Guerra no tráfico no RJ - mais um capítulo
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Eu tambem e gostaria de parabenizar nossas Forças Armadas pela atitude, se vai dar resultado ou não é uma outra questão, mais esses marginais precisam saber que existe lei neste pais. Pena que nossos soldados não tem poder para repeender em certas situações, como por exemplo em algumas imagens, quando adolescentes marginais, fazendo gestos obscenos para nossos soldados, se fosse em outro pais, com certeza chegariam o porrete, mais muito por causa de nossos defensores dos direitos humanos, e mesmo por causa de parte de uma impressa demagoga, não podem reagir. Mais se tivessem tal poder de ação, o certo era aplicar tolerancia Zero, nestes pilantras.
Fui....
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- Pablo Maica
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Pessoal eu também sou totalmente à favor da ação do EB nas favelas cariocas e acho que ele esta fazendo um trabalho impecável mostrando pra esses vagabundos desgraçados que de agora em diante vai ser assim mecheu com o EB é porrada, não tem mais essa história de roubar fuzil se esconder no morro e fica tudo por isso mesmo... agora eu estava pensando também a que ponto nos chegamos! O exercito nas ruas para impor respeito à estes marginais, essa semana vi cenas no noticiarios que até entaum via com frequencia em videos de soldados americanos no iraque, será que estamos chegando ao mesmo ponto que a colombia? Como que vai ser daqui a uns 10 anos? A policia do rio com 50 caveirões para patrulhamento "ostensivo" e subindo morro de BMP-3 com blindagem reativa? Acho que esta ação do EB tambem esta servindo para abrir os olhos do governo federal para que este veja que apartir de agora devem ser tomadas descisões energicas quanto a violência no rio ja que o governo estadual não da conta do recado chegando ao ponto do exercio ter que "fazer justiça com as proprias mão"! Sinceramente espero que as coisas comecem a melhorar à partir de agora pois senão o estado do rio vai começar a ver uma briga entre exercito e traficantes até o ponto em que isto se torne uma guerra interna como na colombia.
Um abraço e t+
Um abraço e t+
- VICTOR
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Carlos escreveu:[da Folha Online
da Folha de S.Paulo
O Grupo Brasileiro da Associação Internacional de Direito Penal, que reúne penalistas de todo o mundo, divulgou na sexta-feira (7) uma nota pública em que classifica a ocupação promovida pelo Exército em favelas e morros do Rio de "abusiva".
Que nojo.
Deveriam soltar esses "especialistas" num morro sem o EB cuidando, para os traficantes fazerem alguma atrocidade com eles. Que nojo, como podem achar que os traficantes são bons e o EB é ruim, não é à toa chegamos aonde chegamos...
- Vinicius Pimenta
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Defesanet 12 Março 2006
O Globo 12 Março 2006
Ação no Rio
'O Exército não vai recuar'
Entrevista com o General-de-Exército Domingos Carlos de Campos Curado Comandante do Comando Militar do Leste
Antônio Werneck e
Jorge Antônio Barros
Oficial de artilharia desde 1963, o chefe do Comando Militar do Leste, general Domingos Carlos de Campos Curado, 63 anos, está apenas botando sua tropa para correr atrás de um prejuízo - dez fuzis e uma pistola roubados de um quartel do Exército, o mesmo crime que já resultou em 21 IPMs sobre o envolvimento de militares com o desvio de armas e munição dos quartéis,desde 2001. Mas acabou se tornando o comandante de uma guerra contra o tráfico de drogas nas favelas, que boa parte da população do Rio parece apoiar. "O Exército não entra numa ação para recuar", diz o general mato-grossense que pretende se radicar no Rio, onde garante não se sentir
nem um pouco inseguro.
O Globo - Quantos militares ou ex-militares estão envolvidos com o tráfico no Rio?
GENERAL DOMINGOS CURADO: Um primeiro aspecto que nós devemos ressaltar: o
ex-militar. Porque militar envolvido com o tráfico, quando descoberto, é excluído da tropa pelos meios legais. E ele tem o amplo direito de defesa para que não fique qualquer dúvida. Mas eu considero que o número é muito reduzido. Existem os ex-militares de carreira, que nós chamamos de profissional da Força, mas seu envolvimento também é diminuto. É bom ressaltar também que nós estamos tomando todos os cuidados com a seleção do nosso recruta. Mas, apesar de todo cuidado, alguns podem não ser alcançados nas nossas verificações. Nós temos meios para tomar as medidas legais para excluí-lo, dependendo da gravidade do fato.
O Globo -Quantos IPMs investigam desvio de armas no Exército?
CURADO: Em praticamente um ano do meu comando no CML (Comando Militar do
Leste), é o primeiro (a assessoria do CML informou depois que, de 2001 a 2005, foram abertos 21 IPMs para apurar o envolvimento de militares com o desvio de armas e munição dos quartéis).
O Globo -Quantas unidades sediadas em áreas de risco podem mudar de endereço dentro do Plano de Reestruturação do Exército no Rio?
CURADO: O que eu poderia dizer é que há um plano coordenado pelo Estado-Maior, de mudança de endereço de algumas unidades. Não estamos saindo por se tratar de uma área de risco, estamos mudando de endereço porque algumas unidades não dispõem de condições para o adestramento. Por isto alguns batalhões estão sendo transferidos para outras áreas e estados.
