Brasil enviará Fuzileiros ao Haiti
Moderador: Conselho de Moderação
- Vinicius Pimenta
- Site Admin
- Mensagens: 12007
- Registrado em: Seg Fev 17, 2003 12:10 am
- Localização: Rio de Janeiro - RJ - Brasil
- Agradeceu: 65 vezes
- Agradeceram: 131 vezes
- Contato:
Eu também acho, Victor e Guilherme. O Chile deve mandar 250 soldados para a primeira fase. Enquanto isso, os caras aqui querem participar da molezinha da segunda fase. Depois ainda vão querer vaga permanete no CS. Brincadeira. Aquilo em Timor foi brincadeira. 80 homens da PE, enquanto a Austrália mandou 5 mil!
Tenho a impressão que o Itamaraty é muito medroso!
Tenho a impressão que o Itamaraty é muito medroso!
Vinicius Pimenta
Você é responsável pelo ambiente e a qualidade do fórum que participa. Faça sua parte.
Você é responsável pelo ambiente e a qualidade do fórum que participa. Faça sua parte.
- Clermont
- Sênior
- Mensagens: 8842
- Registrado em: Sáb Abr 26, 2003 11:16 pm
- Agradeceu: 632 vezes
- Agradeceram: 644 vezes
Fiquei de cara com essa de que o Brasil "não participa, por princípio, de missões de pacificação, apenas de manutenção".
Taí, nunca tinha ouvido falar disso.
Realmente, não faz o mínimo sentido. O que o Brasil não pode se permitir é que o sangue dos seus militares seja derramado no apoio servil à aventuras de cunho imperial, como a invasão e ocupação do Iraque.
Mas desde que a causa seja justa, e sancionada pela ONU não vejo por quê o Brasil deveria se abster de participar de missões como essa. Independente desse desejo de ser membro permanente do Conselho de Segurança.
-
- Sênior
- Mensagens: 4297
- Registrado em: Qua Fev 19, 2003 7:14 pm
- Localização: Florianópolis
- Contato:
"Brasil está disposto a ajudar força multinacional no Haiti
02/03/04
18:04
BRASÍLIA (Reuters) - O Brasil se mostrou disposto a contribuir com a força multinacional, autorizada pela Organização das Nações Unidas (ONU), para estabilização do Haiti, mas isso só deve acontecer "em uma segunda fase", disse o porta-voz da Presidência nesta terça-feira.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou a seu colega norte-americano, George W. Bush, em conversa telefônica, que o país está "disposto a colaborar, se necessário, com a força de estabilização da Organização das Nações Unidas naquele país", segundo o porta-voz.
No domingo, o ex-presidente haitiano Jean-Bertrand Aristide deixou a Presidência do país mais pobre das Américas após uma sangrenta revolta que pedia a sua renúncia.
O Conselho de Segurança da ONU aprovou, no domingo à noite, uma resolução que autoriza o envio de uma força multinacional ao Haiti. Tropas dos Estados Unidos e da França já estão no país, e o Chile anunciou que enviará 270 militares."
Já estava na hora né? Vamos ver qual será o número de militares enviados para a região. Eu aposto em 12! Quer dizer, 13, contando o cozinheiro
Abraço a todos
César
02/03/04
18:04
BRASÍLIA (Reuters) - O Brasil se mostrou disposto a contribuir com a força multinacional, autorizada pela Organização das Nações Unidas (ONU), para estabilização do Haiti, mas isso só deve acontecer "em uma segunda fase", disse o porta-voz da Presidência nesta terça-feira.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou a seu colega norte-americano, George W. Bush, em conversa telefônica, que o país está "disposto a colaborar, se necessário, com a força de estabilização da Organização das Nações Unidas naquele país", segundo o porta-voz.
No domingo, o ex-presidente haitiano Jean-Bertrand Aristide deixou a Presidência do país mais pobre das Américas após uma sangrenta revolta que pedia a sua renúncia.
O Conselho de Segurança da ONU aprovou, no domingo à noite, uma resolução que autoriza o envio de uma força multinacional ao Haiti. Tropas dos Estados Unidos e da França já estão no país, e o Chile anunciou que enviará 270 militares."
Já estava na hora né? Vamos ver qual será o número de militares enviados para a região. Eu aposto em 12! Quer dizer, 13, contando o cozinheiro
Abraço a todos
César
"- Tú julgarás a ti mesmo- respondeu-lhe o rei - É o mais difícil. É bem mais difícil julgar a si mesmo que julgar os outros. Se consegues fazer um bom julgamento de ti, és um verdadeiro sábio."
