Noticias de Portugal

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Re: Noticias de Portugal

#8506 Mensagem por cabeça de martelo » Qua Mar 29, 2017 8:22 am

Portugal é o país da UE com maior redução de mortes nas estradas

Desde 2010, a redução do número de mortos chega já aos 40%

O número de portugueses que perderam a vida na estrada tem vindo a diminuir nos últimos anos e, se comparado com dados de 2010, essa redução chega aos 40%.

As estatísticas sobre segurança rodoviária foram ontem divulgadas pela Comissão Europeia na Conferência de Malta e dão conta de que, entre 2015 e 2016, a diminuição foi de 10% (54 mortos por milhão de habitantes em 2016 contra 57 óbitos em 2015).

No entanto, é na comparação com dados de 2010 que Portugal sobe no ranking: a redução de 40% significa que há sete anos morriam nas estradas portuguesas 80 pessoas por milhão de habitantes. Esta diminuição é a mais marcante entre todos os Estados-membros e representa mais do dobro da média comunitária, já que, no conjunto da União, o número de mortes na estrada entre 2010 e 2016 recuou apenas 19%. Ainda nos lugares cimeiros está a Lituânia, com menos 37%, e a Grécia, com menos 35%. Do outro lado da tabela está Malta, com uma subida de 69% das mortes, registando assim o pior resultado.

Pouco animador

Apesar de os números de Portugal serem encorajadores, a média europeia não dá azo a um respirar de alívio. Segundo a Comissão Europeia, “embora este ritmo seja encorajador, pode, no entanto, ser insuficiente para que a UE alcance o seu objetivo de reduzir para metade a mortalidade nas estradas entre 2010 e 2020”. O executivo comunitário reclama, por isso, “mais esforços de todas as partes interessadas e, em particular, das autoridades nacionais e locais, que devem executar a maior parte das atividades quotidianas, como a aplicação da lei e a sensibilização”.

Morte nas estradas Contas feitas indicam que todos os dias 70 europeus morrem em acidentes rodoviários, a maior parte (55%) em estradas rurais, 37% em zonas urbanas e apenas 8% em autoestradas.

É nos carros que se morre mais, correspondendo a 46% dos casos de acidente. Já os peões surgem em segundo lugar (21%), acima das motas, com 14%, e as bicicletas, com 8%.




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Re: Noticias de Portugal

#8507 Mensagem por cabeça de martelo » Qua Mar 29, 2017 8:24 am

Casa do Azeite reclama por Proteste brasileira atribuir a Portugal azeite falsificado

A Casa do Azeite vai apresentar uma reclamação formal junto da defesa do consumidor brasileira que, num estudo divulgado na semana passada, atribui a Portugal a origem de produtos embalados no brasil como se fossem azeite.

"São marcas reincidentes nestas fraudes, mas vamos reclamar formalmente de continuarem a dizer que a origem é portuguesa", disse à Lusa a secretária-geral da Casa do Azeite, Mariana Matos.

Num estudo publicado na semana passada, depois de em 2016 ter publicado um trabalho idêntico, a Proteste brasileira sugere a retirada do mercado, por fraude ao consumidor, de sete marcas de azeite, algumas identificadas como de origem portuguesa e assinaladas como sendo "azeite extra virgem".

No novo teste de qualidade realizado pela Proteste brasileira, sete marcas de azeite foram 'chumbadas' por conterem misturas de óleos vegetais e animais.

"De português [estes produtos] não têm nada. São duas falsificações: de produto e de origem", explicou Mariana Matos.

A responsável da Casa do Azeite defende ainda que a associação a Portugal "prejudica toda a imagem do azeite português, que tem feito um esforço nos últimos anos no sentido de melhorar a sua qualidade".

"E a Proteste sabe disso perfeitamente. Sabe que este produto é embalado no Brasil, que é indústria brasileira e que são produtos falsificados, portanto, e vamos reclamar formalmente, não pode atribuir origem portuguesa a este azeite, que nem azeite é", acrescentou.

Mariana Matos adianta ainda que a Casa do Azeite está em permanente contacto com as autoridades do Ministério da Agricultura brasileiro e que já houve marcas cujas fábricas foram encerradas.

"As autoridades estão perfeitamente conscientes e trabalhamos em conjunto no sentido de minimizar e acabar com estas situações de fraude sobre o azeite no brasil", afirmou a responsável da Casa do Azeite, defendendo que é preciso mais consequências nestes casos.

SO // SB

Lusa/fim
O azeite extra virgem cá em Portugal está à volta dos 4€ o litro. Se for abaixo desse valor, então não será Português.




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Re: Noticias de Portugal

#8508 Mensagem por delmar » Qua Mar 29, 2017 8:56 am

O rótulo da embalagem traz sempre a informação do local onde foi produzido e engarrafado o produto, além do nome do importador. As grandes redes de supermercados importam produtos já embalados na origem, mas tem também aqueles embalados no Brasil por distribuidoras que importam o produto a granel e fazem a embalagem por aqui mesmo, por um preço mais acessível. O problema é que a maioria dos consumidores não consulta o rótulo, compra pela preço.