O Globo - Há reforço na vigilância de algumas unidades?
CURADO: Todas as unidades do Exército no país estão com sua segurança reforçada. E o Rio não foge à regra. Nós temos centenas de milhares de fuzis. Neste caso foram dez fuzis roubados, que precisam ser recuperados. Mas seja um ou sejam dez, a quantidade que for, é ponto de honra do Exército buscar o seu armamento.
O Globo - O Exército já pensa em usar tropas de elite como as Forças Especiais, para guardar essas armas?
CURADO: Não gostaria de responder a essa pergunta. É uma informação estratégica, confidencial.
O Globo - Os soldados estão enfrentando muitas provocações. Eles estão preparados para resistir?
CURADO: O soldado profissional é preparado para atuar em situação de risco. Não pode responder com uma arma a um deboche.
O Globo - No Rio o que o senhor considera um grande problema?
CURADO: O maior problema hoje é o consumo de drogas. Um problema mundial.
Existem as mais diferentes campanhas, mas eu não vejo nenhuma campanha mais
intensa do que a campanha do cigarro. Hoje você compra um maço e já vê uma
caveira. Com o consumo de droga isso não acontece de uma forma mais intensa.
E o problema não é do governo, mas da sociedade. Esse é um foco e a imprensa
poderia colaborar no combate à droga, para reduzir a demanda.
O Globo - Como o Exército viu a enquete divulgada pelo Globo Online de que a maioria aprova a operação?
CURADO: Eu respondo de outra forma: o Exército tem grande credibilidade na nação em tudo que faz. Em operações e no apoio ao desenvolvimento nacional. Agora há pouco nos participamos da obra da duplicação da BR-101 em três trechos, o Exército está sempre participando. Recentemente, na Operação Boiadeiro, em que nós empregamos tropa para fechar fronteira; e agora mesmo tem gente imaginando que, se vier a gripe aviária, tomara que não chegue, nós deveremos ter algum emprego. Mas tudo isso faz parte das nossas atribuições. Atuar na garantia da lei e da ordem e contribuir para o desenvolvimento nacional é nossa missão constitucional. O que é possível nós vamos fazer sempre.
O Globo - O que motivou essa operação?
CURADO: Essas armas nas mãos dos bandidos, nós não podemos permitir. Não
podemos ser complacentes.
O Globo - O Exército está preparado para uma radicalização do tráfico?
CURADO: O que eu posso dizer é que o Exército não entra numa ação para recuar. As forças policiais (polícias Civil e Militar) também não. Se eles partirem para um confronto direto, vão ter resposta. Nós vamos reagir em legítima defesa. Não só nos morros, mas nos quartéis também. Os sentinelas estão preparados para reagir.
O Globo - Em todo cenário de uma batalha há os recursos que podem ser mobilizados. Existem ambulâncias, médicos e uma infra-estrutura para atuar nos tiroteios entre os militares e os traficantes?
CURADO: O que eu posso dizer é que tudo isso está planejado. Todas essas ações estão planejadas, com tropas enquadradas, com seus comandantes e oficiais experimentados.
O Globo - O senhor acredita que há orquestração de traficantes por trás de manifestações de moradores, como na Providência e nos outros casos?
CURADO: O que o senhor acha? O direito de manifestação dos moradores é legítimo. É um direito de todo cidadão brasileiro, mas claro que estamos detectando o envolvimento de traficantes em algumas manifestações. Tudo isso era previsto, era esperado.
O Globo - Qual é a mensagem do comandante Militar do Leste para o morador das favelas, para o morador do asfalto que quer que a operação continue, como mostrou uma pesquisa, e para os traficantes?
CURADO: O Exército é parte da sociedade e vê no morador da comunidade pobre um brasileiro digno, que merece toda consideração, e que conta com todo nosso respeito. Para o cidadão do asfalto a mesma coisa. Para o traficante... bem, para o traficante o recado é que ele tem que pensar duas vezes antes de investir contra uma unidade do Exército.
O Globo - O senhor não acha necessária uma força-tarefa permanente entre Exército e Secretaria de Segurança para recuperar armas das Forças Armadas e combater o tráfico de drogas?
CURADO: Foge à minha competência. Nossos limites estão na Constituição, mas
estaremos sempre à disposição caso sejamos convocados.
O Globo - Como o Exército à luz de outras operações militares, como a Operação Rio (94/95), avalia sua conduta? Que lições essas operações deixaram?
CURADO: Bom, o que eu poderia dizer é que, quando nós preparamos uma operação e atuamos numa determinada área, podemos encontrar dados de inteligência obtidos em outras operações.
O Globo - O senhor já sofreu alguma violência no Rio?
CURADO: Nunca. Nem eu e nem meus parentes. Mas já tive amigos que sofreram
algum tipo de violência não só no Rio como em vários outros estados. Moro atualmente em Botafogo e vou morar aqui quando deixar o Exército. O Rio é uma cidade maravilhosa e me sinto seguro aqui. Meu carro já foi arrombado, mas foi em outro país cujo nome prefiro não dizer.
Força-tarefa pelo desarmamento dos bandidos
Convidado pelo chefe do Comando Militar do Leste (CML), general Domingos Curado, para participar da entrevista, o secretário de Segurança Pública, Marcelo Itagiba, revelou ao GLOBO que já existe no Estado do Rio uma força-tarefa permanente pelo desarmamento dos criminosos. O grupo reúne representantes das polícias estaduais, da Polícia Federal e do Exército, encarregado da fiscalização das armas de uso restrito das Forças Armadas.
