Guerra no tráfico no RJ - mais um capítulo

Assuntos em discussão: Exército Brasileiro e exércitos estrangeiros, armamentos, equipamentos de exércitos em geral.

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rodrigo
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Guerra no tráfico no RJ - mais um capítulo

#1 Mensagem por rodrigo » Sex Fev 17, 2006 10:26 am

'Guerra maldita'

A guerra pelo controle do tráfico de drogas na Rocinha, iniciada às 18h30 de quarta-feira, só terminou por volta das 7h de ontem. No rastro das mais de dez horas de confronto entre quadrilhas rivais, cinco moradores da comunidade e um bandido mortos, oito pessoas feridas, 14 traficantes presos, um suspeito detido, o comércio no local fechado e medo e terror disseminados por bairros vizinhos à maior favela da América Latina.
Pela terceira vez em menos de um ano, moradores da Rocinha, da Gávea e de São Conrado, reféns do cotidiano de violência na cidade, assistiram a cenas de uma guerra civil. Do momento da invasão, detalhada num mapa apreendido pela polícia em uma calça largada por um dos bandidos, até a fuga desesperada, cerca de 40 traficantes de quatro favelas rivais impuseram o terror. Todos vestidos de preto, pintura de carvão no rosto e armados com fuzis, pistolas e granadas.

Para quem mora na favela, silêncio e medo marcaram o fim da noite e toda a madrugada, em grande parte dela às escuras depois que os bandidos explodiram um transformador de energia. Muitos sequer dormiram em casa, impedidos de subir.

Aos moradores dos bairros vizinhos, o exílio em casa já não parece ser suficiente. Desesperados, traficantes em fuga aterrorizaram algumas pessoas no Alto Leblon. Um bando invadiu um edifício na Sambaíba, onde o administrador de condomínio X., 42 anos, e dois funcionários passaram duas horas nas mãos dos bandidos. Eles, diversas vezes, ameaçaram queimar X. vivo.

Ao fim do confronto, diante de uma aparente normalidade, as autoridades de segurança repetiram o discurso. As favelas da Rocinha e do Pavão-Pavãozinho, em Copacabana, onde foi planejada a invasão, foram ocupadas por policiais militares, assim como o Alto Leblon teve o policiamento reforçado. Para as vítimas da guerra, horas sem sono, traumas e dor.

- Essa guerra maldita, que nunca termina, levou meu único sobrinho - desabafou Cristiane de Castro, tia do estudante Diego de Araújo Lima, 14 anos, morto por uma bala perdida no confronto.

http://jbonline.terra.com.br/
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Pânico chega ao Alto Leblon

Bando foge pela mata e invade prédio na Sambaíba

O pânico vivido pelos moradores do Alto Gávea não se limitou à tarde de quarta-feira, quando cerca de 40 homens vestidos de preto invadiram a Favela da Rocinha. O bando da facção criminosa Comando Vermelho (CV), que tentou tomar o morro, fugiu justamente pela região. Depois de atravessarem um portão que separa a Rua Caio Mário da mata, entraram na floresta e foram até o Alto Leblon, onde invadiram um prédio.
Vinte policiais do 23º BPM (Leblon) montaram um cerco na Rua Timóteo da Costa, ainda na noite de quarta, para prender os bandidos. Dois foram pegos quando desciam pela mata, por volta das 23h. Um deles estava baleado. Os PMs desistiram das buscas na mata e pouco depois da meia-noite foram acionados por seguranças particulares por causa da invasão por bandidos do edifício 699 da Rua Sambaíba.

Os criminosos estavam na mata localizada nos fundos do edifício e renderam o administrador do Condomínio Quintas e Quintais, e mais dois funcionários. Segundo a presidente da Associação Comercial do Leblon, Evelyn Rosenweig, os bandidos ficaram cerca de duas horas no prédio. O administrador chegou a sofrer ameaças de ser queimado vivo.