Antoine de Saint-Exupéry
Antoine de Saint-Exupéry
Tropas Brasileiras no Haiti
Lula promete a Bush enviar soldados ao Haiti
Lula também falou por telefone sobre o FMI
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse em conversa com seu colega americano, George W. Bush, que o Brasil está disposto a enviar tropas ao Haiti para atuar junto com as forças de paz da ONU.
As informações foram divulgadas pelo porta-voz da Presidência, André Singer, e reproduzidas pela agência espanhola EFE e pela Agência Brasil.
Singer disse, no entanto, que a participação dos soldados brasileiros só deve ocorrer "em uma segunda etapa" e dependerá da "realidade logística e da infra-estrutura das Forças Armadas", segundo a EFE.
A agência France Presse disse que Bush agradeceu Lula nesse telefonema pela "ajuda brasileira" na solução da crise no Haiti. Essas informações da France Presse teriam vindo de um porta-voz da Casa Branca.
FMI
De acordo com o relato da Agência Brasil sobre a conversa, Lula relatou ao presidente norte-americano a preocupação do governo brasileiro com a crise haitiana.
Lula também teria pedido a Bush apoio dos Estados Unidos para alterações nos acordos do FMI com países da América Latina.
O pedido faria parte de uma estratégia do presidente Lula com outros líderes mundiais.
Ele já teria falado com o premiê espanhol, José María Aznar, e estaria para falar com o britânico Tony Blair, o alemão Gerhard Schröder e o presidente francês, Jacques Chirac.
BBC Brasil
Lula também falou por telefone sobre o FMI
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse em conversa com seu colega americano, George W. Bush, que o Brasil está disposto a enviar tropas ao Haiti para atuar junto com as forças de paz da ONU.
As informações foram divulgadas pelo porta-voz da Presidência, André Singer, e reproduzidas pela agência espanhola EFE e pela Agência Brasil.
Singer disse, no entanto, que a participação dos soldados brasileiros só deve ocorrer "em uma segunda etapa" e dependerá da "realidade logística e da infra-estrutura das Forças Armadas", segundo a EFE.
A agência France Presse disse que Bush agradeceu Lula nesse telefonema pela "ajuda brasileira" na solução da crise no Haiti. Essas informações da France Presse teriam vindo de um porta-voz da Casa Branca.
FMI
De acordo com o relato da Agência Brasil sobre a conversa, Lula relatou ao presidente norte-americano a preocupação do governo brasileiro com a crise haitiana.
Lula também teria pedido a Bush apoio dos Estados Unidos para alterações nos acordos do FMI com países da América Latina.
O pedido faria parte de uma estratégia do presidente Lula com outros líderes mundiais.
Ele já teria falado com o premiê espanhol, José María Aznar, e estaria para falar com o britânico Tony Blair, o alemão Gerhard Schröder e o presidente francês, Jacques Chirac.
BBC Brasil
Brasil enviará 1.100 militares para força de paz no Haiti O Brasil vai
enviar 1.100 soldados para o Haiti como parte da missão de paz organizada pela ONU (Organização das Nações Unidas).
A força brasileira deve chegar ao país caribenho daqui a cerca de três
meses, na segunda fase da operação de paz.
Segundo o porta-voz da Presidência, André Singer, os militares que farão
parte da missão foram especialmente treinados para esse tipo de tarefa.
O anúncio do envio de soldados ocorreu dois dias depois de uma conversa
telefônica em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva prometeu ao seu
colega americano, George W. Bush, participar dessa força de paz.
Na mesma conversa, Bush teria elogiado a posição do governo brasileiro na
ONU quanto ao Haiti, depois da aprovação da força de paz.
Mais de mil soldados americanos já estão no Haiti como parte da força
internacional da ONU.
No total, a força de paz deverá ter mais de 5.000 integrantes.
enviar 1.100 soldados para o Haiti como parte da missão de paz organizada pela ONU (Organização das Nações Unidas).
A força brasileira deve chegar ao país caribenho daqui a cerca de três
meses, na segunda fase da operação de paz.
Segundo o porta-voz da Presidência, André Singer, os militares que farão
parte da missão foram especialmente treinados para esse tipo de tarefa.
O anúncio do envio de soldados ocorreu dois dias depois de uma conversa
telefônica em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva prometeu ao seu
colega americano, George W. Bush, participar dessa força de paz.