- É um trabalho integrado e permanente entre a Secretaria de Segurança e o Exército - disse Itagiba, exibindo os índices de recuperação de armas de uso exclusivo das Forças Armadas nas mãos de bandidos do Rio, que não passam de 0,1% das 44 mil apreendidas pelo estado nos últimos três anos.
Prestigiado pelos comentários do general Curado, de que precisa da cooperação da polícia fluminense, Itagiba devolveu os elogios.
- Tudo que está sendo feito aqui é com respaldo de um IPM (inquérito policial-militar) e fiscalizado por um juiz militar. Nossas ações estão respaldadas pela lei - disse Itagiba.
O secretário de Segurança enfatizou que a cooperação da polícia tem sido grande também por meio da Subsecretaria de Inteligência do estado, que está trabalhando com os órgãos de inteligência do Exército, da Marinha e da Aeronáutica, nas buscas às armas roubadas há nove dias de um quartel em São Cristóvão.
Itagiba disse ainda que no ano passado enviou ao chefe do Comando Militar do Leste "um planejamento para as ações integradas, listando inclusive os locais que deveriam ser asfixiados".
- Toda movimentação tem um objetivo, apesar de a população não compreender - disse Itagiba, defendendo as operações do Exército. - Estamos unidos contra o crime - acrescentou.
Defesanet 12 Março 2006
O Globo 12 Março 2006
Ação no Rio
'O Exército não vai recuar'
Entrevista com o General-de-Exército Domingos Carlos de Campos Curado Comandante do Comando Militar do Leste
Antônio Werneck e
Jorge Antônio Barros
Oficial de artilharia desde 1963, o chefe do Comando Militar do Leste, general Domingos Carlos de Campos Curado, 63 anos, está apenas botando sua tropa para correr atrás de um prejuízo - dez fuzis e uma pistola roubados de um quartel do Exército, o mesmo crime que já resultou em 21 IPMs sobre o envolvimento de militares com o desvio de armas e munição dos quartéis,desde 2001. Mas acabou se tornando o comandante de uma guerra contra o tráfico de drogas nas favelas, que boa parte da população do Rio parece apoiar. "O Exército não entra numa ação para recuar", diz o general mato-grossense que pretende se radicar no Rio, onde garante não se sentir
nem um pouco inseguro.
O Globo - Quantos militares ou ex-militares estão envolvidos com o tráfico no Rio?
GENERAL DOMINGOS CURADO: Um primeiro aspecto que nós devemos ressaltar: o
ex-militar. Porque militar envolvido com o tráfico, quando descoberto, é excluído da tropa pelos meios legais. E ele tem o amplo direito de defesa para que não fique qualquer dúvida. Mas eu considero que o número é muito reduzido. Existem os ex-militares de carreira, que nós chamamos de profissional da Força, mas seu envolvimento também é diminuto. É bom ressaltar também que nós estamos tomando todos os cuidados com a seleção do nosso recruta. Mas, apesar de todo cuidado, alguns podem não ser alcançados nas nossas verificações. Nós temos meios para tomar as medidas legais para excluí-lo, dependendo da gravidade do fato.
O Globo -Quantos IPMs investigam desvio de armas no Exército?
CURADO: Em praticamente um ano do meu comando no CML (Comando Militar do
Leste), é o primeiro (a assessoria do CML informou depois que, de 2001 a 2005, foram abertos 21 IPMs para apurar o envolvimento de militares com o desvio de armas e munição dos quartéis).
O Globo -Quantas unidades sediadas em áreas de risco podem mudar de endereço dentro do Plano de Reestruturação do Exército no Rio?
CURADO: O que eu poderia dizer é que há um plano coordenado pelo Estado-Maior, de mudança de endereço de algumas unidades. Não estamos saindo por se tratar de uma área de risco, estamos mudando de endereço porque algumas unidades não dispõem de condições para o adestramento. Por isto alguns batalhões estão sendo transferidos para outras áreas e estados.
O Globo - Há reforço na vigilância de algumas unidades?
CURADO: Todas as unidades do Exército no país estão com sua segurança reforçada. E o Rio não foge à regra. Nós temos centenas de milhares de fuzis. Neste caso foram dez fuzis roubados, que precisam ser recuperados. Mas seja um ou sejam dez, a quantidade que for, é ponto de honra do Exército buscar o seu armamento.
O Globo - O Exército já pensa em usar tropas de elite como as Forças Especiais, para guardar essas armas?
CURADO: Não gostaria de responder a essa pergunta. É uma informação estratégica, confidencial.
O Globo - Os soldados estão enfrentando muitas provocações. Eles estão preparados para resistir?
CURADO: O soldado profissional é preparado para atuar em situação de risco. Não pode responder com uma arma a um deboche.
O Globo - No Rio o que o senhor considera um grande problema?
CURADO: O maior problema hoje é o consumo de drogas. Um problema mundial.
Existem as mais diferentes campanhas, mas eu não vejo nenhuma campanha mais
intensa do que a campanha do cigarro. Hoje você compra um maço e já vê uma
caveira. Com o consumo de droga isso não acontece de uma forma mais intensa.
E o problema não é do governo, mas da sociedade. Esse é um foco e a imprensa
poderia colaborar no combate à droga, para reduzir a demanda.
