1ª Mulher no Comando de um Navio da Marinha
Publicado em:
2006-03-03
No próximo dia 08 de Março, o Chefe do Estado-Maior da Armada, Almirante Fernando Melo Gomes, vai convidar a segundo-tenente Gisela Catarina Vaz Antunes, para comandar um navio da Marinha Portuguesa, o que acontece pela primeira vez desde 1992, ano em que a Marinha integrou elementos femininos nas suas unidades navais e em terra.
A segundo-tenente Gisela Antunes vai ser convidada para comandar o NRP “Sagitário”, uma lancha da classe Centauro. Este tipo de navios entrou ao serviço da Marinha e do País, em Março de 2001, com a missão de patrulha e vigilância costeira no Centro e Sul do Continente e, também, na Região Autónoma da Madeira.
A Tenente Gisela é natural de Coimbra e entrou para a Escola Naval em Outubro de 1998, tendo sido promovida a aspirante em Setembro de 2002. Realizou o tirocínio de embarque na corveta “João Roby” e na fragata “Comandante Sacadura Cabral”, desde Março de 2005 desempenha as funções de chefe do Serviço de Navegação da corveta “João Roby”.
O Chefe do Estado-Maior da Armada dirige o convite à Tenente Gisela Antunes no dia 08 de Março aproveitando, assim, para assinalar o Dia Internacional da Mulher, transformando este dia simbólico numa homenagem da Marinha às mulheres em geral e a esta oficial em particular.
A Marinha Portuguesa tem neste momento 675 militares femininos, distribuídos da seguinte forma:
- 170 Oficiais
- 54 Sargentos
- 451 Praças
Presentemente, a patente mais elevada dos militares femininos corresponde ao posto de capitão-tenente.
O ingresso de mulheres na Marinha revelou-se um desafio cultural e organizativo tendo provocado alterações, a nível interno, tais como: alteração de uniformes, remodelação dos navios, alojamentos em terra, adopção de cuidados de gestão que permitam o natural desenvolvimento das carreiras dos militares femininos em conformidade com os masculinos, etc. A progressão na carreira, estabelecida na legislação aplicável, é absolutamente igual para militares masculinos e femininos, tendo ambos que frequentar as mesmas acções de formação e tirocínios de embarque.
Do desempenho das mulheres na Marinha, importa realçar a participação, embarcadas, em diversos cenários operacionais, tais como na Guiné, Timor, Mediterrâneo Oriental, e recentemente, a participação da tenente Médica Filipa Albergaria e a sargento Enfermeira Rosário Henriques, que integraram em Dezembro último a missão de ajuda humanitária da NATO no Paquistão.
É ainda de destacar a primeira mulher piloto de helicóptero da Marinha, a Tenente Mónica Martins, que conseguiu o seu “brevet” em Novembro de 2005.
A presença das mulheres na Marinha é assim um exemplo de um desafio superado.
http://www.marinha.pt/Marinha/PT/Menu/N ... ndante.htm