Todas coisas que nós ouvimos são uma opinião, não um fato. Todas coisas que nós vemos são uma perspectiva, não a verdade. by Marco Aurélio, imperador romano.
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Re: Noticias de Portugal

#8509 Mensagem por cabeça de martelo » Qua Mar 29, 2017 10:14 am

O que a Ministra do Mar anda a "vender" nos EUA:

http://www.atlanticcouncil.org/images/a ... energy.pdf




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Re: Noticias de Portugal

#8510 Mensagem por cabeça de martelo » Sex Abr 07, 2017 8:14 am

Deputados do PS e do PSD defendem regresso do serviço militar obrigatório

Deputados do PS e PSD admitem que o país deve equacionar regresso do SMO. O assunto está longe de ser consensual nos principais partidos e divide a esquerda

O debate sobre o regresso do serviço militar obrigatório (SMO) está a ganhar dimensão em alguns países europeus. A Suécia já decidiu reintroduzir o SMO a partir do próximo ano. Em França, a passagem obrigatória pela tropa tornou-se assunto de campanha com o candidato Emmanuel Macron a defender que “todos os jovens franceses tenham a oportunidade de experimentar, mesmo que brevemente, a vida militar”.

Em Portugal, os jovens deixaram de ser chamados para cumprir o serviço militar a partir de 2004. O PCP foi o único partido a contestar a decisão, mas mais de dez anos depois o regresso do SMO é visto como uma possibilidade por deputados do PS e do PSD.

José Miguel Medeiros, coordenador do PS na Comissão de Defesa Nacional, defende, a título pessoal, que “está na altura de o assunto ser ponderado seriamente” e que “há muitas razões que justificam que se comece a trabalhar no assunto”. Em declarações ao i, o deputado socialista defende que “a defesa do país é uma das missões mais nobres que qualquer um de nós pode assumir”. Medeiros admite, no entanto, que o regresso do SMO coloca vários problemas: “com o modelo que tínhamos teríamos de recrutar, entre homens e mulheres, 150 mil jovens e não precisamos de 150 mil pessoas. E não temos instalações militares com condições para receber tantos jovens. Exige um investimento brutal que o país pode não estar preparado para fazer”.

O PSD também não tem uma posição oficial, mas Pedro Roque, coordenador do partido na comissão que trata os assuntos de Defesa, tem “uma posição favorável” à reintrodução do SMO.

“Tenho uma visão favorável ao regresso do serviço militar obrigatório. Para garantir o recrutamento, porque as Forças Armadas estão com dificuldades, mas também porque houve uma componente cívica que se perdeu com o fim do SMO”, diz ao i o deputado social-democrata.

PCP a favor do SMO

O PCP é o único partido que tem uma posição oficial a favor do serviço militar obrigatório.

Questionado sobre a possibilidade de o país voltar a ter a obrigatoriedade de os jovens cumprirem o serviço militar, o PCP garante que o seu “posicionamento sobre a questão do SMO é o mesmo de sempre e tem expressão no artigo 276º nº 1 da Constituição da República Portuguesa que diz: ‘a defesa da Pátria é direito e dever fundamental de todos os portugueses´. Esta consideração tem por base a natureza das Forças Armadas e não qualquer critério conjuntural ou instrumental”.

A JCP explica, na resolução política aprovada no congresso, que decorreu no último fim-de-semana, em Setúbal, que “só com uma ampla participação popular nas Forças Armadas se garante que também esta instituição seja democrática e o espelho da sociedade”. Os jovens comunistas defendem “um serviço militar que a todos obrigue, inclusivo para rapazes e raparigas, que seja encarado não só como um dever mas, acima de tudo, como um direito inalienável dos jovens na participação efectiva na defesa e soberania nacionais e os direitos do povo”.

A esquerda divide-se quando o tema é o SMO. O Bloco de Esquerda continua a ser contra qualquer modelo que obrigue os jovens a frequentar a tropa. Do lado do CDS, João Rebelo, que pertence à comissão de Defesa, defende que é preciso criar condições para atrair mais jovens para a vida militar, mas, para já, não equaciona o regresso do SMO. “O modelo actual não está esgotado. Deve, porém, ser alterado radicalmente em termos de incentivos financeiros e das condições que os militares têm nas suas unidades. Devem também ser alterados os incentivos ao regresso à vida civil”, afirma ao i o deputado centrista.

https://ionline.sapo.pt/artigo/557069/d ... Portugal_i

A resposta dos militares:

https://ionline.sapo.pt/artigo/557292/m ... Portugal_i




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Re: Noticias de Portugal

#8511 Mensagem por P44 » Sex Abr 07, 2017 8:40 pm

A mim que ainda apanhei o SMO, só me serviu para lixar a vida e atrasar a possibilidade de arranjar emprego, e assim perdi uma oportunidade que se calhar hoje teria um ordenadão.




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Re: Noticias de Portugal

#8512 Mensagem por Túlio » Sáb Abr 08, 2017 9:45 am

Aqui no Brasil é moleza, em geral quem não quer servir é só falar pro cara do recrutamento, eles nem vão perder tempo com quem não quer nada com eles, tá assim de guri querendo mesmo...