A invasão ocorreu à noite mas só por volta das 6h o síndico e o porteiro foram rendidos com golpes de gravata por quatro bandidos. Eles foram levados para a casa de máquinas. Vestidos como funcionários do local, dois criminosos saíram e foram presos. Os PMs negociaram a rendição dos outros dois - que acabaram capturados - e foram aplaudidos pelos moradores ao término da operação. A mulher de Leandro de Souza, 22 anos, um dos presos, aguardava em um táxi e também foi detida.

Às 7h de ontem, a polícia reiniciou as buscas no Alto Leblon e trocou tiros com traficantes. Cerca de 10 bandidos conseguiram fugir do cerco e interceptaram a Pajero da psicóloga Mônica Gonçalves, 40 anos, próximo ao Clube Federal, na Timóteo da Costa.

- Minha mulher estava levando nossa filha de um ano e meio à creche quando eles a mandaram descer. Ela pediu que a deixassem tirar a menina e correu - contou o engenheiro civil Sérgio Gonçalves, 47 anos, no Morro do Pavão-Pavãozinho, onde foi buscar o carro, recuperado pela PM horas depois.

Na mesma rua, bandidos roubaram o Fox branco de uma chilena, moradora do 699, assim que ela deixou o prédio. A professora de bioquímica Elba Bon, 50 anos, voltava de uma caminhada, na manhã de ontem, quando se deparou com o Caveirão (carro blindado do Batalhão de Operações Especiais) estacionado na porta de seu edifício.

- Pagamos o IPTU mais alto do Rio e é isso que temos em troca. A população está entregue - reclamou.

O engenheiro Luiz Fernando Gabaglia Penna, presidente da Associação de Moradores do Alto da Gávea, presenciou os dois lados da mesma viagem: a chegada dos traficantes, que atacaram pelo Clube Umuarama, pela Rua 1, e a fuga. Impressionado, ele contou:

- Moro há 24 anos aqui e nunca vi nada parecido. Os tiros faziam o Rio lembrar Beirute.

A PM apreendeu seis fuzis, 654 munições, oito carregadores e um celular. O material foi levado para a 15ª DP (Gávea).




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#2 Mensagem por rodrigo » Sex Fev 17, 2006 10:34 am

A guerra era previsível, principalmente depois que as unidades policiais que combatiam a guerra foram aquarteladas. Enquanto isso, na Assembléia Legislativa do RJ, os deputados estão revoltados com a abolvição do Coronel Ubiratan, mas nem uma palavra sobre o massacre dos inocentes da Rocinha:
http://www.alerj.rj.gov.br/sala_imprensa.htm




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#3 Mensagem por cabeça de martelo » Sex Fev 17, 2006 10:46 am

Nestes casos eu sou um extremista, se há pessoas ou entidades que estão a criar situações impossíveis de tolerar numa sociedade moderna e civilizada, então essa mesma sociedade deve reagir com toda a sua força. Que se envie as unidades que se tenha que enviar e acabem com a raça deles de uma vez por todas. Não pode haver zonas que não está sobre o braço da lei.
Para esses deputados que falam, falam, falam, mas não dizem nada eu digo; vejam a bandeira Brasileira. O que é que diz lá?! Não é, passem para cá o mensalão e o mensalinho e o povo que se lixe! Eu acho que os países mudam, mas os políticos são todos iguais, estão sempre preocupados com o politicamente correcto, em vez do que deve ser feito!




Carlos Mathias

#4 Mensagem por Carlos Mathias » Sex Fev 17, 2006 10:56 am

A Rocinha é a favela com o maior volume de venda de drogas do Rio, de longe, já que abastece a Zona Sul e seus mauricinhos e patricinhas. O volume de dinheiro envolvido é enorme e deste dinheiro alguma coisa(ou grande coisa) sai para a corrupção, convenientementre esquecida. Juntando A + B, será que existe interesse de quem tá levando muito dinheiro de lá em acabar como tráfico de drogas????

Corrupção amigo, esta é a grande praga do Brasil hoje e não adianta fazer leis e desenvolvimento econômico, este câncer vai continuar comendo a nossa sociedade... eu já perdi as esperanças de ver isso algum dia resolvido. :?