O Globo - Como o Exército viu a enquete divulgada pelo Globo Online de que a maioria aprova a operação?
CURADO: Eu respondo de outra forma: o Exército tem grande credibilidade na nação em tudo que faz. Em operações e no apoio ao desenvolvimento nacional. Agora há pouco nos participamos da obra da duplicação da BR-101 em três trechos, o Exército está sempre participando. Recentemente, na Operação Boiadeiro, em que nós empregamos tropa para fechar fronteira; e agora mesmo tem gente imaginando que, se vier a gripe aviária, tomara que não chegue, nós deveremos ter algum emprego. Mas tudo isso faz parte das nossas atribuições. Atuar na garantia da lei e da ordem e contribuir para o desenvolvimento nacional é nossa missão constitucional. O que é possível nós vamos fazer sempre.
O Globo - O que motivou essa operação?
CURADO: Essas armas nas mãos dos bandidos, nós não podemos permitir. Não
podemos ser complacentes.
O Globo - O Exército está preparado para uma radicalização do tráfico?
CURADO: O que eu posso dizer é que o Exército não entra numa ação para recuar. As forças policiais (polícias Civil e Militar) também não. Se eles partirem para um confronto direto, vão ter resposta. Nós vamos reagir em legítima defesa. Não só nos morros, mas nos quartéis também. Os sentinelas estão preparados para reagir.
O Globo - Em todo cenário de uma batalha há os recursos que podem ser mobilizados. Existem ambulâncias, médicos e uma infra-estrutura para atuar nos tiroteios entre os militares e os traficantes?
CURADO: O que eu posso dizer é que tudo isso está planejado. Todas essas ações estão planejadas, com tropas enquadradas, com seus comandantes e oficiais experimentados.
O Globo - O senhor acredita que há orquestração de traficantes por trás de manifestações de moradores, como na Providência e nos outros casos?
CURADO: O que o senhor acha? O direito de manifestação dos moradores é legítimo. É um direito de todo cidadão brasileiro, mas claro que estamos detectando o envolvimento de traficantes em algumas manifestações. Tudo isso era previsto, era esperado.
O Globo - Qual é a mensagem do comandante Militar do Leste para o morador das favelas, para o morador do asfalto que quer que a operação continue, como mostrou uma pesquisa, e para os traficantes?
CURADO: O Exército é parte da sociedade e vê no morador da comunidade pobre um brasileiro digno, que merece toda consideração, e que conta com todo nosso respeito. Para o cidadão do asfalto a mesma coisa. Para o traficante... bem, para o traficante o recado é que ele tem que pensar duas vezes antes de investir contra uma unidade do Exército.
O Globo - O senhor não acha necessária uma força-tarefa permanente entre Exército e Secretaria de Segurança para recuperar armas das Forças Armadas e combater o tráfico de drogas?
CURADO: Foge à minha competência. Nossos limites estão na Constituição, mas
estaremos sempre à disposição caso sejamos convocados.
O Globo - Como o Exército à luz de outras operações militares, como a Operação Rio (94/95), avalia sua conduta? Que lições essas operações deixaram?
CURADO: Bom, o que eu poderia dizer é que, quando nós preparamos uma operação e atuamos numa determinada área, podemos encontrar dados de inteligência obtidos em outras operações.
O Globo - O senhor já sofreu alguma violência no Rio?
CURADO: Nunca. Nem eu e nem meus parentes. Mas já tive amigos que sofreram
algum tipo de violência não só no Rio como em vários outros estados. Moro atualmente em Botafogo e vou morar aqui quando deixar o Exército. O Rio é uma cidade maravilhosa e me sinto seguro aqui. Meu carro já foi arrombado, mas foi em outro país cujo nome prefiro não dizer.
Força-tarefa pelo desarmamento dos bandidos
Convidado pelo chefe do Comando Militar do Leste (CML), general Domingos Curado, para participar da entrevista, o secretário de Segurança Pública, Marcelo Itagiba, revelou ao GLOBO que já existe no Estado do Rio uma força-tarefa permanente pelo desarmamento dos criminosos. O grupo reúne representantes das polícias estaduais, da Polícia Federal e do Exército, encarregado da fiscalização das armas de uso restrito das Forças Armadas.
- É um trabalho integrado e permanente entre a Secretaria de Segurança e o Exército - disse Itagiba, exibindo os índices de recuperação de armas de uso exclusivo das Forças Armadas nas mãos de bandidos do Rio, que não passam de 0,1% das 44 mil apreendidas pelo estado nos últimos três anos.
Prestigiado pelos comentários do general Curado, de que precisa da cooperação da polícia fluminense, Itagiba devolveu os elogios.
- Tudo que está sendo feito aqui é com respaldo de um IPM (inquérito policial-militar) e fiscalizado por um juiz militar. Nossas ações estão respaldadas pela lei - disse Itagiba.
O secretário de Segurança enfatizou que a cooperação da polícia tem sido grande também por meio da Subsecretaria de Inteligência do estado, que está trabalhando com os órgãos de inteligência do Exército, da Marinha e da Aeronáutica, nas buscas às armas roubadas há nove dias de um quartel em São Cristóvão.
Itagiba disse ainda que no ano passado enviou ao chefe do Comando Militar do Leste "um planejamento para as ações integradas, listando inclusive os locais que deveriam ser asfixiados".