Na mesma conversa, Bush teria elogiado a posição do governo brasileiro na
ONU quanto ao Haiti, depois da aprovação da força de paz.
Mais de mil soldados americanos já estão no Haiti como parte da força
internacional da ONU.
No total, a força de paz deverá ter mais de 5.000 integrantes.
- Vinicius Pimenta
- Site Admin
- Mensagens: 12007
- Registrado em: Seg Fev 17, 2003 12:10 am
- Localização: Rio de Janeiro - RJ - Brasil
- Agradeceu: 65 vezes
- Agradeceram: 131 vezes
- Contato:
Brasil enviará 1.100 militares para força de paz no Haiti
15h55 - 04/03/2004
O Brasil vai enviar 1.100 soldados para o Haiti como parte da missão de paz organizada pela ONU.
A força brasileira deve chegar ao país caribenho daqui a cerca de três meses, na segunda fase da operação de paz.
Segundo o porta-voz da Presidência, André Singer, os militares que farão parte da missão foram especialmente treinados para esse tipo de tarefa.
O anúncio do envio de soldados ocorreu dois dias depois de uma conversa telefônica em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva prometeu ao seu colega americano, George W. Bush, participar dessa força de paz.
Na mesma conversa, Bush teria elogiado a posição do governo brasileiro na ONU quanto ao Haiti, depois da aprovação da força de paz.
Mais de 1.000 soldados americanos já estão no Haiti como parte da força internacional da ONU.
No total, a força de paz deverá ter mais de 5.000 integrantes.
Fonte: BBC Brasil
15h55 - 04/03/2004
O Brasil vai enviar 1.100 soldados para o Haiti como parte da missão de paz organizada pela ONU.
A força brasileira deve chegar ao país caribenho daqui a cerca de três meses, na segunda fase da operação de paz.
Segundo o porta-voz da Presidência, André Singer, os militares que farão parte da missão foram especialmente treinados para esse tipo de tarefa.
O anúncio do envio de soldados ocorreu dois dias depois de uma conversa telefônica em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva prometeu ao seu colega americano, George W. Bush, participar dessa força de paz.
Na mesma conversa, Bush teria elogiado a posição do governo brasileiro na ONU quanto ao Haiti, depois da aprovação da força de paz.
Mais de 1.000 soldados americanos já estão no Haiti como parte da força internacional da ONU.
No total, a força de paz deverá ter mais de 5.000 integrantes.
Fonte: BBC Brasil
Vinicius Pimenta
Você é responsável pelo ambiente e a qualidade do fórum que participa. Faça sua parte.
Você é responsável pelo ambiente e a qualidade do fórum que participa. Faça sua parte.
-
- Sênior
- Mensagens: 4297
- Registrado em: Qua Fev 19, 2003 7:14 pm
- Localização: Florianópolis
- Contato:
Parece que essa eu errei feio! hehe
Eu ainda estou surpreso por essa decisão. Sabe, no campo da política internacional, esse tipo de missão é importante para mostrar o Brasil ao mundo como um candidato sério ao CSO.
Só espero que as FA´s ganhem algum orçamento extra para executar essa ordem.
É isso aí!
Eu ainda estou surpreso por essa decisão. Sabe, no campo da política internacional, esse tipo de missão é importante para mostrar o Brasil ao mundo como um candidato sério ao CSO.
Só espero que as FA´s ganhem algum orçamento extra para executar essa ordem.
É isso aí!
"- Tú julgarás a ti mesmo- respondeu-lhe o rei - É o mais difícil. É bem mais difícil julgar a si mesmo que julgar os outros. Se consegues fazer um bom julgamento de ti, és um verdadeiro sábio."
Antoine de Saint-Exupéry
Antoine de Saint-Exupéry
- Vinicius Pimenta
- Site Admin
- Mensagens: 12007
- Registrado em: Seg Fev 17, 2003 12:10 am
- Localização: Rio de Janeiro - RJ - Brasil
- Agradeceu: 65 vezes
- Agradeceram: 131 vezes
- Contato:
- Brasileiro
- Sênior
- Mensagens: 9401
- Registrado em: Sáb Mai 03, 2003 8:19 pm
- Agradeceu: 234 vezes
- Agradeceram: 539 vezes
Liderár essa missão de paz é um orgulho. Mas quem será que vai? Os fuzileiros ou os suldados do EB?
Sobre ser melzinho, pode ser, mas deve se considerar a experiencia que sera tirada, e o fato de estar hasteando a bandeira nacional em territorio alheio, isso pode até render uma cadeira no gabinete de segurança da ONU, pois parece que a França, Alemanha apostam bastante na convocação do Brasil para esse conselho.