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#5 Mensagem por rodrigo » Sex Fev 17, 2006 12:25 pm

Secretário quer explicação sobre participação de policiais em festa no Rio
Segundo o secretário de Segurança Pública do Rio, festas não são proibidas, mas é preciso verificar se policiais escalados para o trabalho, no dia seguinte à tentativa de invasão da Rocinha, estavam na comemoração
Alexandre Rodrigues

Rio de Janeiro - O secretário de Segurança Pública do Rio, Marcelo Itagiba, disse na manhã desta sexta-feira que vai pedir à chefia da Polícia Civil para verificar se policiais da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) participaram de uma festa de confraternização ontem. O evento teria sido apelidado de "Corefolia". Segundo Itagiba, festas não são proibidas, mas é preciso verificar se policiais escalados para o trabalho, num dia como ontem, após a tentativa de invasão da Rocinha, estavam na comemoração.

O secretário participou na manhã de hoje da solenidade de recebimento de um helicóptero doado pelo governo federal e da incorporação de um avião que pertenceu ao traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, à Polícia Militar fluminense. Ao lado do secretário Nacional de Segurança Pública, Luiz Fernando Corrêa, Itagiba defendeu a criação de um ministério de Segurança Pública.

http://www11.estadao.com.br/ultimas/cid ... /17/85.htm




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#6 Mensagem por Rui Elias Maltez » Sex Fev 17, 2006 2:11 pm

Eu não entendo o que se passa.

Parece que o estado perdeu a autoridade e controlo sobre essas favelas, e até dá a sensação de que essa favelas sãio uma espécie de regiões autónomas que escapam á ordem do Estado brasileiro.

Acho que qualquer governo brasileuiro estadual ou federal deveria de uma vez por todas tomar medidas drástricas, como demolir certas partes das favelas que representem perigo para as investidas policiais, realojar pessoas em bairros sociais melhor controlados, acabar com essa coisa inacreditável dos presos terem celulares na prisão e assim se acabavam com as favelas.

Eu sei que a dimensão de uma favela do RJ é muito maior que os nossos bairros problemáticos, mas há que haver um princício para tudo.

O que parece que aconteceu, foi que durante décadas nenhum governo brasileiro de direita ou de esquerda mexeu uma palha para dar conta desse problema social.

Realojamento dos moradores, com prévio recenciamento de quem efectivamente vive nessas casas, relaojá-las fora desses morros, demolir partes dos bairros e depois, mã forte sobre as pandilhas de traficantes, nem que chamasem as FA's, como os israelitas fazem com os palestinos.

Nem que chamasse a aviação e bombardeassem essas bolsas de resistência.

Aos presos, eram campos de concentração e chicotada da forte á la Fidel.

Com um plano desses em 10 anos teriam o problema resolvido.




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Malandro
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#7 Mensagem por Malandro » Dom Fev 19, 2006 6:12 pm

Acho que qualquer governo brasileuiro estadual ou federal deveria de uma vez por todas tomar medidas drástricas, como demolir certas partes das favelas que representem perigo para as investidas policiais, realojar pessoas em bairros sociais melhor controlados, acabar com essa coisa inacreditável dos presos terem celulares na prisão e assim se acabavam com as favelas.


Ora mas aí entra nossa "isquerda" iluminada e diz que é um acinte tirar a pessoa de um terereno invadido e coisa e tal. Mesmo que seja para um lugar melhor !




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Clermont
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#8 Mensagem por Clermont » Dom Fev 19, 2006 7:15 pm

Eu não entendo o que se passa.

Parece que o estado perdeu a autoridade e controlo sobre essas favelas, e até dá a sensação de que essa favelas sãio uma espécie de regiões autónomas que escapam á ordem do Estado brasileiro.


"Parece" não. Perdeu, há muito tempo, mais especificamente, desde 1982, quando a abominável criatura conhecida como Leonel Brizola ganhou a eleição para governador do Rio de Janeiro. Para sermos justos, antes, sempre houve criminosos nas favelas. Já existia, inclusive, o próprio "Comando Vermelho" ainda em fase inicial (criado, muitos esquecem devido à burrice tanto da esquerda quanto dos militares da Ditadura).