- Toda movimentação tem um objetivo, apesar de a população não compreender - disse Itagiba, defendendo as operações do Exército. - Estamos unidos contra o crime - acrescentou.
- interregnum
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Alguém sabe qual o site do jornal extra?
12 de março de 2006 Versão on line
RIO
12/03/2006 - 14h47m
Extra: Fuzis fotografados com bandidos são iguais aos roubados de depósito militar em 2004
Fabio Gusmão e Marco Antônio Martins - Extra
RIO - Fotos feitas pela câmera de um celular durante uma festa do tráfico no Morro do Dendê podem revelar um mistério: o destino de parte dos 22 fuzis roubados do Depósito da Aeronáutica (Darj), na Avenida Brasil, em Bonsucesso, em maio de 2004. As imagens, às quais o EXTRA teve acesso, foram feitas há pouco mais de dois meses. Nelas, um traficante identificado como FB aparece segurando um fuzil HK-33, mesmo modelo roubado da Aeronáutica. Um detalhe: o Dendê está cercado por 200 homens do Exército e, em caso de confronto, a guerra pode ser travada, dos dois lados, com armas exclusivas das Forças Armadas.
O EXTRA mostrou as fotos a dois especialistas, que reconheceram a marca do fuzil. Ronaldo Leão, diretor do Núcleo de Estudos Estratégicos da Universidade Federal Fluminense (UFF), confirma que em duas imagens aparecem o fuzil modelo HK-33.
- É o mesmo modelo que a Aeronáutica usa, HK, um fuzil alemão. Não posso afirmar que são os fuzis roubados, pois precisaria dos números de série. Numa foto (a que FB está sozinho segurando um fuzil e uma pistola) o quebra-chamas (peça acoplada ao bico do fuzil) foi cromado. Outra parte modificada é o carregador, também cromado. O HK que aparece na mão de um dos seis bandidos não tem a mesma característica. Podem ser dois HKs com peças diferentes - avaliou Leão.
Há ainda um outro indício de que os fuzis da Aeronáutica estejam no Dendê - desde o início das investigações havia suspeita de que foram traficantes do morro os responsáveis pelo roubo das armas da Força Aérea. Um militar que foi lotado na unidade morava no morro da Ilha do Governador.
O comandante do 17º BPM (Ilha), tenente-coronel Roberto Alves Lima, também analisou as fotos. Com auxílio do Serviço Reservado (P-2) da unidade, alguns criminosos foram identificados. O oficial e outros policiais afirmam que o fuzil é um HK-33.
- Parece ser o mesmo modelo usado pela Aeronáutica, mas isso é uma fotografia e não posso afirmar que as armas sejam as roubadas - ressaltou o comandante.
O comandante do 17º BPM reconheceu uma pistola que FB segura em uma das fotos. Ela foi apreendida numa operação no Dendê. Segundo o tenente-coronel Roberto, o chefe do tráfico no Dendê também aparece nas imagens: Fernando Gomes de Freitas, o Lopes, usa um cordão de ouro com as iniciais "LG".
- Nós apreendemos esta pistola no dia 11 de janeiro no Dendê. Prendemos 18 pessoas e apreendemos fuzis, pistolas, detonadores e munição. Fazemos pelo menos três incursões toda semana no morro - disse o oficial.
O roubo do quartel da Aeronáutica foi parecido com o do Estabelecimento Central de Transportes (ECT), há dez dias. Em maio de 2004, cinco homens renderam os soldados que guardavam a sala de armas do Depósito da Aeronáutica (Darj) na Avenida Brasil, em Bonsucesso. Eles levaram 22 fuzis alemães HK-33 e munição. Mas, ao contrário do Exército, a Força Aérea investigou o crime sem sair do quartel, evitando ocupar as favelas.
O EXTRA procurou a Aeronáutica para saber o resultado da investigação sobre o roubo dos fuzis. O tenente Luís Cláudio, lotado em Brasília, não soube dizer se alguém foi responsabilizado pelo roubo. Ele falou apenas que "as investigações estavam na Justiça". O oficial ressaltou que "a Aeronáutica fez uma série de melhorias para garantir a segurança das unidades".
A Aeronáutica descobriu "por uma coincidência", segundo relatório do Ministério Público Militar (MPM), que 35 mil cartuchos para fuzis e pistolas desapareceram do estoque da Seção de Material Bélico, localizado em sua base aérea, no Campo dos Afonsos. Isso ocorreu em 2004. Depois de dois anos de investigação, o juiz Edmundo França de Oliveira, da Justiça Militar, decidiu arquivar, em 16 de fevereiro, o processo por não se chegar aos autores do furto.
Pior. Os responsáveis pelo inquérito na Aeronáutica não conseguiram sequer descobrir a data em que as 20 mil cápsulas de fuzil calibre 5,56; as sete mil usadas em fuzis 7,62; e as oito mil para pistola nove milímetros deixaram o depósito do Campo dos Afonsos. A munição também pode estar nas mãos de traficantes nos morros do Rio.
O prejuízo material chega a R$35 mil. Na prática, toda essa munição seria capaz de armar, por exemplo, um batalhão da Polícia Militar. Só o arsenal do Batalhão de Operações Especiais (Bope), a elite da PM, tem essa quantidade de balas.
