FHC X LULA
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- rodrigo
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08/02/2006 - 16h10
Lula segue dieta e não bebe há 40 dias, diz Furlan
ANDREA WELLBAUM
da BBC Brasil, em Argel, Argélia
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva não bebe há 40 dias, disse nesta quarta-feira o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, em Argel, a capital da Argélia.
"Ele vem seguindo à risca o regime dele, inclusive está abstêmio há cerca de 40 dias", disse Furlan, que, ao lado de outros seis ministros, acompanha Lula em um giro por quatro países africanos.
"Ele só toma coca light e a gente tem que acompanhá-lo", disse ele, rindo.
http://www1.folha.uol.com.br/folha/bbc/ ... 0732.shtml
E alguém perguntou alguma coisa? Essa risada no fim estragou a brincadeira.
Lula segue dieta e não bebe há 40 dias, diz Furlan
ANDREA WELLBAUM
da BBC Brasil, em Argel, Argélia
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva não bebe há 40 dias, disse nesta quarta-feira o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, em Argel, a capital da Argélia.
"Ele vem seguindo à risca o regime dele, inclusive está abstêmio há cerca de 40 dias", disse Furlan, que, ao lado de outros seis ministros, acompanha Lula em um giro por quatro países africanos.
"Ele só toma coca light e a gente tem que acompanhá-lo", disse ele, rindo.
http://www1.folha.uol.com.br/folha/bbc/ ... 0732.shtml
E alguém perguntou alguma coisa? Essa risada no fim estragou a brincadeira.
"O correr da vida embrulha tudo,
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."
João Guimarães Rosa
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."
João Guimarães Rosa
- Luís Henrique
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Nossa, esse cara não gosta nem um pouco do FHC, vejam que texto interessante.
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O MUNDO PELO AVESSO
Réquiem para o Menem brasileiro
FHC optou por lançar seu livro de memórias nos EUA, como se prestasse contas do seu mandato a quem de fato o colocou lá. Para quem suspirava com a idéia de ser um misto de Mitterrand e Felipe Gonzalez, parecer Carlos Menem deve ferir o orgulho.
Emir Sader
Bem que ele sonhava com algo que acreditava que pudesse ser mais digno. Afinal, quando como suposto social-democrata brasileiro, ele encarnou por aqui o “consenso de Washington” e o “pensamento único” – através do qual acreditou ter produzido sua obra-prima, o Plano Real. Olhava para a Europa e suspirava com a idéia de ser um misto de Mitterrand e Felipe Gonzalez. Teve a ajuda direta do marqueteiro de Clinton e acabou tendo de se conformar com a “terceira via”, já que aqueles dois já haviam caído no ocaso, sob graves acusações de corrupção.
Mitterrand, pelo menos, depois de abandonar qualquer prurido socialista, quando triunfou definitivamente seu atlantismo original e aderiu ao neoliberalismo, buscou consolação na figura de De Gaulle, tentando se identificar com a nação francesa, por cima das ideologias. Já Felipe Gonzalez se deu conta da corrupção que grassava no seu governo e no seu partido, depois de ter introduzido a flexibilização laboral, chegando à taxa recorde de 25% de desemprego. Então, refugiou-se nos bastidores, nunca mais se candidatou a nada, com medo de que os processos voltassem à tona, já com vários ex-ministros presos.
Ele sonhava com pelo menos algo como Carter – ter uma fundação, circular pelo mundo como ex-mandatário, mais além da graninha que descolava com conferências – especialmente nos EUA, na esteira dos seus amigos clintonianos. Não podia ambicionar ao que pretendeu Mitterrand, porque se condenou a “virar a página do getulhismo”, não podendo pretender herdar a aura de Vargas. Recebeu de presente dos empresários a quem havia presenteado com as privatizações uma sede luxuosíssima em São Paulo, mas de nada adiantou.
As pesquisas o indicam perpetuado como o eventual candidato com maior rejeição. O tempo passa, mas a condenação do seu governo, fracassado, apesar da exaltação da mídia – que depois de perder Collor o elegeu como seu queridinho –, o persegue como um pesadelo.
Seus verdadeiros parceiros foram Alberto Fujimori, Salinas de Gortari, Carlos Andrés Perez, Carlos Menem – todos processados e condenados, fugitivos, sofrendo o opróbrio dos seus povos. Gostaria de continuar convivendo com Antony Giddens e com Alain Touraine, mas sua decadência o condena a reunir-se com Jorge Bornhausen e com Artur Virgilio, figuras que ele despreza pela mediocridade e pelo grotesco que representam, mas às quais ele se assemelha cada vez mais.
Como havia sido eleito com a ajuda de Clinton, a quem agradeceu, entre outras coisas, com a licitação forjada do Sivam – a Raytheon foi dos maiores contribuintes da campanha do ex-presidente dos EUA –, além do grotesco elogio que o devota atualmente – e que faz Clinton o considerar um pobre diabo decadente –, agora lançou suas memórias nos EUA. Como se prestasse contas do seu mandato a quem deveu o seu mandato – aos estadunidenses. Esse o significado de lançar no império, ao invés de fazê-lo aqui, suas memórias. Os norte-americanos saberiam – se tivessem tido a sandice de comprar seu livro – de suas confissões de ex-presidente acidental antes do que os brasileiros.