Meu sobrinho, que não queria saber de SMO, simplesmente "esqueceu" de se apresentar na data e hora aprazadas. Alguns meses depois recebeu uma correspondência cobrando-lhe isso, teve que ir, falou que tinha esquecido, passaram-lhe uma leve descompostura, marcaram o dia do Juramento à Bandeira e o dispensaram como "excesso de contingente".

Não foi à toa que, quando o FFHH dispensou bem antes do tempo uns 40.000 recrutas, o que mais se via era guri fardado chorando que nem criança: aqueles QUERIAM servir! Até tem quem vá na marra mas, ao menos aqui no Sul, isso é raro pra burro!




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Re: Noticias de Portugal

#8513 Mensagem por cabeça de martelo » Sáb Abr 08, 2017 10:29 am

O SEN em principio não será implantado, afinal isso seria contraproducente para as eleições futuras...

Para mim o SEN só faz sentido se for de pelo menos 18 meses, a ser menos é estar a queimar dinheiro.

De qualquer maneira a ser feito o mesmo só seria para o Exército e neste caso para a Tropa Normal, visto as Tropas Especiais até nos anos 60/70 só aceitarem Voluntários (tirando os Comandos).




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Re: Noticias de Portugal

#8514 Mensagem por cabeça de martelo » Sáb Abr 08, 2017 10:32 am

Continental Mabor investe 150 milhões e cria 200 empregos em Portugal
José Carlos Lourinho

Até final de 2018 vai investir 100 milhões de euros na expansão da fábrica de pneus ligeiros em Lousado, a que acrescem 50 milhões de investimento na construção de unidade de pneus agrícolas

:arrow: http://www.jornaleconomico.sapo.pt/noti ... gal-144191




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Re: Noticias de Portugal

#8515 Mensagem por P44 » Sáb Abr 15, 2017 2:54 pm

AI JAZUZA que ousaram aplaudir de pé o Comu...comuni...comun....BREMEILHU!!!!!!!


http://expresso.sapo.pt/politica/2017-0 ... Parlamento




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Re: Noticias de Portugal

#8516 Mensagem por cabeça de martelo » Ter Abr 18, 2017 6:14 am

P44 escreveu:AI JAZUZA que ousaram aplaudir de pé o Comu...comuni...comun....BREMEILHU!!!!!!!


http://expresso.sapo.pt/politica/2017-0 ... Parlamento
70 anos? Mais uma vez se comprova que nesse tipo de ideologias a maçã cai de podre... (ver o sô Professor de Oliveira Salazar). :twisted: 8-] :mrgreen:




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Re: Noticias de Portugal

#8517 Mensagem por Túlio » Dom Abr 23, 2017 12:02 pm

Brasileiros ricos se mudam para Lisboa, a nova Miami

Imagem


Em setembro de 2014, a empresária Andrea Schultz, 40, mudava-se com o marido e as duas filhas adolescentes para uma casa de 550 m² no Belas Clube de Campo, entre Sintra e Lisboa. O imóvel foi personalizado com três suítes e dependência de empregada, ao gosto do casal.

Donos de agência de viagem em Curitiba, os Schultz descobriram em Lisboa e arredores atrativos que brasileiros abastados encontram na Flórida, nos EUA, ao decidirem mudar e/ou investir fora do Brasil. "Só que aqui é melhor. Temos o idioma comum, facilidade para conseguir visto e até passaporte português", elenca Andrea.

Seu marido, Aroldo, 48, é um dos 282 brasileiros que obtiveram o "golden visa" (Autorização de Residência para Atividade de Investimento). Para ter direito ao visto, é preciso investir € 1 milhão (R$ 3,4 milhões) ou adquirir imóvel que custe ao menos € 350 mil (em áreas de reabilitação urbana) ou € 500 mil nas demais zonas. Após cinco anos, o beneficiário pode solicitar cidadania.

Direito que os descendentes, inclusive netos a partir de agora, estão requerendo cada vez mais. Só no Consulado de Portugal em SP são concedidas 820 novas cidadanias por mês. Nos últimos cinco anos, foram 40 mil.

"Os dois países estão sempre em contraciclo econômico e aproveitam oportunidades recíprocas", avalia Paulo Lourenço, cônsul-geral de Portugal em São Paulo. Hoje, 85 mil brasileiros são residentes regulares no país.

De olho nesse potencial, as imobiliárias e as incorporadoras portuguesas fazem fila para realizar eventos no Brasil.

"Quando vimos os brasileiros comprando em Orlando e em Miami, começamos a ir a feiras e a falar com corretores locais para atrair esse perfil de cliente que poderia achar Portugal interessante", afirma Gilberto Jordan, diretor da Planbelas Sociedade Imobiliária, proprietária do empreendimento com campo de golfe onde vivem os Schultz.

Outras 15 famílias brasileiras responderam ao esforço de vendas do Belas Clube. Toda semana, recebem visitas de potenciais clientes do Brasil com cacife para desembolsar € 900 mil por uma casa.

"Os brasileiros descobriram Portugal há pouco. Tinham fascínio pelos EUA, só queriam ir para Miami", diz Pedro Lancastre, diretor da JLL Consultoria Imobiliária. Hoje, o Brasil responde por 14% da clientela, seguido de França (7%) e China (3%).A mudança de rota se faz sentir no boom imobiliário que elevou o preço de imóveis de luxo em Lisboa em 19%, em média, nos últimos dois anos. Investimento atraente, quando se compara o metro quadrado em áreas nobres de Lisboa (€ 8.000), Paris (€ 18 mil) e Londres (€ 27 mil).