1100 é um número bem grande não é?
Abraços
Sobre ser melzinho, pode ser, mas deve se considerar a experiencia que sera tirada, e o fato de estar hasteando a bandeira nacional em territorio alheio, isso pode até render uma cadeira no gabinete de segurança da ONU, pois parece que a França, Alemanha apostam bastante na convocação do Brasil para esse conselho.
1100 é um número bem grande não é?
Abraços
- VICTOR
- Sênior
- Mensagens: 4238
- Registrado em: Qua Fev 19, 2003 5:50 pm
- Localização: Curitiba
- Agradeceu: 3 vezes
Haiti
Brasil em missão de risco
Planalto recebe enxurrada de e-mails e cartas criticando a presença brasileira em força de paz da ONU
Sandra Lefcovich
Da equipe do Correio Braziliense
O anúncio do Brasil de que mandará 1.470 militares ao Haiti criou uma das maiores polêmicas em 16 meses de política externa do governo Lula. Sindicatos, organizações não-governamentais (ONGs) e associações têm enviado dezenas de cartas e e-mails ao Palácio do Planalto em protesto contra a decisão de participar — e provavelmente comandar — uma futura Força de Manutenção da Paz da Organização das Nações Unidas (ONU) no país caribenho.
Manifestos e abaixo-assinados circulam na internet. No Congresso, que terá de aprovar a medida, a oposição é grande. Intelectuais como o sociólogo Emir Sader e o geógrafo Demétrio Magnoli escreveram que, dessa forma, o Brasil legitima uma intervenção estrangeira na nação latino-americana.
O convite da ONU deve ser formalizado nos próximos dias. O governo garante que ajudará o Haiti a superar a crise a longo prazo — que é o que interessa, argumentam diplomatas. Há 50 dias, Jean-Bertrand Aristide renunciou à Presidência haitiana. Horas depois, denunciou ter sido tirado do poder à força por militares norte-americanos. A Comunidade de Países Caribenhos (Caricom) exige uma investigação da ONU sobre a saída de Aristide e, assim como o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, não reconhece o novo governo.
Para o chanceler Celso Amorim, é preciso olhar para o futuro. Nesta semana, o secretário-geral da ONU, Kofi Annan, deve apresentar ao Conselho de Segurança um relatório sobre o Haiti, incluindo as definições, o mandato e a estrutura da missão de paz que substituirá a atual Força Multinacional de Emergência. Uma nova resolução terá de ser aprovada pelo Conselho. Segundo o ministro da Defesa, José Viegas, o País deve ser convidado a assumir o comando da força. Ele espera que a Argentina e o Peru colaborem com contingentes.
Mas as críticas são muitas. Segundo um dos manifestos que circulam no Brasil, os militares estrangeiros que estão na ilha são forças de ocupação, que designaram um governo-títere e ‘‘reforçaram o intento do governo George W. Bush de impor uma hegemonia sem limites’’. ‘‘Não podemos aceitar que tropas brasileiras participem dessa ocupação’’, diz a carta, que circulou em encontro de petistas críticos ao governo, foi assinada por sindicalistas e acadêmicos e será enviada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O deputado Ivan Valente (PT-SP), signatário do manifesto, afirma que a situação no Haiti não é clara. ‘‘A intenção do Brasil pode ser boa, mas Aristide foi tirado à força’’, argumenta. ‘‘Enviando tropas, o governo legitima a política de Bush de intervenção e coloca em risco vidas de brasileiros.’’
Para Valente, a decisão de Lula é imprudente, pois não há um governo legítimo e é necessária uma solução política para o impasse haitiano. A previsão é que eleições gerais só ocorram em 2005. A deputada Maria José Maninha (PT-DF) concorda quanto à necessidade de convocar um pleito. ‘‘Se são tropas de ocupação, somos contra’’, afirma.
Caso a intenção seja de cooperar — e não intervir, como no Iraque —, então o presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado, Eduardo Suplicy (PT-SP), é a favor do envio de tropas brasileiras.‘‘Na medida em que realmente for uma missão de paz, com o objetivo de assegurar uma transição democrática e pacífica, e for aceita pelos diversos segmentos políticos no Haiti, acho que a missão brasileira pode ser vista de maneira semelhante à de quando o Brasil participou na transição do Timor Leste’’, diz Suplicy.