O acidental foi decifrado, desde o começo, por José Luis Fiori: o plano de estabilização estava pronto, faltava quem o aplicasse. Collor tentou e acabou fracassando. Aí o ex-sociólogo vestiu a carapuça. O acidente se chamava PC Farias, que bloqueou o mandato de Collor e tornou FHC presidente acidental. Não um presidente que formulou um plano, mas que vestiu a carapuça de um plano pronto.
Hoje ele viaja a Washington e na saída ataca a Venezuela – música para os ouvidos bushianos. Tornou-se o homem dos gringos no Brasil (apesar de ter buscado três vezes contatos com o presidente venezuelano para, bem ao seu estilo, desmentir o que disse, para não parecer excessivamente de direita, para o que não teve retorno algum).
Por aqui, é o homem da direita e da extrema-direita. Pobre diabo, que escorrega de incontinência verbal em incontinência verbal, roxo de inveja por seu sucessor – de origem operária, do ABC paulista, que nunca leu Max Weber – estar usufruindo do sucesso internacional que ele gostaria de ter tido; em lugar de se parecer com Mitterrand, ou Felipe Gonzalez, ou Clinton, se assemelha mais a um vizinho e ex-colega: Carlos Menem.
Decadente como Menem, fracassado como Menem, prestes a ser denunciado pelos escândalos das privatizações como Menem, torpe como Menem, neoliberal como Menem, privatizador como Menem. Merece um tango como Menem. Talvez “Cambalache”, por seu tom depressivo. Ou apenas uma milonga.
Ainda tropeçará no seu orgulho ferido por alguns anos, unindo vexames a novos vexames na sua biografia – que ninguém escreverá –, sem a coragem de um réquiem merecido: uma nova candidatura, que sabe previamente condenada à derrota vergonhosa, como julgamento do governo mais antinacional, mais antipopular e mais corrupto da história brasileira.
Seria o epitáfio que ele merece: uma campanha em que, qualquer que seja o seu preposto, carregará a sombra do seu fracasso, e se tornará um novo plebiscito sobre seus malditos oito anos. Ainda não apareceram as últimas poeiras que lhe esperam no chão da sua decadência.
* Emir Sader é cientista social e professor da Universidade Estadual do Rio de Janeiro.
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O MUNDO PELO AVESSO
Réquiem para o Menem brasileiro
FHC optou por lançar seu livro de memórias nos EUA, como se prestasse contas do seu mandato a quem de fato o colocou lá. Para quem suspirava com a idéia de ser um misto de Mitterrand e Felipe Gonzalez, parecer Carlos Menem deve ferir o orgulho.
Emir Sader
Bem que ele sonhava com algo que acreditava que pudesse ser mais digno. Afinal, quando como suposto social-democrata brasileiro, ele encarnou por aqui o “consenso de Washington” e o “pensamento único” – através do qual acreditou ter produzido sua obra-prima, o Plano Real. Olhava para a Europa e suspirava com a idéia de ser um misto de Mitterrand e Felipe Gonzalez. Teve a ajuda direta do marqueteiro de Clinton e acabou tendo de se conformar com a “terceira via”, já que aqueles dois já haviam caído no ocaso, sob graves acusações de corrupção.
Mitterrand, pelo menos, depois de abandonar qualquer prurido socialista, quando triunfou definitivamente seu atlantismo original e aderiu ao neoliberalismo, buscou consolação na figura de De Gaulle, tentando se identificar com a nação francesa, por cima das ideologias. Já Felipe Gonzalez se deu conta da corrupção que grassava no seu governo e no seu partido, depois de ter introduzido a flexibilização laboral, chegando à taxa recorde de 25% de desemprego. Então, refugiou-se nos bastidores, nunca mais se candidatou a nada, com medo de que os processos voltassem à tona, já com vários ex-ministros presos.
Ele sonhava com pelo menos algo como Carter – ter uma fundação, circular pelo mundo como ex-mandatário, mais além da graninha que descolava com conferências – especialmente nos EUA, na esteira dos seus amigos clintonianos. Não podia ambicionar ao que pretendeu Mitterrand, porque se condenou a “virar a página do getulhismo”, não podendo pretender herdar a aura de Vargas. Recebeu de presente dos empresários a quem havia presenteado com as privatizações uma sede luxuosíssima em São Paulo, mas de nada adiantou.
As pesquisas o indicam perpetuado como o eventual candidato com maior rejeição. O tempo passa, mas a condenação do seu governo, fracassado, apesar da exaltação da mídia – que depois de perder Collor o elegeu como seu queridinho –, o persegue como um pesadelo.
Seus verdadeiros parceiros foram Alberto Fujimori, Salinas de Gortari, Carlos Andrés Perez, Carlos Menem – todos processados e condenados, fugitivos, sofrendo o opróbrio dos seus povos. Gostaria de continuar convivendo com Antony Giddens e com Alain Touraine, mas sua decadência o condena a reunir-se com Jorge Bornhausen e com Artur Virgilio, figuras que ele despreza pela mediocridade e pelo grotesco que representam, mas às quais ele se assemelha cada vez mais.
Como havia sido eleito com a ajuda de Clinton, a quem agradeceu, entre outras coisas, com a licitação forjada do Sivam – a Raytheon foi dos maiores contribuintes da campanha do ex-presidente dos EUA –, além do grotesco elogio que o devota atualmente – e que faz Clinton o considerar um pobre diabo decadente –, agora lançou suas memórias nos EUA. Como se prestasse contas do seu mandato a quem deveu o seu mandato – aos estadunidenses. Esse o significado de lançar no império, ao invés de fazê-lo aqui, suas memórias. Os norte-americanos saberiam – se tivessem tido a sandice de comprar seu livro – de suas confissões de ex-presidente acidental antes do que os brasileiros.
