
Aí vai a minha... Ahh! A minha resposta e acabou!
FinkenHeinle escreveu:Não creio que seja um empecílio muito grande. Até porque os russos tem procurado "ocidentalizar" seus projetos, para ganhar mercado. Além do mais, certamente, em caso de o Brasil comprar a ajuda dos russos, certamente ela seria "baratinha"...
Concordo com o processo de ocidentalização dos Russos, apesar de não terem conseguido se igualar a equipamentos ocidentais em determinados aspectos(durabilidade por exemplo).
Quanto ao fato de ser uma ajuda "baratinha", aí eu já não sei cara. Eles estão mal das pernas, por que eles dariam um "desconto" pra nós?
FinkenHeinle escreveu:Tem completa razão. O primeiro Meteor de série deve sair, segundo o cronograma atual, em 2008. Mas, como eu disse, ele não é um protótipo, ainda. Esses testes simulados foram por computador, de forma que não podem ser totalmente confiáveis, já que as variáveis de desempenho são programadas. Mas, tem razão, o R-77 RamJet ainda é um sonho distante, e caminha à passos lentos, resultado da péssima condição russa...
Então estamos conversados.
Mas, vem cá: O Silvio Potengy(acho que era esse o nome...) em uma edição da RFA não voou em um Gripen e realizou disparos simulados com o Meteor?
Verdade, o treinamento dos norte-coreanos levou à uma certa superioridade dos Sabres. Não obstante, os MiG-15 eram mais rápidos, manobráveis, e tinham armamento mais pesado...
É isso aí. Me lembro novamente daquela matéria que o piloto americano dizia: "Se você acertasse o MiG-15(acho que é o Fagot, certo? ) com o seu canhão ele não necessariamente iria cair. Mas se um Sabre fosse atingido por aqueles canhões de 30mm do MiG, ele cairia com certeza".
FinkenHeinle escreveu:Sim, tem razão, mas foi isso que defendi desde o início. É impossível comparar (com exceções) os mísseis antigos russos com seus pares americanos.
Mais um ponto de concordância então.
FinkenHeinle escreveu:Além disso, só porque dois aviões são parecidos, não quer dizer que eles tenham desempenho semelhante.
mas aviões parecidos tem, por consequência, uma aerodinâmica e manobrabilidade parecidas. O F-111 e o F-14, ambos tem asas de geometria variável, ambos são bimotores e por aí vai. Claro que temos também que considerar os sistemas eletrônicos que desempenham um papel importante. E é por isso que o F-111 é melhor que o Tomcat em ataque ao solo: Seus sistemas são voltados para isso.
FinkenHeinle escreveu:Na questão do MiG-31, ele não é multifuncional, pois não foi projetado para isso. porque??? Porque ele teve seu projeto completamente focado em missões de interceptação. Nisso ele é EXCELENTE. E, para tal missão, VELOCIDADE é fundamental. Esses foram seus requisitos.
Concordo plenamente!
Mas como eu disse, na época da implementação dele, não se pensava em capacidade multifuncional como se pensa hoje. Na época isso praticamente inexistia. Então eu não posso culpar os projetistas soviéticos por fazer um projeto sem condições de adaptação à capacidade multifunção.
Na sua área de atuação, concordo que o MiG-31 é um excelente vetor mesmo. Incrível.
FinkenHeinle escreveu:Eu diria que o Meteor é um PROJETO EM VIAS DE SE TORNAR UM PROTÓTIPO. E, tem razão, ele está anos à frente de seu par russo, em termos de projeto.
Ok então. Vou acreditar em você.
E parece que entramos em uma concordância na maioria dos aspectos 8) Maneiro aê!.
Abraço!
César
"- Tú julgarás a ti mesmo- respondeu-lhe o rei - É o mais difícil. É bem mais difícil julgar a si mesmo que julgar os outros. Se consegues fazer um bom julgamento de ti, és um verdadeiro sábio."
Antoine de Saint-Exupéry
Antoine de Saint-Exupéry
- drakonwulf
- Júnior
- Mensagens: 89
- Registrado em: Qua Mar 03, 2004 12:57 pm
- Localização: London Uk
- Contato:
-
- Sênior
- Mensagens: 8789
- Registrado em: Qua Set 10, 2003 8:28 pm
- Agradeceu: 1 vez
- Agradeceram: 419 vezes
Victor, não errei não, o PC aumenta o RCS sim, no F-22 deram uma disfarçada para "esconder" o PC dentro de muito metal revestido com RAM, ja no F-117 e B-2 nem colocaram PC, e o motivo do AMX não ter PC tambem é esse, porque o PC ou Pós-Combustor aumenta o RCS.
ps: as entradas de ar tambem, principalmente se forem entradas de ar reguláveis como as do F-15.
ps: as entradas de ar tambem, principalmente se forem entradas de ar reguláveis como as do F-15.