VISTA PARA O TEJO

Conta que influenciou José Luiz Nogueira, 57, a se instalar com a família em um imóvel de 340 m² no centro histórico de Lisboa, em 2015. Pagou € 5.340 pelo metro quadrado do imóvel restaurado em um edifício de 1840 na Sé. Desfruta de sete portas que dão numa varanda voltada para o Tejo e vista lateral para o castelo de São Jorge.

"Financiei uma parte sem a burocracia do Brasil e com juros de menos de 2% ao ano", compara. "Os imóveis no centro chegaram a ter alta de 46% entre 2015 e 2016."

"Recomendamos o investimento em imóveis em Portugal. Você paga barato, está na Europa, forma patrimônio em euros e o retorno varia de 5% até 15%", diz Renato Breia, 32, sócio da Empiricus, consultoria financeira com filial em Lisboa. Ao se mudar há um ano e meio, o economista seguiu o conselho dado aos clientes: comprou por € 270 mil apartamento de 90 m².

Trata-se de uma leva de brasileiros de classe média e ricos que, nos últimos três anos, encontraram além-mar um Eldorado para fugir da insegurança, do desencanto com a política e da crise.

"É um perfil acolhido com tapete vermelho", constata Maria Rita Faria, cônsul-adjunta do Brasil em Lisboa. "Aqui, desfrutam do seu nível de vida, crianças saem sozinhas em segurança, contam com boas escolas internacionais, além de saúde e educação públicas de qualidade."

Pacote que fez os Schultz deixarem a alardeada qualidade de vida curitibana. "Escapamos da violência", diz Andrea. "Ficamos reféns de bandidos em casa." Ao trauma se soma descrença política. "Só meus netos terão um Brasil sem corrupção."

Dono de produtora de vídeo em Brasília, Nogueira aventou morar em Paris ao concluir que São Paulo, onde vivia a família, era inviável. Foi convencido pela mulher, Juliana Caus, 38, a se estabelecer em Lisboa, com seus 500 mil habitantes, mas com todos os atrativos de capital.

"Ganho dinheiro no Brasil e vivo em Portugal", resume ele, que passa 40 dias lá e 20 aqui. Ponte transatlântica que vale na ponta do lápis. Paga € 100 de condomínio e prestação mais barata que aluguel. "Meus filhos de 13 e 10 anos andam sozinhos de metrô", relata. "Morar em Lisboa é deitar no sofá da avó. É uma sensação de pertencimento."

BILIONÁRIOS

A mulher mais rica de Portugal é uma brasileira, brincam os patrícios ao se referirem a Regina Camargo, 66, herdeira da Camargo Corrêa. Com fortuna estimada em US$ 1,9 bilhão, ela e o marido, Carlos Pires, dono da rede Raia Drogasil, escolheram viver em um prédio restaurado no Chiado, zona mais nobre do centro de Lisboa.

O casal transferiu residência fiscal para o país. Procurados pela reportagem via assessoria do grupo, um dos protagonistas da Lava Jato e em processo de delação premiada, eles não se manifestaram.

O fato é alardeado dos dois lados do Atlântico quando se fala do êxodo recente de pesos-pesados do PIB nacional. Até então, a opção era ter residência de verão em Cascais ou no Estoril, especialmente para famílias com laços de sangue com Portugal, como os Diniz e os Setubal.

Expoentes da nova geração, Ana Maria Diniz, filha mais velha de Abilio, e o marido, Luiz Felipe D'Ávila, reformam um imóvel também no Chiado, onde o metro quadrado pode custar € 10 mil.

DO STF E de BANCOS

Já Gilmar Mendes, ministro do STF, optou por Príncipe Real, outra zona nobre, onde comprou apartamento no ano passado. Com voo direto de Brasília para Lisboa, costuma passar feriados e planeja usufruir mais do imóvel quando se aposentar. "Temos uma comunidade de afetos em Portugal, de cooperação judicial e na academia", diz. "Além de clima amigável em qualquer época do ano."

Altos executivos brasileiros também se dividem entre os dois países. É o caso de Marcos Madureira, 65, vice-presidente do Santander.

Neto de portugueses, o santista restaurou a quinta da família no norte de Portugal. "Morei seis anos na Espanha e comecei a recuperação da casa que pertenceu ao meu avô. É o meu refúgio para viver entre Brasil e Portugal quando me aposentar."Com um pacote de reformas, a partir de 2012 Portugal começa a se tornar atrativo para investidores e também aposentados que, por exemplo, ganham isenção de impostos por dez anos ao transferir domicílio tributário.

Com vida cultural intensa, excelente gastronomia e custo de vida relativamente baixo, a capital portuguesa virou porto seguro também para nórdicos e franceses, atraídos pelo clima ameno e pelas belas praias. "Na França, vivemos depressão econômica, crise de identidade e medo do terror", elenca François Manceaux, 56, cineasta francês que se divide entre Paris e um apartamento no aprazível bairro da Lapa.

"Portugal se tornou uma espécie de clínica antidepressão da Europa." E meca para um mundo em crise.