O acidental foi decifrado, desde o começo, por José Luis Fiori: o plano de estabilização estava pronto, faltava quem o aplicasse. Collor tentou e acabou fracassando. Aí o ex-sociólogo vestiu a carapuça. O acidente se chamava PC Farias, que bloqueou o mandato de Collor e tornou FHC presidente acidental. Não um presidente que formulou um plano, mas que vestiu a carapuça de um plano pronto.
Hoje ele viaja a Washington e na saída ataca a Venezuela – música para os ouvidos bushianos. Tornou-se o homem dos gringos no Brasil (apesar de ter buscado três vezes contatos com o presidente venezuelano para, bem ao seu estilo, desmentir o que disse, para não parecer excessivamente de direita, para o que não teve retorno algum).
Por aqui, é o homem da direita e da extrema-direita. Pobre diabo, que escorrega de incontinência verbal em incontinência verbal, roxo de inveja por seu sucessor – de origem operária, do ABC paulista, que nunca leu Max Weber – estar usufruindo do sucesso internacional que ele gostaria de ter tido; em lugar de se parecer com Mitterrand, ou Felipe Gonzalez, ou Clinton, se assemelha mais a um vizinho e ex-colega: Carlos Menem.
Decadente como Menem, fracassado como Menem, prestes a ser denunciado pelos escândalos das privatizações como Menem, torpe como Menem, neoliberal como Menem, privatizador como Menem. Merece um tango como Menem. Talvez “Cambalache”, por seu tom depressivo. Ou apenas uma milonga.
Ainda tropeçará no seu orgulho ferido por alguns anos, unindo vexames a novos vexames na sua biografia – que ninguém escreverá –, sem a coragem de um réquiem merecido: uma nova candidatura, que sabe previamente condenada à derrota vergonhosa, como julgamento do governo mais antinacional, mais antipopular e mais corrupto da história brasileira.
Seria o epitáfio que ele merece: uma campanha em que, qualquer que seja o seu preposto, carregará a sombra do seu fracasso, e se tornará um novo plebiscito sobre seus malditos oito anos. Ainda não apareceram as últimas poeiras que lhe esperam no chão da sua decadência.
* Emir Sader é cientista social e professor da Universidade Estadual do Rio de Janeiro.
- Cmdt :Tomy Frankys
- Intermediário
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O MUNDO PELO AVESSO
Réquiem para o Menem brasileiro
FHC optou por lançar seu livro de memórias nos EUA, como se prestasse contas do seu mandato a quem de fato o colocou lá. Para quem suspirava com a idéia de ser um misto de Mitterrand e Felipe Gonzalez, parecer Carlos Menem deve ferir o orgulho.
Emir Sader
Bem que ele sonhava com algo que acreditava que pudesse ser mais digno. Afinal, quando como suposto social-democrata brasileiro, ele encarnou por aqui o “consenso de Washington” e o “pensamento único” – através do qual acreditou ter produzido sua obra-prima, o Plano Real. Olhava para a Europa e suspirava com a idéia de ser um misto de Mitterrand e Felipe Gonzalez. Teve a ajuda direta do marqueteiro de Clinton e acabou tendo de se conformar com a “terceira via”, já que aqueles dois já haviam caído no ocaso, sob graves acusações de corrupção.
Mitterrand, pelo menos, depois de abandonar qualquer prurido socialista, quando triunfou definitivamente seu atlantismo original e aderiu ao neoliberalismo, buscou consolação na figura de De Gaulle, tentando se identificar com a nação francesa, por cima das ideologias. Já Felipe Gonzalez se deu conta da corrupção que grassava no seu governo e no seu partido, depois de ter introduzido a flexibilização laboral, chegando à taxa recorde de 25% de desemprego. Então, refugiou-se nos bastidores, nunca mais se candidatou a nada, com medo de que os processos voltassem à tona, já com vários ex-ministros presos.
Ele sonhava com pelo menos algo como Carter – ter uma fundação, circular pelo mundo como ex-mandatário, mais além da graninha que descolava com conferências – especialmente nos EUA, na esteira dos seus amigos clintonianos. Não podia ambicionar ao que pretendeu Mitterrand, porque se condenou a “virar a página do getulhismo”, não podendo pretender herdar a aura de Vargas. Recebeu de presente dos empresários a quem havia presenteado com as privatizações uma sede luxuosíssima em São Paulo, mas de nada adiantou.
As pesquisas o indicam perpetuado como o eventual candidato com maior rejeição. O tempo passa, mas a condenação do seu governo, fracassado, apesar da exaltação da mídia – que depois de perder Collor o elegeu como seu queridinho –, o persegue como um pesadelo.
Seus verdadeiros parceiros foram Alberto Fujimori, Salinas de Gortari, Carlos Andrés Perez, Carlos Menem – todos processados e condenados, fugitivos, sofrendo o opróbrio dos seus povos. Gostaria de continuar convivendo com Antony Giddens e com Alain Touraine, mas sua decadência o condena a reunir-se com Jorge Bornhausen e com Artur Virgilio, figuras que ele despreza pela mediocridade e pelo grotesco que representam, mas às quais ele se assemelha cada vez mais.
