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Modernização dos F-16 rende 143M€ de contrapartidas
A modernização das esquadras de F-16 da Força Aérea vai render 143 milhões de euros de contrapartidas para a indústria, cabendo metade à OGMA, revelou esta quinta-feira o presidente da Comissão de Contrapartidas (CPC).
O contrato de contrapartidas para o «Mid Life Upgrade» dos F- 16, assinado quinta-feira à noite entre o Estado e a norte-americana Lockheed Martin, eleva para perto de três mil milhões de euros o total de contrapartidas contratadas nos últimos anos, através dos diversos programas de modernização de equipamento das Forças Armadas.
Segundo afirmou Rui Neves à agência Lusa, a OGMA - Indústria Aeronáutica de Portugal vai receber, através de contratos de fabrico com a Lockheed Martin, perto de 40% (57 milhões de euros) do total de contrapartidas previsto no acordo com o fabricante norte-americano.
Este montante eleva para perto de 335 milhões de euros as contrapartidas contratadas esta semana para a OGMA, controlada pela brasileira Embraer, somados os 275 milhões de euros através da aquisição dos novos aviões tácticos.
O contrato de aquisição destes aviões será assinado na sexta- feira entre o Estado português e a EADS/CASA, fabricante dos 12 aparelhos C-295, que vão substituir a frota de Aviocar.
A OGMA vai receber em contrapartidas perto de 50% do total a pagar pelo Estado, 460 milhões de euros, e não 80% como incorrectamente a agência Lusa referiu na terça-feira.
De acordo com Rui Neves, as restantes contrapartidas serão executadas por outras empresas e institutos, que serão posteriormente seleccionadas pela CPC, prevendo-se para já a participação do Instituto da Soldadura e Qualidade (ISQ).
Neste segundo grupo, adiantou, a CPC pretende também incluir empresas do sector farmacêutico, que serão beneficiadas por contratos de exportação para os Estados Unidos, país de origem da Lockheed Martin.
A agência Lusa contactou o Ministério da Defesa que não se mostrou disponível para esclarecimentos sobre o contrato de modernização dos F-16.
O programa de «Mid Life Upgrade» prevê dotar os F-16 portugueses da mais avançada tecnologia na aviação de caça mundial.
Está prevista a instalação de um computador de voo, actualização do programa de software de combate, redesenho do cockpit com apresentação digital do cenário de combate, novos radares, identificador electrónico de aeronaves, GPS, Data Modem, capacidade de visão nocturna e sistemas electrónicos de auto-protecção.
Os F-16 MLU passarão a ter capacidade de detecção de alvos aéreos e terrestres a longa distância, operação em quaisquer condições meteorológicas, de dia ou de noite, identificação electrónica de aeronaves, comunicação de dados e emprego de mísseis de longo alcance e de armamento de precisão inteligente (Laser e GPS).
Diário Digital / Lusa
16-02-2006 17:20:00