Com informações da Folhapress.


http://www.msn.com/pt-br/noticias/other ... ailsignout




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Re: Noticias de Portugal

#8518 Mensagem por Clermont » Ter Abr 25, 2017 8:00 pm

Brasileiros em Portugal: mobilidade, menos dinheiro e pouco estresse.

Eliane Trindade - Folha de São Paulo, 25.04.17.

"Portugal é o segredo mais bem guardado do planeta", afirmou o ator americano Chris Noth, o Mister Big de "Sex and the City", após conhecer as belezas e as delícias da terra de Camões.

Era um segredo. O país de 10 milhões de habitantes recebeu no ano passado 18 milhões de turistas. Um boom que está ajudando a tirar os portugueses da crise e impulsionando não só as atividades ligadas ao turismo, mas também o ramo imobiliário e a atração de investimentos estrangeiros.

Brasileiros que não tinham ligações de sangue ou de trabalho com Portugal demoraram a descobrir os encantos da terrinha, mas dão sinais de que também se rendem a uma paixão à primeira vista.

"O brasileiro primeiro enamora-se, depois compra casa para alugar e então cogita se mudar para Portugal, quando percebe que pode estar na Europa como se estivesse no Brasil", constata Paulo Lourenço, cônsul-geral português em São Paulo.

Uma paixão traduzida em negócios, já que os brasileiros, ao lado de franceses e chineses, são o motor do boom imobiliário em Lisboa e arredores nos últimos três anos.

"Além da questão cultural e de falar a mesma língua, eles estão descobrindo uma cidade sofisticada e uma capital europeia que tem mar e surf, um povo simpático, comida boa, moderna infraestrutura, além de saúde e educação pública de qualidade", enumera Pedro Lancastre, diretor da JLL Consultoria Imobiliária.

A julgar pelos relatos a seguir, não é papo de vendedor. Diferentes perfis de brasileiros que deixaram o Brasil nos últimos anos para viver em terras portuguesas contam suas razões, o processo de adaptação e também os encantos e desencantos dos dois lados do Atlântico.

MENOS DINHEIRO E MAIS FELIZ.

Marina D'Abramo, 24, deixou para trás o emprego na agência Almap BBDO, em São Paulo, para se inscrever em um mestrado em sociologia na Universidade Nova de Lisboa e assim construir um projeto de vida além-mar.

Ela tem passaporte italiano, que lhe abre as portas de todos os países da Comunidade Europeia, mas escolheu viver em Portugal. Uma das respostas é a paisagem que vislumbra da janela do apartamento no centro histórico, comprado pelo padrasto como investimento e que virou seu endereço na capital portuguesa: uma simpática rua ao lado do Castelo de São Jorge, com o casario antigo e o rio Tejo à frente.

"Em São Paulo, você precisa ganhar R$ 10 mil para ter uma vida mais ou menos. Aqui com € 800 (cerca de R$ 2.700) pode-se viver muito bem, desfrutando de beleza, qualidade de vida e mobilidade.

Não precisa entrar naquela fissura que via no Brasil de ganhar mais e mais dinheiro. Eu me encantei pela Europa aos 20 anos, quando passei uma temporada na Espanha. Meu pai é argentino; minha mãe, baiana. Gosto da cultura mediterrânea.

Com uma Europa em crise, fiquei apenas um ano. Voltei para o Brasil e terminei a faculdade de publicidade na Faap, em 2015. Trabalhei dois anos e meio na Almap. Uns amigos da minha mãe e do meu padrasto, que está aposentado, começaram a trazê-los para Portugal.

Em 2013, ele comprou um apartamento pequeno na região do Castelo, no centro Lisboa, que ainda era barata. A gente começou a vir muito para cá. Estamos ao lado do Bairro Alto, a região é uma graça. Eu me mudei de vez em fevereiro deste ano.

Foi uma decisão difícil. Tinha começado minha carreira, estava namorando, coisas que me afastavam do sonho de morar fora. Mas não via qualidade de vida em São Paulo. Saía todos os dias depois das 20h do trabalho, fui ficando meio em depressão, um gatilho para mudar de vida. Como eu ia fazer mestrado na USP trabalhando no Morumbi? A cidade não me permitia.

Em São Paulo, eu não tinha vontade de sair na rua, de olhar para a arquitetura, coisas que aqui em Lisboa me enriquecem. Quando vim passar férias no ano passado, eu me fiz a pergunta: 'Qual é o meu sonho?' É este aqui. Vejo meus olhos brilhando a cada dia, descobrindo coisas novas e vivendo uma vida mais tranquila e interessante.

Eu almoço com € 2 (R$ 6,80), e me dou um banquete com € 10 (R$ 34). Vou começar meu mestrado em setembro, pagando € 1.000 por ano. Trabalho como free lancer para uma produtora de fotos do Brasil. Tenho uma vida muito mais rica, podendo andar por esta cidade linda e me perder pelas ruas e praças do bairro de que mais gosto, que é o Príncipe Real.

A última coisa que eu quero é ter carro, que eu tinha no Brasil. Uso transporte público e volto a pé da balada para casa sozinha às 3h da manhã."

FAZENDO CONTAS E INVESTIMENTOS.