Como havia sido eleito com a ajuda de Clinton, a quem agradeceu, entre outras coisas, com a licitação forjada do Sivam – a Raytheon foi dos maiores contribuintes da campanha do ex-presidente dos EUA –, além do grotesco elogio que o devota atualmente – e que faz Clinton o considerar um pobre diabo decadente –, agora lançou suas memórias nos EUA. Como se prestasse contas do seu mandato a quem deveu o seu mandato – aos estadunidenses. Esse o significado de lançar no império, ao invés de fazê-lo aqui, suas memórias. Os norte-americanos saberiam – se tivessem tido a sandice de comprar seu livro – de suas confissões de ex-presidente acidental antes do que os brasileiros.
O acidental foi decifrado, desde o começo, por José Luis Fiori: o plano de estabilização estava pronto, faltava quem o aplicasse. Collor tentou e acabou fracassando. Aí o ex-sociólogo vestiu a carapuça. O acidente se chamava PC Farias, que bloqueou o mandato de Collor e tornou FHC presidente acidental. Não um presidente que formulou um plano, mas que vestiu a carapuça de um plano pronto.
Hoje ele viaja a Washington e na saída ataca a Venezuela – música para os ouvidos bushianos. Tornou-se o homem dos gringos no Brasil (apesar de ter buscado três vezes contatos com o presidente venezuelano para, bem ao seu estilo, desmentir o que disse, para não parecer excessivamente de direita, para o que não teve retorno algum).
Por aqui, é o homem da direita e da extrema-direita. Pobre diabo, que escorrega de incontinência verbal em incontinência verbal, roxo de inveja por seu sucessor – de origem operária, do ABC paulista, que nunca leu Max Weber – estar usufruindo do sucesso internacional que ele gostaria de ter tido; em lugar de se parecer com Mitterrand, ou Felipe Gonzalez, ou Clinton, se assemelha mais a um vizinho e ex-colega: Carlos Menem.
Decadente como Menem, fracassado como Menem, prestes a ser denunciado pelos escândalos das privatizações como Menem, torpe como Menem, neoliberal como Menem, privatizador como Menem. Merece um tango como Menem. Talvez “Cambalache”, por seu tom depressivo. Ou apenas uma milonga.
Ainda tropeçará no seu orgulho ferido por alguns anos, unindo vexames a novos vexames na sua biografia – que ninguém escreverá –, sem a coragem de um réquiem merecido: uma nova candidatura, que sabe previamente condenada à derrota vergonhosa, como julgamento do governo mais antinacional, mais antipopular e mais corrupto da história brasileira.
Seria o epitáfio que ele merece: uma campanha em que, qualquer que seja o seu preposto, carregará a sombra do seu fracasso, e se tornará um novo plebiscito sobre seus malditos oito anos. Ainda não apareceram as últimas poeiras que lhe esperam no chão da sua decadência.
* Emir Sader é cientista social e professor da Universidade Estadual do Rio de Janeiro.
Meu deus , Excelente texto !!!!!!!
- Túlio
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rodrigo escreveu:08/02/2006 - 16h10
Lula segue dieta e não bebe há 40 dias, diz Furlan
Pows, vou dizer de novo:
O QUE QUE TODO MUNDO TEM CONTRA ALGUÉM QUE TOMA SEUS TRAGUITOS, HEIN???
Ps.: ainda esgoelo um... Hic!
“Look at these people. Wandering around with absolutely no idea what's about to happen.”
P. Sullivan (Margin Call, 2011)
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Cmdt :Tomy Frankys escreveu:Morcego escreveu:Ela não sofre boicote algum, Chavez hoje faz o papel que a URSS fez para fidel; e não tem problema algum.
A Ajuda que Chavez dá a Cuba é insignificante.
AGORA NÃO ME VENHA VC , me falar que por exemplo , Alemanha , Itália , Japão , Canadá dessem uma suposta ajuda financeira a Cuba , ajudando a modernizar seu parque industrial os EUA não iriam interferir ! Vc acha que NÃO?
Cara CAPITALISMO, os caras não odeiam o SATÃ CAPITALISTA???, então pq reclamam DE UM "eMbargo"; agora além de TUDO SOMOS OBRIGADOS em ajudar quem NOS ODEIA??
desculpe mas PAPAI NOEL NÃO EXISTE, se o capital e a globalização são ruins NÃO TEM NADA QUE RECLAMAR que ninguém investi la.
Cmdt :Tomy Frankys escreveu:Vc ja procurou saber como é a Avançada medicina brasileira???, temos problemas MAS LA ELES TB tem, o nosso problema tem mais que ver com CORRUPÇÃO E DESVIO do dinheiro,, O DELES é pq simplesmente LA NÃO TEM DINHEIRO.
Hunmmmmm sim entendo!
Incrível que mesmo Cuba sofrendo um BOICOTE,
não acho que exista BOICOTE.
Cmdt :Tomy Frankys escreveu:eles conseguem manter uma medicina a nível de Pais de primeiro mundo , as vezes até superior.
APÓS 30 anos mamando na teta da URSS acredite SE EU GOVERNO A BAIXADA SANTISTA, assim, TB ia ser uma maravilha SANTOS E REGIÃO.
TODA VAI, melhor assim.
Cmdt :Tomy Frankys escreveu:morcego escreveu:Nesse ponto vc não parece ser coerente, POIS vejamos, se o LINDO MARAVILHOS SISTEMA DE SAÚDE DE CUBA respalda QUE FIDEL seja o novo FUHER dos cubanos POR 40 anos, então devem todos os SOCIO-COMUNISTAS sair as ruas com faixas: VOLTA AI-5, AFINAL os milicos pegaram o pais em 49ª economia do pais E ENTREGARAM na 8ª, com inegáveis avanços.