No relatório, anexado ao processo, o promotor do MPM constata que as "caixas com a munição não eram movimentadas ou abertas desde 1996". A conferência no estoque só foi realizada em junho de 2004 por oficiais do 3º Comando Aéreo.
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O Tráfico nunca tem prejuízo se as autoridades apreendem a droga do grupo A, o grupo B preenche o vazio e lucra mais, não existe bloqueio contra o tráfico, ele usa qualquer um, qualquer forma, pode ser até uma velhinha, levando cocaína no surtiã.
Fica no ar a pergunta faltou cocaína no Rio de Janeiro durante a operação do exército, será que seguindo a lei de mercado o preço subiu, dúvido. Acho até que muitos estão lucrando. É impossível para o Brasil conter o tráfico, enquanto houver tamanho mercado consumidor, veja aí está o problema mercado consumidor. Então haverá tráfico. Temos que olhar do ponto de vista econômico. Não se trata de uma guerra de guerrilhas, se trata de mercado ilegal. Que, prospera, e prospera quanto maior for a repressão, mais risco, mais lucro. O velho e pragmático capitalismo
Fica no ar a pergunta faltou cocaína no Rio de Janeiro durante a operação do exército, será que seguindo a lei de mercado o preço subiu, dúvido. Acho até que muitos estão lucrando. É impossível para o Brasil conter o tráfico, enquanto houver tamanho mercado consumidor, veja aí está o problema mercado consumidor. Então haverá tráfico. Temos que olhar do ponto de vista econômico. Não se trata de uma guerra de guerrilhas, se trata de mercado ilegal. Que, prospera, e prospera quanto maior for a repressão, mais risco, mais lucro. O velho e pragmático capitalismo
Dos cosas te pido señor, la victoria y el regreso, pero si una sola haz de darme, que sea la victoria.
- interregnum
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Moradores da Providência vibram com saída do Exército
JB - Waleska Borges
RIO - Os moradores do Morro da Providência comemoraram a saída das tropas do Exército da favela com gritos e aplausos. Os soldados deixaram o local e seguiram rumo ao Morro do Borel.
A presença dos militares no Morro da Providência provocou transtornos para os moradores. A Igreja Nossa Senhora da Penha, no Morro da Providência, teve a missa prevista para as 16h de ontem cancelada em virtude do clima tenso por conta da ocupação do Exército.
Segundo a presidente da Associação de Moradores, Márcia Regina, caixas d´água do alto da favela teriam sido atingidas por tiros. Ela reclama que o reservatório da comunidade teria sido prejudicado, levando à falta de água no local. A Assessoria de Comunicação do Estado disse que enviou uma equipe da Cedae para o morro e nçao foi constatado nenhum problema no fornecimento.
ODIA
Traficantes comemoram com fogos desocupação da Providência
Rio - Por volta das 13h30 deste domingo, a maior parte do efeitivo de militares do Exército que ocupava o morro da Providência, no Centro, deixou a favela. O destino desses soldados ainda não foi informado pelo Comando Militar do Leste. A desocupação foi comemorada pelos traficantes com uma grande queima de fogos. O pequeno grupo de militares que ainda faz a segurança está na Ladeira do Barroso. Kombis e caminhões já estão liberados para subir o morro.
O Comando Militar do Leste deve fazer um balanço sobre a operação do Exército que há 10 dias busca recuperar 10 fuzis roubados de uma unidade do Exército em São Cristóvão - o Estabelecimento Central de Transportes – ECT, no subúrbio da cidade. A informação foi dada pela assessoria de comunicação do comando.
- Clermont
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JL escreveu:Fica no ar a pergunta faltou cocaína no Rio de Janeiro durante a operação do exército, será que seguindo a lei de mercado o preço subiu, dúvido. Acho até que muitos estão lucrando. É impossível para o Brasil conter o tráfico, enquanto houver tamanho mercado consumidor, veja aí está o problema mercado consumidor. Então haverá tráfico. Temos que olhar do ponto de vista econômico. Não se trata de uma guerra de guerrilhas, se trata de mercado ilegal.
Em 1988, ocorreu a chamada Operação Mosaico, talvez a mais bem sucedida operação de combate ao tráfico no Rio de Janeiro. Utilizou mais de 300 policiais de elite (todos com a ficha previamente checada, para evitar espiões do tráfico): PMs, federais, civis. E nem um só soldado do Exército.
Nem uma só favela foi invadida. Toda os alvos se localizando no "asfalto". A ação foi negociada entre o governador do Rio de Janeiro (Moreira Franco) e o presidente da República (José Sarney). De comum acordo, o comando e controle foi deixado à cargo do Departamento de Polícia Federal, os comandos da PM e da Polícia Civil do Rio de Janeiro, altamente infitrados por policiais bandidos, foram deixados à margem.
O pedido do governador por auxílio federal ocorreu em agosto de 1987. E na madrugada do dia 10 de fevereiro de 1988, a força-tarefa policia mista, deixou o quartel da Brigada Pára-quedista, onde estava concentrada para evitar qualquer vazamento.
Uma pena que esse exemplo de cooperação não tenha sido estudado e implementado, nesses quatro anos de governo Lula e Rosinha. Em vez dessa operação afoita, sem quaisquer garantias de sucesso, que está sendo levada à cabo pelo Exército nas favelas cariocas.