Filho e neto de portugueses, Renato Breia fez o caminho inverso do pai que saiu de Portugal na época da ditadura salazarista e se instalou em São Paulo como comerciante.

Há um ano e meio, mudou-se para Lisboa para abrir uma filial da Empiricus, consultoria financeira da qual é sócio. Aos 32 anos e solteiro, o economista faz as contas, que pendem positivamente para o estilo de vida que leva além-mar.

"Portugal oferece grandes diferenciais em relação a outros países. Não tem violência e são raros os relatos de xenofobia.

Houve várias levas de brasileiros aqui, em movimentos curiosos. Na década de 1990, vieram aqueles em busca de postos de trabalho mais baixos. Depois, houve o fluxo de dentistas. Teve também a época das prostitutas.

Então, aqui tem pessoas que amam e outras que odeiam brasileiros. Os portugueses parecem fechados no começo, mas tive ótimas surpresas. Portugal também passou por momentos ruins e eles começaram a migrar para o Brasil também, embora muitos tenham retornado pelo custo de vida alto de lá.

Em São Paulo, a gente é muito mal tratado. Precisamos acelerar muito para ganhar dinheiro e poder sobreviver. Em Lisboa, as pessoas parecem menos ambiciosas. Não precisam de muito.

O pacote de largada [para um brasileiro de classe média] é muito caro. Quanto custa o plano de saúde, o seguro do carro, o condomínio? Aqui pago € 15 de taxa de condomínio do meu prédio. Um valor ridículo comparado ao que se paga no Brasil, onde o pacote segurança é muito caro. Você precisa de porteiro 24 horas, carro blindado.

Em Lisboa, gasto € 35 por mês por um passe livre para o transporte público.

Meu pacote de internet, celular e TV a cabo é de € 40 por mês. Meus gastos de cartão de crédito caíram a um terço do do que gastava no Brasil.

Eu vendi meu carro e não comprei outro aqui. Peguei um dinheiro no banco e investi em um apartamento que vai me dar € 900 por mês quando eu alugar.

Paguei cerca de € 3.500 o metro quadrado. Achei que era um ótimo investimento para fazer agora e recomendo aos meus clientes.

Como cidade, Lisboa tem várias vantagens. Você atravessa a ponte e está na praia em 30 minutos. Em duas/três horas de avião, chega-se a qualquer capital da Europa com voos baratos saindo do novo terminal de companhias "low cost". Por isso, a cidade está bombada, cheia de turistas.


NÃO BASTA DIPLOMA NEM GRANA.

Com dupla cidadania, o santista Cláudio Fernandez Nogueira, 53, descendente de espanhóis, e a gaúcha Cristina Vicari Nogueira, 43, que tem passaporte italiano, poderiam ter escolhido qualquer país da Europa para morar.

No entanto, decidiram trocar uma carreira estabelecida como cirurgiões plásticos em Florianópolis por um novo começo em Cascais, onde vivem com os dois filhos e trabalham em uma clínica privada.

A transferência foi há cinco anos e meio, quando o Brasil estava em alta, enquanto Portugal passava por uma bancarrota, relata Cláudio.

"Todo mundo xingava a gente de maluco por deixar o Brasil em 2011, quando o país ainda estava bombando, para vir morar em um Portugal em crise. Cristina e eu fizemos doutorado em Barcelona e isso foi o pretexto para começarmos a pensar em viver fora.

Temos passaporte europeu e isso nos ajuda muito. Não somos vistos como imigrantes desgraçados fugindo da guerra. Somos bem-vindos a Portugal, desde que ganhemos a confiança deles e deixemos o nosso jeitinho brasileiro para trás. Os portugueses são afáveis, mas desconfiados.

Cristina emenda:

"Temos que ser mais polidos e ter cuidado com nossa expansividade. O brasileiro quando vai pedir informação, grita: 'Ei, fulano'. Aqui, isso é grosseria. Temos que dizer boa tarde, com licença, por favor, seguir o protocolo da boa educação. Na escola internacional que matriculamos nossos filhos, eles ganham pontos extras se cumprimentam a todos, se são pontuais."

Embora donos de currículos consistentes, com doutorado na Europa e especialização com o papa Ivo Pitanguy, os cirurgiões plásticos tiveram que provar que eram profissionais competentes e confiáveis, segundo Cláudio.

"Nosso diploma levou um ano e meio para ser reconhecido. Não é automático, mesmo com o doutorado na Espanha. Muito brasileiro veio para cá aplicar golpes, então eles investigam tudo que está no seu currículo. Para ver se tudo que está escrito confere mesmo.

No Brasil, a gente marca a consulta em um dia e opera no outro. Aqui não. A cirurgia é planejada com meses de antecedência. As pessoas tiram férias, se organizam antes. Cheguei achando que ia arrebentar, fazer 20 cirurgias por mês.

Tivemos que começar de novo profissionalmente. Se você não tem esta humildade, bate com a cara no muro. Eu cliniquei no Brasil por 18 anos, era conhecido em Floripa como o cirurgião surfista, tinha nome e clientela grande.

No entanto, as primeiras vezes que operamos aqui éramos observados, mesmo com os melhores diplomas.