Falar o que ????
GERALMENTE CONTRA FATOS não existem ARGUMENTOS, e infelizmente ALGUNS para não dar o braço a torcer se tornam ARROGANTES.
- VICTOR
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"O capitalismo faz as pessoas desigualmente ricas, e o comunismo faz as pessoas igualmente pobres". Thomas L. Friedman
Ué! Então? Está livre do imperialismo ianque e seu demoníaco capitalismo. Uma dádiva, propalada aos quatro ventos nas manifestações do PT, PSTU, PCO e congêneres. Acho isso uma incoerência dos comunistas.
- Morte aos ianques! Fora USA! Ianques go home!
Eles vão embora. Quarenta anos depois:
- Somos miseráveis por causa dos ianques, que resolveram "go home".
PERGUNTA:
- Porque nunca nenhum país adepto da "democracia burguesa" teve que construir um muro para impedir que seus cidadãos fujam para o paraíso comunista?
- Oras, mas o Haiti não é comunista mas é miserável. Long live Cuba! Não é bem assim. O fato do Haiti ser miserável não autoriza uma ditadura sanguinária como a de Fidel. A resposta é educação, educação. Não é preciso matar ninguém para fazer isso. Ah, mas os brasileiros também fogem para os EUA. Nada a ver. O brasileiro que foge para os EUA seria classe média-alta em Cuba. O fato de haver pobres aqui também não faz com que a soução seja criar um "tribunal revolucionário" e executar centenas de pessoas, coisa que muito acham lindo.
Cuba não é uma democracia nem aqui nem na China. Só as publicações chamadas "Vermelho", com correspondentes que são militantes do PC do B, tentam propalar essa falsa idéia. Há comitês de polícia política (CDRs, Comitês de Defesa da Revolução) em cada canto. Não há eleições para cargos realmente importantes, apenas para cargos municipais que sabe-se lá se fazem algo mais que perfumaria, e ainda sim sob vigilância dos CDRs. Os meios de comunicação não têm liberdade. Grande democracia essa.
O Brasil não é uma verdadeira democracia, pode até ser, há um longo caminho para nossa jovem democracia aos moldes ocidentais. Mas por causa disso, querer transformar o país numa ditadura com CDRs e censura me parece uma péssima idéia.
Cmdt :Tomy Frankys escreveu:Olá Querida Mariana!
Cuba esta atrasa 40 anos , pq não sei se VC sabe mas ela sofre um pequeno Boicote.
Ué! Então? Está livre do imperialismo ianque e seu demoníaco capitalismo. Uma dádiva, propalada aos quatro ventos nas manifestações do PT, PSTU, PCO e congêneres. Acho isso uma incoerência dos comunistas.
- Morte aos ianques! Fora USA! Ianques go home!
Eles vão embora. Quarenta anos depois:
- Somos miseráveis por causa dos ianques, que resolveram "go home".
PERGUNTA:
- Porque nunca nenhum país adepto da "democracia burguesa" teve que construir um muro para impedir que seus cidadãos fujam para o paraíso comunista?
- Oras, mas o Haiti não é comunista mas é miserável. Long live Cuba! Não é bem assim. O fato do Haiti ser miserável não autoriza uma ditadura sanguinária como a de Fidel. A resposta é educação, educação. Não é preciso matar ninguém para fazer isso. Ah, mas os brasileiros também fogem para os EUA. Nada a ver. O brasileiro que foge para os EUA seria classe média-alta em Cuba. O fato de haver pobres aqui também não faz com que a soução seja criar um "tribunal revolucionário" e executar centenas de pessoas, coisa que muito acham lindo.
Cuba não é uma democracia nem aqui nem na China. Só as publicações chamadas "Vermelho", com correspondentes que são militantes do PC do B, tentam propalar essa falsa idéia. Há comitês de polícia política (CDRs, Comitês de Defesa da Revolução) em cada canto. Não há eleições para cargos realmente importantes, apenas para cargos municipais que sabe-se lá se fazem algo mais que perfumaria, e ainda sim sob vigilância dos CDRs. Os meios de comunicação não têm liberdade. Grande democracia essa.
O Brasil não é uma verdadeira democracia, pode até ser, há um longo caminho para nossa jovem democracia aos moldes ocidentais. Mas por causa disso, querer transformar o país numa ditadura com CDRs e censura me parece uma péssima idéia.
- lelobh
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Luís Henrique escreveu:Nossa, esse cara não gosta nem um pouco do FHC, vejam que texto interessante.
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O MUNDO PELO AVESSO
Réquiem para o Menem brasileiro
FHC optou por lançar seu livro de memórias nos EUA, como se prestasse contas do seu mandato a quem de fato o colocou lá. Para quem suspirava com a idéia de ser um misto de Mitterrand e Felipe Gonzalez, parecer Carlos Menem deve ferir o orgulho.
Emir Sader
Bem que ele sonhava com algo que acreditava que pudesse ser mais digno. Afinal, quando como suposto social-democrata brasileiro, ele encarnou por aqui o “consenso de Washington” e o “pensamento único” – através do qual acreditou ter produzido sua obra-prima, o Plano Real. Olhava para a Europa e suspirava com a idéia de ser um misto de Mitterrand e Felipe Gonzalez. Teve a ajuda direta do marqueteiro de Clinton e acabou tendo de se conformar com a “terceira via”, já que aqueles dois já haviam caído no ocaso, sob graves acusações de corrupção.
