Olá
JNSA escreveu:Quando chegarem ao seu fim de vida, das duas uma - ou compramos um substituto (necessidade que actualmente não
existe), ou já foi criada a escola europeia de pilotos
Caro JNSA, para mim, quanto há inexistência de um substituto á altura, não concordo. Ele existe, só que não é possível lá ir buscá-lo. Estou a falar do T-38 Talon da USAF. Nós tivemos os T-38 até serem substituídos pelos Ajet, coisa que nunca deveria ter acontecido. Para mim foi uma decisão desastrosa em termos operacionais.
1º Porque hoje o T-38 ainda é muito competitivo com baixos custos, mesmo admitindo que sejam mais elevados, por comparação com os Ajet, mas que também não deve ser nada por aí além. Basta ver que estão melhores que nunca. Uma atualização tal como está a acontecer com os F-16 seria ouro sobre azul, coisa que se aplicarmos no Ajet dá só para torrar dinheiro, pois nunca teria as mesma capacidades daquele jatozinho T-38.
2º Está-se a ver (é a minha toeria) que se o T-38 continuasse na FAP hoje teríamos um avião adequado ao treino capaz de dar o picanço suficiente para se poder operar já o F-16 MLU, desde que atualizado, claro!! Porquê? Porque desde que recebemos os Ajet da Alemanha, estes nunca deixaram de fazer aquilo que os T-38 já faziam e com muito melhores desempenhos operacionais. Vê-se que se está a operar um avião que dá só para treino (e/ou muito pouco mais).
3º Assim, durante a atualização dos T-38 tugas, haveria a possibilidade de se poder dar ao avião uma valência acrescida para além do treino para o qual foi concebido. O que seria hoje uma mais-valia.
4º A frota de Ajet poderia ser sempre utilizada só para prefazer as horas de voo entre manutenções obrigatórias e depois abatê-los ao ativo e servirem depois para os restantes aparelhos até terminarem a sua vida útil sem mais um gasto com esses aviões, mesmo com uma pequena frota de T-38 a funcionar em simultâneo. Acabava-se por gastar mais ou menos a mesma coisa com duas frotas de aviões distintos e com as consequências negativas que advinham dessa mesma situação, mas também não podemos ter tudo, na vida. Ou seja, iam-se abatendo os Ajet e haveria constantemente dinheiro para manter a frota de T-38!!
Conclusão: Sendo assim, se os astros e os búzios lançados não falhassem muito, estávamos num caminho de progressão com a continuação dos T-38 do que com aquilo que temos hoje (que é o inverso), que não passa de uma avião de treino no mínimo mediano, e impróprio para treino avançado que se exige para pilotos dos F-16 e não só, pelos vistos. Haveria a possibilidade de converter o avião não só de treino mas mais outra coisa, pois a sua estrutura reforçada (depois da atualização) assim o poderia permitir, digo eu, claro.
Outra coisa importante é a questão do projeto MAKO. Está muito adiado e atrasado e não se vê nada que possa dizer que tá a andar, por muito bonito que ele seja. Se daqui a 10 anos ele já estiver a voar operacionalmente então não há problema. Agora se a questão se prolongar no tempo indefinidamente, então daqui a 10 anos só poderemos treinar os pilotos de F-16 em simuladores “iguais aos que tenho aqui em casa”.
Por isso, das duas uma ou os tugas começam já a pensar em alternativas suficientemente desfasadas no tempo para assim haver $$$ ou então, daqui a 15 anos só haverá frota de transporte com os C-295, porque entretanto surge a questão da substituição dos F-16, que não será pêra doce.
A não ser que se equacione a compra de mais F-16, antes de Fort Worth fechar a linha de produção, o que não era nada mau. Só que lá está… onde ir buscar o guito??? Será só a FAP que está carentíssima de meios? Mesmo que fosse só a FAP, há que ter em conta que, há uma carência urgente na subbstituição dos alouette e a Chegada dos NH-90 prevista para daqui a 2 anos e o $$$ não estica e faz milagres nas FA portuguesas.
Lauro Melo escreveu:É claro que sim todos os Português e Chilenos defenderão até a morte o F-16 ( Claro eles tem este caça ), e grande parte dos Brasileiros vão defender o AMX ( mesmo motivo ).
Caro Lauro Melo, não se trata dos tugas (como eu) só terem o F-16 é muito mais que isso. De uma maneira geral o F-16 (para além daquilo que se sabe do combate nos Balcãs e mais o resto que também joga a favor do AMX ) é superior em termos de preformances e na relação custo/beneficio do que o AMX. Não quero dizer com isto que o AMX não seja viável, antes pelo contrário, só que não iria benificiar em nada a FAP, neste momento, por todas as razões que se conhecem.
Eu já afirmei que Portugal tem necessidade de se modernizar e apostar em desenvolvimento de tecnologia e indústria de ponta se quiser continuar a ser um país competitivo dentro da União Europeia e não só. Para isso deveria apostar num projeto aeronático, tal como vocês têm vindo a fazer. Se sozinho é difícil por causa dos custo que isso envolve, então que se alie a quem pretende fazê-lo também. Para mim essa hipótese é viável, caso o programa MAKO der para o torto, a contar desta data daqui a cinco anos, o que daria tempo suficiente para desenvolver o avião, pô-lo a voar e introduzi-lo operacionalmente no seio da FAP.
Há vários países que têm daqui a cinco anos de começar a pensar em substituir a sua frota de aviões treino ou pequenos caça-bombardeiro. Alguns deles são bastante desenvolvidos tecnologicamente. Nas minhas contas o Brasil também entrava na tal parceria, se tivesse essa necessidade e aí o
SuperAMX seria perfeitamente possível e viável, mas só nestas condições, porque de resto, o F-16 prenche mais requisitos em termos de custo/beneficio do que o AMX, no atual contexto da FAP.
Como interceptor o AMX não pode fazer o que o F-16 faz e nem sequer tem possibilidade do voo supersónico. O raio de ação em Portugal é fundamental, apesar de sermos um país minúsculo comparado com a grandeza do Brasil inteiro, mas tem outro território que é o mar. Em relação a isso, é só multiplicar o tamanho de Portugal por 18 vezes e ficamos com mais ou menos 1.800.000 Km2 de superfície e isso nem sequer é a área de 5% do Brasil se os “búzios não falharem”.
Se o AMX fosse bimotor então tudo bem, aí ainda pensava duas vezes, dado que é importante e poderia aproveitar esse item, apesar de Portugal não ter condições para sustentar duas frotas principais diferentes, pelo menos da maneira como ainda estão as coisas organizadas em Portugal.
(desculpem o tamanho da conversa)
Cumprimentos