Custo elevado
O deputado José Thomaz Nonô (PFL-AL) não vê muito sentido na iniciativa, pois avalia que há uma revolução em marcha no Haiti. ‘‘É um gesto político de eficácia duvidosa’’, afirma. Depois de visita de duas semanas ao país, a Anistia Internacional relatou que continuam ativos numerosos grupos armados.
‘‘O Brasil assumirá no Haiti uma função policial que evita na Rocinha, no Rio de Janeiro’’, compara Nonô. O deputado lembra que, por trás de cada conflito, há problemas estruturais e potências hegemônicas. Como fará o Brasil para resolver as mazelas haitianas?
O destino dado aos escassos recursos brasileiros também é objeto de crítica. ‘‘O Exército não tem dinheiro para pagar a refeição das tropas, que estão maltratadas e mal pagas’’, questiona Nonô. Estima-se que a operação brasileira terá um custo entre R$ 250milhões e R$ 300 milhões, mas, segundo Viegas, grande parte desses recursos será ressarcida pela ONU.
Fonte: Correio Braziliense, via Notimp
Brasil em missão de risco
Planalto recebe enxurrada de e-mails e cartas criticando a presença brasileira em força de paz da ONU
Sandra Lefcovich
Da equipe do Correio Braziliense
O anúncio do Brasil de que mandará 1.470 militares ao Haiti criou uma das maiores polêmicas em 16 meses de política externa do governo Lula. Sindicatos, organizações não-governamentais (ONGs) e associações têm enviado dezenas de cartas e e-mails ao Palácio do Planalto em protesto contra a decisão de participar — e provavelmente comandar — uma futura Força de Manutenção da Paz da Organização das Nações Unidas (ONU) no país caribenho.
Manifestos e abaixo-assinados circulam na internet. No Congresso, que terá de aprovar a medida, a oposição é grande. Intelectuais como o sociólogo Emir Sader e o geógrafo Demétrio Magnoli escreveram que, dessa forma, o Brasil legitima uma intervenção estrangeira na nação latino-americana.
O convite da ONU deve ser formalizado nos próximos dias. O governo garante que ajudará o Haiti a superar a crise a longo prazo — que é o que interessa, argumentam diplomatas. Há 50 dias, Jean-Bertrand Aristide renunciou à Presidência haitiana. Horas depois, denunciou ter sido tirado do poder à força por militares norte-americanos. A Comunidade de Países Caribenhos (Caricom) exige uma investigação da ONU sobre a saída de Aristide e, assim como o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, não reconhece o novo governo.
Para o chanceler Celso Amorim, é preciso olhar para o futuro. Nesta semana, o secretário-geral da ONU, Kofi Annan, deve apresentar ao Conselho de Segurança um relatório sobre o Haiti, incluindo as definições, o mandato e a estrutura da missão de paz que substituirá a atual Força Multinacional de Emergência. Uma nova resolução terá de ser aprovada pelo Conselho. Segundo o ministro da Defesa, José Viegas, o País deve ser convidado a assumir o comando da força. Ele espera que a Argentina e o Peru colaborem com contingentes.
Mas as críticas são muitas. Segundo um dos manifestos que circulam no Brasil, os militares estrangeiros que estão na ilha são forças de ocupação, que designaram um governo-títere e ‘‘reforçaram o intento do governo George W. Bush de impor uma hegemonia sem limites’’. ‘‘Não podemos aceitar que tropas brasileiras participem dessa ocupação’’, diz a carta, que circulou em encontro de petistas críticos ao governo, foi assinada por sindicalistas e acadêmicos e será enviada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O deputado Ivan Valente (PT-SP), signatário do manifesto, afirma que a situação no Haiti não é clara. ‘‘A intenção do Brasil pode ser boa, mas Aristide foi tirado à força’’, argumenta. ‘‘Enviando tropas, o governo legitima a política de Bush de intervenção e coloca em risco vidas de brasileiros.’’
Para Valente, a decisão de Lula é imprudente, pois não há um governo legítimo e é necessária uma solução política para o impasse haitiano. A previsão é que eleições gerais só ocorram em 2005. A deputada Maria José Maninha (PT-DF) concorda quanto à necessidade de convocar um pleito. ‘‘Se são tropas de ocupação, somos contra’’, afirma.
Caso a intenção seja de cooperar — e não intervir, como no Iraque —, então o presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado, Eduardo Suplicy (PT-SP), é a favor do envio de tropas brasileiras.‘‘Na medida em que realmente for uma missão de paz, com o objetivo de assegurar uma transição democrática e pacífica, e for aceita pelos diversos segmentos políticos no Haiti, acho que a missão brasileira pode ser vista de maneira semelhante à de quando o Brasil participou na transição do Timor Leste’’, diz Suplicy.