Mitterrand, pelo menos, depois de abandonar qualquer prurido socialista, quando triunfou definitivamente seu atlantismo original e aderiu ao neoliberalismo, buscou consolação na figura de De Gaulle, tentando se identificar com a nação francesa, por cima das ideologias. Já Felipe Gonzalez se deu conta da corrupção que grassava no seu governo e no seu partido, depois de ter introduzido a flexibilização laboral, chegando à taxa recorde de 25% de desemprego. Então, refugiou-se nos bastidores, nunca mais se candidatou a nada, com medo de que os processos voltassem à tona, já com vários ex-ministros presos.
Ele sonhava com pelo menos algo como Carter – ter uma fundação, circular pelo mundo como ex-mandatário, mais além da graninha que descolava com conferências – especialmente nos EUA, na esteira dos seus amigos clintonianos. Não podia ambicionar ao que pretendeu Mitterrand, porque se condenou a “virar a página do getulhismo”, não podendo pretender herdar a aura de Vargas. Recebeu de presente dos empresários a quem havia presenteado com as privatizações uma sede luxuosíssima em São Paulo, mas de nada adiantou.
As pesquisas o indicam perpetuado como o eventual candidato com maior rejeição. O tempo passa, mas a condenação do seu governo, fracassado, apesar da exaltação da mídia – que depois de perder Collor o elegeu como seu queridinho –, o persegue como um pesadelo.
Seus verdadeiros parceiros foram Alberto Fujimori, Salinas de Gortari, Carlos Andrés Perez, Carlos Menem – todos processados e condenados, fugitivos, sofrendo o opróbrio dos seus povos. Gostaria de continuar convivendo com Antony Giddens e com Alain Touraine, mas sua decadência o condena a reunir-se com Jorge Bornhausen e com Artur Virgilio, figuras que ele despreza pela mediocridade e pelo grotesco que representam, mas às quais ele se assemelha cada vez mais.
Como havia sido eleito com a ajuda de Clinton, a quem agradeceu, entre outras coisas, com a licitação forjada do Sivam – a Raytheon foi dos maiores contribuintes da campanha do ex-presidente dos EUA –, além do grotesco elogio que o devota atualmente – e que faz Clinton o considerar um pobre diabo decadente –, agora lançou suas memórias nos EUA. Como se prestasse contas do seu mandato a quem deveu o seu mandato – aos estadunidenses. Esse o significado de lançar no império, ao invés de fazê-lo aqui, suas memórias. Os norte-americanos saberiam – se tivessem tido a sandice de comprar seu livro – de suas confissões de ex-presidente acidental antes do que os brasileiros.
O acidental foi decifrado, desde o começo, por José Luis Fiori: o plano de estabilização estava pronto, faltava quem o aplicasse. Collor tentou e acabou fracassando. Aí o ex-sociólogo vestiu a carapuça. O acidente se chamava PC Farias, que bloqueou o mandato de Collor e tornou FHC presidente acidental. Não um presidente que formulou um plano, mas que vestiu a carapuça de um plano pronto.
Hoje ele viaja a Washington e na saída ataca a Venezuela – música para os ouvidos bushianos. Tornou-se o homem dos gringos no Brasil (apesar de ter buscado três vezes contatos com o presidente venezuelano para, bem ao seu estilo, desmentir o que disse, para não parecer excessivamente de direita, para o que não teve retorno algum).
Por aqui, é o homem da direita e da extrema-direita. Pobre diabo, que escorrega de incontinência verbal em incontinência verbal, roxo de inveja por seu sucessor – de origem operária, do ABC paulista, que nunca leu Max Weber – estar usufruindo do sucesso internacional que ele gostaria de ter tido; em lugar de se parecer com Mitterrand, ou Felipe Gonzalez, ou Clinton, se assemelha mais a um vizinho e ex-colega: Carlos Menem.
Decadente como Menem, fracassado como Menem, prestes a ser denunciado pelos escândalos das privatizações como Menem, torpe como Menem, neoliberal como Menem, privatizador como Menem. Merece um tango como Menem. Talvez “Cambalache”, por seu tom depressivo. Ou apenas uma milonga.
Ainda tropeçará no seu orgulho ferido por alguns anos, unindo vexames a novos vexames na sua biografia – que ninguém escreverá –, sem a coragem de um réquiem merecido: uma nova candidatura, que sabe previamente condenada à derrota vergonhosa, como julgamento do governo mais antinacional, mais antipopular e mais corrupto da história brasileira.
Seria o epitáfio que ele merece: uma campanha em que, qualquer que seja o seu preposto, carregará a sombra do seu fracasso, e se tornará um novo plebiscito sobre seus malditos oito anos. Ainda não apareceram as últimas poeiras que lhe esperam no chão da sua decadência.
* Emir Sader é cientista social e professor da Universidade Estadual do Rio de Janeiro.
Texto fantástico!
Dom Pedro II, quando da visita ao campo de Batalha, Guerra do Paraguai.
Rebouças, 11 de setembro de 1865: "Informou-me o Capitão Amaral que o Imperador, em luta com os ministros que não queriam deixá-lo partir, cortou a discussão dizendo: " (D. Pedro II) Ainda me resta um recurso constitucional: Abdicar, e ir para o Rio Grande como um voluntário da Pátria."