Muitos brasileiros não se adaptam. Mesmo os ricaços. Eles acham que prevalecem pelo dinheiro. Aqui não. Ficam isolados. São malvistos. Alguns acabam voltando por não se adaptarem ao fato de "ser iguais" e não ter privilégio em razão do dinheiro.

Aqui, trabalhamos numa clínica privada e também no serviço público, que atende a ricos e pobres."

Cristina também fala positivamente sobre esta experiência.

"Em Portugal, as pessoas têm confiança no serviço público. No centro de saúde somos médicos de verdade. Quando meu filho sofreu uma desidratação durante uma viagem que fizemos ao Porto, levamos ele a um hospital público, apesar de termos também um plano de assistência médica complementar."

Cláudio complementa com um outro exemplo.

"Aqui o Estado funciona e tem a mão grande. Se o seu filho faltar três dias à escola, a polícia judiciária vai na sua casa saber o que está acontecendo.

No Brasil, é aquela coisa de se sentir roubado e também roubar o outro. Estava cansado dessa maneira de administrar as coisas no público e no privado, na rua, no hospital.

Sofri um episódio de violência em 2010, um assalto com tentativa de sequestro. Em grande parte, já me sentia exilado pela violência em meu próprio país. Foi isso que me fez ter coragem de mudar toda uma vida estruturada e sair do Brasil."

E Cristina comprou a ideia pelas mesmas razões:

"No Brasil, a gente vai se colocando na bolha, com aquele sentimento de tentar impedir que nossos filhos sejam mortos ou tenham um tênis roubado na rua. O filho mais velho do Cláudio foi assaltado em São Paulo e decidiu ir morar em Londres."

Além da violência, o cirurgião plástico relata desesperança com a política e torce pela mudança de rumos no país.

"Os políticos nos depauperam. Impressionante a capacidade brasileira de bagunçar coisas boas, como foi o governo do PT. Odeio o Lula, votei nele e era tudo mentira.

Ainda acredito que nosso país tenha jeito, apesar da roubalheira. Creio que seja possível organizar essa nossa energia e lapidar esse diamante bruto que é o Brasil. O país se aguenta pelo nosso povo, que é ouro. Mas confesso que eu me sentia um idiota por não conseguir vencer a grande confusão brasileira."

DIFERENÇAS CULTURAIS.

Para as família que se transferiram com filhos em idade escolar, um dos desafios têm sido a adaptação dos adolescentes ao sistema de ensino português, bem mais rígido e puxado.

"Quando chegamos, matriculamos os meninos em um tradicional colégio particular e foi um desastre. Eles eram muito rígidos, as crianças tinham que se levantar quando os professores entravam em sala de aula, por exemplo", relata Juliana Caus, mãe de Arhur, 10, e Felipe, 13 anos.

Ela e o marido, o publicitário José Luiz Nogueira, resolveram então matriculá-los em uma escola internacional. "Eles logo se adaptaram. Era mais parecido com o sistema brasileiro."

A empresária Andrea Schultz paga € 800 de mensalidade para manter as duas filhas, Luiza, 14, e Laura, 16, numa escola particular de Lisboa. Valor um pouco menor daquele cobrado por um dos colégios mais tradicionais de Curitiba, onde elas estudavam no Brasil.

"O ensino aqui é muito mais puxado e a escola mais exigente. Elas vieram de um colégio que é tido como um dos três melhores do Paraná, mas ainda assim precisaram de aulas de reforço e uma delas chegou a ser reprovada no primeiro ano."

Luiza relata as suas maiores dificuldades na nova escola:

"Eu era boa aluna no Brasil. Foi um susto a chegada aqui. Tive muitas dificuldades em matemática e português, bem mais forte. Até educação física é puxada. Já as aulas de artes são divertidas, eles levam a sério. Agora, já estou adaptada e gosto muito mais de viver aqui do que em Curitiba. Tenho muito mais liberdade. Lá não ia sozinha nem na padaria. Aqui ando de metrô à noite."

Por ora, ganhos em mobilidade e em qualidade de vida pendem a balança favoravelmente para Portugal. "Não tem preço o fato de viver sem grades, cercada de verde e minhas filhas poderem sair à noite sozinhas ou andar na rua com o celular", diz Andrea.

"Descobri que quero ser pedestre. Faço a minha vida a pé em Lisboa", emenda Nogueira.

No entanto, o publicitário teme que o aumento do valor dos imóveis no centro histórico leve a um processo de gentrificação, com a expulsão dos moradores tradicionais, como donos de quitandas e padarias, em razão da crescente valorização do metro quadrado.

A estilista Juliana Cavalcanti, 36, que vive em um Portugal há dez anos, já sente no bolso os efeitos do boom imobiliário.

Após uma temporada em Londres, ao voltar para Lisboa teve que pagar muito mais de aluguel para continuar vivendo em um bairro central da capital portuguesa.

O apartamento que antes alugava por € 600 em Príncipe Real, seu bairro preferido, passou a ser locado pelo Airbnb.

Ela acabou buscando uma outra opção no bairro da Lapa, a € 900. "Isso porque é o imóvel de um amigo. O valor de mercado hoje é de € 1.200, o dobro do que eu pagava antes", compara. "Temo que Lisboa perca sua identidade. A especulação imobiliária afasta a cor local."