Mas foi a chegada ao poder daquele homem nefasto que pavimentou o caminho para a perda do controle do estado dessas comunidades. Isso para não mencionar a enorme expansão das favelas no Rio de Janeiro. Eu ainda me lembro, naqueles anos, quando ia para a Zona Oeste da cidade, de passar por enormes extensões de terreno margeando a avenida Brasil, tomadas por invasores demarcando com cordas, os lotes para serem contruídos. E não pensem, vocês que são de fora, que se tratava, tão somente, de pessoas miseráveis lutando para sobreviver. Não, muitos eram oportunistas que invadiam para depois revender os lotes. Até mesmo igrejas evangélicas demarcavam terrenos para seus templos.

Acho que qualquer governo brasileuiro estadual ou federal deveria de uma vez por todas tomar medidas drástricas, como demolir certas partes das favelas que representem perigo para as investidas policiais, realojar pessoas em bairros sociais melhor controlados, acabar com essa coisa inacreditável dos presos terem celulares na prisão e assim se acabavam com as favelas.


Mas o governo não pode fazer uma coisa dessas! Os governos - tanto de esquerda quanto de direita mantém uma relação parasítica com essas comunidades - que é claro, em sua maioria são compostas por gente honesta. E não se pode esquecer que, aqui no RJ, tais termos são mais mesclados do que se possa imaginar - basta ver que todos os políticos de importância do estado foram gerados por Leonel Brizola.

Comunidades assim tão vastas, são um celeiro indispensável para as carreiras de nossos políticos. E não só deles, elas também são um campo de batalha das igrejas concorrentes (os Católicos e os Protestantes da versão pentecostalista). Muitas vezes, se esquece que foi a Igreja Católica (ou, pelo menos, sua versão esquerdista) quem contribuiu para a proliferação de favelas, que não ofereciam condição alguma de habitabilidade. Mas foram ocupadas somente por questões de demagogia esquerdista.

Como resultado disso tudo, como já apontou Malandro, foram criadas, através dos anos e de sucessivos governos de direita ou de esquerda, uma série de dispositivos legais que impedem ações drásticas para a remoção de favelas que ofereçam riscos aos próprios moradores quanto a sociedade em geral.

Quanto a questão dos celulares em presídios, é outra história. Eu vivo num país onde, graças ao Código Penal, os bandidos presos tem o direito de se amotinarem. Ou seja, uma vez debelada a rebelião, não se pode tomar medidas legais, como aumento de pena, ou transferência para prisão de segurança máxima. Pois os rebeldes estavam, apenas exercendo seu direito à rebelião. Quando o Governador do mais poderoso estado do Brasil, (São Paulo) pediu uma mudança de tal lei, foi admoestado pelo Ministro da Justiça do Governo Lula (aliás, um dos mais famosos advogados do país...)

Também é preciso criar caríssimos e inúteis esquemas eletrônicos anti-celular, quando seria muito mais simples botar quem fosse pego cometendo crimes com tais aparelhos em celas fortes, isto é, sem direito à visitas e a banho de sol. Por um tempo maior à cada reincidência, até mesmo, chegando a pena inteira. E que se dane se os presos iriam ficar doentes pela falta de sol...

Porém, vejam só! Uma coisa assim, tão banal, foi especificamente proibida pela Constituição Federal de 1988, a chamada "Constituição-Cidadã".

Eu sei que a dimensão de uma favela do RJ é muito maior que os nossos bairros problemáticos, mas há que haver um princício para tudo.


A favela da Rocinha tem mais de 200 mil habitantes aglomerados em barracos (de alvenaria ou de madeira). Quantas cidades portuguesas tem 200 mil habitantes? A escala do problema é gigantesca, e eu não vejo como será resolvido.

nem que chamasem as FA's, como os israelitas fazem com os palestinos.
Nem que chamasse a aviação e bombardeassem essas bolsas de resistência.