Rebouças, 11 de setembro de 1865: "Informou-me o Capitão Amaral que o Imperador, em luta com os ministros que não queriam deixá-lo partir, cortou a discussão dizendo: " (D. Pedro II) Ainda me resta um recurso constitucional: Abdicar, e ir para o Rio Grande como um voluntário da Pátria."
- lelobh
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Concordo com o Victor.
Dom Pedro II, quando da visita ao campo de Batalha, Guerra do Paraguai.
Rebouças, 11 de setembro de 1865: "Informou-me o Capitão Amaral que o Imperador, em luta com os ministros que não queriam deixá-lo partir, cortou a discussão dizendo: " (D. Pedro II) Ainda me resta um recurso constitucional: Abdicar, e ir para o Rio Grande como um voluntário da Pátria."
Rebouças, 11 de setembro de 1865: "Informou-me o Capitão Amaral que o Imperador, em luta com os ministros que não queriam deixá-lo partir, cortou a discussão dizendo: " (D. Pedro II) Ainda me resta um recurso constitucional: Abdicar, e ir para o Rio Grande como um voluntário da Pátria."
- VICTOR
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Será que o cara é do PT ou congêneres? Imagine... Será que o cara é Cubófilo? Imagine... Quando o cara acusa FHC de ser direita, já dá pra saber.
Achei o texto bem fraco, e o tom pessoal reduz a credibilidade do autor. Nota-se um tom panfletário, repetindo as acusações do PT. A conexão Raytheon / Clinton / Sivam é mirabolante. Prove-se.
Eleito com ajuda de Clinton? O PT é criativo mesmo. Quem recebeu dólares cubanos e está tentando bloquear a investigação não foi o PSDB.
Achei o texto bem fraco, e o tom pessoal reduz a credibilidade do autor. Nota-se um tom panfletário, repetindo as acusações do PT. A conexão Raytheon / Clinton / Sivam é mirabolante. Prove-se.
Eleito com ajuda de Clinton? O PT é criativo mesmo. Quem recebeu dólares cubanos e está tentando bloquear a investigação não foi o PSDB.
- Mariana Toledo
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Yoham, olha esse artigo do Ivens Gandra, achei agora e lembrei de vc.
O avanço do retrocesso
Ives Gandra Martins
Advogado
As teses políticas dominantes entre os seguidores de Marx, no fim do século XIX, e que levaram à revolução russa de 1917 - fonte indiscutível do fantástico atraso de desenvolvimento do leste europeu no século passado - começam a renascer, curiosamente, no continente latino-americano.
Fidel Castro resta, hoje, como um símbolo do retrocesso econômico e da persistência ideológica, mas sem efeitos deletérios maiores, pelos limites de sua ilha. Seu governo foi, internamente, ridículo, e, externamente, exaltado por todos aqueles que, ao sentirem a desagregação do império soviético, agarraram-se, desesperadamente, no falante e genocida líder cubano - matou sem julgamento, no início de seu governo, milhares de opositores - para a continuação da pregação socialista.
O próprio fracasso econômico da ditadura fidelista, em choque com o pragmatismo socialista da China, que adotou a economia de mercado para crescer, sempre foi minimizado pelas viúvas do império soviético, pois necessitavam de alguém em que se apoiar.
Daí surgiu Chávez, patética figura que, após quase ser derrotado por corrupção, assumiu, tiranicamente, seu país, e, hoje, dá-se ao luxo de atacar, no plano internacional, os governos de todos os países denominados ''neocapitalistas'', em sua retórica retrógrada, e elogiar e incentivar a volta ao século XIX, nos países em que líderes populares e despreparados, com notável dose de demagogia, assumem o controle, como é o caso do presidente da Bolívia, capaz de nomear uma empregada doméstica para o Ministério da Justiça, apesar de a própria - parece ser uma excelente líder sindical - declarar que não entende como funciona o Ministério, a Justiça e o Direito.
O presidente Chávez - até um poste seria bom presidente, na Venezuela, com o atual nível do preço do petróleo - não consegue, todavia, baixar o risco de seu país, pior do que o do Brasil, exatamente porque não oferta segurança jurídica. O mesmo ocorrerá com Morales, pois sem segurança não há investimentos.
A tônica dominante na retórica dos três líderes saudosistas que governam no presente, é sempre o ataque ao ''neoliberalismo'' - leia-se economia de mercado -, aos Estados Unidos, aos países desenvolvidos e à classe empresarial, acreditando que apenas as burocracias e o Estado são os verdadeiros representantes do povo e os geradores de desenvolvimento e bem-estar.
A História, todavia, tem demonstrado que onde há excesso de Estado, há excesso de corrupção.
Tem demonstrado, também, o monótono fracasso destas tentativas de colocar o Estado - leia-se os detentores do poder - como representante do povo e como único ente com capacidade de gerar o progresso. Ocorre, todavia, que à medida em que os resultados não aparecem, a História também tem realçado a instabilidade que grassou, nestes países, no século XIX, fazendo do autoritarismo crescente e da busca de bodes expiatórios o único caminho para esconder o fracasso.
É exatamente o aumento de tensões que deverá ocorrer, proximamente, com a esquerdização crescente do continente. Há líderes de esquerda, no Ocidente, que tiveram o bom senso de não lutar contra os fatos (França, Portugal, Espanha), mas, quanto menos preparado for um líder - e parece-me ser o caso dos dois presidentes sul-americanos - mais a luta contra os fatos poderá se tornar uma realidade, com prejuízo não só para seus países, como para o continente.