Parece evidente que o tráfico está sofrendo perdas financeiras. Mas seriam essas tão graves quanto confisco da poupança pelo presidente Collor de Melo que deixou o dinheiro do tráfico preso nos bancos? Como nada foi feito na época para se aproveitar dessa fraqueza, em pouco tempo o negócio se recuperou.
Em quanto tempo o tráfico vai se recuperar depois que o Exército sair? Ou será que é melhor o Exército armar tendas de campanha e ficar, em caráter permanente na frente das favelas?
E tem outra coisa que eu, com minha mentalidade de paisano, não compreendo muito bem: até agora o total de efetivos do Exército deve estar em uns 2 mil homens. Bem, Polícia Civil e Polícia Militar, juntas, devem ter uns 30 mil homens em todo o estado do Rio de Janeiro.
Eu não sei qual é a proporção de policiais de rua nesse total (dizem que a PM carioca é uma organização muito pesada, com gente demais no quartel e de menos na rua. Mas isso só quem sabe é que pode discutir). Vamos que uns 10 mil desses estejam à disposição para uso eficaz.
Então, por hipótese, o que fazem 2 mil homens do Exército que 2 mil da Polícia não poderiam fazer?
Mas isso é coisa para quem entende de táticas e técnicas policiais nos esclarecer.
- interregnum
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Clermont, peguei no notimp da FAB. O artigo é do JB.
Fuzis pagariam dívida
Os fuzis estão com a facção conhecida como Comando Vermelho. Esta é a informação passada por investigadores da Polícia de São Paulo ao professor do Núcleo de Estudos Estratégicos da UFF, Ronaldo Leão, semana passada. Agentes de inteligência da Secretaria Estadual de Segurança Pública também já confirmaram a informação, mas sem o dado novo acrescentado por Leão: a enorme dívida dos traficantes cariocas para com os paulistas, advinda dos tempos em que otraficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, viajou pelo Brasil de prisão em prisão. Além das despesas para manter o contato com o traficante, o grupo criminoso gastou comprando mais munição e drogas. A perda de fuzis em recentes batalhas na Rocinha piorou a situação.
- A pressão é muito grande sobre os traficantes do Comando Vermelho. Não há informações sobre o montante da dívida, mas se sabe que as perdas deles em um fim de semana com o Exército cercando as favelas pode chegar a R$ 1 milhão - diz Ronaldo.
A asfixia que o Exército trouxe ao Rio, na opinião de Leão, deveria ser mantida por mais tempo:
- A tarefa deveria ser feita pela polícia do Rio. O problema é que a polícia não tem um contingente para manter mais de mil homens em ocupação permanente. E esse tipo de operação só surte efeito se tiver continuidade por um período longo. Deveria continuar por um ou dois anos - observa Ronaldo, acrescentando: - O Rio deveria ter pelo menos três ou quatro unidades como o Batalhão de Operações Policiais Especiais, pois hoje, apesar do efetivo de 38 mil policiais, a PM, descontando o pessoal de serviço interno e fazendo as contas de escala, só tem nas ruas de todo o estado cerca de sete mil policiais em um dia.
- Clermont
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interregnum escreveu:A asfixia que o Exército trouxe ao Rio, na opinião de Leão, deveria ser mantida por mais tempo:
- A tarefa deveria ser feita pela polícia do Rio. O problema é que a polícia não tem um contingente para manter mais de mil homens em ocupação permanente. E esse tipo de operação só surte efeito se tiver continuidade por um período longo. Deveria continuar por um ou dois anos - observa Ronaldo, acrescentando: - O Rio deveria ter pelo menos três ou quatro unidades como o Batalhão de Operações Policiais Especiais, pois hoje, apesar do efetivo de 38 mil policiais, a PM, descontando o pessoal de serviço interno e fazendo as contas de escala, só tem nas ruas de todo o estado cerca de sete mil policiais em um dia.
Obrigado pela informação, interregnum. Vejo que o professor Leão mudou sua opinião, da água para o vinho. Dois dias após o início da ação, ele foi muito crítico a ela, numa rádio carioca. Mas, se alguém com o conhecimento dele diz isso, quem sou eu pra contestar?
Mas as conclusões são sombrias para o Exército. E perigosas! Ficar dois anos em posição no Rio de Janeiro, irá ter elevados custos financeiros (o CML disse que está gastando R$ 63,40 por dia com cada soldado). Sem contar o custo do combustível para viaturas e helicópteros.
E pior ainda, existe o risco do contágio: dois anos de permanência nas favelas, dia e noite, irão resultar em muito soldado, sargento e oficial sendo corrompidos pelo tráfico.
E, sem um planejamento elaborado para lidar com o problema do consumo de tóxico e da existência de favelas, o que vai acontecer depois que o último soldado do Exército sair em dois anos?
É, o Exército vai ter muito trabalho: manter a ocupação do Rio de Janeiro; manter a ocupação do Haiti (o general brasileiro lá, já disse que precisamos ficar uns três anos) e agora, o pedido da ONU, para irmos para o Sudão...
Agora, sete mil PMs em serviço diário, num universo de 38 mil homens? De qualquer modo, ainda acho que, em caso de necessidade, o comando da PM poderia retirar uma percentagem do pessoal das ruas, digamos, de Petrópolis, Volta Redonda ou Campos, para emprego emergencial no Rio de Janeiro.