Custo elevado
O deputado José Thomaz Nonô (PFL-AL) não vê muito sentido na iniciativa, pois avalia que há uma revolução em marcha no Haiti. ‘‘É um gesto político de eficácia duvidosa’’, afirma. Depois de visita de duas semanas ao país, a Anistia Internacional relatou que continuam ativos numerosos grupos armados.
‘‘O Brasil assumirá no Haiti uma função policial que evita na Rocinha, no Rio de Janeiro’’, compara Nonô. O deputado lembra que, por trás de cada conflito, há problemas estruturais e potências hegemônicas. Como fará o Brasil para resolver as mazelas haitianas?
O destino dado aos escassos recursos brasileiros também é objeto de crítica. ‘‘O Exército não tem dinheiro para pagar a refeição das tropas, que estão maltratadas e mal pagas’’, questiona Nonô. Estima-se que a operação brasileira terá um custo entre R$ 250milhões e R$ 300 milhões, mas, segundo Viegas, grande parte desses recursos será ressarcida pela ONU.
Fonte: Correio Braziliense, via Notimp
- Vinicius Pimenta
- Site Admin
- Mensagens: 12007
- Registrado em: Seg Fev 17, 2003 12:10 am
- Localização: Rio de Janeiro - RJ - Brasil
- Agradeceu: 65 vezes
- Agradeceram: 131 vezes
- Contato:
-
- Sênior
- Mensagens: 4297
- Registrado em: Qua Fev 19, 2003 7:14 pm
- Localização: Florianópolis
- Contato:
Novamente, mais uma prova de como alguns de nossos deputados são extremamente ignorantes e Burros em relação a temas de defesa....
O povo também, mas esse a gente não pode culpar, já que eles acreditam em qualquer besteira que esses governantes dizem. Olha só na mão de quem que a gente foi colocar o Brasil?(estou falando dos deputados e senadores...).
Abraço a todos
César
O povo também, mas esse a gente não pode culpar, já que eles acreditam em qualquer besteira que esses governantes dizem. Olha só na mão de quem que a gente foi colocar o Brasil?(estou falando dos deputados e senadores...).
Abraço a todos
César
"- Tú julgarás a ti mesmo- respondeu-lhe o rei - É o mais difícil. É bem mais difícil julgar a si mesmo que julgar os outros. Se consegues fazer um bom julgamento de ti, és um verdadeiro sábio."
Antoine de Saint-Exupéry
Antoine de Saint-Exupéry
- Fernando Gaspar
- Júnior
- Mensagens: 105
- Registrado em: Dom Abr 11, 2004 4:47 pm
- Localização: Araçatuba - SP
No geral, o Brasil não tem uma mentalidade estratégica porque depois da guerra do Paraguai que aconteceu na época do império e a segunda grande guerra, que o Brasil se sentia bem protegido pelos EUA, não tínhamos uma ameaça concreta.
Depois desta época não sofremos ataques surpresas, e nem ficamos na expectativa de um conflito imediato a não ser pela Argentina. E pelo que eu sei nunca mobilizou alguma força considerável na fronteira.
Todo país que passa por uma grande guerra ou sofre uma grande ameaça, o governo juntamente com o povo cresce também proporcionando mobilização, gerando uma mentalidade estratégica.
O Brasil não pensa nada, além de suas fronteiras, e poderá pagar um preço alto por sua omissão no futuro.
Penso que o mínimo a fazer é manter as FAs bem armadas com um contingente pequeno tendo um plano de rápida ampliação em caso de grande conflito, e como meta principal sempre perseguir a tecnologia de ponta juntamente com pesquisas.
Depois desta época não sofremos ataques surpresas, e nem ficamos na expectativa de um conflito imediato a não ser pela Argentina. E pelo que eu sei nunca mobilizou alguma força considerável na fronteira.
Todo país que passa por uma grande guerra ou sofre uma grande ameaça, o governo juntamente com o povo cresce também proporcionando mobilização, gerando uma mentalidade estratégica.
O Brasil não pensa nada, além de suas fronteiras, e poderá pagar um preço alto por sua omissão no futuro.
Penso que o mínimo a fazer é manter as FAs bem armadas com um contingente pequeno tendo um plano de rápida ampliação em caso de grande conflito, e como meta principal sempre perseguir a tecnologia de ponta juntamente com pesquisas.