Eu espero que vc esteja pilheriando. O problema aqui é como lidar com elementos criminosos. Não se trata de uma comunidade em estado de insurreição por motivos étnicos, religiosos ou ideológicos. Da minha parte, antes de sequer cogitar em coisas assim, eu defenderia uma política de caça impiedosa e desvairada contra todos os viciados das áreas de elite da Zona Sul do Rio de Janeiro, e da comunidade artística, que são os principais culpados pela sustentação do tráfico de drogas na nossa cidade.

Permita-me a liberdade de oferecer um texto à leitura, localizado nesse mesmo fórum. É de um excelente professor de história que o escreveu como testemunho pessoal da realidade das favelas cariocas:

http://defesabrasil.com/forum/viewtopic.php?t=1353&highlight=favela+carioca




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#9 Mensagem por Vinicius Pimenta » Dom Fev 19, 2006 7:34 pm

Clermont, simplesmente perfeito.




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#10 Mensagem por CFB » Dom Fev 19, 2006 8:34 pm

Acabei de ver uma reportagem q diz q a ordem p/ invadir a Rocinha veio d um traficante q esta preso no complexo d bangu, da pra acreditar
Obs: O nome do bandido naum foi divulgado por medida de segurança




Apesar de todos os problemas, ainda confio no Brasil
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#11 Mensagem por talharim » Dom Fev 19, 2006 8:38 pm

O Clermont tá iluminado !

Nessas últimas semanas ele escreveu uma série de posts que podemos considerar entre os melhores da história do Fórum.


[009]




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Túlio
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#12 Mensagem por Túlio » Dom Fev 19, 2006 9:12 pm

Clermont escreveu:Quanto a questão dos celulares em presídios, é outra história. Eu vivo num país onde, graças ao Código Penal, os bandidos presos tem o direito de se amotinarem. Ou seja, uma vez debelada a rebelião, não se pode tomar medidas legais, como aumento de pena, ou transferência para prisão de segurança máxima. Pois os rebeldes estavam, apenas exercendo seu direito à rebelião. Quando o Governador do mais poderoso estado do Brasil, (São Paulo) pediu uma mudança de tal lei, foi admoestado pelo Ministro da Justiça do Governo Lula (aliás, um dos mais famosos advogados do país...)

Também é preciso criar caríssimos e inúteis esquemas eletrônicos anti-celular, quando seria muito mais simples botar quem fosse pego cometendo crimes com tais aparelhos em celas fortes, isto é, sem direito à visitas e a banho de sol. Por um tempo maior à cada reincidência, até mesmo, chegando a pena inteira. E que se dane se os presos iriam ficar doentes pela falta de sol...

Porém, vejam só! Uma coisa assim, tão banal, foi especificamente proibida pela Constituição Federal de 1988, a chamada "Constituição-Cidadã".



Na realidade, após o cometimento de um crime, o sujeito é enquadrado no CP - Código Penal - que define o crime e comina a pena. Durante o processo, passa a valer o CPP - Código de Processo Penal - que define as regras e preceitos pelos quais a possível culpa ou não será averiguada. Após a condenação e o subsequente envio do sujeito, então chamado 'paciente' - vai vendo - ao Sistema Penitenciário, passa a valer a famigerada, porque ultra-criminógena, Lei 7.210, também conhecida como LEP - Lei de Execuções Penais. Meu trabalho é feito sempre com um olho nela. Então:
:arrow: Pela LEP, os presos podem ter celular, SIM! Todos os dispositivos que proibem isso existem ao arrepio da LEP. Senão vejamos:
Art. 41 - Constituem direitos do preso:

I - alimentação suficiente e vestuário;

II - atribuição de trabalho e sua remuneração;

III - previdência social;

IV - constituição de pecúlio;

V - proporcionalidade na distribuição do tempo para o trabalho, o descanso e a recreação;

Vl - exercício das atividades profissionais, intelectuais, artísticas e desportivas anteriores, desde que compatíveis com a execução da pena;

Vll - assistência material, à saúde, jurídica, educacional, social e religiosa;

Vlll - proteção contra qualquer forma de sensacionalismo;

IX - entrevista pessoal e reservada com o advogado;