Estou convencido de que não se cresce senão com a harmonia entre os povos e a colaboração entre as diversas instituições sociais, numa nação. Porém, a luta de classes começa a ser ''redescoberta'' como instrumento de governo, levando-me a crer que teremos surpresas crescentes no continente e que não serão surpresas agradáveis.
- MAJOR FRAGUAS
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FH, o maior cabo eleitoral de Lula
. 9 de fevereiro de 2006
Jorge Bastos Moreno
Os bastidores da política nacional
Enviado por Jorge Bastos Moreno - 8/2/2006 - 20:03
O governador do Acre, Jorge Vianna, acaba de me informar aqui no Rio que o presidente Lula adotou como lema a expressão " eu não posso me zangar" como novo estilo para não responder aos ataques dos opositores, principalmente do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
Lula, segundo o governador, acha que os tucanos, principalmente, querem que ele entre já no jogo da disputa eleitoral para que todas as ações do governo sejam interpretadas daqui para frente como atos de campanha. Mas Lula mantém a posição de só anunciar sua decisão, que todos nós sabemos qual é, no limite dos prazos legais. Ao contrário do PSDB que está sendo pressionado para definir já o nome do seu candidato. O fato de o PSDB decidir o nome do candidato não significa que o partido deva também antecipar o calendário de convenções. O que a base e os prováveis aliados ( leia-se PFL principalmente ) querem é ter um nome de referência até para que, caso o nome não emplaque, as opções sejam apresentadas em tempo hábil e não em cima do prazo.
Jorge Vianna, amigo pessoal de FH, diz estar até agora estarrecido com o comportamento do ex-presidente, segundo ele incompatível com sua estatura.
-- Esse estilo de bater na canela não combina com a figura de um ex-presidente. Com esse comportamento, Fernando Henrique, que não serve como cabo eleitoral do PSDB, acaba se transformando em cabo eleitoral do presidente Lula. Ou seja, ele só perde com isso -- afirma o governador.
FHB = FERNANDO HENRIQUE BEICINHO
. 9 de fevereiro de 2006
Jorge Bastos Moreno
Os bastidores da política nacional
Enviado por Jorge Bastos Moreno - 8/2/2006 - 20:03
O governador do Acre, Jorge Vianna, acaba de me informar aqui no Rio que o presidente Lula adotou como lema a expressão " eu não posso me zangar" como novo estilo para não responder aos ataques dos opositores, principalmente do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
Lula, segundo o governador, acha que os tucanos, principalmente, querem que ele entre já no jogo da disputa eleitoral para que todas as ações do governo sejam interpretadas daqui para frente como atos de campanha. Mas Lula mantém a posição de só anunciar sua decisão, que todos nós sabemos qual é, no limite dos prazos legais. Ao contrário do PSDB que está sendo pressionado para definir já o nome do seu candidato. O fato de o PSDB decidir o nome do candidato não significa que o partido deva também antecipar o calendário de convenções. O que a base e os prováveis aliados ( leia-se PFL principalmente ) querem é ter um nome de referência até para que, caso o nome não emplaque, as opções sejam apresentadas em tempo hábil e não em cima do prazo.
Jorge Vianna, amigo pessoal de FH, diz estar até agora estarrecido com o comportamento do ex-presidente, segundo ele incompatível com sua estatura.
-- Esse estilo de bater na canela não combina com a figura de um ex-presidente. Com esse comportamento, Fernando Henrique, que não serve como cabo eleitoral do PSDB, acaba se transformando em cabo eleitoral do presidente Lula. Ou seja, ele só perde com isso -- afirma o governador.
FHB = FERNANDO HENRIQUE BEICINHO
- lelobh
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Mariana,
Não sei se esse tributarista é isento o suficiente.
Não sei se esse tributarista é isento o suficiente.
Dom Pedro II, quando da visita ao campo de Batalha, Guerra do Paraguai.
Rebouças, 11 de setembro de 1865: "Informou-me o Capitão Amaral que o Imperador, em luta com os ministros que não queriam deixá-lo partir, cortou a discussão dizendo: " (D. Pedro II) Ainda me resta um recurso constitucional: Abdicar, e ir para o Rio Grande como um voluntário da Pátria."
Rebouças, 11 de setembro de 1865: "Informou-me o Capitão Amaral que o Imperador, em luta com os ministros que não queriam deixá-lo partir, cortou a discussão dizendo: " (D. Pedro II) Ainda me resta um recurso constitucional: Abdicar, e ir para o Rio Grande como um voluntário da Pátria."
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A briga no PSDB é maior do que esperada.
O Serra parece estar avaliando o risco de trocar o mandato do terceiro orçamento por uma aventura presidencial. Mais vale um pássaro na mão do que dois voando, é o velho ditado.
O Alckmin é franco-atirador. É o papel dele. Motivado está, nem que seja por obra da Opus Dei.
Já o FHC despirocou; deve ser a (má) influência do
Fanfarrão-Mór da República, o Arthur Virgílio.
O Serra parece estar avaliando o risco de trocar o mandato do terceiro orçamento por uma aventura presidencial. Mais vale um pássaro na mão do que dois voando, é o velho ditado.
O Alckmin é franco-atirador. É o papel dele. Motivado está, nem que seja por obra da Opus Dei.
Já o FHC despirocou; deve ser a (má) influência do
Fanfarrão-Mór da República, o Arthur Virgílio.
"Em geral, as instituições políticas nascem empiricamente na Inglaterra, são sistematizadas na França, aplicadas pragmaticamente nos Estados Unidos e esculhambadas no Brasil"