OPORTUNIDADE PARA EMPREENDEDORES.

"Portugal está na moda", constata José Carlos Magalhães, presidente do Conselho de Administração do grupo Lusíadas, rede de hospitais privados que foi comprada pela antiga Amil, razão pela qual ele se transferiu para Lisboa há quatro anos.

O médico e gestor brasileiro recebe uma média de quatro currículos por semana de colegas brasileiros em busca de emprego nos sete hospitais e cinco clínicas que administra. E vê a turma de amigos da filha, que faz mestrado em arquitetura, crescer a cada ano.

"Creio que seja um fenômeno temporário neste momento de desencanto com a economia e a política no Brasil", diz Magalhães.

A perspectiva de conseguir emprego em terras portuguesas não é tão animadora. "A Europa também vive uma crise, então não dá para vir para Portugal em busca de trabalho", afirma Breia. "O espaço que existe é para empreendedores, como uma amiga que abriu uma Tapiocaria aqui em Lisboa e está indo super bem."

Dono de uma produtora de vídeo no Brasil, Nogueira não se animou com o mercado audiovisual português, segundo ele, muito pequeno. Por isso, segue o exemplo dos patrícios, de ganhar dinheiro em outras paragens.

"Como o mercado local é muito pequeno, os portugueses acabam sendo globalizados e desde a época das caravelas se lança aos mares", constata o publicitário, que se lançou na aventura além-mar com o pés ancorados no gigante mercado brasileiro. Ainda que em crise.




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Re: Noticias de Portugal

#8519 Mensagem por cabeça de martelo » Qua Abr 26, 2017 7:47 am

Quando uma criança não vai à escola, não é a PJ que vai a casa...mas sim a PSP ou a GNR. Com 800€ dá para sobreviver e quem escreve estas linhas nem isso ganha. O SNS já foi muito mal visto, mas quem saiu de Portugal e experimentou os outros Serviços de Saúde Públicos, volta com uma opinião MUITO diferente. A minha irmã nunca mais falou mal do SNS e ela já correu vários países Europeus. Por exemplo na Noruega, o SNS é muito abaixo do Português, segundo várias pessoas que estiveram lá emigradas. A escola cá em Portugal sempre teve uma carga horária completamente doida. A minha irmã teve uma colega que era britânica e ela passava-se com o sistema português. Ela era uma atleta federada e estava habituada a ter toda a tarde para treinar, cá em Portugal só era possível depois da escola, muitas vezes à hora do jantar. As crianças passam literalmente todo o dia na escola, com aulas atrás de aulas e ainda têm que fazer o trabalho para casa.




"Lá nos confins da Península Ibérica, existe um povo que não governa nem se deixa governar ”, Caio Júlio César, líder Militar Romano".

Portugal está morto e enterrado!!!

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Re: Noticias de Portugal

#8520 Mensagem por cabeça de martelo » Sex Abr 28, 2017 12:32 pm

Costa e a baixa do desemprego. É o "teste de algodão" para sucesso do Governo

28 abr, 2017 - 15:42

Primeiro-ministro congratula-se com a descida da taxa de desemprego para 9,9%, o valor mais baixo desde 2009.

Imagem

A taxa de desemprego abaixo dos 10%, pela primeira vez em muitos anos, "é o teste de algodão para o sucesso" da política económica governativa e confirma a inversão do ciclo, afirma o primeiro-ministro, António Costa.
"Porventura, aquilo que mais nos deve encher de satisfação, porque é aquilo que ajuda a reforçar a confiança, que ajuda a dar força à economia e que é o teste de algodão para o sucesso desta política económica, é o que está a acontecer com o mercado de trabalho", afirmou António Costa, durante o discurso na inauguração do Polo Industrial Tekever, em Ponte de Sor, no distrito de Portalegre.

O primeiro-ministro destacou que, "como hoje o Instituto Nacional de Estatística acaba de revelar, em Fevereiro, pela primeira vez desde há muitos anos, passamos para a taxa de um dígito na taxa de desemprego".

"Inverteu-se o ciclo. Agora não é altura de partir, é altura de ficar e de regressar porque, apostando nas qualificações, as empresas que precisam de emprego qualificado têm Portugal como destino", defendeu.

Em Fevereiro, de acordo com António Costa, Portugal baixou "dos 10% de desempregados e, em Março, os números provisórios confirmam esta tendência".

"Significa que, comparando com que o que acontecia há um ano, temos mais 150 mil postos de trabalho em termos líquidos e temos menos 100 mil desempregados", explicou.

Na opinião do chefe do executivo, isto "significa que o emprego está a crescer mais do que o desemprego está a diminuir".

"Não só estamos a diminuir o desemprego como estamos a aumentar a população activa, aumentando o nosso potencial de crescimento", destacou.

O Instituto Nacional de Estatística reviu hoje em baixa de 0,1 pontos percentuais a taxa de desemprego de Fevereiro para 9,9%, o valor mais baixo desde Fevereiro de 2009, estimando para Março uma nova descida para 9,8%.

A estimativa provisória da população desempregada em Março foi de 504 mil pessoas e a da população empregada foi de 4,65 milhões de pessoas, refere o INE.

:arrow: http://rr.sapo.pt/noticia/82327/costa_e ... do_governo




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