- Guerra
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VICTOR escreveu:Carlos escreveu:[da Folha Online
da Folha de S.Paulo
O Grupo Brasileiro da Associação Internacional de Direito Penal, que reúne penalistas de todo o mundo, divulgou na sexta-feira (7) uma nota pública em que classifica a ocupação promovida pelo Exército em favelas e morros do Rio de "abusiva".
Que nojo.
Deveriam soltar esses "especialistas" num morro sem o EB cuidando, para os traficantes fazerem alguma atrocidade com eles. Que nojo, como podem achar que os traficantes são bons e o EB é ruim, não é à toa chegamos aonde chegamos...
Quero ver se essa associação vai defender os militares que moram no Rio, porque daqui para frente o que vão matar de milico no Rio. Coitado de quem esta nessa guerra.
A HONESTIDADE É UM PRESENTE MUITO CARO, NÃO ESPERE ISSO DE PESSOAS BARATAS!
- faterra
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Revista Época - 13 de março de 2006
Transcrição de texto
Primeiro Plano
Guerra de Imagem
Esses combates valem a pena?
Já há alguns anos o Exército brasileiro vem passando por uma crise considerável. Falta crônica de verbas, declarações oficiais infelizes evidenciando nostalgia dos tempos da ditadura (que culminaram com a demissão do ministro da Defesa, José Viegas, em 2004), vídeos que revelaram prática de tortura contra recrutas em treinamentos (no Rio de Janeiro, em 2004),. Mas, nos últimos dias, uma série de eventos elevou o desgaste da imagem das Forças Armadas a um novo patamar. Em favelas do Rio de Janeiro, na semana passada, os soldados tinham de aturar tiroteios de traficantes e a chacota de moleques durante uma ação militar ostensiva para recuperar uma dezena de fuzis roubados de um quartel de Copacabana. Em Campinas, um general foi vaiado pelos passageiros de um vôo. E, no Haiti, cresce a percepção de que a missão de paz brasileira está destinada ao fracasso.
No caso da ocupação de favelas no Rio, o Exército montou uma operação grandiosa por um punhado de armas que custam cerca de R$ 15 mil. Em seis dias, o Exército já havia gasto R$ 600 mil, sem contar o combustível de helicópteros, jipes e urutus. Mas o prejuízo dos traficantes de drogas nas favelas pode ter passado de R$ 1,5 milhão, segundo cálculos da Polícia Civil. Até a noite da quinta-feira, os fuzis não haviam aparecido e um inocente foi morto.
"Tenho receio de que o Exército comece a tomar tiro e a garotada que compõe a Força passa a atirar a esmo, até para se proteger. Isso ainda pode acabar em tragédia", diz o coronel PM José Vicente da Silva Filho, ex-secretário nacional de Segurança Pública. O prefeito César Maia, que defende a atuação do Exército contra o tráfico de drogas, condenou a atual operação. "Se for só esse entra-e-sai dos morros, o resultado não é bom, pois fixa a idéia de que o Exército não vai agir contra os bandidos se eles não mexerem com a instituição", afirma.
Em Londres, informado sobre a operação pelo ministro da Defesa, José Alencar, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva apoiou a ação do Exército. Lula lamentou os episódios de violência, mas disse que o Exército precisa recuperar o que é seu.
Bala na Agulha
O fuzil FAL, calibre 7.62 mm é a principal arma do Exército. Suas balas alcançam 3,8 km de distância.
De 2000 para cá, foram roubadas 126 armas de quartéis. O Exército diz ter recuperado 124.
A última grande mobilização das Forças Armadas foi na Operação Pacajá, Pará, em 2005, quando 2 mil soldados buscaram os assassinos da missionária americana Dorothy Stang.
No Rio, a atual operação é a maior desde a Cimeira, reunião de chefes de Estados em 1999 que mobilizou 3200 soldados.
No Haiti, o Brasil mantém atualmente cerca de 1200 soldados em volta de favelas, como parte da força de paz da ONU.Revista Época - 13 de março de 2006
Acho que a ação do Exército está correta. Esta ação não pode ser avaliada pelos custos envolvidos, mas, sim pelo ato praticado. As críticas contrárias partindo de autoridades, principalmente do Rio de Janeiro, devem ser olhadas com precaução. Infelizmente não se sabe quem é quem. Esta ação está atrapalhando o interesse de muita gente "boa". As vaias e declarações dos morros, muitas vezes, são instigadas pelos traficantes que estão com seus negócios parados. A imprensa também, em sua maioria, não ajuda muito com suas críticas e ironias.
Acho que está passando a hora de a sociedade brasileira se unir e repensar o Brasil.
Um abraço!
Fernando Augusto Terra
- lelobh
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A imprensa e os consumidores influentes conseguiram.
Dom Pedro II, quando da visita ao campo de Batalha, Guerra do Paraguai.
Rebouças, 11 de setembro de 1865: "Informou-me o Capitão Amaral que o Imperador, em luta com os ministros que não queriam deixá-lo partir, cortou a discussão dizendo: " (D. Pedro II) Ainda me resta um recurso constitucional: Abdicar, e ir para o Rio Grande como um voluntário da Pátria."
Rebouças, 11 de setembro de 1865: "Informou-me o Capitão Amaral que o Imperador, em luta com os ministros que não queriam deixá-lo partir, cortou a discussão dizendo: " (D. Pedro II) Ainda me resta um recurso constitucional: Abdicar, e ir para o Rio Grande como um voluntário da Pátria."