X - visita do cônjuge, da companheira, de parentes e amigos em dias determinados;

Xl - chamamento nominal;

Xll - igualdade de tratamento salvo quanto às exigências da individualização da pena;

Xlll - audiência especial com o diretor do estabelecimento;

XIV - representação e petição a qualquer autoridade, em defesa de direito;

XV - contato com o mundo exterior por meio de correspondência escrita, da leitura e de outros meios de informação que não comprometam a moral e os bons costumes
Celular não compromete a moral e bons costumes, num é? Mas compromete OUTRAS coisas... A bem da verdade, quando a LEP foi promulgada, não existia celular...
Aliás, a maioria da população deste País estaria muito bem se a LEP fosse aplicada integralmente AOS TRABALHADORES. Como não o é nem aos presos...

Sei lá, para mim a penalogia verdadeiramente criminócida neste País passa necessariamente pela Pena de Trabalhos Forçados, mas...
XLVII - não haverá penas:

a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do Art. 84, XIX;

b) de caráter perpétuo;

c) de trabalhos forçados

d) de banimento;

e) cruéis;

Eu diria que, para o vago, a letra 'c' é a definição da 'e' - trabalho forçado é crueldade. :twisted:

Ademais, quando os vagos incendeiam colchões, serram grades e quebram paredes e outros bens públicos, não se pode enquadrá-los em algo como 'dano ao patrimônio público', eis que a grande maioria dos Juízes de Execução que conheço são BEM esquerdistas, cheios de benevolências com as 'pobres vítimas sociais', e NÃO ACEITAM a denúncia, que o Ministério Público, em linhas gerais, aceita oferecer.

Sad but true...




“Look at these people. Wandering around with absolutely no idea what's about to happen.”

P. Sullivan (Margin Call, 2011)
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#13 Mensagem por ZeRo4 » Dom Fev 19, 2006 11:52 pm

No Brasil vagabundo pode tudo rapaz... quem não pode é policial!




As GATs e RPs estão em toda cidade!

Como diria Bezerra da Silva: "Malandro é Malandro... Mané é Mané..." ;)
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#14 Mensagem por Vinicius Pimenta » Seg Fev 20, 2006 1:53 am

É verdade. Enquanto tivermos como "Ministro" da (In)Justiça uma pessoa do tipo Márcio Tomaz Bastos, não há muito o que fazer.

Agora a pergunta que não quer calar: cadê a FNSP e seus treinadíssimos 10 mil homens?




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Rui Elias Maltez
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#15 Mensagem por Rui Elias Maltez » Seg Fev 20, 2006 11:49 am

Clermont:

Pelo que vejo o problema é mesmo de difícil resolução.

Parece que a situação criada por essas gigantescas favelas e a situação dos presos está "blindada" por uma legislação politicamente correcta.

Certo?

Aí, como cá, a esmagadora maioria das pessoas que vivem nesses bairros são gente boa, trabalhadora, e são só 5% ou menos que dão má fama aos bairros.

E se há tráfico, é porque há consumo de drogas, e só consome quem tem dinheiro.

Os que não moram nas favelas é que consomem.

Mas tudo tem que ter um princípio.

O trabalho é gigantesco.

Uma favela (a da Rocinha como 200.000 hab :shock: ) mas há que legislar, há que recencear os moradores e construir bairros para ralojamento.

Há que ir diminuindo a densidade dos moradores e de edificado dessas favelas.

Criar espaços amplos e descontinuados nessas favelas, com largos e ruas mercê da demoliçao das casas e respectivo realojamento dos moradores.

E dar caça grossa aos traficantes, nem que seja à bomba.

Ou de outro odo, o RJ acabará por se tornar numa conferedarão de micro-estados onde o Estado federal e central não tem poder nem soberania.

É essa a imagem que passa do Brasil para fora, com mais essa rebelião na Rocinha que está a passar nos telejornais de todo o mundo.

__________


E vá lá que a notícia de ontem relativa ao RJ até que foi boa:

Passou a reportagem do mega-concerto dos Rolling Stones na praia :wink:




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